sexta-feira, 14 de abril de 2023

Jules Verne: Les tribulations d'un Chinois en Chine - book review par Paulo Roberto de Almeida

J'avais entendu parler de ce livre de Jules Verne depuis l'adolescence, mais n'avait jamais pu trouver une édition en Portugais; jamais vu, aussi, dans les milliers de librairies que j'ai parcouru depuis toujours. La première fois que j'ai employé le même titre pour l'un des mes articles c'était lors de la première visite de Lula en Chine, encore candidat, en 2002. 

C'était un article où j'analysais un article de Lula lui-même dans un périodique du PT après son retour de Chine, où il avait été reçu avec beaucoup d'égards. La deuxième fois, ce fut récemment, quand il se préparait pour sa nouvelle visite, en 2023. 

J'ai pu alors, finalement, avoir accès à la version Kindle de cette fameuse histoire, mais richement illustrée avec des dessins originaux d'une très ancienne édition. Ce fut un véritable enchantement, car plusieurs passages, soit sur Shang-Hai (comme Verne a écrit), soit sur Peking, ainsi que d'autres parties de la Chine, sont valables encore aujourd'hui. 

J'ai beaucoup aimé ce livre, et je vais essayer de trouver une édition brésilienne ou portugaise, s'il y en a une. Curieusement, c'est en Shanghai qui se passe une bonne partir de ce roman conçu probablement comme un divertissement par Jules Verne (que n'a pas visité la Chine, mais qui a lu beaucoup sur son histoire, géographie, coutumes, modes de vie, vêtements, etc. 

Je le recommande vivement à tous ceux qui désirent savoir un peu plus sur la Chine traditionnelle. Ça a été un vrai plaisir. 

Paulo Roberto de Almeida

Les tribulations d'un Chinois en Chine

Jules VerneLéon Benett

Jules Verne:

Jules Gabriel Verne was a French author who pioneered the genre of science-fiction. He is best known for his novels Journey to the Center of the Earth (1864), Twenty Thousand Leagues Under the Sea (1870), and Around the World in Eighty Days (1873).
Verne wrote about space, air, and underwater travel before navigable aircraft and practical submarines were invented, and before any means of space travel had been devised. He is the second most translated author of all time, behind Agatha Christie. His prominent novels have been made into films. Verne, along with H. G. Wells, is often referred to as the "Father of Science Fiction".
 

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Trabalhos do 1ro Trimestre de 2023 - Paulo Roberto de Almeida

 RELAÇÃO DE TRABALHOS, 37

Paulo Roberto de Almeida

(Brasília, 1º. Trimestre de 2023: do nº 4.297 ao nº 4.360)

 

Trabalhos do Ano de 2023 (janeiro-abril 2023)

Nºs 4.297 a 4.360

 

Atualizada em 13 de abril de 2023

 

4297. “Meus melhores votos de sucesso em 2023 vão para...”, São Paulo, 1 janeiro 2023, 3 p. Saudando o terceiro mandato, com diversos alertas e sugestões de políticas. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/meus-melhores-votos-de-sucesso-em-2023.html).

 

4298. “Trabalhos publicados de Paulo Roberto de Almeida, 27 (2022)”, São Paulo, 1/01/2022, 11 p. Lista dos trabalhos publicados em 2022 (55, ou um por semana). Postado no blog Diplomatizzando (1/01/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/trabalhos-publicados-em-2022-por-paulo.html).

a

4299. “Sobre a alternância de “humores” políticos no campo da economia”, São Paulo, 4 janeiro 2023, 2 p. Nota sobre o pêndulo entre políticas distributivistas e produtivistas nas democracias de mercado nas últimas décadas. Postado no blog Diplomatizzando (5/01/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/sobre-alternancia-de-humores-politicos.html).

 

4300. “De repente, o mundo descobre um brasileiro pouco cordial”, Brasília, 9 janeiro 2023, 4 p. Nota sobre o vandalismo produzido pelos terroristas bolsonaristas na Praça dos Três Poderes, no domingo 8/01/2023. Publicado na revista Crusoé (9/01/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/diario/de-repente-o-mundo-descobre-um-brasileiro-pouco-cordial/); reproduzido no blog Diplomatizzando (9/01/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/de-repente-o-mundo-descobre-um.html). Relação de Publicados n. 1490.

 

4301. “Seleção de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a nação ucraniana”, Brasília, 10 janeiro 2023, 4 p. Lista seletiva de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando(link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/selecao-de-trabalhos-sobre-guerra-de.html).

 

4302. “O vórtice da demência coletiva: alienação extrema chega ao Brasil sob Bolsonaro”, Brasília, 11 janeiro 2023, 1 p. Nota sobre o estado de alienação dos bolsonaristas radicais. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/o-vortice-da-demencia-coletiva.html).

 

4303. “Onde andará o chanceler acidental?”, Brasília, 12 janeiro 2023, 2 p. Nota sobre o destino do ex-chanceler acidental. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/onde-andara-canta-o-poeta-compositor.html).

 

4304. “O Brasil e o seu vizinho mais importante, a Argentina, talvez distante”, Brasília, 16 janeiro 2023, 4 p. Artigo sobre as relações Brasil-Argentina, no contexto da primeira viagem de Lula, para a revista Crusoé. Publicado, sob o título “O bloco do Cambalacho”, na revista Crusoé (n. 247, 20/01/2023, link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/247/o-bloco-do-cambalacho/); versão original, sob o título “O Brasil e o seu vizinho mais importante, a Argentina, talvez distante”, publicada no blog Diplomatizzando (14/02/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/o-brasil-e-o-seu-vizinho-mais.html). Relação de Publicados n. 1492. 

