quinta-feira, 17 de maio de 2012

A simplificacao da historia e os mitos que nao morrem...

Instalou-se no Brasil uma "Comissão da 'Verdade'". 
Coloco comissão e verdade entre aspas (esta última duplas) porque não acredito que será uma comissão, e sim uma confusão, e que ela não chegará à verdade.
Minha visão é a mais pessimista possível, e não prevejo resultado feliz para os trabalhos dessa comissão, pelo simples fato de que mais da metade de seus membros trabalha, de fato, para culpar um dos lados pelas tragédias do regime militar.
Enquanto a esquerda não assumir sua responsabilidade pelo endurecimento do regime militar, e não fizer sua autocrítica, não teremos verdade no Brasil.
Não tenho nenhum problema em admitir isso, já que fiquei sete anos fora do Brasil durante o regime militar, opositor que eu era da "ditadura". Ditadura, sim, mas os que lutaram contra ela, ou seja nós, não queríamos uma democracia, e sim uma outra ditadura.
Tentei iniciar um esforço de reflexão histórica menos passional sobre esses anos por meio deste texto: 
Falácias acadêmicas, 7: os mitos em torno do movimento militar de 1964, Brasília-Rio de Janeiro, 20 março 2009, 23 p. Continuidade do exercício, tocando no maniqueísmo construído em torno do golpe ou da revolução de 1964, condenando a historiografia simplista que converteu-se em referência nos manuais didáticos e paradidáticos. Espaço Acadêmico (n. 95, abril 2009; arquivo em pdf).
Espero continuar o trabalho...
Paulo Roberto de Almeida 

Reflexões ao léu, 7: A Pequena Estratégia do Brasil


Reflexões ao léu, 7: A Pequena Estratégia do Brasil

Paulo Roberto de Almeida

Andava com saudades de minhas “reflexões ao léu”, e com razão. De janeiro a março de 2011, como se pode constatar pela lista imediatamente a seguir, eu elaborei uma série de reflexões pouco refletidas, seis ao todo, que se destinavam apenas a impedir que ideias esparsas, que de vez em quando “pousam” na minha cabeça, ou “passam” pelo meu cérebro, se perdessem na imensidão conectiva dos neurônios não utilizados ou na vastidão dos espaços em branco do meu cérebro. Geralmente são frases, ou matérias inteiras, que eu leio na internet, que anoto eventualmente em um dos meus Moleskines de algibeira, mas que depois não servem para mais nada, a não ser, justamente, para esses pequenos textos que insistem em pulular na minha frente, mesmo quando tenho milhares de outras coisas para fazer, a começar pela leitura de coisas mais sérias, e pela escrita de ensaios idem. Em todo caso, esses foram, com seus respectivos links para leitura, os seis “exemplares” precedentes desta série, que ficou incompleta, desde mais de um ano:

2235. “Reflexões ao léu, 1: Fukuyama, ‘marxista’, detestado pelos ‘marxistas’”, Uberlândia, 6 de janeiro de 2011, 2 p. Primeiro de uma série, sobre temas diversos, classificando os “marxistas” que detestam Fukuyama de ingratos. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/01/reflexoes-ao-leu-1-fukuyama-marxista.html).
2246. “Reflexões ao léu, 2: sobre as revoltas nos países islâmicos”, Brasília, 20 fevereiro 2011, 4 p. Reflexões sobre as mudanças em curso. Postado no Blog Diplomatizzando  (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/02/reflexoes-ao-leu-2-sobre-as-revoltas.html ).
2248. “Reflexões ao léu, 3: Diplomacia comercial brasileira”, Brasília, 24 Fevereiro 2011, 2 p. Com a implosão da Alca, evitou-se a “destruição” da indústria brasileira, para vê-la ameaçada pela concorrência chinesa. Postado no Blog Diplomatizzando  (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/02/reflexoes-ao-leu-3-diplomacia-comercial.html).
2249. “Reflexões ao léu, 4: o Brasil a caminho de novo desastre econômico”, Brasília, 27 Fevereiro 2011, 2 p. Sobre o crescimento da dívida pública patrocinada pelo governo. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/02/brasil-caminho-de-novo-desastre.html).
2252. “Reflexões ao Léu, 5: Livros e leituras...”, Brasília, 8 Março 2011, 2 p. Quantos livros poderei ler em minha vida: cerca de 5 a 6 mil, no máximo. Blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/03/reflexoes-ao-leu-5-livros-e-leituras.html).
2253. “Reflexões ao Léu, 6: A Grande Estratégia do Brasil”, Brasília, 9 Março 2011, 2 p. Uma estratégia aparente, mas que não vem sendo implementada nos últimos tempos. Blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/03/reflexoes-ao-leu-6-grande-estrategia-do.html).

