sábado, 21 de setembro de 2013

Espionagem eletronica: coisa para amadores?

Brasil manda estagiária para reunião sobre a espionagem

Diplomatas ficaram surpresos com silêncio brasileiro no encontro na ONU

A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de sanção da lei que destina recursos dos royalties do petróleo para educação e saúde, no Palácio do Planalto
Dilma anunciou que apoiaria ação global contra espionagem, mas Itamaraty mandou estagiária à reunião na ONU(Celso Junior/Reuters) / 21/09/2013
Governo põe estagiária em reunião de espionagem
Apesar de prometer forte ação sobre tema, Brasil vira espectador em encontro da ONU
JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE / GENEBRA
O Estado de S.Paulo, 21 de setembro de 2013

Apesar de ter anunciado uma forte ação internacional contra a espionagem dos EUA, o governo brasileiro enviou para a reunião da cúpula de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que discutiria justamente esse tema ontem, em Genebra, uma diplomata de baixo escalão que acabou substituída, durante o dia, por uma estagiária.

O Brasil chegou a patrocinar a convocação do encontro, ao lado de Alemanha e países escandinavos. Mas nas duas horas de reunião a delegação brasileira não pediu a palavra uma só vez e a estagiária se limitou a tomar nota do que dizia cada um dos participantes. Enquanto isso, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, promovia um almoço para sua despedida do cargo.
A presidente Dilma Rousseff promete usar seu discurso na Assembleia-Geral da ONU na semana que vem para levantar o assunto. Ontem, porém, ONGs e diplomatas de vários países se surpreenderam diante do silêncio do governo do Brasil.
Na reunião, diplomatas discutiram o caso brasileiro, em que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) é suspeita de monitorar e-mails da própria presidente, além de dados sigilosos da Petrobrás. O encontro contou com a alta comissária Navi Pillay e o relator da ONU para Liberdade de Expressão, Frank La Rue. Na plenária lotada, embaixadores de diversos países, inclusive dos EUA e do Reino Unido.
Ficou acertado que a ONU deverá convocar ainda neste ano uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos para debater de novo o tema. A meta é que uma resolução seja apresentada para esclarecer qual a posição do direito internacional em relação à espionagem.
Navi Pillay deixou claro que governos precisam agir para proteger a privacidade e as atuais leis não estão garantindo essa proteção. "A tecnologia permitiu níveis sem precedentes de interferência no direito à privacidade." Sua principal preocupação é com a arbitrariedade na busca por informações de cidadãos. Ela ainda se disse "preocupada" com o fato de que argumentos de segurança nacional possam justificar "abusos".
La Rue propôs que a ONU crie um relator que ficará responsável por redigir princípios que deveriam ser seguidos por países, na forma de um tratado internacional. "A regra é simples: toda a lei (de espionagem) que existe no mundo offline deve ser válida para o mundo online. Se para abrir uma carta no correio alguém precisa de uma ordem judicial, isso também deve ocorrer na internet", disse.
O relator da ONU para Liberdade de Expressão admitiu que governos precisam se ocupar de assuntos de segurança nacional. "Mas o que estamos falando aqui é de um sistema de monitoramento que coloca em risco o próprio sistema democrático. A falta de privacidade limita a liberdade de expressão."
Mais de dez países tomaram a palavra para expor suas posições, desde Equador a Paquistão, Suíça a Montenegro.
Entidades. No encontro, 250 entidades da sociedade civil, várias delas brasileiras, apresentaram 13 princípios que governos deveriam seguir no que se refere à espionagem e ao controle da web. O documento pede que governos sejam transparentes sobre o uso de monitoramento da web, ajam dentro da lei, respeitem direitos individuais e atuem com proporcionalidade. 
(Com Estadão Conteúdo)

Governo fecha em 1/10/2013 e deixa de pagar a divida publica: muito bom para ser verdade?