 

4305. “Do Bric ao Brics e ao reino da fantasia: Lavrov, suas mentiras e a diplomacia brasileira”, Brasília, 17 janeiro 2023, 1 p. Nota sobre recente mentira fraudulenta do chanceler russo, sobre a guerra na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/do-bric-ao-brics-e-ao-reino-da-fantasia.html).

 

4306. “Pensando no que é relevante para a imagem do Brasil no mundo”, Brasília, 17 janeiro 2023, 2 p. Nota sobre os possíveis descaminhos de nossa diplomacia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/pensando-no-que-e-relevante-para-imagem.html).

 

4307. “Foi golpe, Golpe ou foi GOLPE?”, Brasília, 19 janeiro 2023, 3 p. Observações sobre diferentes versões da história no caso de impeachments. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/foi-golpe-golpe-ou-foi-golpe-paulo.html).

 

4308. “O mundo aguarda o Brasil sobre a Ucrânia”, Brasília, 21 janeiro 2023, 2 p. Nota sobre a posição ambígua do Brasil em torno da questão da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/o-mundo-aguarda-o-brasil-sobre-ucrania.html).

 

4309. “Sobre o “projeto mágico” da moeda comum do Mercosul”, Brasília, 22 janeiro 2023, 2 p. Comentário à inutilidade de se discutir agora uma moeda comum antes de se fazer o dever de casa e o do Mercosul. Postado no blogDiplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/sobre-o-projeto-magico-da-moeda-comum.html).

 

4310. “Reviravoltas da História”, Brasília, 22 janeiro 2023, 2 p. Nota sobre o Lula 3 como novo Bourbon. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/reviravoltas-da-historia-paulo-roberto.html).

 

4311. “Temas da agenda multilateral, regional e bilateral do Brasil nos próximos anos: marcos da política externa brasileira”, Brasília, 26 janeiro 2023, 3 p. Esquema de aula-palestra para o CACD, dia 27/01/2023; apresentada de forma sintética, em formato de PP, para desenvolvimento oral. Aproveitado para compor artigo para a Revista do Cebri, sob sugestão de Feliciano Guimarães e editoria de Bruno Zilli sob n. 4316.

 

4312. “Brazil and the challenges of multilateralism: high participation, low decision-making power”, Brasília, 27 janeiro 2023, 20 p. Revisão e finalização de artigo sobre a participação do Brasil no sistema multilateral, em perspectiva histórica, em colaboração com Hildete de Moraes Vodopives, para colóquio organizado por Regine Perron, na França em 2022: Colloque international, Les Pays du Sud dans le multilatéralisme/International Colloquium: The Role of the Global South in Multilateralism (October 6-7, 2022).

 

4313. “Dúvidas em torno de certos aspectos depressivos da política nacional”, Brasília, 30 janeiro 2023, 1 p. Nota sobre a possível classificação como “crimes contra a humanidade” a extorsão de políticos e a conivência com a ilegalidade no plano internacional. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/duvidas-em-torno-de-certos-aspectos.html ).

 

4314. “O que o Brasil deixou de aprender com a Alemanha?”, Brasília, 31 janeiro 2023, 4 p. Nova colaboração com a revista Crusoé, a propósito da visita ao Brasil do chanceler Olaf Scholz, enfatizando educação de qualidade na Alemanha e trajetórias diferentes do SPD e do PT. Publicado em 3/02/2023 (link: https://oantagonista.uol.com.br/brasil/crusoe-o-que-o-brasil-deixou-de-aprender-com-a-alemanha/); divulgado no blog Diplomatizzando (12/03/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/o-que-o-brasil-deixou-de-aprender-com.html). Relação de Publicados n. 1493.

 

4315. “Da banalidade do mal que acaba de ser extirpado depois de quatro anos de infortúnio nacional”, Brasília, 4 fevereiro 2023, 2 p. Nota sobre a degradação da política no Brasil, ameaçado por golpe militar e convivendo com o infortúnio do genocídio indígena. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/da-banalidade-do-mal-que-acaba-de-ser.html).

 

4316. “Perspectivas da diplomacia no terceiro governo Lula, 2023-2026”, Brasília, 8 fevereiro 2023, 18 p. Artigo opinativo sobre a diplomacia do governo Lula, com base na experiência anterior e focando os grandes temas da política externa brasileira, para a revista do Cebri. Encaminhada ao assistente do professor editor Feliciano Guimarães, Bruno Zilli. Recebido revisto em 23/02/2023, para aprovação. Publicado no n. 5 da Revista do CEBRI (no 2, n. 5, janeiro-março 2023; link: https://cebri.org/revista/br/artigo/73/perspectivas-da-diplomacia-no-terceiro-governo-lula-2023-2026). Relação de Publicados n. 1498.

 

4317. “A política internacional e a política externa do Brasil: leituras interativas”, Brasília, 9 fevereiro 2023, 1 p. Nominata de 12 grandes temas da política internacional e da PEB em 2023, para o curso CACD. A serem ministradas conforme calendário estabelecido.

 

4318. “Lista sintética de trabalhos sobre a independência do Brasil”, Brasília, 12 fevereiro 2023, 4 p. Relação puramente linear de todos os trabalhos relativos ao processo de independência produzidos entre 2000 e 2023. Blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/lista-sintetica-de-trabalhos-sobre.html).

 

4319. “O processo de reconhecimento da independência da ótica do Brasil”, Brasília, 12 fevereiro 2023, 37 slides. Apresentação feita para participação em seminário USP-Fapesp, no quadro da Escola São Paulo de Ciência Avançada Bicentenário da Independência do Brasil, no dia 13/02/2023, no auditório da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da USP (Avenida Professor Luciano Gualberto, 315).