Pois bem, e por que retomo agora a produção seriada, depois de mais de um ano de interrupção? Apenas porque acabo de concluir uma apresentação que devo fazer na Maison de l’Amérique Latine, terça-feira próxima, 22 de maio, aqui em Paris, para um público que ainda desconheço quem seja – mas certamente será uma audiência rarefeita – a convite de seu diretor, Alain Rouquié, ex-embaixador da França em Brasília, grande conhecedor de nossa história política, do Brasil e da região, que ele já teve a imaginação de chamar de “Occident Extrême”, o que não deixa de ser uma bonne trouvaille...
O tema que ele sugeriu foi este: Rio Branco et la diplomatie brésilienne, d’hier et d’aujourd'hui”, que eu preparei sob forma de apresentação em 25 slides (disponíveis no DropBox: http://dl.dropbox.com/u/4764310/2393RioBrancoMaisAmerLat.pptx). Ao preparar essa palestra, fui naturalmente levado a tratar da estratégia do Barão, em sua época, e a refletir sobre o que ele faria atualmente, se vivo fosse, e encarregado, como se esperaria, das relações exteriores do Brasil. Negligenciando o fato de que ele, quando vivo, já era quase um santo protetor da diplomacia brasileira, uma personalidade incontrastável, incontestável, o “dono” da política internacional do Brasil, além e acima de qualquer presidente, pode-se imaginar que ele atuaria segundo as instruções do presidente de turno, mas com certa latitude de ação, em vista de sua reconhecida competência para certos temas. Mas, vamos imaginar que ele apenas atuaria como um chanceler qualquer, em face dos mesmos desafios ou agendas, que se colocariam a um chanceler, hoje, nas circunstâncias atuais do Brasil, país que deixou de ser simplesmente em desenvolvimento, e um instável crônico na América Latina, para se tornar um “emergente”, um país dotado de pretensões a ter uma influência regional e global. Pois bem, com base nessas premissas, vamos à estratégia do Brasil que eu chamei de pequena.

A primeira estratégia pequena do Brasil, na verdade mesquinha, seria a de ter exibido, durante os oito anos da doutrina do “nunca antes neste país”, uma orientação de política externa não exatamente nacional, mas mais propriamente partidária, para não dizer sectária. Quando o Barão foi convidado para ser chanceler, cargo que ele ensaiou recusar, seja por motivos de saúde, de dinheiro ou qualquer outro, a primeira coisa que ele adiantou era a de que não vinha servir a qualquer partido, a qualquer causa política, mas ao Brasil, em benefício da nação e de seu prestígio na região e no mundo.
Cem anos depois, parece que tivemos não apenas uma diplomacia estreitamente partidária, mas até um chanceler que, talvez insatisfeito por ser “apenas” diplomata, resolveu se inscrever num partido, ou melhor, no partido do poder, o que aparentemente nunca lhe foi exigido como chanceler ou como funcionário de Estado. Mas, como defensor de um governo partidário, ele resolveu se filiar a esse partido. Como todo militante desse partido, como naquelas agrupações religiosas que exigem o dízimo, tem de contribuir com sua cota de boa vontade financeira, o mesmo chanceler escolheu ser conselheiro de algumas coisas, para arredondar o salário, já que o Brasil é hoje um país caro (talvez em função de algumas políticas de pequena estratégia que o mesmo partido aplica). O Barão, provavelmente, desprezaria gestos como esse.

