quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Classicos revisitados: A Revolucao dos Bichos, George Orwell

Esse "conto" estava na minha lista para reescrevê-lo, no seguimento de empreendimentos semelhantes que já fiz com o Manifesto de 1848, O Principe de Maquiavel e alguns outros exercícios do gênero.
Alguém se encarregou de retomar o texto, destacando os trechos que tem a ver com sua leitura atualizada. Vale a consulta.

A revolução dos Bichos - George Orwell
Este livro teria sido escrito, inicialmente, para evidenciar a injustiça entre os donos e os escravos. Mas pode ser visto, também, de outra forma: os revolucionários que reagem contra o poder e acabam se tornando exatamente igual àqueles contra quem lutaram, enquanto seus 'companheiros' se tornam seus escravos. Comparem os trechos marcados em vermelho para comparar com o atual governo PTista. Jurema Cappelletti

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS
George Orwell

APRESENTAÇÃO
George Orwell foi um libertário. "A Revolução dos Bichos", em suas metáforas, revela uma aversão a toda espécie de autoritarismo, seja ele familiar, comunitário, estatal, capitalista ou comunista. A obra é de uma genial atualidade. Apesar de tudo o que alguns poucos homens já fizeram e lutaram, ainda estamos e vivemos sob os que insistem em dominar aquém da ética e além da lei. Sejamos diligentes, a luta continua. Um dia conseguiremos distinguir a diferença entre porcos e homens.

Neste link.

O que o Brasil poderia ter feito de melhor? - Paulo R. Almeida

Um último, ops, o mais recente, trabalho publicado:

Brasil: o que poderíamos ter feito melhor, como sociedade, e não fizemos?
Brasília, 9 janeiro 2010, 3 p. Continuidade da série, destacando minhas escolhas para melhorar socialmente o Brasil. Revisto em Shanghai, em 2 de maio de 2010.
Ordem Livre (4 de outubro de 2010; da série “Volta ao mundo em 25 ensaios: 20). Relação de Originais n. 2094; Publicados n. 995.

Início do texto:
A pergunta do título deste ensaio é inerentemente subjetiva, posto que ela expressa preferência por certas realizações nacionais, ou indica, justamente, uma frustração pela sua ausência; são “fatos da vida”, que nunca são de responsabilidade exclusiva de um grupo de pessoas, tampouco, apenas, de governantes do momento ou de “ocupantes” do atual governo (e até de governos passados). Perguntar o que uma nação poderia ter feito de melhor implica dispor de sua própria regra de referência, ou seja, um modelo ideal de sociedade que obviamente não é, nunca é, aquela em que estamos de fato vivendo e da qual participamos como trabalhadores, empresários, responsáveis políticos, artistas, representantes diplomáticos ou simples cidadãos.

Mas a questão pode também ser vista pelo lado objetivo, ou seja, examinar, no conjunto de possibilidades factíveis, comparativamente aferíveis com base nas experiências de outras sociedades, o que, exatamente, o Brasil poderia ter alcançado de melhor, como sociedade e como nação, e que não alcançamos por deficiências nossas, por obstáculos herdados de nossa formação histórica, por dificuldades da natureza ou do meio ambiente externo, enfim, tudo aquilo que poderíamos ter sido e que não conseguimos ser ou fazer. Isso não é difícil: basta coletar indicadores homogêneos e fiáveis de “felicidade” humana, ou seja, nível de renda, educação e disponibilidade de bens e serviços básicos (água potável, saneamento, transportes, comunicações, habitação salubre, segurança alimentar, segurança pessoal, emprego e seguro contra certas coisas desagradáveis – menos a morte e os impostos, claro).

Comparando a situação do Brasil com a de outros países, poderíamos, assim, constatar nosso ‘estado de felicidade relativa’, ou seja, quão mais próximos, ou mais distantes, estamos de países mais ‘felizes’, que são supostamente aqueles países que desfrutam desses serviços básicos em condições normais, onde a longevidade é maior e os riscos inerentes à existência humana foram diminuídos, ao máximo das possibilidades dadas pelo uso das tecnologias atuais (médicas, securitárias etc.). Ainda que se possa dizer, de modo até banal, que dinheiro não traz felicidade, é óbvio que sociedades de renda mais elevada conseguem, sim, satisfazer as necessidades elementares de seus cidadãos, e até provê-los de alguns “supérfluos necessários”.

