terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Politica energetica companheira: do vinho para o vinagre (e piorando...) - Editorial Estadao

Os companheiros, não é exagerado dizer, são como o rei Midas, mas ao contrário: tudo o que tocam vira...
Enfim, sei que a piada é antiga, mas ela me veio espontaneamente, ao ler este editorial do provecto (e bota velhice nisso, conservador, além do mais, neoliberal, ao que parece) Estadão, um jornal decididamente implicante com os companheiros.
Mas, por que é que os companheiros se empenham tanto em estragar tudo o que tocam?
Se eles fizessem as coisas certas, os representantes do PIG, e o Estadão é um deles, não teriam nada a dizer contra eles. Ou será que estes argumentos, baseados em evidências, não valem?
Respostas para a Editoria do Estadão...
Paulo Roberto de Almeida

As usinas estão parando

25 de fevereiro de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Soam como zombaria as palavras pronunciadas há seis anos pelo então presidente Lula, quando - ao comentar o memorando de cooperação para a produção de álcool combustível que ele e o presidente americano George W. Bush acabavam de assinar - afirmou que se abria, então, "um novo momento para a humanidade". O ex-presidente dizia que Brasil e Estados Unidos, os dois países líderes na produção de biocombustíveis, estimulariam a produção global de etanol, dando assim "uma contribuição inestimável para a geração de renda, para a inclusão social e para a redução da pobreza em muitos países". A política energética dos governos chefiados pelo PT, primeiro o de Lula e agora o de Dilma Rousseff, agravou os problemas enfrentados pelos produtores de etanol no País e levou a uma crise que, mesmo se enfrentada adequadamente, demorará para ser debelada.
Nos próximos dois ou três anos, 60 das 330 usinas de açúcar e de etanol da região Centro-Sul, que respondem por 90% da cana-de-açúcar processada no País, encerrarão suas operações ou serão vendidas, como mostrou reportagem do Estado. A previsão é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Por dificuldades financeiras, pelo menos dez usinas não processarão a safra 2013/2014.
Desde 2008, quando começou a crise mundial, não se anunciou nenhuma decisão de instalação de novas usinas. Quatro unidades devem entrar em operação até 2014, mas seus projetos estavam decididos antes do início da crise. Em compensação, 36 usinas entraram com pedido de recuperação judicial e 40 foram desativadas. Só em 2012, o setor fechou 18 mil postos de trabalho.
A dívida das empresas do setor, no final da safra 2013/2014, deverá chegar a R$ 56 bilhões, R$ 4 bilhões mais do que o total apurado no final da safra anterior e pouco abaixo do faturamento projetado para as usinas do Centro-Sul, de R$ 60 bilhões.
É um quadro totalmente diferente daquele anunciado pelo governo, segundo o qual o Brasil se tornaria referência e líder mundial na produção de etanol de cana. Para provar isso, o Brasil precisou convencer os grandes países consumidores - os da Europa e os Estados Unidos, sobretudo - de que o etanol de cana-de-açúcar brasileiro era um combustível avançado e de alta produtividade. O acordo entre os governos brasileiro e americano foi um passo importante na consolidação da imagem do etanol brasileiro. O americano é produzido a partir do milho, e o uso intensivo desse cereal na produção de álcool impulsiona sua cotação internacional.
A crise mundial afetou a capacidade financeira das usinas brasileiras. Investimentos em novas unidades e ampliação das existentes foram suspensos, não foram plantadas as novas áreas necessárias, a produtividade caiu e o Brasil perdeu a condição de produtor de menor custo. A produção de cana e de álcool, que cresceu cerca de 10% ao ano entre 2004 e 2008, diminuiu no ano passado, enquanto a de veículos aumentou 3%.
O congelamento do preço do combustível no mercado interno, imposto pelo governo para conter a inflação, resultou em perdas severas para a Petrobrás e tornou o etanol ainda menos competitivo. As usinas adaptadas para isso passaram a produzir mais açúcar, cujo preço internacional é mais compensador do que o do etanol. A política do governo tornou mais grave uma crise que já era difícil para o setor, por causa de problemas financeiros e também da ocorrência de uma seca severa entre 2010 e 2011.
Ironicamente, essa crise se tornou mais grave justamente no momento em que, como o Brasil sempre reivindicou, as usinas brasileiras poderiam estar livremente abastecendo o mercado americano, pois, por problemas fiscais, o governo de Washington eliminou o subsídio ao etanol de milho e a sobretaxa sobre o etanol importado.
A correção do preço do combustível e o aumento de 20% para 25% do porcentual do etanol na gasolina tendem a melhorar a situação das usinas. Mas são medidas de curto prazo. O setor carece de segurança para investir, o que depende, entre outros fatores, de definição clara do governo sobre o papel do etanol na matriz energética, por exemplo.

Keynesianos de todo o mundo, desuni-vos, pois o mar nao esta' para austriacos... - Stanley Fischer

Belo artigo, este transcrito abaixo, mas mais como digressão literária do que receita para a solução dos problemas econômicos.
    Deve-se sempre desconfiar desses elogios exagerados a grandes homens: eles vao falhar de alguma forma em face da realidade.
    Como disso o próprio Fischer:
    Fischer tackled John Maynard Keynes’s “The General Theory of Employment, Interest, and Money.” “I was immensely impressed,” he said, “not because I understood it but by the quality of the English.”

    Acho que ele tem razão: Keynes foi um grande escritor inglês...

Paulo Roberto de Almeida 

Stan Fischer saved Israel’s economy. Can he save America’s?