Calma. Não é no Brasil.
Infelizmente para os anarco-liberais, que gostariam de ver fechado o governo (pois ele só gasta dinheiro perdulariamente, deixa a corrupção correr solta, é incompetente e interfere demais na atividade produtiva), e para os esquerdistas ingênuos, que gostariam de dar um calote nos banqueiros (ignorando que quem financia o governo não são os banqueiros, mas toda a população), a medida está sendo tomada nos Estados Unidos, onde certas coisas acontecem de fato, não nesta terra de fantasia.
Paulo Roberto de Almeida

WASHINGTON — House Republicans muscled through a stopgap bill Friday that would fund the government only if all spending for President Obama’s health care law is eliminated. Senate Democrats and President Obama quickly made it clear they had no intention of going along, putting the government on a course toward a shutdown unless one side relents. 
The 230-to-189 party-line vote in a bitterly divided House set in motion a fiscal confrontation with significant implications — politically and economically — but with an uncertain ending. Without a resolution, large parts of the government could shut down Oct. 1, and a first-ever default on federal debt could follow weeks later.  
(...)
A government shutdown would be unsightly and could harm the economy, directly through the furloughs of government workers and indirectly by undermining confidence in the nation’s governance. But Democrats, economists and some Republicans warn that a debt default would likely be worse, shaking the world’s faith in Treasury debt, widely seen as the safest investment possible, and roiling the global economy. 
Holding the federal funding bill hostage “is bad enough, but the debt ceiling is cataclysmic,” said Senator Charles E. Schumer, Democrat of New York.
The New York Times, September 21, 2013

They do not like us, South of the border... - Douglas Farah (Miami Herald)

Latin America
Militaries In The Region Tilting Left Against U.S.
By Douglas Farah
Miami Herald, September 19, 2013, p. 13

As concern grows over the declining ability of the United States to influence events in faraway places such as Syria, little attention has been paid to a significant loss of influence much closer to home — South America, where there is a concerted effort by radical populist governments to erase any trace of U.S. military doctrine.

The U.S. influence is being replaced by a lethal doctrine of asymmetrical warfare, inspired by authoritarian governments seeking perpetual power and nurtured by Iran.

The most recent step of the Venezuela-led “Bolivarian” bloc of nations came in Argentina in June. President Cristina Fernández de Kirchner carried out a little-noticed but significant purge of the armed forces, forcing out some 30 senior officers and replacing them with loyalists and specialists in internal intelligence.

The Argentine purge is only the latest phase of an historic break with the U.S. military, long an overriding objective of the late Venezuelan president Hugo Chávez and a goal that remains dear to his successor and his main allies, primarily Iran and Russia.

The Venezuela-led Bolivarian alliance — including Ecuador, Bolivia, Argentina and Suriname and others — is replacing the U.S. influence with a toxic mix of anti-democratic values, massive corruption and a doctrine that draws on terrorism and totalitarian revolutionary models, including the justification of the use of weapons of mass destruction against the United States.

During the Cold War, the United States tolerated human-rights abusers and supported bloody dictatorships across the region. But over the past two decades its military doctrine and training have focused on human-rights training, respect for civilian governance and the rule of law. In the process it helped transform Latin American militaries away from their coup-prone and authoritarian past to national defense institutions. Colombia is a vibrant example of that change.

In the Bolivarian bloc, this progress has been reversed. Special counter-narcotics units have been disbanded, joint training halted, and those with links to the United States forced into retirement. Argentina’s new army chief, Gen. César Milani, is loyal to the most militant and anti-U.S. wing of the president’s party and will remain as head of intelligence.

Rather than building militaries under civilian control and subject to the rule of law, the Bolivarian leaders are building militaries in the Cuban and Iranian molds — as instruments of their increasingly authoritarian revolutions, to be used against any “counterrevolutionary” dissent, including peaceful democratic protests.

Once the military leadership is deemed loyal, they are given large parts of the national economy to profit from. Like Iran’s Islamic Revolutionary Guard Corps, Venezuela’s Military Industry Company (CAVIM) is now active in economic spheres far outside the military’s normal purview. At the same time, the narco-corruption in the militaries under the sway of the new doctrine is pervasive.

According to its own literature, the new Bolivarian military doctrine rests on the concept of fourth-generation asymmetrical warfare in which a U.S. invasion is the hemisphere’s primary security concern. The doctrine explicitly advocates the use of weapons of mass destruction to defeat or deter such an attack. The model for resistance is Hezbollah, Iran’s terrorist proxy operating across Latin America.