Esse tipo de exercício comparativo é possível de ser feito, dada a abundância atual de dados. Mas não vou fazê-lo aqui, tanto por limitações de espaço como por ser aborrecidamente repetitivo com vários indicadores existentes no âmbito das Nações Unidas (IDH-PNUD, entre outros). O que eu poderia fazer seria uma exposição eminentemente pessoal sobre o que eu acredito que o Brasil poderia ser, e que ele ainda não é ou não consegue ser, por uma série de fatores “limitativos”. Mas eu sou relativamente otimista ao considerar que poderemos chegar nos objetivos fixados em uma ou duas gerações mais (dependendo do grau de dificuldade do objetivo em questão). O que segue, portanto, é a minha regra de "felicidade nacional", com todas as falhas que podem existir numa seleção subjetiva como a que agora faço.
(...)
Ler a íntegra neste link.

Pausa para... um recorde mundial: 130 esposas, 300 filhos (conhecidos...)

Bem, não dava para não falar deste queniano prolífico, mais prolífico do que Vargas Llosa e todas as suas obras.
Ele deveria ganhar o Prêmio Nobel da demografia...
Paulo Roberto de Almeida

L'histoire
Akuku, kényan, 130 épouses, 300 enfants
Le Monde, 6.10.2010

Il était devenu une légende. Sa réputation dépassait les frontières du Kenya. S'il avait existé une médaille d'or de la polygamie, il l'aurait à coup sûr remportée. Akuku est mort le 3 octobre, à l'âge de 94 ans, après avoir été marié 130 fois et avoir engendré quelque 300 enfants. Si cet homme était un phénomène, c'était aussi en raison de son grand âge, dans ce pays où l'espérance de vie ne dépasse pas 54 ans. Plus d'une trentaine de ses épouses et 55 de ses enfants l'ont d'ailleurs précédé dans la tombe.

C'est en 1939 qu'Akuku se marie une première fois dans son village du district de Ndhiwa, à 370 kilomètres à l'ouest de Nairobi, non loin du lac Victoria. Bien vite, son appétit pour les femmes le pousse à prendre une deuxième épouse, puis une troisième et ainsi de suite jusqu'en... 1997. La dernière élue a 18 ans. Au Kenya, pays majoritairement chrétien, la polygamie n'est pas admise par la Constitution, mais elle est tolérée dans le cadre des tribus et des lois coutumières.

Au fur et à mesure qu'il agrandit sa famille, cet homme presque illettré se révèle un homme d'affaires hors pair. Il crée sa propre société de transports en minibus. Puis il achète des terres et du bétail dont il fait du commerce. Peu à peu, il tisse sa toile dans la région et construit un empire.

Divorcé 85 fois
Du mariage de ses filles, il tire profit, car, sur les dots, il ne plaisante pas... Il fait construire une église et deux écoles pour ses enfants, surveillant de près leur éducation. Il connaît le prénom de chacun et peut dire quelle en est la mère.

L'un de ses fils deviendra médecin, un autre policier. Beaucoup d'autres resteront dans les parages de Ndhiwa, où ils ouvriront des petits commerces.

Jusqu'à la fin de sa vie, Akuku est un personnage courtisé que l'on vient consulter comme un notable. Les politiciens n'ignorent pas le poids de son clan familial. La presse, y compris internationale, ne cessera d'être fascinée par ce champion toutes catégories de la polygamie. Grande gueule et malicieux, Akuku raffole de ces visites et en rajoute à chaque occasion. Faisait-il payer les interviews qu'il accordait ? Deux journalistes du Standard, Barak Karama et Nicholas Anyor, l'affirment, mais ce n'est confirmé nulle part. Une chose est sûre : Akuku savait entretenir sa légende.

"On m'appelle "Danger" car je fais peur aux hommes. Aucune femme ne peut me résister. J'ai toujours été beau garçon, su m'habiller et parler aux dames. Je suis magnétique !", lance-t-il ainsi un jour.

Ce nom de "Danger" ne le quittera plus. Intraitable, Akuku pouvait l'être. Il avait ainsi divorcé de 85 de ses épouses. Pour infidélité. "Je ne peux pas tolérer de leur part une conduite à risque, c'est ma vie qu'elles mettent en péril !, disait-il sans rire. En ces temps de sida, je me dois d'être très strict sur le comportement de chacune."