Stanley Fischer is the governor of the bank of Israel. Could he play the same role here? (Simon Dawson/Bloomberg)
Stanley Fischer is the governor of the bank of Israel. Could he play the same role here? (Simon Dawson/Bloomberg)
Every August, central bankers from across the globe, who collectively pull the levers of the world economy, descend on Grand Teton National Park in Wyoming. They enjoy a symposium of big economic ideas and strenuous afternoon hikes. At one of their dinners a few years ago, Federal Reserve Chairman Ben S. Bernanke looked around at some fellow titans of finance.
“Do you know what everyone at this table has in common?” he mused. “They all had Stan Fischer as their thesis adviser.”
Stanley Fischer, who this month announced that he will step down as governor of the Bank of Israel, is one of the most accomplished economists alive. Any one of his past jobs would be a crowning achievement in an economist’s career.
As a professor at MIT — arguably the best economics department in the world — he helped found a school of economic thought that has come to dominate departments across the country. He also advised an all-star crew of grad students who went on top jobs in the policy world, including Bernanke, European Central Bank President Mario Draghi and former chief White House economist Greg Mankiw.
As the No. 2 official at the International Monetary Fund, he helped contain the Asian economic crisis of 1998. As a vice chairman at Citigroup, he ran all work for public-sector clients at what was at the time the world’s largest bank.
And in 2005, Israeli Prime Minister Ariel Sharon and Finance Minister Benjamin Netanyahu picked him to lead the central bank of a country he had previously only visited. No matter — Fischer’s results were more than enough to assuage any doubts. No Western country weathered the 2008-09 financial crisis better. For only one quarter — the second of 2009 — did the Israeli economy shrink, by a puny annual rate of 0.2 percent. That same period, the U.S. economy shrank by an annual rate of 4.6 percent. Many countries, including Britain and Germany, fared even worse. While they were languishing, by September 2009 Fischer was raising interest rates, all but declaring the recession defeated.
It’s fair to say he’s been embraced by the Israelis. Upon his resignation, Meirav Arlosoroff of the liberal daily Haaretz newspaper wrote that he is a “leader in whom the Israeli public had absolute trust” who “stood amid all the financial and leadership chaos like a fortress of stability, logic, level-headed judgment and international reputation.” Both Netanyahu and opposition leader Shelly Yachimovich lavished him with praise.
So what’s next? Fischer is in apparent good health at age 69. He has retained his American citizenship and deep ties to the United States. He was a candidate to lead the Federal Reserve Bank of New York in 2003 (Timothy F. Geithner got the job instead), and the failure of his 2011 bid to run the IMF was attributed in many circles to his being “too American” for a job traditionally reserved for a European.
His former advisee Bernanke will end his term as Fed chair in January 2014. Could the teacher follow the student? Could Fischer move from Jerusalem to Washington? It’s not as crazy as it may sound; the market for top central bankers is increasingly global, most vividly illustrated by the November selection of Bank of Canada governor Mark Carney to lead the Bank of England. In this post-crisis era, the job of a central banker requires someone who is simultaneously a brilliant economist, regulator, diplomat and politician. Among Fed watchers, there is quiet, off-the-record talk that that person might be Fischer.
Paul Samuelson, the Nobel-winning economist whose textbook inspired Fischer to become an economist. The two would come to know each other when Fischer joined MIT, first as a grad student and then as a faculty member. (Daniel Lippitt / AP)
Paul Samuelson, the Nobel-winning economist whose textbook inspired Fischer to become an economist. The two would come to know each other when Fischer joined MIT, first as a grad student and then as a faculty member. (Daniel Lippitt / AP)
Astride the divide
America is Fischer’s adopted homeland: He was born in Mazabuka, a medium-size town in Northern Rhodesia, now Zambia. At 13 he moved to Southern Rhodesia (now Zimbabwe), where he stayed until heading to the London School of Economics.
Fischer had originally intended to study chemistry, but in his last year in Africa he discovered his eventual field. “I was told by my parents I should really do something useful when I grew up,” he said in an interview. “And the older brother of a friend of mine had just come back from the LSE. So he showed me Samuelson, gave me some tutorials, and I was hooked.” That would be Paul Samuelson — famed textbook author, Nobel laureate, and professor at MIT.
Around the same time, Fischer tackled John Maynard Keynes’s “The General Theory of Employment, Interest, and Money.” “I was immensely impressed,” he said, “not because I understood it but by the quality of the English.”
He went to MIT for his doctorate, banging out a PhD in three years and then landing an assistant professorship at the University of Chicago. When Fischer arrived in Hyde Park in 1969, a chasm was about to open between Chicago, along with its peers near the Great Lakes — schools like Carnegie Mellon University and the University of Minnesota — and coastal powerhouses such as the University of California at Berkeley, Harvard, and, perhaps most notably, MIT. The divide, known as the “saltwater-freshwater dispute,” was sparked when one of Fischer’s Chicago colleagues, Robert Lucas, launched an aggressive critique of Keynesian economics.
As Lucas saw it, the Keynesians had split economics in half: microeconomics, which posited that consumers and firms made rational economic choices to maximize their own welfare, and macroeconomics, which said that mercurial swings occurred in the economy as a result of the choices made by those same actors. When they panicked and stopped spending, recessions occurred. Once they were reassured, the economy recovered.
This didn’t make any sense, Lucas argued. Why would rational individual choices add up to irrational changes in the economy as a whole? When Keynesian theories struggled to make sense of the 1970s paradox of slow growth and high inflation, Lucas’s argument struck a chord.
Fischer was one of the few figures at the time with bona fides on each side of the argument. He was at Chicago when Lucas formulated his critique, but had MIT’s Samuelson on his dissertation committee, and in 1972 returned to that department as a professor. Perhaps as a consequence, his students remember him as an unusually diplomatic presence during the decade’s theory wars.
“Stan was very much an open-minded adviser,” said Mankiw, who now chairs Harvard’s economics department. “He wanted students to think broadly and take progressive points of views he didn’t necessarily agree with.”
“He was not fundamentally a rat-exian,” Bernanke said, invoking the derogatory slang that Keynesians used to describe Lucas and his theory of “rational expectations.” “He was basically a Keynesian in his instincts, so he got along just fine with Samuelson and [fellow MIT professor Robert] Solow.”
The fruit of Fischer’s effort to integrate the two approaches is known today as “New Keynesian” economics. It is the dominant approach in most leading economics departments, with Mankiw, Bernanke, IMF chief economist Olivier Blanchard and many others contributing to the movement.
But Fischer was arguably first out of the gate. He helped originate the argument that “sticky prices”— that is, practical impediments to changing prices for goods, such as the expense of printing a new restauarant menu — mean that even rational, self-interested businesses and consumers can make choices that add up to an economy much like the one Keynesians describe.
Fischer, Bernanke said, wrote “one of the very first papers that had both sticky prices and rational expectations in it.” By doing this, Fischer had in effect united the two sides of economics. “I still think Keynesian economics is extremely important, and if anybody didn’t think so, this crisis should have made them rethink,” Fischer said in an interview.
Fischer also retained respect for his old Chicago colleague Milton Friedman, who shared some of Lucas’s ideas. In the late ’70s, Fischer urged one PhD advisee to take a look at Friedman and Anna Schwartz’s “A Monetary History of the United States,” a revisionist history that blamed the Federal Reserve for the severity of the Great Depression. More decisive monetary policy, they argued, could have cauterized the wound.
“I was struck that monetary policy was so consequential,” that advisee, Bernanke, said recently. “It was critical to the Great Depression. It had played a key role in the 19th century. So he had a lot to do with getting me interested in monetary economics and economic history.”
The man who would spend his Fed chairmanship flooding the economy with dollars to try to prevent a second Great Depression first learned how to do it from Friedman and Schwartz. And he learned about Friedman and Schwartz from Fischer.
Abandoning the pinnacle
Using aggressive currency devaluation, Stan Fischer helped Israel achieve a much shallower recession, and thus faster recovery, than the U.S. (Data: OECD)
Using aggressive currency devaluation, Stan Fischer helped Israel achieve a much shallower recession, and thus faster recovery, than the U.S. (Data: OECD)
People don’t give up tenured spots in the MIT economics department. It’s one thing to take a few years’ sabbatical to take a policy job, as Fischer did from 1988 to 1990 when he served as the World Bank’s chief economist. But it’s quite another to resign such a post permanently, as Fischer did in 1994 when he joined the IMF as its second-in-command.
He was recruited by Lawrence H. Summers, who had gotten his first academic job at MIT on Fischer’s recommendation, and who was at that point undersecretary of Treasury for international affairs. “We in the Treasury thought it was obvious that the strongest possible person for that position was Stan Fischer, and urged his appointment on the IMF,” Summers said.