A segunda estratégia pequena que o Barão lamentaria, se hoje contemplasse a diplomacia dos oito anos do “nunca antes”, seria justamente essa tal de “diplomacia Sul-Sul”. O Barão nunca compreenderia, e nunca admitiria, como se consegue ser tão reducionista, tão simplista, tão estreito geograficamente nas escolhas de relacionamento internacional, ele que sempre se bateu para equilibrar as relações do Brasil entre a velha Europa, os EUA emergentes, e a América do Sul, todos tão presentes em nossas relações imediatas. A despeito dessa “aliança não escrita” com os EUA, de que falam alguns acadêmicos, o Barão, na verdade, nunca se deixou prender, ou enredar, numa relação exclusiva, ou privilegiada, com qualquer sócio maior, mas procurava sempre manter equidistância dos grandes centros de poder, das velhas potências coloniais – mas ainda agressivamente imperialistas – e da nova potência que despontava no hemisfério – e já agressivamente imperialista, precisamente. Menos ainda ele compreenderia que o Brasil só tivesse olhos para o seu entorno imediato – claro, porque a África não “existia”, dominada que era pela Europa, e que a Ásia também se debatia na colonização direta e indireta das mesmas potências – e descurasse por completo das relações com aqueles que eram nossos principais mercados e fornecedores de capitais. Ele sorriria com certa complacência antes essas propostas de “nova geografia comercial internacional”, sabedor que, em matéria de comércio, toda e qualquer geografia é boa, desde que se consiga realizar todos os intercâmbios, nos dois sentidos, que interessariam ao Brasil.

Justamente, mesmo se ele tivesse de administrar uma “estratégia Sul-Sul” para o Brasil – fatalidade lamentável que ele certamente se escusaria por completo de iniciar – ele jamais se permitiria ser complacente, leniente, inconsequente ou descuidado em relação aos direitos do Brasil. Ele jamais permitiria, por exemplo, que tripudiassem injustamente sobre nossas exportações – como infelizmente ocorre muito frequentemente com certo vizinho arrogante – ou que, ao arrepio de tratados bilaterais e de contratos internacionais, outros vizinhos inconsequentes invadissem nossas propriedades legítimas para esbulhar-nos de nossos direitos, rasgando unilateralmente compromissos que tinham sido solenemente contraídos anteriormente. Por muito menos ele fez deslocar tropas para proteger nacionais ameaçados de maus tratos; ainda que não fosse o caso de fazê-lo em todas as circunstâncias, o Barão certamente teria sido bem mais vigoroso na reação a certos atos de expropriação ilegal. Por exemplo: ainda que confrontado a uma declaração inevitável de expropriação de bens nacionais, ele JAMAIS assinaria uma nota na qual se reconhecia o direito soberano de outro país de, sem a cortesia de sequer um alerta preliminar, expropriar sem negociações ou consulta prévia propriedades nacionais, em total desrespeito às normas do direito internacional e à letra de tratados que constituíam obrigações para as duas partes. Ele certamente consideraria certas atitudes registradas nesses tempos caóticos de diplomacia confusa não só como marcas de uma pequena estratégia, mas como uma demonstração cabal de uma estratégia vergonhosa.

A mais forte razão, o Barão se guardaria escrupulosamente, e faria com que o seu presidente também observasse esse tipo de recato, de jamais interferir nos assuntos políticos internos de outros países, seja demonstrando apoios eleitorais indevidos, seja adiantando preferências ideológicas ou ainda rompendo normas e costumes de direito internacional e de relações diplomáticas. A melhor forma de manter boas relações com quaisquer vizinhos – mesmo os mais turbulentos – e com todo e qualquer país da comunidade internacional é manter reserva total quanto aos assuntos internos desses outros países, mesmo quando se possa, em privado, manter preferência por um outro personagem da vida política que possa ter influência nas relações com o Brasil. Expressar publicamente interesse nesse tipo de assunto é a mais pequena estratégia que o Barão poderia conceber, e isso ele deixou registrado em vários escritos públicos.

