terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A degeneracao brasileira - um artigo de Paulo Roberto de Almeida

A degeneração, para os neófitos

Paulo Roberto de Almeida 
Instituto Millenium, 28/01/2014

Degeneração é um outro nome para a decadência, processos que podem atingir indivíduos, empresas, instituições públicas e privadas, sociedades ou comunidades nacionais, enfim, países inteiros, nações antigas e modernas, emergentes ou avançadas. Todos sabemos o que esses conceitos significam, mediante uma simples consulta aos dicionários ou à literatura da área: os registros disponíveis falam da erosão gradual dos costumes, da inoperância dos poderes constituídos, da corrosão progressiva das relações entre pessoas e grupos inteiros, da perda de dinamismo da base econômica, enfim da descrença generalizada das pessoas na validade e legitimidades dos valores e princípios que anteriormente davam sentido a uma determinada formação social.
Não é difícil reconhecer sinais de decadência, de retrocesso, ou mesmo de simples estagnação, na vida do país: baixo crescimento econômico, inovação declinante, dívidas crescendo, desigualdades persistentes ou em expansão, população em processo de envelhecimento, comportamentos desviantes ou antissociais. O que pode ter acontecido de errado? O mais provável é que as instituições nacionais estejam enfrentando um processo de degeneração contínua, o que se traduz em retrocesso no seu funcionamento e em nítido recuo na sua capacidade de organizar a vida do país.
E quais são as instituições que podem estar atravessando esse declínio? Elas são: o governo representativo, os mercados livres, o Estado de direito e a própria sociedade civil. Estas são as instituições fundamentais que construíram a prosperidade e o bem-estar da nação e que podem agora caminhar para um itinerário de estagnação ou até mesmo de retrocesso.
Estou falando do Brasil, certo? Não exatamente…
Estou simplesmente transcrevendo a orelha de um livro que leio agora (dentre vários outros), de Niall Ferguson, The Great Degeneration: How Institutions Decay and Economies Die (New York: Penguin Press, 2013), que trata exclusivamente das sociedades avançadas do Ocidente capitalista: Estados Unidos e Europa ocidental, basicamente. Para o conhecido historiador econômico, é a degeneração institucional que está por trás da estagnação econômica e do declínio geopolítico que dela decorrem. O livro analisa as causas dessa degeneração e suas profundas consequências para o modo de vida, o bem-estar e o futuro das populações dessas nações avançadas econômica e tecnologicamente e dispondo, ainda, de níveis de vida invejáveis para todos os demais povos do planeta. Mas os sinais se acumulam de negligência e de complacência com o lento declínio, observável a olhos vistos em alguns países, e detectável em diversos estudos de especialistas econômicos. O Ocidente, para Ferguson, está desperdiçando a herança institucional que erigiu durante séculos e que foi responsável pela sua preeminência mundial no último meio milênio. Para reverter a ruptura dos seus padrões civilizatórios, Ferguson recomenda reformas radicais e lideranças à altura dos desafios.
E quais são as instituições que podem estar atravessando esse declínio? Elas são: o governo representativo, os mercados livres, o Estado de direito e a própria sociedade civil