“I remember being struck. As a young, rising 30-year-old academic, my idea of the pinnacle of achievement was a tenured professorship at MIT or Princeton,” Bernanke said. “But I think from Stan’s point of view, it was just one other thing that he wanted to do.”
Mankiw, who led the Council of Economic Advisers under George W. Bush, sees the appeal.
“He came back to MIT briefly between the World Bank and the IMF, and I happened to be visiting that year, and I got the sense he was a little impatient with academics,” Mankiw said. “When people come back from policy jobs, the pace of academics can seem slow and the things people debate can seem arcane.”
Fischer’s seven-year tenure, ending in 2001, came at a particularly rocky time for the IMF. The “structural adjustment” programs of tax increases and budget cuts it had recommended to developing countries had led to a political backlash, and anti-globalization activists began to regularly protest its meetings. Colleagues remember Fischer as a believer in IMF policies, but one who took critics’ voices into account.
“When he interacts with you, he starts with the assumption that he can learn a lot from you,” said Mohammed El-Erian, who leads the bond fund PIMCO and served at the IMF with Fischer. “He doesn’t intimidate you with his brilliance, he engages you with his brilliance.”
During Fischer’s tenure, he had to confront both the 1994 Mexico and 1998 Asian financial crises. The IMF contained both problems, preventing global meltdowns, although success came at a high cost. Without Fischer’s diplomatic skills to broker necessary deals, El-Erian said, things could have gotten much worse.
Others are more skeptical. The Asian crisis in particular entailed real economic pain: Thailand’s stock exchange lost 75 percent of its value amid huge layoffs. Indonesia’s economy shrunk an astonishing 13.5 percent in 1998 alone.
But Fischer’s allies argue that he fought against the IMF’s worst tendencies at that moment. Summers, who at the time was deputy secretary of the Treasury, recalls working closely with the IMF and credits Fischer with resisting an early IMF instinct to demand tough austerity measures of affected countries.
Fischer left the IMF in late 2001, and some months later joined Citigroup in New York as a vice president. Three years into that role, in 2005, he was offered the post of governor of the Bank of Israel. At the time, Israel’s central bank was highly centralized, with the governor having near-absolute power to pursue whatever policy course he wished. Fischer accepted. Though he did not relinquish the U.S. citizenship he had held since 1976, he became an Israeli citizen upon arrival, in accordance with the law of return for non-Israeli Jews.
It was not, however, Fischer’s first time living in Israel. He had taken frequent vacations and sabbaticals to the country with his wife, Rhoda, throughout his academic career. Nor was it his first time providing it with academic expertise. In the mid-1980s, when he was at MIT, he advised the Israeli government on how to extricate itself from its inflation crisis. Later that decade, he — along with Anna Karasik, Leonard Hausman and the Nobel laureate Thomas Schelling — was part of a project attempting to put together economic solutions to the Israel-Palestine conflict.
That culminated in a book, “Securing Peace in the Middle East,” in which Israeli and Palestinian economists, representing their governments, agreed on a plan to eliminate restrictions on Palestinian employment in Israel, to transfer of control over Gaza and the West Bank to the Palestinians, and to implement a system of free trade in the region.
The recommendations closely resembled the eventual form of the Oslo peace agreement between Israel and Palestine.
“According to the leaders of the PLO, the book served as the first concrete piece of evidence to them that Israelis would work with them as equals,” Hausman said. Fischer’s work, he said, was “the interpersonal and intellectual basis for the Israeli-Palestinian economics agreement that was signed in Paris in April 1994.”
Hausman remembers Fischer mostly as a fiercely competent and easy-to-work-with project leader, but identifies a passion for the subject as well. “Israel, I think, always was a big part of his heart and mind,” Hausman said. “But also, Stanley was and is a big believer in Israeli-Palestinian and Israeli-Arab peace on reasonable terms.”
Fischer remembers the process fondly. “I had never worked with Palestinians before,” he said. “I learned that if you want to work well with people with whom you disagree, it’s important to frame problems as merely technical ones.”
The Israeli economy that Fischer took over in 2005 was a world apart from the one he advocated in the early ’90s. The security wall meant that West Bank residents could no longer work in Israel with any ease. Since 2008, Gaza has been cut off from not just the Israeli economy but also from the world. Nevertheless, Fischer has retained his popularity among Arab colleagues. Hausman points out that Arab countries were a major base of support for Fischer’s unsuccessful 2011 bid to lead the IMF — rather remarkable for an Israeli candidate.
Being governor of a small country’s central bank during a worldwide financial crisis isn’t anyone’s idea of a fun job. Israel, like many other nations, was hit with the consequences of screw-ups made on Wall Street and in Washington. U.S. policymakers could have, in theory, prevented the crisis; at his post in Israel, Fischer had no such ability. But Fischer had a weapon of his own: the shekel. Central banks generally have a lot of control over how much their countries’ currencies are worth relative to others. And reducing a currency’s value increases a country’s exports, which can often lead to economic growth.
Big central banks tend to be cautious about using that lever. If Bernanke halved the value of the dollar relative to, say, the Chinese yuan, that would dramatically increase U.S. exports and probably economic growth, too, but it would also wreak havoc with the global financial system. Every dollar-denominated asset in the world, including all manner of bonds, would plummet in value.
It’s less risky for small countries. There aren’t massive piles of shekels lying around in other countries the way there are with dollars and euros, and Fischer took advantage of that fact. On May 30, 2008, a dollar was worth about 3.2 shekels. On March 6, 2009, it was worth 4.2 shekels. In less than a year, Fischer had reduced the value of the shekel by about 25 percent — a massive devaluation.
It worked. Exports soared, and 2008’s trade deficit of $2 billion became 2009’s trade surplus of $5 billion. While other countries fell deeper into recession, Israel brushed its shoulders off.
Fischer and Bernanke laugh at the Jackson Hole, Wy. monetary policy summit last summer. (Ted S. Warren / AP)
Fischer and Bernanke laugh at the Jackson Hole, Wy. monetary policy summit last summer. (Ted S. Warren / AP)
A chairman of many hats
The Federal Reserve chairman wears a lot of hats. He has to make basic monetary policy decisions about whether to raise or lower interest rates, of course, and in this world of zero-percent rates he has to have the economic know-how to decide wisely what unconventional tools to use to try to spur growth. But he also has to be an international ambassador, representing the United States in global forums of central bankers. He has to take charge when crises hit, steering toward a solution that’s well thought through but arrived at quickly. He must be a skilled regulator and understand what threats emerge from financial markets. He must be a good politician and communicator, handling angry lawmakers at hearings and pointed questions from journalists at news conferences.
Indeed, it is a job that almost no one is qualified for when they first take it on. Bernanke himself had little background in financial markets, bank regulation, or politics when he became chairman in 2006.
The exception to the rule is those who have worked as a central bank governor at a high level — such as Fischer. And his name has begun to surface in conversations among Fed watchers.
The argument for him might go like this: Fischer has extensive experience managing international crises and negotiating deals between governments from his time at the IMF, and he spent three years doing high-profile work for a major bank. He is famously genial, a key skill in leading the Federal Open Markets Committee from month to month.
His candidacy has become more plausible since Carney was appointed to lead the Bank of England. Before that, it was easy to write off the idea of hiring another country’s central banker as a fanciful bit of cosmopolitanism, a move that would surely lead to citizens denouncing the foreigner now in charge of their money. But now there’s a precedent. For that matter, Fischer is far more American than Carney is British. Carney lived in England during graduate school and for a bit while at Goldman Sachs. Fischer lived in the United States for almost 50 years, including all his time at MIT, Chicago, the World Bank and the IMF.
Likely sometime this summer, President Obama and his team will set to work deciding whom to appoint as the next Fed chair. Bernanke’s second four-year term is up in January, and people close to him have suggested that he is ready to step down after eight long years of crisis-fighting. Given the vagaries of the confirmation process, Obama would probably want to name his replacement by fall.
It would be unprecedented for the United States to appoint someone from abroad to one of its most important government jobs. But Fischer’s time in Israel might actually be a plus in the Obama team’s eyes. Obama has a famously frosty relationship with Netanyahu and has battled suggestions that he is insufficiently supportive of Israel. How better to rebuke those critics than by picking an economist whom Netanyahu knows and respects to the most important U.S. economic policy job? That Fischer’s broadly Keynesian approach is a good fit with the administration’s is just gravy.
For years, Fischer was known as the adult in Israeli government, the man who could be counted on to keep the economy on track even as politicians in parliament squabbled. Obama could well decide that the United States is in need of just such a figure.