Florence Beaugé (à Nairobi)

Um outro balanco economico do governo Lula - Antonio Correa de Lacerda

O segundo turno das eleições e a economia
Antonio Corrêa de Lacerda
O Estado de S.Paulo, 07 de outubro de 2010

A realização do segundo turno nas eleições presidenciais deve favorecer o debate econômico. Definida a eleição para o Legislativo e, ainda em 17 importantes Estados, para governadores, isso vai ampliar o foco nas eleições presidenciais e abrir espaço para uma discussão mais aprofundada, especialmente dos problemas econômicos e das alternativas de políticas públicas.

A solidez da base macroeconômica, que combina uma economia em crescimento com inflação controlada, contas públicas administradas e o conforto de um nível recorde de reservas, tem sido importante fator para a calmaria observada no mercado, ao contrário de eleições passadas. Também há um claro amadurecimento do processo democrático, denotado por perfis de candidaturas que representam partidos e coligações com experiência executiva, o que tende a minimizar o fator incerteza.

No entanto, se há estes progressos evidentes, isso não quer dizer que não haja problemas a serem enfrentados na área macroeconômica. Muito pelo contrário, a sustentabilidade do quadro atual somente será viabilizada com mudanças profundas. A falta de "senso de urgência" para as grandes questões tem levado a certa letargia do debate eleitoral. Temos uma nova oportunidade de aprofundar o debate e essa questão não se deve restringir aos candidatos e partidos. As entidades representativas da sociedade, assim como a mídia, devem provocar e estimular mais a discussão dos grandes temas nacionais, assim como as alternativas de políticas.

No que se refere à macroeconomia, embora seja inegável a contribuição do "tripé" superávit fiscal primário, sistema de metas de inflação e regime de câmbio flutuante, que está completando 12 anos de implementação, ainda há muito a ser alterado ou aperfeiçoado. A mudança é mais de ordem qualitativa, mas isso vai exigir a tomada de decisões, sob o risco de a inércia nos levar a uma crise em futuro próximo.

A questão fundamental é ampliar o investimento em infraestrutura e capacidade produtiva para sustentar o crescimento econômico futuro. Isso somente será viável com uma mudança profunda na política econômica. O Brasil enfrentou bem os desafios impostos pela maior crise da economia internacional desde a grande depressão dos anos 1930 do século passado.

Isso foi possível, primeiro, porque a economia brasileira diminuiu significativamente a sua histórica dependência externa de petróleo e recursos financeiros e, segundo, porque pôde contar com e soube utilizar o peso dos bancos públicos e das empresas estatais para implementar medidas que compensaram a queda da demanda internacional, assim como a carência de crédito.

No entanto, apesar desse reconhecimento, há uma acomodação no que se refere à política monetária, excessivamente calcada nos juros elevados, e uma política cambial ainda muito passiva. Ambos os aspectos combinados propiciam um verdadeiro paraíso para arbitragem especulativa no Brasil, em meio a um quadro internacional de baixas taxas de juros e de "guerra cambial".

Para o sistema produtivo se trata de uma combinação catastrófica, por atrofiar o investimento, desestimular as exportações de maior valor agregado e subsidiar importações. Não apenas de maquinário e matérias-primas, como alegam alguns, mas de uma série de produtos que acabam substituindo produção, emprego, renda e tributos locais.

A consequência é que estamos diante de um processo gradual de desindustrialização e um crescente déficit em conta corrente do balanço de pagamentos, que deve atingir US$ 50 bilhões este ano e dobrar em alguns anos, se não houver mudança na política econômica. O que não se restringe exclusivamente à política cambial, mas precisa ser respaldado nas políticas monetária e fiscal. Não estamos diante de uma tarefa fácil, mas de uma tarefa cuja resolução será menos custosa se houver determinação.

ECONOMISTA, DOUTOR PELA UNICAMP, É PROFESSOR DOUTOR DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA PUC-SP

Balanco economico do governo Lula - Paulo R. Almeida

Meu trabalho mais recente publicado:

Uma avaliação do governo Lula: a área econômica
Shanghai, 26 setembro 2010, 9 p.
Espaço Acadêmico (ano 10, n. 113, outubro 2010, p. 38-45; ISSN: 1519-6186).
Relação de Originais n. 2192; Publicados n. 994.

Resumo: Balanço econômico do governo Lula, indicando a preservação dos principais elementos da política econômica anterior e a conjuntura favorável no plano externo que permitiu alavancar o crescimento no Brasil. Ocorreu o crescimento das exportações, mais pelo lado dos valores das commodities exportadas pelo Brasil, do que pelo lado dos volumes, aliás concentrados novamente nos produtos primários. A estabilidade foi mantida, mas o lado fiscal suscita preocupações, devido aos fortes gastos do governo não direcionados a investimentos. O aumento dos déficits em transações correntes pode levar no futuro à desvalorização cambial.
Palavras-chave: crescimento econômico, comércio mundial, valorização cambial.