Pois bem, o que isso tem a ver com o Brasil? Em 2002, em plena campanha eleitoral que se traduziu na mais importante mudança política já ocorrida na história republicana do Brasil em condições de pleno funcionamento democrático – ou seja, fora de golpes militares ou de revoltas civis – e que se traduziu pela vitória do principal partido de oposição ao regime em vigor, eu redigia os parágrafos finais de um livro que seria publicado no início de 2003, logo em seguida à posse do novo governo: A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex, 2003). Nele, escrito antes mesmo dos dois turnos das eleições de outubro daquele ano, eu já previa com segurança a vitória do candidato opositor e traçava um roteiro do que iria acontecer e do que se esperava que ocorresse a partir de 2003. Eu tinha certeza, por exemplo, da ruptura “neoliberal” no terreno econômico, obviamente em relação ao que recomendavam os economistas “aloprados” do PT, a maior parte ainda imbuídos daquela rústica esquizofrenia econômica que ainda caracteriza boa parte da esquerda acadêmica no Brasil. Eu também achava que os novos donos do poder – aqui sem qualquer ilusão – iriam realmente introduzir um novo estilo de fazer política no Brasil, não basicamente ético, como proclamava sua propaganda mistificadora, mas em todo caso diferente, e que tudo isso poderia ser um sinal promissor de uma grande transformação na vida da nação.
Como vários outros observadores, fui confirmado, para melhor, nas minhas antecipações econômicas e, como a maior parte dos analistas honestos, fiquei chocado, num cenário bem pior do que se poderia imaginar, com as fraudes políticas, o reino de mentiras e todos os crimes comuns logo cometidos pela nomenclatura que se apossou do poder naquela conjuntura. Não que eu tenha ficado absolutamente surpreendido com a possibilidade dessas transgressões, mas todos fomos surpreendidos pela extensão, amplitude e profundidade das falcatruas cometidas pelo grupo que pretendia reintroduzir a ética na vida política do Brasil. Ou seja, não foi uma surpresa total – pelo menos para os que acompanharam a vida política, sindical e a trajetória da esquerda no país, desde os anos 1960 – mas foi chocante descobrir quão baixo era possível descer na degeneração moral e nas patifarias políticas em tão pouco tempo.
Paradoxalmente, esse livro, que foi o que me deu maior prazer na redação e na reorganização de alguns materiais que já tinham sido preparados nos meses anteriores ao ano eleitoral, foi, no entanto, o que menor sucesso de público teve, provavelmente porque eu me encontrava no exterior no momento de sua publicação; depois, já de volta ao Brasil, e trabalhando no coração do Estado, não podia defender abertamente certas teses que foram sendo confirmadas ao longo dos meses e anos seguintes.
Estruturado em três partes, A Grande Mudança tratava, em primeiro lugar, de uma nova forma de fazer política no Brasil – mas eu estava apenas imaginando, e sugerindo medidas de correção de nossos principais defeitos, se eu mesmo fosse presidente – e, numa segunda parte, se ocupava da economia: nela eu já previa, em quatro capítulos revisionistas, a orientação abertamente “neoliberal” da gestão econômica, tese que me rendeu muitos apupos em seminários acadêmicos de que participei, para desgosto de certa esquerda alienada (como, por exemplo, no encontro de ciências sociais da Anpocs, em outubro de 2003). Numa terceira parte, eu tratava de temas internacionais, num sentido amplo: o fim do socialismo e suas consequências para o Brasil, a globalização e as negociações econômicas internacionais e regionais, com algum destaque para o projeto americano de acordo hemisférico de livre comércio, a malfadada Alca (que pronto seria implodida pelos novos governantes).
Não pretendo, obviamente, mais de dez anos depois de redigido aquele livrinho polêmico, retomar suas teses principais para confirmar ou corrigir meus argumentos em torno da economia, da política ou das relações internacionais do Brasil. Mas, na onda de euforia continuada – e bastante reforçada por doses maciças de propaganda enganosa – com o “sucesso” do governo em vigor, minha intenção agora é a de examinar, com minha lupa impiedosa e meu bisturi iconoclasta, o que eu considero ser, de fato, um retrocesso institucional, um dos mais profundos em nossa história republicana, e que não tem a ver, apenas, com o baixo crescimento e a perda de dinamismo da economia nacional, e sim com fatores políticos alimentados e reforçados pelo partido no poder.