 

4320. “Diplomacia de Lula 3: la nave va..., mas para onde?”, Brasília, 14 fevereiro 2023, 5 p. Artigo sobre as repetições da diplomacia ativa e altiva. Publicado, sob o título de “A mesma coisa, tudo de novo”, na revista Crusoé(17/02/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/251/a-mesma-coisa-tudo-de-novo/); divulgado no blog Diplomatizzando (12/03/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/diplomacia-de-lula-3-la-nave-va-mas.html). Relação de Publicados n. 1494.

 

4321. “Os mandarins da política externa: formação dos diplomatas brasileiros, 1808-2023”, Brasília, 14 fevereiro 2023, 2 p. Esquema de possível trabalho sobre a construção do capital humano do Itamaraty em perspectiva história. A desenvolver.

 

4322. “Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação”, Brasília, 15 fevereiro 2023, 20 p. Revisão e atualização do trabalho 4247 (2 outubro 2022), para preparação de nova versão.

 

4323. “Contrastes históricos na diplomacia”, Brasília, 16 fevereiro 2023, 2 p. Nota sobre o recuo dos governos lulopetistas e bolsonarista no plano de uma política externa respeitadora dos valores e princípios da diplomacia, assim como sua dimensão moral. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/contrastes-historicos-na-diplomacia.html).

 

4324. “Desafios ao Brasil no novo contexto internacional de tensões geopolíticas”, Brasília, 16 fevereiro 2023, 7 p. Respostas a questões colocadas por Artur Ambrogi. Traduzido por Ruggero Gambacurta-Scopello em 20/02/2023. Publicado, sob o título de “Le sfide per il Brasile nel nuovo contesto internazionale di tensioni geopolitiche”, na página de Strumenti Politici (Itália; 24/02/2023; link: https://strumentipolitici.it/le-sfide-per-il-brasile-nel-nuovo-contesto-internazionale-di-tensioni-geopolitiche/). Relação de Publicados n. 1495. 

 

4325. “Dimensões econômicas da diplomacia do governo Lula, 2023-2026: o contexto econômico internacional”, Brasília, 19 fevereiro 2023, 22 slides. Formatação em PP da 2ª aula no curso CACD, com base no trabalho 4286 e acréscimo de gráficos retirados de relatórios econômicos recentes. Aula em 24/02/2023. 

 

4326. “O Brasil e a China: até onde vai a relação estratégica?”, Brasília, 20 fevereiro 2023, 5 p. Publicado na revista Crusoé (3/03/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/253/o-encanto-de-lula-pelo-duvidoso-modelo-chines/); divulgado no blog Diplomatizzando (12/03/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/o-brasil-e-china-ate-onde-vai-relacao.html). Relação de Publicados n. 1496.

 

4327. “Julgamento da História, pelo lado MORAL”, Brasília, 22 fevereiro 2023, 2 p. Nota sobre a postura da diplomacia brasileira em relação à guerra na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/julgamento-da-historia-pelo-lado-moral.html).

 

4328. “Não ao inaceitável “Não Alinhamento Ativo”, que só significa um Desalinhamento Passivo e Inativo”, Brasília, 26 fevereiro 2023, 1 p. Nota sobre a postura proposta ao fantasmagórico Sul Global de Não Alinhamento Ativo em relação ao conflito da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/nao-ao-inaceitavel-nao-alinhamento.html).

 

4329. “Os 12 pontos do ‘Plano de Paz” da China para a guerra na Ucrânia; comentários de Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 27 fevereiro 2023, 2 p. Comentários pessoais aos 12 pontos do Plano de Paz da China à guerra de agressão da China contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/os-12-pontos-do-plano-de-paz-da-china.html).

 

4330. “Qual é o maior desafio à diplomacia brasileira, em décadas?”, Brasilia, 28 fevereiro 2023, 2 p. Nota sobre a questão do desafio russo e chinês à paz e à segurança internacionais, do ponto de vista do Brasil. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/qual-e-o-maior-desafio-diplomacia.html).

 

4331. “Lista de trabalhos sobre a carreira diplomática e a diplomacia”, Brasília, 3 março 2023, 10 p. Relação de trabalhos, palestras, entrevistas, questionários respondidos, com base numa seleção feita exclusivamente a partir do conceito de “carreira” (diplomática). Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/lista-de-trabalhos-sobre-carreira.html); divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/97876189/4331_Lista_de_trabalhos_sobre_a_carreira_diplomatica_e_a_diplomacia_2023_).

 

4332. “Minitratado sobre um gigante letárgico chamado Brasil”, Brasília, 4 março 2023, 2 p. Nota sobre os impasses estruturais do Brasil atual. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/minitratado-sobre-um-gigante-letargico.html).

 

4333. “Sobre as joias contrabandeadas e retidas (mas quantos presentes mais passaram incólumes em comitivas presidenciais?)”, Brasília, 5 março 2023, 2 p. Nota sobre malversações e princípios corporativos. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/sobre-as-joias-contrabandeadas-e.html).

 

4334. “A ‘nova Guerra Fria’ começou a ficar quente”, Brasília, 8 março 2023, 2 p. Nota sobre o acirramento da tensão EUA-China e sobre a possibilidade de uma nova bipolaridade EUA-EU vs. China-Rússia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/a-nova-guerra-fria-comecou-ficar-mais.html).

 

4335. “Os intelectuais do Itamaraty e o caso único de José Guilherme Merquior”, Brasília, 8 março 2023, 7 p. Colaboração à revista Crusoé; publicada em 17/03/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/255/os-intelectuais-do-itamaraty-e-o-caso-unico-de-jose-guilherme-merquior/ ). Relação de Publicados n. 1497.

 

4336. “The Clash of Civilizations and the Remaking of World Order”, Brasília, 14 março 2023, 8 slides. Palestra sobre as teses do livro de Samuel Huntington, para curso de mestrado em Relações Internacionais da UFABC, a convite do prof. Mohammed Nadir, via online. Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/98526729/Critique_of_Huntingtons_The_Clash_of_Civilizations_and_the_Remaking_of_World_Order_2023_).