Iranian influence is palpable. The Islamist regime is helping fund the new Bolivarian military academy in Santa Cruz, Bolivia, where the joint doctrine is being developed. The curriculum draws on the work of Jorge Verstringyne, a Spanish academic who praises al Qaida, Hezbollah and suicide bombings while advocating the use of WMD against the United States; Illich Sánchez Ramirez, better known as Carlos the Jackal, a convicted terrorist serving a life sentence, who converted to Shia Islam in prison and wrote Revolutionary Islam, arguing that the Shia Islamic and Marxist revolutions were natural allies; and Ernesto “Ché” Guevara, the Argentine-Cuban Marxist who fought alongside Fidel Castro.

This little noticed but radical shift of posture of the Bolivarian militaries and their growing ties to Iran and drug corruption pose significant challenges to United States and represents a historic break with traditionally friendly allies. It also presents an enormous obstacle to the return of democratic institutions and the rule of law in Venezuela, Argentina and beyond.

Douglas Farah is the president of IBI Consultants, a national security consulting company and a senior non-resident associate of the CSIS Americas Program. 

O FED e as duvidas da economia americana - Rogerio Studart

Sai Summers, ficam as incertezas
Rogerio Studart *
19/09/2013

Como um dos economistas mais influentes na administração Clinton (de quem foi Secretário do Tesouro), Lawrence Summers foi um dos principais defensores do processo de desregulamentação financeira. Este processo por sua vez permitiu os três pilares da crise de 2008: a consolidação acelerada do setor financeiro norte-americano (gerando o problema sistêmico conhecido como “too big to fail”); o desenvolvimento de uma série de instrumentos financeiros (como alguns tipos de derivativos) utilizados basicamente para manobras especulativas; e o crescimento sem precedente da alavancagem e do risco sistêmico.
Já fora do governo, continuou a defender o avanço daquelas inovações e da alavancagem financeiras, mesmo quando os sinais de perigo eram evidentes. Por exemplo, em 2005 na reunião anual de Jackson Hole, dos presidentes dos principais bancos centrais do mundo, Raghuram Rajan (hoje liderando o Banco Central da Índia) demonstrou em um artigo que a existência de produtos financeiros complexos, somada a uma estrutura de remuneração dos principais executivos financeiros, gerava incentivos perversos, que terminavam por engendrar bolhas especulativas e elevados níveis de risco (sistêmico) para toda economia. Com isto, Rajan apresentou uma das mais contundentes evidências de que a liberalização financeira então em curso estaria levando a economia a uma crise de grande escala, com possíveis efeitos catastróficos.  Summers pediu a palavra e, de pé, basicamente desqualificou os argumentos de Rajan, chamando-o por fim de “ludita” – ou seja, um radical que se opõe ao progresso.
Summers é um economista controverso, para dizer o mínimo. Além de seu decisivo apoio a politicas econômicas que se mostraram desastrosas, ele não mede suas palavras, mesmo quando para falar de infundados preconceitos. Por exemplo, ainda como presidente da Universidade de Harvard, fez declarações tidas como sexistas, dentre as quais a de que “a baixa representação de mulheres em ciências exatas e engenharia se devia a uma diferença da habilidade das mulheres nestes campos, e não por razões de discriminação e socialização”.