Meu objetivo é puramente analítico, uma vez que não pertenço, nem nunca pertencerei, a qualquer partido ou agrupamento político, incapaz que sou de me submeter à disciplina de qualquer programa que possa ser elaborado por algum movimento determinado, de qualquer orientação política ou ideológica que seja. Sou por demais libertário para me dobrar às conveniências eleitorais de qualquer liderança política, pretendendo, ao contrário, manter minha independência de pensamento seja qual for o partido ou a coalizão que ocupar o poder, agora em 2014 ou mais adiante.
O que tenciono fazer, nos meses de campanha eleitoral, é justamente me libertar da ditadura dos eventos correntes e das pesquisas de opinião para refletir sobre o que é o Brasil atualmente, como ele chegou ao estado atual de retrocesso institucional, e como ele poderia avançar, no terreno econômico, político e educacional, com base em análises totalmente descompromissadas com as plataformas eleitorais e resolutamente orientadas para uma crítica radical da atual situação de erosão moral e decadência política em nosso país. Para isso, não necessito do modelo analítico de Niall Ferguson para poder examinar o caso do Brasil; mas acredito, sim, que a clara decadência do governo representativo, o retrocesso visível em relação às reformas econômicas que vínhamos experimentando desde os anos 1990, a perda do sentido do respeito à lei e a deformação completa da noção de sociedade civil, sob a nova hegemonia dos “companheiros”, são elementos importantes do que chamei de grande retrocesso no Brasil.
A esses quatro grandes fatores podemos acrescentar diversos outros, entre eles aquilo que eu também já chamei de “mediocrização” do estabelecimento universitário no Brasil, que na verdade percorre toda a cadeia do ensino, do primário ao pós-doutorado, em especial nas ciências sociais e humanidades (mas a que não estão imunes outras vertentes da pesquisa especializada). Ela é obra, em grande medida, das “saúvas freireanas”, ou seja aquela classe de pedagogos deformados, inspirados na obra de um dos nossos grandes idiotas, Paulo Freire, e que o elevaram à condição de “patrono da educação brasileira”.
O Brasil tem, por certo, muitas outras causas que explicam sua atual decadência institucional e seu renitente retrocesso econômico, que poderão ser examinadas com maior ou menor grau de detalhe. O importante seria destacar, neste momento, meu compromisso com uma análise empiricamente embasada, meu engajamento com um trabalho intelectual voltado para a busca de soluções factíveis, não utópicas (como em geral a esquerda costuma fazer), para os problemas do Brasil, e a irrenunciável postura de independência em relação a quaisquer forças ou movimentos voltados para a luta político-partidária e a conquista do poder. Sequer aspiro à condição de “conselheiro do príncipe”, pois sou um péssimo conselheiro – devido a minha brutal sinceridade – e não pretendo servir a nenhuma liderança política. Minha vocação está unicamente voltada para o estudo e a compreensão dos problemas brasileiros e a aplicação das soluções mais racionais, do ponto de vista da eficiência econômica e da justiça social, para os desafios detectados. Não tenho nenhuma ilusão de que quaisquer propostas que eu possa ter venham a ser implementadas, não que elas sejam exatamente utópicas, mas porque o Brasil carece de estadistas que possam liderar um processo de reformas que julgo necessário e até indispensável se quisermos inverter a nossa trajetória atual de decadência e de retrocesso.
Os dados estão lançados em face de um cenário ainda altamente incerto em seus desdobramentos eleitorais, e o meu roteiro de navegação ainda está sendo traçado. Em mais alguns meses veremos se o diário de bordo traz algumas propostas inteligentes. Ao trabalho, daqui para a frente.