                                                                                                           

4337. “Meandros da globalização claudicante”, Brasília, 14 março 2023, 1 p. Nota sobre o enfrentamento entre impérios no contexto da desglobalização temporária e de um nova Guerra Fria. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/meandros-da-globalizacao-claudicante.html).

 

4338. “Decisões, consequências, revisão das posturas: três momentos diferentes, talvez similares”, Brasília, 18 março 2023, 3 p. Nota sobre a perda de oportunidades pelo Brasil, revisitando decisões tomadas em três momentos da vida, e reproduzindo trabalho n. 3994, de 11/10/2021 (blog Diplomatizzando, link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/10/tres-decisoes-conscientes-em-tres.html), sobre esses três momentos fundamentais em minha carreira. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/decisoes-sao-tomadas-depois-sao.html).

 

4339. “Clodoaldo Bueno e a Política Exterior da República, 1889-1902”, Brasília, 18 março 2023, 3 p. Apresentação da 1ª (São Paulo-Brasília: Unesp-IPRI, 1995) e da 2ª edição do livro de Clodoaldo Bueno: A República e sua Política Exterior (1889-1902) (São Paulo-Unesp, 2022), comparando capas, dados editoriais, sumários respectivos e as dedicatórias feitas pessoalmente. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/clodoaldo-bueno-e-politica-exterior-da.html).

 

4340. “Lista seletiva de trabalhos relativos à ordem mundial”, Brasília, 20 março 2023, 12 p. Relação linear de todos os trabalhos relativos à ordem mundial ou global. 

 

4341. “A ordem global, econômica e política: o grande tema de uma nova ordem multipolar; como seria isso possível?”, Brasília, 22 março 2023, 15 p. Paper para aula em curso de preparação à carreira diplomática, a ser desenvolvido na vertente da multipolaridade em novo trabalho. Versão adaptada para Dicionário Brasileiro de Política. 

 

4342. “O Brasil como um imenso Portugal?”, Brasília, 23 março 2023, 4 p. Artigo para a revista Crusoé, a propósito da visita do presidente Lula a Portugal. Postergado para 14 abril. 

 

4343. “Questões sobre Brics e Mercosul”, Brasília, 25 março 2023, 3 p. Respostas a questões colocadas por alunos do CACD. Enviada a João Pedro Levy via WA.

 

4344. “O que Putin quer de Lula? O que ele vai conseguir?”, Brasília, 25 março 2023, 6 p. Artigo para a revista Crusoé, sobre a próxima visita do chanceler Lavrov ao Brasil, tratando do Brics e da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Publicado na Crusoé (31/03/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/257/o-que-putin-quer-de-lula-o-que-ele-vai-conseguir/?fbclid=IwAR0HUZLik-L-mAziepagvbW2FtPFh-mtymnqIQHUhNSGKuu2dxVGndG0dKk?utm_source=crs-site&utm_medium=crs-login&utm_campaign=redir). Relação de Publicados n. 1499.

 

4345. “Trabalhos de Paulo Roberto de Almeida sobre o golpe de 1964 e a ditadura militar”, Brasília, 31 março 2023, 6 p. Relação sintética dos trabalhos efetuados nessa rubrica, desde os anos 1970. Postada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/trabalhos-de-paulo-roberto-de-almeida.html).

 

4346. “A New International Economic Order again? A contrarian view from a practitioner from the Global South”, Brasília, 1 abril 2023, 2 p. Abstract of a paper submission: The New International Economic Order. Lessons and Legacies 50 Years Later; Conference at the University of Venice, May 10-11, 2024 (email: nieoconference@unive.it).

 

4347. “Faz sentido o Brasil se aproximar de China e Rússia?”, Programa Latitudes n. 19, 1 abril 2023, 1h de conversa com os jornalistas Rogério Ortega e Duda Teixeira sobre as posições adotadas pela diplomacia petista em relação aos grandes temas da política internacional, como a invasão da Ucrânia e a retórica belicista da China (link: https://www.youtube.com/watch?v=3S2n8_pCtrw); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/faz-sentido-o-brasil-se-aproximar-de.html). Relação de Publicados n. 1501.

 

4348. “Livros de Paulo Roberto de Almeida na Amazon.com”, Brasília, 3 abril 2023, 26 p. Relação linear, sumaríssima, sem ordenamento determinado, dos livros próprios, editados e colaborações em livros de terceiros (não todos, muitas lacunas) oferecidos na página da Amazon.com, inclusive alguns disponíveis gratuitamente. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/livros-de-paulo-roberto-de-almeida-na.html) e na plataforma de interação acadêmica Academia.edu (link: https://www.academia.edu/99604024/Livros_de_Paulo_Roberto_de_Almeida_na_Amazon_com_2023_).

 

4349. “Direito Sem Fronteiras, TV Justiça: Manifestações na França”, Brasília, 3 abril 2023, entrevista online, com o jornalista Guilherme Menezes sobre as manifestações na França contra a reforma do sistema previdenciário.

 

4350. “Lista de trabalhos sobre o Mercosul e a integração regional, 1989-2023”, Brasília, 3 abril 2023, 29 p. Lista de trabalhos temáticos a partir da lista geral; elaborada em 4/04/2023. Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/99720779/Lista_de_trabalhos_sobre_o_Mercosul_e_a_integracao_regional_1989_2023); divulgado no blog Diplomatizzando (5/04/2023: link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/lista-de-trabalhos-sobre-o-mercosul-e.html).

 

4351. “Em face de uma nova bifurcação da estrada, à nossa frente”, Brasília, 6 abril 2023, 1 p. Nota sobre mais um momento decisivo na vida da nação: a opção entre sustentar um crime ou optar pela Justiça. Divulgado no blog Diplomatizzando (6/04/2023: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/em-face-de-uma-nova-bifurcacao-da.html).