Trecho:
Economia: avanços e recuos num quadro mundial em transição
O que ocorreu no terreno da economia foi uma combinação – rara, a julgar a partir de declarações anteriores dos “economistas” do partido – de sensatez com “golpes” enormes de sorte. O registro histórico das posições do PT em economia prenunciava o pior possível na frente econômica, a começar por uma desonestidade fundamental em dose dupla: a de inventar a “tese” da “herança maldita” e a de se atribuir méritos por apenas ter continuado a política econômica anterior – que era estigmatizada de maneira totalmente equivocada como “neoliberal” quando o partido estava na oposição.
O tournant neoliberal começou, é verdade, ainda antes das eleições, e isto em razão de um dos casos mais misteriosos (e talvez mais escabrosos) da política brasileira: o assassinato do principal conselheiro econômico do candidato Lula, na pessoa do prefeito de Santo André, prontamente substituído por Antonio Palocci (que conduziu uma verdadeira revolução copernicana nos pressupostos equivocados dos “economistas” do partido). Isso não impediu que a “herança maldita” fosse construída durante a campanha eleitoral, um pouco pela especulação “normal” de Wall Street, outro tanto pelo registro histórico das posições econômicas esquizofrênicas do PT.
O preço a pagar pelas bravatas anteriores foi alto, refletido na elevação imediata dos juros – aliás, pelas mãos do único banqueiro que aceitou servir ao governo do PT como presidente do Banco Central – e numa taxa de crescimento do PIB reduzida a 0,5% em 2003. A humilhação para os militantes da causa da “ruptura” veio também sob a forma do compromisso do ministro da Fazenda com um superávit primário ainda mais elevado do que o anteriormente acordado com o FMI, além da própria continuidade do programa de ajuste e empréstimo com a entidade de Washington, o que certamente aumentou a frustração. Mas a manutenção (e o aprofundamento) da política econômica herdada do governo anterior foi a principal e mais importante realização positiva do governo petista, uma vez que permitiu o clima de confiança que se traduziu no bom acolhimento do governo pelos mercados internacionais, logo materializado na expansão dos investimentos estrangeiros.

Republique des lettres: Vargas Llosa finalmente reconhecido

Um escritor que nunca teve medo de assumir responsabilidade pelas suas posições políticas, um homem não político que escrevia politicamente e que fazia política de modo algo literário (por isso perdeu). Talvez tivesse sido um grande presidente, mas não tenho certeza. Sabe manejar melhor a pluma do que ordens executivas.
Intelectuais não fazem bons líderes políticos, pelo menos os intelectuais sinceros, aqueles que não sabem mentir e que teriam de mentir enquanto políticos.
Foi melhor assim, portanto.
Paulo Roberto de Almeida

Nobel : la surprise Vargas Llosa
Le blog de Pierre Assuline
Le Monde, 7 octobre 2010

C’était celui qu’on n’attendait plus. Celui qui fut si souvent et si longtemps cité commé nobélisable qu’on le disait écarté. Celui dont on ne parlait plus guère à Stockholm en raison de sa réputation d’homme de droite, mal portée ces derniers temps dans les sphères littéraires. Celui qui a reçu tant de prix littéraires en Espagne et en Amérique latine et de doctorats honoris causa ces dix dernières années qu’on les imaginait dissuasifs vis à vis des académiciens suédois. Bref, le péruvien Mario Vargas LLosa, qui a obtenu la nationalité espagnole il y a quelques années, et dont on peut tout dire sauf qu’il n’a pas une oeuvre, forte, puissante, stylée : Conversation à la cathédrale, Pantaléon et les visiteuses, La tante Julia et le scribouillard, Tours et détours de la vilaine f…

Les membres du comité Nobel marquent par ce choix leur volonté. Ils n’aiment illerien tant que surprendre les pronostics. Jamais ils n’ont été aussi secrets que ces dernières années. Même les échotiers suédois, autrefois bien informés, n’obtiennent rien dans les jours précédant l’annonce. Selon leur communiqué, l’heureux élu l’est autant pour sa conception de la carte que pour sa notion du territoire :en effet, ils ont distingué son oeuvre “pour sa cartographie des structures du pouvoir et ses représentations incisives de la résistance, de la révolte et de la défaite de l’individu”.