Politica industrial companheira: da frigideira para o fogo, ou do brejo para o pantano... - IEDI

Desde o início da gloriosa era do nuncaantesnestepaís, os companheiros já conceberam (mal) e aplicaram (mais mal ainda) pelos menos quatro políticas industriais (e outras tantas políticas agrícolas no MDA, pois no MAPA tudo ficou igual...), sem falar das dezenas de medidas setoriais, aplicadas em favor dos amigos do rei, e dos companheiros dos companheiros (industriais automotivos e metalúrgicos da aristocracia operária). Nenhuma delas foi levada adiante, et pour cause: foram um fracasso completo, de diagnóstico, de aplicação, de resultados...
Cada vez que o governo anuncia, doravante, uma nova política industrial, imagino que os industriais já começam a tremer: "Ah, não por favor, desta vez não; por que o governo não faz uma política para os serviços, para a infraestrutura, reduz os impostos e deixa a gente em paz?"
Será que eles, todos eles, companheiros e industriais, não percebem que o principal inimigo da indústria é o próprio governo? Com seus impostos extorsivos? Sua infraestrutura pavorosa? Sua regulação bizantina e kafkiana? Sua completa indefinição de objetivos, de propósitos, de metas?
Os companheiros são stalinistas industriais, e agem como tal.
Que tal passar a um modesto keynesianismo, para começar?
Enfim, eu seria pela ausência completa de política industrial, mas com redução radical dos impostos, da regulação intrusiva, oferta de serviços gerais, infraestrutura de boa qualidade, energia barata, mão-de-obra capaz, bem formada, suficiente?
Por que o governo não faz o que apenas ele pode fazer?
Por que não deixa o resto para a sociedade mesma, para os agentes econômicos?
Por que o BNDES está sempre apoiando ricaços e monopolistas?
Paulo Roberto de Almeida