 

4352. “Textos mais consultados em Academia.edu em março de 2019”, Brasília, 7 de abril de 2023, 8 p. Um texto “embargado” pelo Blogspot, relativamente a uma postagem a partir da plataforma Academia.edu, por supostamente conter “matéria confidencial”, sem qualquer motivo para isso. Divulgado novamente no blog Diplomatizzando(6/04/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/os-textos-mais-acessados-em-academiaedu.html).

 

4353. “Trabalhos mais acessados em Academia.edu (março-abril 2023)”, Brasília, 7 de abril de 2023, 14 p. Seleção feita em 7/04/2023; válida para os 30 dias precedentes. Divulgado em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/99797163/Trabalhos_mais_acessados_em_Academia_edu_março_abril_2023_) e no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/trabalhos-mais-acessados-em-academiaedu.html).

 

4354. “‘A Guerra Perpétua’, segundo Putin, ou o projeto de uma ‘nova ordem mundial’, como vontade e como representação”, Brasília, 7 abril 2023, 3 p. Artigo para a revista Crusoé. 

 

4355. “Guia Politicamente Incorreto das Falácias Acadêmicas: ensaios sobre alguns mitos persistentes”, Brasília, 8 abril 2023, 265 p. Compilação dos textos compostos na primeira década do século sob o título genérico de “falácias acadêmicas”, reunidos pela primeira vez em Hartford, em 2014, mas jamais revistos, sem ajuste do sumário e do índice, sem organização para divulgação. Postagem a título de “livro incompleto”, aguardando revisão e nova estrutura, ademais de introdução explicativa. Postado na plataforma Academia.edu, na seção livros do autor (link: https://www.academia.edu/99847624/Guia_Politicamente_Incorreto_das_Falacias_Academicas_ensaios_sobre_alguns_mitos_persistentes_2014_); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/guia-politicamente-incorreto-das.html). 

 

4356. “Pensando no longo prazo histórico”, Brasília, 8 abril 2023, 2 p. Considerações sobre a resiliência e permanência dos impérios, relativamente aos Estados nacionais e seu impacto na política internacional contemporânea. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/pensando-no-longo-prazo-historico-paulo.html).

 

4357. “Meus 100 primeiros dias de Lula 3”, Brasília, 9 abril 2023, 2 p. Nota de avaliação sobre os primeiros cem dias do novo governo. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/meus-100-primeiros-dias-de-lula-3-paulo.html).

 

4358. “O retorno da diplomacia presidencial nos cem dias de Lula”, entrevista com o jornalista Duda Teixeira da revista Crusoé (emissão em 9/04/2023, 14:29; link: https://crusoe.uol.com.br/diario/o-retorno-da-diplomacia-presidencial-nos-100-dias-de-lula/); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/o-retorno-da-diplomacia-presidencial.html). Relação de Publicados n. 1503.

 

4359. “O Brasil tem futuro? Um debate no programa Latitudes”, Brasília, 10 abril 2023, 6 p. Resposta a um comentarista no programa Latitudes 19, como registrado no trabalho 4347 (“Faz sentido o Brasil se aproximar de China e Rússia?”). Postado no site do YouTube (link: https://www.youtube.com/watch?v=3S2n8_pCtrw), aguardando novos comentários. Divulgado inteiramente no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/um-debate-espontaneo-no-programa.html).

 

4360. “Sobre a mais recente obsessão em se livrar do dólar nas transações internacionais”, Brasília, 13 abril 2023, 2 p. Nota sobre a proposta de usar outras moedas nas transações internacionais. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/sobre-mais-recente-obsessao-em-se.html).

 

 

Lista provisória de trabalhos do 1º trimestre de 2023.

Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/100161262/Relacao_Trabalhos_Originais_1ro_Trimestre_2023).

 

Ainda existem pessoas sensatas nos círculos do poder: Brasil não adere de corpo e alma ao império chinês - Marcelo Ninio (O Globo)

 Brasil não deve assinar adesão à ‘Nova Rota da Seda’ na visita de Lula à China, diz Haddad

Segundo Haddad, a adesão não figura entre os documentos que serão firmados nesta sexta, quando o líder brasileiro estará em Pequim para encontros com o presidente chinês; cerca de vinte acordos devem ser assinados

Por Marcelo Ninio, O Globo — Xangai
13/04/2023

Não está prevista durante a visita do presidente Lula à China a entrada oficial do Brasil na chamada “Nova Rota da Seda”, o megaprojeto global de infraestrutura chinês que tornouse uma dos principais bandeiras da diplomacia do país asiático. É o que afirmou nesta quinta em Xangai o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após dias de especulação de que o

Brasil poderia assinar um memorando de adesão ao plano, que este ano está completando dez anos.

Segundo Haddad, a adesão não figura entre os documentos que serão firmados nesta sexta, quando o presidente Lula estará em Pequim para encontros com o presidente chinês, Jinping, e outras autoridades do país. Cerca de vinte acordos devem ser assinados.

Fontes do governo relatam que persiste uma divisão sobre o tema nas esferas responsáveis pela tomada de decisão, sobretudo entre a Presidência e o Itamaraty. A favor está principalmente a perspectiva de um aumento de investimentos chineses em infraestrutura. O argumento contrário é de que este não seria o melhor momento para embarcar numa iniciativa chinesa com ambições geopolíticas sem uma contrapartida clara, que compense os ruídos que isso pode criar para o Brasil com parceiros do Ocidente, principalmente os EUA.