Finalmente, o Barão tampouco consentiria em dividir o processo de tomada de decisão em múltiplas cabeças, em fracionar o comando da diplomacia em diversos centros independentes de formulação e de execução de uma política nacional, como deve ser a política internacional de um país. Consciente, provavelmente, de que a política externa é uma espécie de política interna por outros meios, e sabedor de que a diplomacia, como a arte da guerra, exige unidade de formulação, de decisão e de implementação das ações requeridas, ele obstaria por completo a qualquer fragmentação da atuação diplomática do Brasil em unidades separadas de atuação. Já ao assumir a chefia do Ministério, e confrontando-se com a provecta figura de Cabo Frio, ele apressou-se em inaugurar um busto em homenagem a essa magnífica figura do Império, como forma de afastá-lo dos assuntos correntes, encaminhando-o a uma merecida aposentadoria que ainda tardou a acontecer. Independentemente desses dissabores, ele jamais consentiria, por exemplo, que dirigentes partidários, representantes de interesses especiais, neófitos palacianos ou quaisquer outros aprendizes de diplomatas lhe viessem sugerir esta ou aquela política em matérias que fossem de sua competência exclusiva. Como “general” da diplomacia, ele sabia que comando não se divide: ou se assume, ou se assiste a confusão predominar em temas que têm a ver com a segurança nacional.

Enfim, falamos da “pequena estratégia” que o Barão não teria, e não poderia ter, para as relações internacionais do Brasil, cem anos depois de sua morte, se por acaso voltasse ao nosso convívio; faltou falar, positivamente, da grande estratégia que ele poderia exibir na atualidade. Mas isso fica para uma outra ocasião...

Paris, 2394: 18 Maio 2012

O G8 menos 1: G7 + 0,5 (Russia): que tal voltar ao G5?

Complicadas essas decisões que se tomam com base em eventos de pura conjuntura. Depois fica difícil voltar atrás...
Paulo Roberto de Almeida

The No-Show

Dmitri TreninFOREIGN POLICY, MAY 11, 2012


PutinRussian President Vladimir Putin's decision not to attend the G-8 summit and send Prime Minister Dmitry Medvedev as a stand-in has been seen by many as a bold snub to Washington and has raised important questions about the Russian leader's motivations. Beyond that looms the larger, and much more important, question about the future of Russia's foreign policy and its relations with the West. What if Putin's real motives, however, are exactly as advertised by his Kremlin aides -- that he needs to focus on forming a new government at home? If that's true, it offers a remarkable insight into the process of power balancing among the clans that make up Russia's cabinet. Either way, it's a hell of a way to begin a new term.

Unlike Putin and Medvedev's announcement last September that they had long planned to swap places, the G-8 decision must have been made only in the last few days. When Putin announced that he would not attend the May 20-21 NATO summit in Chicago, he did confirm for the May 18-19 G-8 summit, which was then moved to Camp David by Barack Obama's administration. Until early May, U.S. and Russian diplomats were working hard on the Obama-Putin meeting to be held at the White House on the margins of the G-8 summit. Putin's public statements on the eve of his May 7 inauguration indicated his willingness to work with the United States on matters of mutual interest and even "go really far" in that direction, as his foreign-policy aide put it. For that, of course, Putin requires a working personal relationship with Obama, the current and likely future president of the United States. Snubbing him would make no sense.
So, something must have happened quite recently to make Putin change his mind. Of recent developments, two things stand out: the demonstrations in Moscow on the eve of and on Inauguration Day and the remarkable tardiness in the shaping of the "Medvedev cabinet." The May 6 clashes with the police in the streets of Moscow added more bad press to Putin's mountain of criticism in the Western media. Were he to show up at the White House, he would run the risk of being asked uncomfortable questions at a Rose Garden news conference. Putin's irritation with the U.S. government's support for Russian NGOs active in election monitoring is well known, as is his criticism of Secretary of State Hillary Clinton and the State Department. The no-show at the media-heavy ritual of the G-8 summit, most of whose leaders congratulated Putin on his reelection only grudgingly or skipped congratulations altogether, thus appears to be a retaliatory strike.

It probably was not. Putin is anything but media-shy. In your face is what he likes. The May 6 Moscow "march of millions" attracted fewer people, despite the fine weather, than the massive February event a month before the presidential election, held in bitter cold. The march had no effect on Putin's inauguration and was overshadowed on the world scene by the French and Greek elections that same weekend. Western criticisms notwithstanding, Putin feels a winner -- and he certainly looked that way on election night. If anything, he likely would enjoy the spectacle of coming back to claim his place among the world's most powerful leaders, in spite of all the hopes, entreaties, and admonitions that he would not. Doing that in the United States, in particular, would have been a personal triumph and humiliation of his foreign foes.