Produtividade da Indústria em 2012
Carta do IEDI 560, 22/02/2013

Mesmo com medidas de política econômica voltadas para incentivar o setor ao longo do ano, além da queda na taxa básica de juros, a oferta abundante de crédito e o estímulo à desvalorização da moeda no segundo semestre, a produção e a produtividade industrial não demonstraram recuperação. Na comparação contra igual mês do ano anterior apenas em outubro de 2012 a produção e a produtividade superaram os níveis obtidos em 2011. A performance de 2012 assume uma perspectiva mais negativa se considerarmos ainda que em 2011 os resultados da produção e da produtividade ficaram estagnados em relação a 2010. Assim, desde o impacto da crise financeira internacional em fins de 2008 e em 2009, a indústria não encontrou uma rota de crescimento minimamente sustentável, comprometendo sua competitividade, tendo em vista o caráter pró-cíclico da produtividade.
O emprego industrial recuou em 1,4% no ano passado, sinalizando um movimento defensivo das empresas industriais frente um cenário de baixas expectativas de crescimento. O emprego em 2011 havia crescido 1,0%, com a produção praticamente estagnada. O recuo no emprego reforça o quadro recessivo da indústria, pois há relativa escassez de mão de obra com qualificação profissional, como registrado pelas baixas taxas de desemprego nas principais regiões metropolitanas. Este recuo não impediu que o custo do trabalho se elevasse em 6,6% em 2012, a maior taxa dos onze anos da série e mais do dobro da verificada em 2011 (3,2%). Todos os setores tiveram aumento de custo do trabalho, com exceção do de Madeira.

Avaliando o comportamento da indústria desde a crise financeira internacional, um possível diagnóstico para os problemas de falta de crescimento e queda na produtividade em 2012 pode ser a persistência de um desalinhamento do câmbio, que gera desequilíbrios tanto pelo lado da demanda, ao transferir para o exterior parte da demanda doméstica, como pelo lado da oferta, ao enfraquecer os elos de encadeamento na manufatura, reduzindo sua contribuição ao valor adicionado total. Enquanto do ponto de vista da firma individual a substituição de insumos domésticos por importados, a custos mais favoráveis, é um comportamento racional, o resultado agregado é o enfraquecimento dos elos de cadeias produtivas dentro da indústria de transformação, que são fonte de ganho de escala dinâmicos. Assim, o avanço da desindustrialização com especialização da indústria em setores de baixa agregação de valor contribuiu para o baixo desempenho da produtividade.

Em termos setoriais em 2012, 10 setores, de um total de 18, apresentaram aumento na produtividade, mas destes apenas um – Produtos Químicos - com expansão na produção física, horas pagas e emprego. Há uma concentração de setores produtores de bens intermediários no grupo com produtividade positiva em 2012, com exceção da Indústrias Extrativas. Dois setores produtores de bens finais – Calçados e Couro e Textil – também apresentaram produtividade positiva, mas com quedas muito expressivas na produção e nas horas pagas. O comportamento dominante na indústria foi o de contração na produção física: dos 18 setores só 4 expandiram o produto industrial. Os custos do trabalho foram positivos em todos os setores, com exceção de Madeira.

Do ponto de vista regional a maioria dos locais também registrou diminuição da produtividade. As maiores contrações foram as verificadas na indústria do Paraná (-5,7%), seguida por Rio de Janeiro (-4,4%) e Espírito Santo (-3,6%). As indústrias do Rio Grande do Sul (-1,5%), Santa Catarina (-1,2%) e São Paulo (-0,9%) registraram diminuições menores, um pouco acima da média nacional. As melhores marcas ficaram com os parques manufatureiros da Bahia (8,7%) e Pernambuco (4,8%). Ceará (0,6%) e Minas Gerais (0,6%) apontaram aumento de produtividade de pouca expressão. Os parques industriais do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul registraram pela primeira vez diminuição na produtividade. O resultado de Paraná (-5,7%) foi o pior de sua série histórica e do da Bahia (8,7%) o melhor já alcançado.

Nos locais com retração na produtividade predominou um padrão recessivo de queda na produção física acompanhada de uma diminuição, de magnitude menor, das horas pagas. A exceção foi a indústria do Paraná que registrou variação negativa na produção e ao mesmo tempo aumento das horas pagas. Nos locais com incremento da produtividade não houve um padrão definido: expressivo aumento da produção física e queda das horas pagas (Bahia); pequeno aumento da produção física e grande queda das horas pagas (Pernambuco); aumento das horas pagas de magnitude menor do que o incremento na produção física (Minas Gerais) e diminuição das horas pagas maior que da produção física (Ceará). Portanto só na indústria mineira houve desempenho típico de momentos de expansão da produção com aumento pró-cíclico da produtividade.