Haddad adiantou, contudo, que um cardápio de possíveis investimentos em infraestrutura está sendo preparado pela Casa Civil, e um dos principais locais de captação será a China. O plano, de acordo com o ministro, é “conciliar crescimento econômico com infraestrutura”. Além disso, uma das metas é atrair mais empresas chinesas para se instalar no Brasil, aproveitando a tendência de “descentralização” da produção industrial do país.

“As empresas da China já falam com cada vez mais liberdade da possibilidade de realizar investimentos em outros países e não centralizar aqui, por várias razões. Nós temos uma vantagem que pouquíssimos países do mundo têm, que é uma matriz muito limpa, que tende a ficar cada vez mais limpa, com energia solar, eólica”, afirmou.

Sobre o plano de Brasil e China ampliarem o volume de transações por meio de moedas locais, evitando o dólar e variações cambiais, Haddad negou que haja um componente geopolítico para o governo brasileiro, que possa levar à inclinação para um dos lados da disputa entre EUA e China.

“O Brasil não é um país alinhado no sentido tradicional do termo, é um país que sempre dialogou com todos os quadrantes sem privilegiar fortemente um lado e nunca fechou a porta para ninguém”, disse Haddad.

Sobre a mais recente obsessão em se livrar do dólar nas transações internacionais - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre a mais recente obsessão em se livrar do dólar nas transações internacionais:

As palavras mágicas em qualquer tipo de negócio são três: o que for mais fácil, o que for mais barato e o que for menos arriscado nos intercâmbios.

O Brasil tem um saldo comercial bilateral de dezenas de bilhões de dólares com a China, pela simples razão de que a totalidade das commodities exportadas pelo Brasil para a China é cotada nessa moeda.

Vai demorar muito tempo para mudar essa realidade, que não foi determinada por nenhuma vontade nacional, e sim por transformações relevantes na estrutura e na geografia da economia mundial ao longo de décadas; o comércio internacional foi dominado pela libra britânica durante mais de um século, até a primeira metade do século XX (mais exatamente pelos bills of exchange realizados na praça londrina).

O Tesouro brasileiro mudou a sua delegacia externa de Londres para Nova York em 1939, e todos os pagamentos externos passaram a ser contabilizados em dólar.

A menos que nossos exportadores queiram repassar eventuais bilhões de yuans a importadores brasileiros de produtos chineses, caso decidam os governos abrir uma segunda janela nos meios de pagamentos externos, o melhor mesmo para todos é ficar com os US$: é mais fácil, é mais barato e apresenta menos riscos cambiais.

Não existem controles de capitais nos principais países emissores de divisas livremente conversíveis, e mesmo que os BCs quisessem manipular suas paridades respectivas não o conseguiriam. A massa de meio circulante está muito acima de suas capacidades de intervenção.

Em terceiro e mais importante lugar, não é função de BCs garantir riscos cambiais de transações privadas, que podem ser objeto de hedge nas letras de câmbio.

Quando o yuan for uma moeda livremente conversível, isenta de manipulações por parte do governo chinês, poderá haver interesse em manter parte de nossas reservas na moeda chinesa, como já ocorre com o euro, largamente utilizado nos intercâmbios entre o Brasil e os países da zona do euro: ainda assim, as commodities exportadas pelo Brasil continuam a ser cotadas em dólar dos dois lados do Atlântico.

Simples assim. Por que complicar?

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 13/04/2023

quarta-feira, 12 de abril de 2023

A imprensa alternativa no acervo do SNI - Arquivo Nacional

A imprensa alternativa no acervo do SNI

 #Repost @arquivonacionalbrasil

Imprensa alternativa na ditadura

http://exposicoesvirtuais.an.gov.br/index.php/galerias/10-exposicoes/83-a-imprensa-alternativa-no-acervo-do-sistema-nacional-de-informacoes-1964-1985.html

Também conhecida como imprensa nanica, imprensa política e jornalismo opinativo, a imprensa alternativa floresceu durante o regime militar (1964--1985) devido a uma confluência de fatores. Um deles foi a busca de jornalistas e pensadores por espaços onde pudessem divulgar livremente suas opiniões, longe da censura e da repressão governamental.

Além disso, houve a necessidade, por parte de movimentos e organizações de esquerda, de canais de expressão que estivessem fora do bloqueio estatal e que ligassem pessoas com perspectivas políticas em comum. Assim, os jornais e revistas alternativos foram, ao mesmo tempo, mecanismos de resistência e meios para que órgãos e partidos de esquerda, na clandestinidade, pudessem veicular e divulgar seus ideários.

Não obstante, assim como a militância política, fazer imprensa alternativa no Brasil era uma atividade de risco, já que o governo impôs restrições para a livre manifestação do pensamento e da informação. Tais restrições estavam instituídas pela Constituição de 1967 (artigo 8º, § 8º), pela Lei de Imprensa (lei nº 5.250, de 9 de fevereiro de 1967) e pela Lei de Segurança Nacional (decreto-lei nº 898/69, artigo 16). Os jornais e jornalistas que publicassem matérias contrárias à moral e aos bons costumes, ou fizessem propaganda de guerra, de subversão da ordem, preconceitos de religião, raça ou classe, estavam sujeitos a penas de detenção e multas.

Se você se interessou pelo assunto visite nossa exposição virtual “A imprensa alternativa no acervo do Sistema Nacional de Informações 1964-1985”. Acesse o link abaixo e confira:

bit.ly/410mkMN

Imagens:

1. Capa do jornal O Pasquim nº 584, 5 a 11/09/1980. Arquivo Nacional. Fundo Serviço Nacional de Informações. BR_DFANBSB_V8_MIC_GNC_AAA_80010860


2. Capa do jornal O Movimento nº 262, 7 a 13/07/1980. Dossiê Análise de propaganda adversa Jornal Movimento 271. Arquivo Nacional. Fundo Serviço Nacional de Informações. BR_DFANBSB_V8_MIC_GNC_AAA_80010854_an_01_0001


3. Capa do Jornal de Ipanema nº 315, setembro de 1980. Arquivo Nacional. Fundo Serviço Nacional de Informações. BR_DFANBSB_V8_MIC_GNC_AAA_80011352_an_01_0001


Política externa: Lula ousa; o chanceler patina - Gilberto Maringoni (Outras Palavras)

Os lulopetistas carecem de uma diplomacia inteiramente partidária e consistentemente antiamericana. Sem isso, ficam nervosos... 