Apesar disto tudo, sua nomeação ao Fed, o banco central norte-americano, era dada como certa. De fato, Obama tem razões de ser-lhe grato. No começo do seu governo, Summers atuou como um dos seus principais assessores nos programas de salvamento do setor financeiro e nos de estímulo econômico que se seguiram – cujos resultados, frente à profundidade da crise de 2008, são tidos como bons. Mas Obama teria alguma dificuldade de defender o nome de Summers perante o comitê do senado responsável pela nomeação – já que quatro membros, democratas, entre os doze senadores do comitê já haviam se declarado contrários a esta possível nomeação, mesmo antes das audiências protocolares.
Neste último domingo, Larry Summers retirou sua candidatura. A sua saída da disputa é, de certa forma, uma boa notícia. E não somente por suas declarações machistas, o que, a meu ver, já seria por si só uma boa razão para não nomeá-lo. Mas porque ela sinaliza que uma parte da sociedade americana não esqueceu a História recente, e como a visão de Summers sobre economia e sobre política econômica foram desastrosas para esta sociedade – e para o resto do mundo.
A saída da competição de Summers é, portanto, um alívio. Mas, infelizmente ela não é um indicador de como o Fed irá se comportar no futuro próximo, nem muito menos uma garantia de que a História não se repetirá.  No que tange à futura atuação do banco central norte-americano, o debate principal aqui é se se deve ou não dar continuidade à política extremamente expansionista dos últimos cinco anos – o chamado “quantitive easing” (QE). Esta política se iniciou em 2009 com a compra sistemática de ativos financeiros privados de longo prazo (incluindo hipotecas). Esta política gerou pelo menos dois enormes inconvenientes. Por um lado, desde 2008 o balanço das gigantes instituições financeiras privadas engordou quase simetricamente ao crescimento acumulado do passivo do Fed (cerca de US$ 3,7 trilhões). E como houve um processo de consolidação do setor financeiro após a crise, agora estas instituições são ainda maiores e mais concentradas do que antes. Ou seja, nunca o argumento de “too big to fail” foi mais válido: a bancarrota de uma única grande instituição americana poderia mais que nunca gerar processos encadeados de quebra nos Estados Unidos e no mundo.
Por outro lado, o crescimento e consolidação das instituições financeiras privadas têm possibilitado crescentes “voos especulativos” dentro do sistema. Já falamos, na nossa coluna, como alguns destes “pousaram” em economias emergentes, na forma de fluxos de capital excessivos – com todas as suas sequelas desestabilizadoras. Mas, para o debate interno nos EUA, o que mais tem preocupado é a possibilidade que, de novo, se esteja criando uma bolha no mercado acionário, e, especialmente, no mercado imobiliário. Nós todos já vimos este filme antes, e o final não foi feliz.
Tudo isto indicaria que o Fed deveria começar a repensar sua forma de atuação já na sua próxima reunião. Porém há um “detalhe”: apesar da melhora do mercado de trabalho americano, os sinais de recuperação ainda não são tão fortes assim.
Ou seja, o Fed atualmente enfrenta um dilema de difícil solução: se não para o QE, continua a colocar querosene num processo de crescente risco sistêmico que cada vez mais se assemelha à fogueira especulativa que nos levou ao colapso financeiro de 2008. Mas se ele para, ameaça uma ainda frágil retomada da economia americana. Hoje (terça-feira) e amanhã o comitê do Fed se reúne para discutir esta questão. Mas sabemos que qualquer que seja o resultado desta reunião, as incertezas e as dúvidas sobre a atuação do Fed infelizmente continuaram muito depois que o capítulo da sucessão de Bernanke se resolva.
Professor da UFRJ e Diretor Executivo Adjunto pelo Brasil no Banco Mundial.