Parabens a voces, companheiros: viva a corrupcao - Aloísio de Toledo César

Corrupção - crime ou esperteza?

O Estado de S.Paulo, Opinião, 25 de fevereiro de 2013 | 2h 08
Aloísio de Toledo César *
 
Nestes dias em que os políticos do Partido dos Trabalhadores passaram a lamber uns aos outros, em comemoração pelos dez anos no poder, é o caso de perguntar: além da farra com dinheiro público, além do fim da corrupção como crime para se converter em ato de esperteza, o que mais eles estão festejando?

Nesses dez anos eles conseguiram praticamente quebrar a Petrobrás, que era uma das empresas mais sólidas do mundo; reduzir o desenvolvimento do País a níveis inferiores aos do Paraguai e da Bolívia; fazer crescer a inflação, que fora zerada por Fernando Henrique Cardoso; e aumentar a carga tributária a praticamente 40% do produto interno bruto (PIB).

Em nenhum outro país do mundo a venda de remédios sofre carga de impostos tão alta como no nosso. Os bens duráveis de consumo, afetados pela mesma carga tributária, custam muito mais do que nos outros países. E os preços são tão absurdos que os brasileiros ficaram viciados em viagens ao exterior apenas para comprar.

Bilhões de dólares de brasileiros engordam a economia americana todos os anos porque os produtos lá vendidos custam muito menos do que aqui, no Brasil. Isso ocorre exatamente no momento em que os petistas aparecem rindo nas fotos. Rindo de quê? Com certeza eles estão rindo de nós e da farra que fizeram nesses dez anos.

Quando Tancredo Neves, com sua habilidade e seu maneirismo, conseguiu eleger-se presidente, arrebatar a Bandeira brasileira das mãos dos militares e devolvê-la a todos nós, ficou a impressão de que o País teria mais sorte e melhor rumo. Mas com o seu trágico falecimento e a posse do biônico José Sarney na Presidência da República, ficou desmentida a ideia enganosa de que Deus é brasileiro. É nada, deve ser suíço.

O lado pior e mais trágico que surgiu nos últimos dez anos foi deixar transparente que é possível cometer na vida pública os mais graves crimes e nada acontecerá. Corrupção, peculato, formação de quadrilha e outros hediondos crimes contra a administração pública foram praticados em grande escala e até agora não se viu um único infrator sendo levado para detrás das grades.

Algumas semanas atrás o mundo teve conhecimento do exemplo invejável da Justiça inglesa, que condenou e determinou a imediata prisão de um figurão da política que cometera infração de trânsito, mas para não ter a imagem afetada publicamente fez sua mulher assumir a responsabilidade pela transgressão. Isso foi descoberto somente dez anos depois, mas, mesmo assim, a Justiça inglesa não perdoou e ele foi direitinho para atrás das grades.

Qualquer pessoa que tenha sentimento de justiça logo perceberá como nós estamos a milhares de anos-luz dessa exemplar conduta.

A ausência de punição tem sido característica marcante em nosso país. Nos últimos tempos, porém, a impunidade assumiu feição muito mais grave, porque os delitos praticados por altos figurões da República continuam à espera de execução da pena. Realmente, ainda que tenham sido condenados pelo Supremo Tribunal Federal, a condenação permanece destituída de eficácia e isso propaga a ideia de que poderosos nunca vão para a cadeia.

Dá para imaginar o que a Justiça inglesa teria feito com José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha e outros aos quais o linguajar policial atribui terem a "mão cabeluda"? Por incrível que pareça, eles talvez apareçam perante boa parte da população brasileira como pessoas dotadas de invejável esperteza, porque, afinal, a despeito da "mão cabeluda", continuam por aí, sempre aparecendo e rindo nas fotos. Julgados e condenados, são verdadeiros exemplos da ineficácia do nosso sistema jurisdicional.

A Justiça brasileira, infelizmente prisioneira de entraves processuais que herdamos dos romanos, ainda não conseguiu a eficácia e a praticidade da de ingleses e norte-americanos. Estes sabem de sobra que o exemplo da punição influi na redução da criminalidade muito mais do que qualquer repressão policial.

Os políticos do Partido dos Trabalhadores que comemoram os dez anos de governo com certeza não farão nenhuma referência ao fato de o Brasil figurar nos índices internacionais de desenvolvimento humano em 84.º lugar e que continuamos a ser um dos campeões mundiais de analfabetismo, além de nossa mortalidade infantil persistir como problema a ser resolvido.

Com a entrada em vigor do Plano Real, em 1994, praticamente zerada a inflação, o dinheiro passou a valer mais e isso beneficiou, sobretudo, as pessoas mais pobres, que foram gradativamente inseridas no processo capitalista de consumo. Essa melhora, contudo, não foi suficiente para tirar da pobreza alguns milhões de brasileiros, que continuam na linha da miserabilidade e, portanto, é mesmo necessário que recebam atendimento do governo, com a distribuição de recursos.

Essa doação de dinheiro público, todavia, não poderia ter a feição - lamentavelmente adquirida - de subterfúgio político destinado a angariar votos e prestígio eleitoral. Quem doa dinheiro público deveria ter no próprio gesto de doar a recompensa, e não a esperada resposta de apoio e votos.

O poeta de origem árabe Khalil Gibran, com lirismo e profundidade, ensinou: "Há aqueles que doam e não sentem dor ao doar, nem buscam alegria, nem doam pensando em virtude. Eles doam como no longínquo vale o mirto exala sua fragrância no espaço. É através dessas mãos que Deus fala, e é por detrás de seus olhos que Deus sorri sobre a Terra".

Seria um invejável gesto de grandeza a distribuição de recursos públicos aos mais sofridos se tal conduta não estivesse marcada por interesses pessoais, por isso mesmo mesquinhos, de feição eleitoral. Quem doa buscando o reconhecimento talvez não perceba que essas dádivas se tornam corruptas.