Política externa: Lula ousa; o chanceler patina

Gilberto Maringoni

Outras Palavras, 10/04/2023

Em cem dias, presidente retoma presença internacional do Brasil, com impulso à agenda latino-americana e cooperação Sul-Sul. Escorregões de Mauro Vieira travam ação mais ousada. Viagem à China, no dia 12, pode ser divisor de águas

Título original: 100 dias de política externa: entre ambiguidades e hesitações

Se confrontarmos os primeiros cem dias da política externa do novo governo com a diplomacia da gestão Bolsonaro, o contraste é brutal. Saíram de cena a gestão alucinante de Ernesto Araújo e o reacionarismo soft de Carlos Alberto França, presentes no Itamaraty entre 2019-2022. A isso se soma a exuberante diplomacia presidencial exercida pelo presidente Lula, desde antes da posse. Diante do quadro, pode-se dizer sem exagero que “o Brasil voltou”, como repetem governistas. No entanto, ambiguidades na condução dos negócios externos colocam em dúvida a existência de um projeto definido na área.

Caso se tomem por base as diretrizes emanadas pela chapa vencedora antes da eleição ou da posse, perceberemos a ausência de um plano de voo que vá além da retomada de linhas de duas décadas atrás. O exame do programa de campanha ou do relatório final do gabinete de transição governamental, divulgado no final de dezembro, pouco esclarece sobre o tratamento a ser dado a problemas concretos, apesar de enfatizar o fim do isolamento internacional e a defesa do multilateralismo. Há generalidades sobre temas relevantes, como “recuperar a política externa ativa e altiva”, “defender a integração da América Latina” e construir “uma nova ordem global comprometida com o multilateralismo”. Quem buscar esclarecimentos no discurso de posse do chanceler Mauro Vieira tampouco encontrará definições claras para um mundo mais complexo do que aquele encontrado pelo Partido dos Trabalhadores em 2003. A retórica diplomática exalta platitudes, como “reinserir o Brasil em sua região e no mundo”, ou “atravessamos um momento (…) dos mais conturbados no cenário internacional”. O principal tema da política global, a guerra na Ucrânia e suas consequências planetárias, é tratada de passagem, como fator secundário.

Nos dois primeiros governos de Lula, a política externa foi comandada por um triunvirato composto pelo ministro Celso Amorim, pelo secretário-geral do Itamaraty Samuel Pinheiro Guimarães e pelo assessor presidencial Marco Aurélio Garcia. Os três teorizaram e expressaram com clareza um projeto que tinha nas relações Sul-Sul e na diversificação de parcerias globais suas pedras de toque, em meio à agressividade de Washington, embalada na guerra ao terror.

As ambiguidades na saída

A primeira manifestação pública da equipe que assumiria o Itamaraty foi uma nota emitida dez dias após a vitória, a respeito da destituição do presidente Pedro Castillo, no Peru. A situação embutia certa dose de confusão. Eleito pela esquerda, Castillo enfrentou ao longo de um ano e meio uma feroz oposição da maioria congressual de direita e de extrema-direita. Em 9 de dezembro, valeu-se da prerrogativa constitucional de destituir o Congresso e chamar novas eleições, a partir de seguidas derrotas no parlamento. Sem força política, sofreu um impeachment e foi preso. Vitória conservadora. Seguiu-se brutal repressão aos setores populares.

A nota do governo eleito saudava a vice de Castillo, recém-empossada, parecendo desconhecer a legalidade da ação presidencial e de onde partiu o golpe. Posição mais cautelosa tomaram os governos de México, Colômbia, Bolívia e Argentina.

Nesses três meses, o Itamaraty parece cumprir senda quase reativa a impulsos externos. No entanto, o mesmo não ocorre com ação pessoal do presidente da República.

Sua atividade começou antes da posse, em novembro, na COP 27, a conferência da ONU voltada às pautas climáticas, realizada no Egito. Apesar da presença de mais de 80 chefes de Estado, Lula foi a atração principal, mantendo reuniões bilaterais com distintas lideranças internacionais. O Brasil voltava aos acordos internacionais sobre meio ambiente.

Em sua primeira viagem oficial, em 23 janeiro, o ex-metalúrgico foi à Argentina e ao Uruguai, o que materializou a volta do Brasil à Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac). Em entrevista coletiva na casa Rosada, junto ao presidente Alberto Fernández, Lula traçou pelo menos duas grandes linhas de atuação para a região: a volta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como financiador de empresas brasileiras no exterior e a defesa da soberania de Venezuela e Cuba. A essas iniciativas se somaram o retorno do Brasil à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a reconstituição da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), além do reforço ao Mercosul.

Uma semana depois, em visita ao Brasil, o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz fez um incômodo apelo de alcance global. Acabou por ouvir constrangido, numa coletiva de imprensa, uma recusa enfática do anfitrião: “O Brasil não tem interesse em passar munições para serem utilizadas entre Ucrânia e Rússia”. Em seguida, condenou a invasão por parte de Moscou e propôs a formação de um grupo de países que pudesse funcionar como mediador em busca da paz. No entanto, teriam havido ruídos internos ao governo no tratamento do principal foco de tensões internacional.