SOBRE PAULO ROBERTO DE ALMEIDA


Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, mestre em planejamento econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia, doutor em ciências sociais pela Universidade de Bruxelas. Trabalhou como assessor especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. É autor dos livros: “O Mercosul no contexto regional e internacional” (Aduaneiras, 1993), “ O Brasil e o multilateralismo econômico” (Livraria do Advogado, 1999), “ Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (UFRGS, 1998)” e “O moderno príncipe – Maquiavel revisitado” (2007)

Existem certas coisas que inspiram um unico sentimento...

Esta é uma delas...

A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira, que o Brasil quer se tornar parceiro “de primeira ordem” de Cuba. Junto com o presidente cubano Raúl Castro, a presidente inaugurou a primeira fase do Porto de Mariel, localizado a 40 quilômetros de Havana. Ela anunciou novos investimentos do Brasil no porto: um financiamento de US$ 290 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - recursos que se somam aos US$ 802 milhões, que segundo a presidente, o país já investiu na primeira fase. A presidente Dilma criticou o embargo econômico que os Estados Unidos impõe à Cuba.

- Na segunda etapa vamos financiar US$ 290 milhões para a implantação da zona especial de desenvolvimento de Mariel, que se tornará peça chave do desenvolvimento econômico cubano. Várias empresas brasileiras têm se manifestado grande interesse em instalar-se na zona especial. E, neste momento, estamos organizado uma missão empresarial a Cuba. O Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba - disse a presidente em seu discurso.
- Laços profundos unem os nossos países, um sentimento de amizade aproxima nossas sociedades. O Brasil acredita e aposta no potencial humano e econômico de Cuba. Mesmo submetido a injusto embargo econômico, Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe - disse.

A presidente ainda aproveitou para comentar o programa Mais Médicos, que já conta com 7,4 mil médicos cubanos. A partir de amanhã uma nova equipe de 2 mil médicos cubanos começa a embarcar para o Brasil.

- Queria aproveitar para agradecer ao governo e ao povo de Cuba pelo enorme aporte ao sistema brasileiro de saúde por meio do programa Mais Médicos - disse. - A participação dos médicos cubanos é amplamente aprovada pelo povo brasileiro e é prova efetiva da solidariedade e cooperação dos dois países - afirmou Dilma.

A partir desta terça-feira, mais dois mil médicos cubanos desembarcam no Brasil, no terceiro ciclo do programa Mais Médicos. Cerca de 5,4 mil profissionais cubanos já estão no país trabalhando pelo programa. Segundo divulgou o Ministério da Saúde na semana passada, nessa terceira seleção 2.891 profissionais foram escolhidos, incluindo os cubanos, provenientes da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Os cubanos vão cursar o módulo de acolhimento e avaliação do programa em treze capitais. A previsão é que esses profissionais comecem a atuar nos municípios em março, após passarem por avaliação. Ainda não está definido onde eles vão trabalhar.

Com esses novos médicos, somados aos que já estão atendendo a população nos municípios, são 9,5 mil médicos já selecionados pelo Mais Médicos.

A presidente destacou que a parceria com o país traz grandes possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, medicamentos e vacinas. A presidente elogiou o setor produtivo desses itens em Cuba.

- Acreditamos que estimular essa parceira é aumentar o fluxo bilateral de comércio. São grandes as possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, e medicamentos, vacinas nos quais a tecnologia de ponta é dominada por Cuba – disse Dilma.

Ainda nesta segunda-feira, em uma agenda paralela à visita de Dilma, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai assinar com autoridades cubanas da área da saúde acordo de cooperação sobre fármacos. Na ocasião, será feita uma cerimônia simbólica de despedida dos médicos cubanos que embarcam rumo ao Brasil e chegam nesta semana. O futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, também participará da cerimônia.

O Porto de Muriel é o primeiro terminal de contêineres do Caribe. E a partir de agora se torna o terceiro maior porto da América Latina com capacidade para receber cerca de 1 milhão de contêineres. Segundo o governo brasileiro, o investimento serviu para contratação de bens e serviços de 400 empresas brasileiras.

- A amizade que nos une nutre-se de interesses comuns, identidade cultura, diálogo e cooperação. Esse porto que inauguramos hoje será o símbolo dessa amizade duradoura. O Brasil orgulha-se por associar se a Cuba nesse que é o primeiro porto terminal de contêineres do Caribe a integrar-se a cadeia oceânica, acolher embarcações e movimentar uma carga de 1 milhão de contêineres – afirmou.