* Aloísio de Toledo César é desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do São Paulo. E-mail: aloisio.parana@gmail.com.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A blogueira e os mercenarios, 11 (agora, sim, o final): mercenarios a soldo da...CIA

A CIA é mesmo uma companhia maléfica, perversa, mal intencionada, mentirosa, enganadora, embusteira, falastrona, gozadora, e brincalhona: pois não é que ela enganou até os companheiros do PCdoB (os mais sizudos no seu stalinismo tupiniquim), os companheiros do PT (os mais trapalhões, nas suas receitas simplórias) e várias tribos de trogloditas que pensavam estar lutando bravamente contra a CIA, quando na verdade, eles estavam é trabalhando para ela?!?!?!
Esse Embaixador cubano só pode ser um agente da CIA, escondido há muito tempo no governo cubano e no seu serviço diplomático. Esses agentes da Secretaria Geral dos Trapalhões só podem ser da CIA, ao montar toda essa operação carnavalesca contra uma... agente da CIA.
Essa CIA é impagável: de vez em quando ela quer rir do trapalhões, tirar um sarro dos pcdobistas (assim que se escreve?)
A CIA, aproveitando que sua agente cubana número 008 estava de malas prontas para este país de piratas trapalhões e de stalinistas rocambolescos, montou uma operação só de brincadeira para ver se os companheiros caiam nela. E não é que cairam?
Nunca o regime cubano foi tão desconstruído quanto nesta semana memorável! Nem que a CIA fizesse propaganda contra durante todo um ano não alcançaria o sucesso estrondoso de contra-propaganda que os companheiros fizeram contra a sua ilha tão querida.
E mais risível, ainda, isso não custou nada, nadicas de peteberbas à CIA. Tudo saiu de graça.
Até a passagem da sua agente especial foi paga por ONGs europeias e voluntários brasileiros.
Nunca antes neste país a CIA riu tão tanto, sem pagar um centavo por isso.
Ela precisa mandar um cartão para os companheiros, com as suas congratulations...
Paulo Roberto de Almeida 

‘A CIA agradece’
Ricardo Noblat
O Globo, 25/02/2013

Digamos que proceda a desconfiança disseminada pelo governo cubano de que a blogueira Yoani Sánchez é, sim, agente da CIA, a agência de espionagem americana. Por sinal, estão em cartaz dois filmes, merecedores do Oscar, que destacam a eficiência da CIA: “A hora mais escura”, sobre a captura e morte de Bin Laden, e “Argo”, que trata do resgate de um grupo de americanos reféns do regime iraniano.

O que a CIA esperava da passagem de Yoani pelo Brasil? Que ela tivesse oportunidades para falar mal de Cuba, há mais de 50 anos sob o controle dos irmãos Castro (Fidel e Raul). E que a imprensa, ocupada com os assuntos internos do país, dedicasse à blogueira um mínimo de atenção. Ela viajou ao Brasil a convite do jornal O Estado de S. Paulo. Ali, certamente, teria espaço garantido.

Com o que a CIA não contava? Com a adesão entusiástica aos seus planos dos partidos brasileiros de esquerda. Por toda sua vida, a esquerda batalhou para chegar ao poder. E a CIA, e os serviços de espionagem que a antecederam, sempre atrapalharam. A esquerda tentou chegar pela primeira vez em 1935 ao deflagrar a Intentona Comunista. O movimento fracassou em menos de 72 horas. Um vexame.

A renúncia em 1961 de Jânio Quadros permitiu que o vice João Goulart ascendesse à presidência da República. A esquerda imaginou que se o manobrasse com apuro e arte, o poder acabaria ao alcance de suas mãos. Os militares derrubaram Goulart e empolgaram o poder durante 21 anos. Depois se passaram três eleições para que na quarta, cavalgando o ex-metalúrgico Lula, a esquerda finalmente chegasse lá.

Uma esquerda dócil, é bem verdade, que renunciara à maioria dos seus dogmas. A esquerda possível, haja vista que seu principal líder nunca foi de esquerda. Embora atraente devido às suas miçangas, o penoso exercício do poder desfigurou a esquerda por completo, a ponto de forçá-la a sentar no banco dos réus. Nem por isso se pensou que pudesse tê-la despojado de inteligência. Foi o que aconteceu.

Faltará ao governo cubano a energia do passado? Não me refiro ao “paredón” como instrumento de castigo para os que contrariam os interesses do regime. O “paredon” saiu de moda. Mas, entre ele e uma reles admoestação, deve haver um meio termo para se punir o desastrado embaixador que pediu a ajuda de ativistas políticos tão espertos quanto ele. Resultado: transformaram a vilegiatura de Yoani em um baita sucesso de audiência.

Não o debitem, porém, apenas à ignorância das seções juvenis de partidos e de organizações que ainda pregam a implantação do comunismo no país. Por que as direções de partidos como o PT e o PC B não desautorizaram os atos de hostilidade dos seus militantes contra a blogueira cubana? Ora, porque estavam de acordo com eles. Sabiam quem os encomendara. Calaram por conveniência.

Nem assim conseguiram esconder suas impressões digitais deixadas em cada um dos atos. Yoani foi à Câmara falar em uma comissão técnica. Deputados do PT, em desespero, convenceram Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, a convocar uma sessão extraordinária. Evitariam assim que a TV Câmara transmitisse a exposição de Yoani. Realizou-se a sessão. Mas Yoani foi até lá confraternizar com seus algozes. Ou seus cúmplices.

A semana que passou não teve para ninguém ─ nem para Dilma, lançada candidata à reeleição, nem para Lula, que a lançou, nem para Aécio, que discursou no Senado. Só deu Yoani. Comovida, a CIA agradece aos seus agentes voluntários.

O voo da ASA e o crepusculo dos deuses...