A inabilidade de Mauro Vieira

O chanceler Mauro Vieira, em entrevista à Veja, em 10 de fevereiro, aparentemente fez uma interpretação livre da condenação presidencial à ação russa: “Ao contrário do governo Bolsonaro, agora o Brasil saiu de cima do muro”. A afirmação se materializou em votação na assembleia-geral da ONU, duas semanas depois.

O Brasil se somou abertamente à OTAN contra a Rússia, numa resolução em que a opção prudente para um país neutro seria a abstenção. Foram 141 votos contra Moscou, 7 a favor e 33 abstenções. Três dos países do BRICS se não escolheram nenhum dos lados. Na América Latina, Argentina, Chile, México e Colômbia se somaram à maioria. A medida incorporou um apelo à paz, em deferência à sugestão de Lula, mas a diretriz geral emanou do Departamento de Estado: qualquer proposta de cessar fogo só será viável caso a Rússia recue para posições anteriores a 2014, época do golpe da praça Maidan, quando um governo pró-Moscou foi derrubado em favor de um aliado de Washington. Ou seja, algo inaceitável para Moscou.

Em 21 de março, numa demonstração de inabilidade, o diplomata voltou à carga em entrevista ao portal Metrópoles, logo após o controverso mandado de prisão de Vladimir Putin expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Segundo ele, uma visita do presidente russo ao Brasil “pode levar a complicações, eu não tenho dúvidas”. Detalhe: o chanceler fez a afirmação às vésperas da data em que o presidente Lula visitaria a China, aliada estreita da Rússia.

Mauro Vieira é um diplomata experiente, com quase cinco décadas de atividade no Itamaraty. Foi embaixador em Buenos Aires, Washington e na ONU, três dos mais importantes postos de representação no exterior. No entanto, nunca teve uma atividade destacada como formulador político.

Há duas indicações inusitadas feitas por Mauro Vieira em cargos-chave do Itamaraty. A primeira é a manutenção de Eduardo Saboia no principal escritório do ministério, o de Ásia. Saboia notabilizou-se em 2013, quando estava lotado na embaixada brasileira em La Paz. Quebrando hierarquia e disciplina, promoveu a fuga de Roger Molina, foragido da justiça local, da embaixada e o trouxe clandestinamente ao Brasil. À época foi afastado por Dilma e, mais tarde, reabilitado por Michel Temer. A segunda é a escolha de Carlos Alberto França, o ex-ministro de Bolsonaro, para comandar uma das mais importantes representações do Brasil, a embaixada no Canadá. Agora ganharam a preferência do chanceler de um governo progressista.

Logo após a vitória eleitoral, existia a expectativa entre diplomatas de carreira que Lula escolhesse uma mulher para comandar a política externa. Houve duas tentativas de compensar a frustração: a nomeação da embaixadora Maria Laura da Rocha para o cargo de secretária-geral do Itamaraty, e a indicação da diplomata Maria Luiza Viotti para a embaixada em Washington, dois dos mais importantes postos da estrutura diplomática brasileira.

No início de janeiro, foi criada a Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras, presidida pela embaixadora Irene Vida Gala. A principal demanda é a ampliação feminina em cargos dirigentes: há apenas 23% de mulheres diplomatas e somente 12,2% ocupam cargos de chefia no exterior.

A importância de Amorim

Os deslizes ministeriais têm sido corrigidos na prática em ações que envolvem de alguma maneira Lula e o ex-chanceler Celso Amorim, atual assessor presidencial.

A primeira delas ocorreu no Conselho de Segurança da ONU, em 29 de março. Em pauta, uma proposta da Rússia, apoiada pela China e pelo Brasil, pela abertura de uma investigação independente sobre o atentado aos gasodutos Nord Stream, que conectam Alemanha e Rússia pelo mar Báltico. Doze países comandados pelos Estados Unidos se abstiveram, entre eles Grã-Bretanha, França, Suíça, Japão e Equador. A iniciativa foi rejeitada.

A segunda foi a discreta visita que Amorim fez a Moscou no mesmo dia, sendo recebido por Vladimir Putin, algo raríssimo em se tratando de diplomatas. Chefes de Estado, protocolarmente, dialogam com seus homólogos pelo mundo e não com assessores. Embora o diálogo não tenha sido divulgado, o próprio ex-chanceler comentou que a guerra na Ucrânia esteve em pauta.

Aliás, essa é a segunda missão delicada assumida por Amorim. A primeira foi uma viagem a Caracas, em 9 de março, para conversações com o presidente Nicolás Maduro. O foco foram as providências para o reatamento de relações com o Brasil. Vale lembrar: Mauro Vieira, semanas antes em entrevista à imprensa argentina, chamara o venezuelano de “ditador”, em mais uma inacreditável falta de comedimento diplomático. Perde, assim, condições de negociador aceitável pelos dois países.

A terceira manifestação positiva das relações internacionais do Brasil foi a indicação da ex-presidenta Dilma Rousseff para a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do BRICS. É algo que dá peso a uma instituição multilateral em fase de crescimento.

No 101º. dia de governo, em 11 de abril, o presidente Lula embarca com numerosa delegação para a China. O périplo de quatro dias e intensa agenda no campo de investimentos e negócios deverá contrastar com os magros resultados do bate e volta de pouco mais de 24 horas feito a Washington em 10 de fevereiro, com direito a duas horas de conversa com Joe Biden. Não é à toa que Democratas e Republicanos já se queixam abertamente da aproximação Brasília-Pequim, não faltando vozes exaltadas a clamar por sanções contra o Brasil. Ao que parece o projeto de política externa de Lula 3.0 está de fato sendo construído a quente, com ambiguidades e hesitações.

[Versão ampliada de artigo publicado na edição 1254 da revista Carta Capital]

Gilberto Maringoni é professor de Relações Internacionais da UFABC e diretor da Fundação Lauro Campos. Foi candidato do PSOL ao governo de São Paulo (2014).


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