Le discours de Vargas Llosa lui sera certainement l’occasion de rendre hommage à ses pairs, notamment les écrivains à qui il n’a cessé de payer sa dette, dans de nombreux articles et essais, notamment Juan Carlos Onetti ou encore le Victor Hugo des Misérables. On guettera avec intérêt la réaction de Gabriel Garcia Marquez, l’autre nobel latino-américain vivant, ancien ami devenu ennemi intime.

Quant aux parieurs, ils l’ont dans le baba. Vargas Llosa était donné à 25 contre 1…

================

O comunicado da Princeton University, onde Vargas Llosa está passando um semestre de ensino:

Princeton Distinguished Visitor Vargas Llosa wins Nobel in literature
by Staff of Program of Latin American Studies, Princeton University
Posted October 7, 2010; 07:47 a.m.

Acclaimed Peruvian novelist Mario Vargas Llosa, who is spending this semester as the 2010 Distinguished Visitor in Princeton University's Program in Latin American Studies, has been awarded the 2010 Nobel Prize in literature. He also is a visiting lecturer in Princeton's Program in Creative Writing and the Lewis Center for the Arts.

Vargas Llosa was the only winner of this year's Nobel "for his cartography of structures of power and his trenchant images of the individual's resistance, revolt, and defeat," the Royal Swedish Academy of Sciences said in announcing the award today.

A press conference with the Vargas Llosa is scheduled for 1 p.m. today at the Instituto Cervantes, 211 East 49th St. (between Second and Third Avenues), in New York City. TV crews must arrive by 11:30 a.m. to set up in the institute's auditorium. All media inquiries about the press conference should be e-mailed to Barbara Celis at the Instituto Cervantes.

At Princeton this fall, Vargas Llosa is teaching a course in Spanish on techniques of the novel. He also is teaching a class on Argentine writer Jorge Luis Borges that examines the writer's prose, his techniques and the sources he used in his short stories. Vargas Llosa has had a relationship with the Program in Latin American Studies for several years and taught at the University in 1992. In addition, his literary papers -- including notebooks, correspondence, and manuscripts of novels and other writing -- are housed in Firestone Library.

"Everyone at Princeton is delighted to hear about Mario Vargas Llosa winning the Nobel Prize," said Paul Muldoon, chair of the Lewis Center for the Arts, who is a Pulitzer Prize-winning poet. "He's a visiting professor here just now, and our students have already had a great opportunity to work directly not only with a first-rate writer, of course, but a writer who's been seen to take on social issues directly and decisively. It's important that our students, and the rest of us, are reminded that literature is a real force in the world. It's no accident that Mario Vargas Llosa's next novel features Sir Roger Casement, the Irish activist who, in 1910 and 1911, reported on human rights abuses committed by rubber barons in Peru. I expect to learn more about Casement, rubber and Peru than I would from any conventional history or sociological treatise. That's the glory of what we term 'creative' writing, and the glory of a writer like Mario Vargas Llosa."

Rubén Gallo, a professor of Spanish and Portuguese Languages and Cultures and the director of the Program in Latin American Studies, said the Nobel was "a very well deserved honor" for Vargas Llosa. "For many years we were waiting for him to get the Nobel Prize because he's the most respected and accomplished novelist in Latin America. We are especially happy that this happened during his time at Princeton."

As an author, Vargas Llosa had an international breakthrough with the novel "La ciudad y los perros" (1963; "The Time of the Hero," 1966). This novel, which builds on his experiences in Leoncio Prado, a Peruvian military school, was considered controversial in his homeland. A thousand copies were burned publicly by officers from the school.

In 1975 he was elected to the Peruvian Academy. Vargas Llosa ran for the presidency of Peru in 1990, representing the FREDEMO alliance, but lost the election. In 1994 he was elected to the Spanish Academy, where he took his seat in 1996. In recent years he has lived in Barcelona, Madrid, Lima, Paris and London. He has lectured and taught at a number of universities in the United States, South America and Europe.

Vargas Llosa's well known works include "Conversación en la catedral" (1969; "Conversation in the Cathedral," 1975), "La guerra del fin del mundo" (1981; "The War of the End of the World," 1984) and "La fiesta del chivo" (2000; "The Feast of the Goat," 2001). He is also a noted journalist and essayist.