Notícias de certa cúpula:

Dos 54 países africanos, 20 chefes de Estado confirmaram presença na cúpula de países da América do Sul e África (ASA), realizada na capital da Guiné Equatorial, presidida pelo ditador Teodoro Obiang, no poder desde 1979. Da América do Sul, além do Brasil, estiveram presentes apenas o primeiro-ministro da Guiana, Samuel Hinds, o presidente do Suriname, Dési Bouterse, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Na solenidade, o chanceler da Venezuela, Elias Jaua, leu uma mensagem do presidente Hugo Chávez, que lamentou não poder comparecer ao encontro e atacou o imperialismo ocidental. A mensagem foi encerrada com a frase "até a vitória sempre", repetida por Chávez em seus discursos.

Durante o discurso, ao falar dos medicamentos produzidos no Brasil contra epidemias tropicais que podem ser exportados para a África, a presidente do Brasil confundiu o nome do médico sanitarista Osvaldo Cruz com o do advogado e diplomata Osvaldo Aranha.

A abertura da cúpula atrasou em duas horas e meia e foi marcada pelo bloqueio das comunicações por cerca de quatro horas, por orientação do governo da Guiné Equatorial, responsável pela organização do encontro. Um caminhão bloqueou o sinal de celular no Centro de Conferências de Sipopo, e a internet não funcionou durante a sessão de abertura, que durou pouco menos de duas horas, deixando todos os participantes "desconectados".

Corruptos de todo o mundo, vinde a mim com o vosso dinheiro...

Será?

G-20 avalia barrar entrada de corruptos nos países-membros, mas Brasil resiste

Documentos obtidos pelo ‘Estado’ relatam a falta de consenso no governo sobre o tema, considerado ‘sensível’ e ‘polêmico’

24 de fevereiro de 2013 | 22h 07
Alana Rizzo - O Estado de S. Paulo
 
BRASÍLIA - O Grupo dos 20 (G-20) estuda uma proposta para barrar a circulação de corruptos e corruptores nos seus países-membros a partir da negativa de vistos e de refúgio. A proposta, encabeçada pelos Estados Unidos, é vista com reticências no governo brasileiro.
O Estado teve acesso a documentos que relatam a falta de consenso dentro do governo em apresentar uma manifestação sobre o tema, apesar da pressão internacional. Desde o ano passado, membros da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério das Relações Exteriores, da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Justiça estão envolvidos no debate, considerado "sensível", "polêmico" e "difícil". As autoridades brasileiras não conseguem definir quem seria afetado pela medida.
Em 2012, os chefes de Estado ratificaram o compromisso de criar instrumentos para barrar a entrada de enquadrados nesse crime em seus territórios. Em junho, o grupo apresentará o primeiro relatório sobre a implantação da medida.
O Brasil quer parâmetros sobre quem se enquadraria no termo "corrupto" e quem sofreria as penalidades. Não há entendimento, entre as autoridades locais, sobre se a norma valeria apenas para condenados ou também para aqueles que não foram julgados. Discute-se, ainda, no âmbito do G-20 que a punição deveria se estender a familiares e associados dos corruptos, o que contraria a Constituição brasileira. Também pesa nas discussões governamentais a tradição do País de não restringir acesso ao seu território. Os defensores da proposta, no entanto, sustentam que a negação de vistos e o controle migratório impedem que o corrupto gaste o dinheiro fruto do ilícito fora de seu país.
A medida teria reciprocidade e afetaria o universo de corruptos brasileiros que tentassem entrar nos países do G-20. Dados do Ministério Público Federal revelam que mais de 5 mil inquéritos foram abertos nos últimos anos para investigar práticas de corrupção no País. Cerca de 700 pessoas cumprem pena hoje no Brasil por esse crime.
No Supremo Tribunal Federal, há 17 inquéritos e ações penais contra parlamentares, e somente a Procuradoria Regional da República da 1.ª Região denunciou cerca de 250 prefeitos nos últimos dois anos por esse crime. No julgamento do mensalão, concluído no final do ano passado, 20 dos 25 condenados foram sentenciados a penas por corrupção ativa ou passiva – entre eles o ex-ministro José Dirceu, o deputado federal José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Em pauta. Oficialmente, o governo nega qualquer tentativa de atrasar a proposta e afirma que o assunto está ainda em discussão. O Brasil tem até o próximo ano para debater o assunto, que ganhou força depois de os Estados Unidos alterarem sua legislação – autorizando a autoridade alfandegária a barrar a entrada de corruptos, familiares e pessoas associadas.
O tema também avança no Canadá, onde um projeto de lei criando restrições para o acesso ao território de pessoas corruptas já foi apresentado.
"A discussão existe e, por se tratar de um assunto sensível, está andando surpreendentemente bem. Estamos no ponto de definir a forma e operacionalizá-la. O Brasil já se comprometeu a analisar casos de corrupção como um critério na hora de concessão de vistos ou na entrada de estrangeiros em seu território. O que não vamos é abrir mão da soberania do País de decidir", afirma Hamilton Fernando Cota Cruz, assessor especial da CGU, responsável por coordenar as ações brasileiras sobre o tema no G-20. "Uma medida como essa é de grande inovação e ela tem o respaldo e a força dos líderes políticos das 20 maiores economias do mundo, que assinaram a proposta. Não tem força de lei, mas tem força política."
Para o G-20, a corrupção ameaça a integridade dos mercados, destrói a confiança da sociedade e distorce alocações de recursos. O grupo anticorrupção tem representantes de todos os países e a Espanha como observadora.
Polêmica. "Muito mais eficaz do que barrar a entrada de corruptos nos países é a punição efetiva de quem é corrupto e do corruptor", avalia Rodrigo Vitória, coordenador da unidade de Governança e Justiça do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
Para ele, a medida esbarra em princípios constitucionais, como a presunção da inocência, e também na demora na validação de sentenças internacionais pelo Judiciário. "O cenário brasileiro está melhorando, mas ainda temos uma cultura de permissividade com a corrupção. A medida constrange, mas não é a melhor", avalia.

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