But what looked initially a technical exercise -- forming the new cabinet -- appears less of a formality. Moscow is awash with contradictory rumors about who's in and who's out, and the general confusion is palpable. The truth is, the Russian government is a coalition, but not of political parties (which are insignificant as far as actual governing goes) as much as of the country's most powerful clans -- a diverse group that ranges from the titans of energy, metals, or other branches of industry to the captains of state-owned enterprises; from Putin's friends, Boris Yeltsin's old family, and Medvedev's classmates to the power players in St. Petersburg, Moscow, and other regions.

The cabinet is not so much about policy as such, but about to whom and where money flows. Who controls what is essential to stability within the Russian elite who rule and own Russia at the same time. Arbitrating, brokering, and ultimately deciding the who and what in this situation is not something the new and once-again prime minister, Medvedev, can do alone. In a system where manual control takes the place of institutions, Putin is irreplaceable. The irony of the prime minister being sent on a mission abroad while the president single-handedly pulls the strings and forms his government for him underlines their respective roles -- and Medvedev's puppet status.

Putin's decision to stay away from Camp David means that he is putting the stability of his power structure above his diplomatic engagements abroad. This is not unusual for politicians. It also suggests, however, that striking the proper balance among the clans has become more difficult. If Putin, in his 13th year in power, is finding this a tricky task, the future of manual control does not seem bright.

Increasingly, Moscow's elites may think of turning to a more institutionalized method of balancing -- something of an agreement on the rules of the game, and an agreement, of course, to police that agreement -- so as to prevent any one clan from gaining too much power. When this happens, Russia's current absolute monarchy will evolve into a limited one. Putin believes, however, that Russia, in his time, can only be held together from above by a popular leader: himself. Call it authoritarianism with the consent of the governed.

Even if Putin's decision was primarily dictated by domestic concerns, his no-show will have foreign-policy implications. The G-8, which many in the West see as flawed because of Russia's membership -- and perhaps as overtaken by the economic realities of a changing world, better reflected in the G-20 -- is also being downgraded in the Kremlin's eyes. (Throughout the 1990s, the G-7+1 was the formula for Russian participation, but this was changed to the G-8 by U.S. President Bill Clinton in 1998.) For Moscow, this is less a symbol of Russia's "belonging" to the global leadership team and more of a privileged contact zone, giving Russians access to the West, but without an obligation to align with it.

In the G-20, Russians are less conspicuous, but are also less put on the spot. The fact that Putin has decided to attend the G-20 summit in Las Cabos, Mexico, in June does not mean that he values the larger gathering more. Putin, the ultimate transactional politician, frankly hates international jamborees, seeing them as a waste of time. Mexico would have been a perfect destination for Medvedev, if only Putin had been able to travel to Camp David. Instead, now he has to make the trip in order to meet the only person whom he really wanted to talk to on the canceled trip to the United States: Barack Obama.

Much has been made in the media that Putin is now scheduled to visit China before he sees Obama in Mexico. There is less here than meets the eye, however. China and the United States are both hugely important to Russia, and an early visit to China -- to attend the summit of the Shanghai Cooperation Organization -- makes a lot of sense, especially in view of political developments there ahead of the leadership change this October. Putin is unlikely, however, to build an axis with Beijing to spite Washington. Any remake of the Sino-Soviet alliance would just bring more trouble to the two countries than help advance their common interests, and it would be immensely awkward to operate.

With Putin formally back in the Kremlin, Russia's foreign policy will probably focus on gaining global expertise for domestic economic modernization, helping large international companies buy into Russia, promoting a form of global governance that would balance the West's dominance by means of such formal bodies as the U.N. Security Council and such informal ones as the BRICS, and protecting Russian security interests against threats both real and perceived, such as U.S.-NATO missile defense in Europe, by means of a massive rearmament program. Putin needs a meeting with Obama to determine how much alignment on these issues there can be between the two of them -- and how much he can get away with. Medvedev, at Camp David, will simply be on a reconnaissance mission.

A frase da semana, do mes, de sempre...

Pelo menos para mim, que é minha frase preferida.
Ainda não me ocorreu o vaticinado pelo grande escritor espanhol -- que por pouco não teve o cérebro e todo o resto ressecado numa prisão moura -- mas um dia isso pode me vir a ocorrer, se continuar exagerando: 


Y así, del poco dormir y del mucho leer se le secó el cerebro, de manera que vino a perder el juicio
Cervantes

Caro leitor: voce conseguiria gastar 160 mil por mes?