As opiniões aqui expressas são pessoais. 

O governo dos companheiros e o desgoverno da economia - Carlos Alberto Sardenberg

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O Globo, 19/09/2013

Anos atrás, em um outro país, o presidente estava diante do desafio de conseguir turbinar o crescimento. Políticos, economistas, jornalistas discutiam as saídas e, como sempre, havia propostas para fazer isso por meio de ações mais intensas do governo.
O presidente, então, saiu-se com uma resposta que se tornaria clássica: “Na nossa situação atual, o governo não é a solução. O governo é o problema”.

A presidente Dilma, claro, jamais dirá isso, mas obviamente admitiu a incapacidade ao menos parcial do Estado quando lançou o amplo programa de concessões de obras de infraestrutura à iniciativa privada.
Se o governo tivesse dinheiro e expertise para fazer os investimentos necessários, não precisaria entregar estradas, portos, aeroportos e ferrovias ao capital privado. Reparem que a presidente Dilma tentou turbinar os investimentos públicos. E só partiu para as concessões diante dos atrasos e da sequência de corrupção em obras importantes .
Ou seja, não foi por convicção, mas por necessidade. Ela não admite que o governo é o problema e que a infraestrutura brasileira falha por incapacidade do Estado. Ao contrário, ainda acredita que o governo pode tudo, mesmo que no momento, dadas as circunstâncias, seja preciso chamar os capitais privados.
O resultado disso é a “concessão envergonhada”. Abre-se o negócio ao investidor privado, mas o governo está ali ao lado, financiando a juros de compadre, entrando de sócio, dando garantias de receita e prometendo fazer parte das obras.
Ora, dirão: qual empreiteira recusaria um negócio desses? Especialmente neste lado do mundo, a América Latina, tão viciado no capitalismo de amigos ─ esse sistema em que um bom lobby rende mais que ganhos de produtividade.
Por isso, foi chocante quando nenhuma empresa apresentou propostas no leilão de concessão da rodovia BR 262. A obra era considerada um “filé mignon”.
O governo desconfia de alguma ação política, uma articulação da oposição, inclusive de investidores, para desmoralizar o programa. Não cola. Por mais militante que seja, nenhum empresário joga dinheiro fora.
Logo, o pessoal não achou que o negócio era bom, mesmo com todo o apoio oferecido pelo governo. Em resumo, não achou que o governo pudesse ser a solução para os problemas.
Quais problemas? Tudo poderia ser resumido numa palavra, insegurança. Regulatória: o governo Dilma tem mudado tanto as regras, em tantos setores importantes, que não há como acreditar que as normas regendo as concessões serão mantidas pelos 30 anos do negócio.
Insegurança jurídica: as possíveis restrições à cobrança de pedágio, a única fonte de renda do empreendimento. Políticos e governantes brasileiros não gostaram de pedágio ─ mais ainda, não gostam de cobrar nada diretamente do usuário. Há na cultura local uma queda pela boca livre, reforçada pelas recentes manifestações.
Não é de graça, claro. Quando uma estrada federal em Goiás não é pedagiada, ela termina paga pelo morador de Rondônia quando compra uma cerveja e um maço de cigarros. Mas é um pagamento, digamos, quase invisível, o imposto está embutido no preço. Já no pedágio, o usuário morre com seus reais cada vez que passa ali. É mais justo que só o usuário pague pela facilidade que utiliza, mas, reparem, praticamente todos os governantes cancelaram reajustes de tarifas e pedágios depois das manifestações.
Diante desses óbvios obstáculos ao programa de concessões, o que fez o governo Dilma? Respondeu ao investidor privado: você cobra um pedágio baratinho que a gente faz o resto.
A garantia somos nós, disse o governo.
Ora, o risco está nessa garantia, pensaram os empresários. Não disseram, tanto que o governo contava com o sucesso do leilão. Mas pensaram exatamente isso: eu entro num negócio cuja receita é o pedágio, mas eu tenho de cobrar bem baratinho e só posso cobrar depois que o governo fizer a parte dele nas obras e garantir nos tribunais e nos meios políticos a viabilidade da cobrança; e também não posso ganhar dinheiro além do limite fixado pelo governo.
Resumindo: os obstáculos aos investimentos privados estão no ambiente de negócio ruim colocado pelo setor público. Em vez de mudar o ambiente para torná-lo mais amigável às concessões, o governo diz “deixa comigo”. O problema se apresenta como solução.
E por que saem alguns negócios? Porque muitos investidores acreditam que, enfim, a gente vai conversando lá em Brasília.
Não é assim que se vai turbinar os investimentos.

A frase lá de cima? Ronald Reagan.

Guerra e paz na historia - Deepak Lal

The dove and the wolf

Deepak Lal
Business Standard (New Delhi), September 20. 2013

A recent meeting of the Mont Pelerin Society I organised in the Galapagos Islands on the theme of "evolution, the and liberty" brought together some of the world's leading neuroscientists, evolutionary psychologists, geneticists and social scientists to discuss what answer recent advances in these human sciences provide to the fundamental question, "what is ?".

One session was on the human animal as a warrior. Richard Wrangham provided an excellent summary of evidence on the evolutionary origins of human  following his path-breaking book (with Dale Peterson), Demonic Males. He argued persuasively that war is part of our evolutionary psychology (particularly in males). His Harvard colleague Steven Pinker accepts this but argues that because of a complex set of social and cultural factors war may now be defunct. This was the view I disputed in my own paper.

I read Professor Pinker's monumental door-stopper of a book, The Better Angels of Our Nature, in my study in New Delhi in May. I could not help thinking that I was about six minutes flying time away from  from Pakistan to my west, and that to my north the heavily armed People's Liberation Army had just made an illegal incursion 12 miles into Ladakh. This made it difficult to believe that Professor Pinker's "better angels" were about to take over the world.