O chefe sempre tem razao (mesmo quando erra)

Parece piada, mas não é: apenas um editorial do Estadão, sobre esse personagem extraordinário da falta de lógica que é quem vocês sabem...
Acho que não preciso acrescentar nenhum comentário ao surrealismo ambiente...
Paulo Roberto de Almeida

O chefe se exime
Editorial - O Estado de S.Paulo
07 de outubro de 2010

Parece ter sido escrito pelo presidente Lula o Decálogo do Chefe, criação humorística que de há muito corre o mundo. Reza o seu primeiro mandamento que "o chefe sempre tem razão". O segundo determina que, "na improvável hipótese de alguma vez o chefe não ter razão, vale o mandamento anterior". Foi rigorosamente isso que Lula quis transmitir nos encontros de segunda e terça-feira com ministros, governadores e parlamentares eleitos, aliados da candidata Dilma Rousseff.

As reuniões, a propósito, ocorreram no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. Mas, para quem se esmerou em transgredir a legislação antes e durante a campanha, não faz a menor diferença servir-se de novo de um bem público para fins eleitorais.

Tratava-se, na reunião do Alvorada, do que foi considerada uma derrota, apesar da ampla vitória de Dilma nas urnas de domingo: a necessidade de um segundo turno para a decisão final. E entre os correligionários de Dilma ali presentes alguns dos mais importantes atribuíram ao comportamento agressivo de Lula na fase crítica da disputa a migração de uma parcela dos votos dilmistas para Marina Silva.

Os escândalos na Receita e na Casa Civil e a polêmica do aborto fizeram o resto. Por sinal, foi a divulgação das violações do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao tucano José Serra e do balcão de negócios instalado no centro do governo o que levou Lula a voltar-se com esbugalhada hostilidade contra os meios de comunicação. Quando, alertado, trocou a mordida pelo assopro, já no fim da campanha, o estrago estava feito.

A mídia não foi o único alvo da sua ira. Num comício em Santa Catarina, concitou seus comandados à "extirpação" do DEM, aguçando a inquietação daqueles setores da sociedade para os quais nem os êxitos do governo nem a popularidade estelar do seu condutor podem absolvê-lo pelo surto autoritário de que foi acometido. Eis que agora, numa das reuniões no Alvorada, ele invocou, para se justificar, um acerto de contas eleitorais. "Fui muito duro em alguns Estados por onde passei, mas precisava ajudar a eleger alguns senadores", confessou, candidamente.

No íntimo, ele há de saber que a truculência o situou na contramão da sua absoluta prioridade - eleger Dilma. Em público, porém, se conduz de acordo com o segundo mandamento do Decálogo: quando o chefe erra, prevalece a lei de que o chefe jamais erra. Lula, como se sabe, não tolera más notícias, para as quais sempre encontrará um causador que não ele. Assim, tão logo se confirmou que a sucessão ia para o segundo turno, entrou na muda e saiu de cena. Não teve nem sequer a dignidade de aparecer no domingo à noite ao lado da candidata de sua criação - e se manteve em silêncio decerto por mais tempo do que em qualquer outro momento de seu governo.

É do caráter de Lula jamais assumir parcela de responsabilidade pelos erros e fracassos das equipes que comanda - no governo e em campanha eleitoral -, e, por outro lado, assumir com exclusividade os louros por seus êxitos e vitórias.

Por isso, quando recobrou a voz, tratou de avisar que não tinha nada a ver com o que havia acontecido. "Teve sapato alto e clima de já ganhou, no primeiro turno", criticou, cobrando do PT "mais humildade". Logo ele que, no palanque que comandou, foi o único que proclamou a certeza de tal vitória. Não foi apenas para eleitor ver. Muitos dos companheiros a quem se dirigia no Alvorada já tinham ouvido uma vez e outra de sua boca que a sucessão era assunto liquidado. Se, ao fim e ao cabo, der tudo errado, não faltarão culpados - a começar da própria Dilma, que não soube ser simpática com o eleitor. Se der tudo certo, o mérito, naturalmente, será todo dele.

Falta combinar com o eleitorado. A tática petista para o segundo turno terá a volta, de um lado, do Lulinha, paz e amor. De outro, da cantilena de que a ascensão de um tucano ao Planalto abrirá as portas para novas privatizações. A fórmula funcionou no segundo turno de 2006, mas, à parte qualquer outra consideração, não é fácil impingir ao público a visão de um Serra privatista. Afinal, o resultado do primeiro turno mostrou que pelo menos 51,9% do eleitorado conserva sua capacidade de discernimento.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...