Vejamos: talvez indo três vezes no mesmo mês a Paris, em voos de 1ra classe, se hospedando no Hotel Crillon, comendo caviar Beluga todas as noites e fazendo compras para suas duas mulheres (sim, uma só, acho que seria pouco para gastar tudo isso) na rue de Rivoli e na Place Vendôme, enfim, esticando duas vezes a New York, no Astoria e nas boutiques da 5th Avenue...
Acho que dá, sim, mas precisa fazer certo esforço, senão vai sobrar...
Claro, sempre tem os clochards de Paris e os homeless de NY, que não reclamariam se recebessem 1.000 euros ou 1.300 dólares de esmola...
Paulo Roberto de Almeida 

Sonia Racy
O Estado de S. Paulo - 17/05/2012

José Maria Marin rebate acusação de que teria elevado o próprio salário na CBF – de R$ 90 mil para R$ 160 mil.

Segundo fonte da confederação, o aumento ocorreu antes de ele assumir a presidência.

Uma duvida cruel: Facebook e os altermundialistas...

Quando eu leio notícias como esta, abaixo transcrita, eu me pergunto o que pensam, como reagem, o que fazem com esse tipo de ferramental, todos aqueles órfãos do socialismo, os altermundialistas da ATTAC, os antiglobalizadores do Fórum Social Mundial, enfim, os anticapitalistas e antimercado de sempre, que inevitavelmente, a cada encontro ruidoso (e inútil), estão sempre protestando contra a globalização capitalista, perversa e desigual, assimétrica e empobrecedora, causadora de desemprego e vários outros desastres sociais, etc...
Mas, será que eles estão usando o FaceBook também? Oh dúvida cruel: como usar um típico instrumento do capitalismo globalizado e protestar contra esse mesmo capitalismo globalizado?
Respostas para este espaço democrático e aberto a todas as correntes sensatas...
Paulo Roberto de Almeida 



Facebook Raises $16 Billion in I.P.O. That Values It at $104 Billion
As investors raced to get shares, whose price Facebook set at $38 each, the sprawling social network raised $16 billion on Thursday in an initial public offering.
The I.P.O. signals a rapid evolution for the company. In just eight years, Facebook has gone from a scrappy college service founded in a Harvard dormitory to the third-largest public offering in the history of the United States, behind General Motors and Visa.
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Thiago de Melo: ja que estamos na literatura...

Meu amigo Mauricio David me envia este belíssimo poema do laureado poeta.
Aliás, não é bem um poema, e sim um manifesto pessoal, uma declaração ao mundo do significado da sua produção, do sentido do seu trabalho, dos seus objetivos de vida.
Com toda dignidade, como incumbe aos que falam a verdade...
Paulo Roberto de Almeida 

Canto do meu canto
Thiago de Mello

Escrevi no chão do outrora 
e agora me reconheço: 
pelas minhas cercanias 
passeio, mal me freqüento.

Mas pelo pouco que sei 
de mim, de tudo que fiz, 
posso me ter por contente, 
cheguei a servir à vida, 
me valendo das palavras. 

Mas dito seja, de uma vez por todas, 
que nada faço por literatura, 
que nada tenho a ver com a história, 
mesmo concisa, das letras brasileiras. 

Meu compromisso é com a vida do homem, 
a quem trato de servir 
com a arte do poema. Sei que a poesia 
é um dom, nasceu comigo. 

Assim trabalho o meu verso, 
com buril, plaina, sintaxe. 
Não basta ser bom de ofício. 
Sem amor não se faz arte. 

Trabalho que nem um mouro, 
estou sempre começando. 
Tudo dou, de ombros e braços, 
e muito de coração, 
na sombra da antemanhã, 
empurrando o batelão 
para o destino das águas. 

(O barco vai no banzeiro, 
meu destino no porão.) 

Nada criei de novo. 
Nada acrescentei às forma 
tradicionais do verso. 
Quem sou eu para criar coisas novas, 
pôr no meu verso, Deus me livre, 
uma invenção.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...