My own view of human nature was heavily influenced by David Hume, who wrote: "There is some benevolence, however small ... some particle of the dove kneaded into our frame, along with the elements of the wolf and serpent." From Professor Pinker's comprehensive survey of the mounting neuroscientific and socio-biological evidence, it is clear that the genial Scot, sitting in his study contemplating his fellow creatures, had got it right.

Where Professor Pinker has gone wrong is in attributing what he terms the Long Peace to the various social processes he discusses at length; they have allowed the dove to tame the wolf and the serpent in at least the developed countries. In my own book on In Praise of Empires, I developed a framework that emphasised the importance of empires (or global hegemons) - the equivalent of Thomas Hobbes' Leviathan in international affairs - in maintaining global order and thereby peace in an otherwise anarchical society. I surveyed the rise and fall of empires since antiquity to show how they provided the order needed to pursue the elementary and universal goals that David Hume maintained any society must pursue for any social life to exist. These are: first, to secure life against violence that leads to death or bodily harm; second, that promises once made are kept; third, the stabilisation of possessions through rules of property. Through their Pax, these empires maintained peace and prosperity, and their decline and fall led to both domestic disorder and the disintegration of the enlarged economic spaces they had created.

True, these ancient empires did not seek to end various barbarous violent practices that were very much part of their "cosmological beliefs", and Professor Pinker is right in stating the importance of what he calls the "civilising and humanitarian processes", whose evolution I also traced in myUnintended Consequences. But nevertheless these have been insufficient to tame the instincts of the wolf in all civilisations, and the role of empires in maintaining peace and prosperity in their domains cannot be gainsaid.

Thus, despite its abhorrent cultural practices by the standard of contemporary norms, the Roman Empire had, through its Pax Romana, brought unprecedented peace and prosperity to the inhabitants of the Mediterranean littoral for nearly a millennium. When it collapsed, the ensuing disorder and the destruction of the imperial economic space led to a marked fall in the standards of living of the common people inhabiting the fallen empires.
In his history of war and peace, Professor Pinker completely neglects the rise and fall of empires. The graph depicts his Long Peace. It does not, as he claims, show that war is now defunct. For it depicts the long struggle for the mastery of Europe, to create another Roman empire (albeit Holy) after the fall of Rome, and the success first of the British in the 19th century and then the United States after the Second World War in creating global empires that mitigated international anarchy.

Thus, during the post-medieval period since 1500, with the consolidation of European nation-states, religious wars were fought to a stalemate. They only ended with the Peace of Westphalia in 1648. But after a brief lull of peace, they resumed their conflicts in wars for the mastery of Europe - till, with its victory in the Napoleonic Wars, Britain established its global imperium in 1820. But by 1870 Britain's long imperial decline had begun. Challenged by the emerging great powers, Germany and the US, and temporarily Russia, the British were willing but unable to maintain their hegemony.

The US, which became a partner rather than a competitor of Britain in the First World War, thereafter turned inwards and was unwilling to take over or share Britain's imperial responsibility for maintaining global order. This led to the global disorder of the interwar years. It lasted till after the Second World War, when a duopoly of empires (the US and the Soviet Union) succeeded in maintaining some global order - with the mutual assured destruction of nuclear weapons preventing a direct war between the two superpowers, and their continuing competition being limited to proxy wars. With the implosion of the Soviet Union, the US became the sole superpower, and the era of warfare depicted in Professor Pinker's graph came to an end.

Hence, the Long Peace is the result of the empires established by Britain in the 19th century and by the US in the late 20th century. With the West again turning inwards, and the current global order being threatened by the rising power of China, there is an emerging struggle for the mastery of Asia. India is at the centre of this coming maelstrom. It cannot afford to believe that the dove in our nature has now replaced the wolf in international relations.

Mexico, Brasil, tempestades e corrupcao: tudo a ver?

Parece que sim...

By ELISABETH MALKIN
The New York Times, 20/09/2013


The twin storms that tore through the country this week renewed criticism that corruption and political shortsightedness made the damage even worse.

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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...