Um leitor voraz, que deveria estar no Guiness dos maiores leitores do mundo (Shanghai Daily)

Incrível motorista-leitor, mas é duvidoso que ele consiga ler oito livros por dia. Em todo caso, se trata de um amigo dos livros, e portanto meu amigo.
Não tive o prazer de encontrá-lo, quando morei em Shanghai, em 2010, mas vou procurá-lo, da próxima vez que passar por lá.
Quero conhecer sua receita mágica para ler assim rapidamente...
Paulo Roberto de Almeida

Chauffeur is top borrower of library books

A CHAUFFEUR who has been named the top borrower of books from the Shanghai Library for two years in a row said he reads voraciously to kill time when waiting for his boss.
Li Guanghua, 35, borrowed 2,846 books last year. That works out to an average of eight books a day.
He was also named the reading champion of 2012 during which he borrowed 3,134 books, library officials said.
Li said he reads fast and had time to read the books because he is required to wait in the car for his boss for a long time. He usually visits two library branches a day.
“Nowadays, more and more people read e-books on iPad, but I still prefer to read paper books,” Li told Youth Daily.
According to the Youth Daily report, Li became a taxi driver after graduating from middle school. He worked every other day so that he could spend much more time on reading.
After he became a chauffeur for a private company boss, he had far more time because he needed to wait when the boss was out for business deals or playing golf.
Martial Arts fiction, history, military, and automobile-related books are Li’s favorites.
His favorite writers are Hong Kong author Jin Yong and Taiwan author Gu Long, both specializing in martial arts writings.
Li said this is because he had a hero complex of the classic martial arts fiction.
Li borrowed automobile magazines to learn car maintenance, which made him a car expert and won the confidence of his boss.
He said he used to have a bad temper but reading changed that and made him calm and mature.
Li’s passion for reading  rubbed on his father who also started to frequent the library.
Li is now grooming his son, a preschooler, to form a reading habit, which he thinks is better than playing games on iPad.
Shanghai Library said in general, the most borrowed books for the year were literature, medicine and health books.
Popular books include the Chinese version of the biography “Steve Jobs,” “A Bite of China” and books that teach seniors how to remain healthy.
The library has 1.92 million readers with valid library cards. From Friday, it will allow readers to borrow up to 10 books at a time, up from four books, to satisfy more bookworms.

Mariel: um porto moderno, do seculo XXI, para uma ditadura atrasada, do seculo XIX

Com dinheiro brasileiro, que poderia estar indo para um porto brasileiro...mas que nunca vai voltar para o Brasil...
Paulo Roberto de Almeida

Former Exit Port for a Wave of Cubans Hopes to Attract Global Shipping


MARIEL, Cuba — The images of desperate refugees crammed onto boats have defined this bay outside Havana for decades. About 125,000 Cubans left from here in 1980 after Fidel Castro, facing growing discontent, announced that anyone who wanted to leave should just go to Mariel and get out.
But on Monday, Raúl Castro, Cuba’s president, stood alongside the president of Brazil, Dilma Rousseff, to unveil a new Mariel: a state-of-the-art port that both leaders said would lead to a new era of commercial integration, connecting Cuba and the world.
The terminal is “a transcendent project for the national economy,” Mr. Castro said, standing by towering container lifts adorned with Cuban flags. He added that the port and the adjacent development zone, where foreign companies will enjoy tax breaks and other advantages, “are a concrete example of the optimism and confidence with which we Cubans see a socialist and prosperous future.”
The Mariel upgrade, at a cost of around $900 million, is the largest infrastructure project for Cuba in decades. With financing from Brazil’s government, it amounts to one of the communist country’s biggest bets yet on global capitalism.
Analysts said it was an ambitious effort intended to establish tighter economic ties with Latin America and Asia, while preparing for the eventual end of the American trade embargo.
“In the short term, it’s based on the special relationship that Cuba is building with Latin America and East Asia,” said Arturo Lopez-Levy, a former Cuban official who studies Cuba’s economy and politics. “In the long term, they are planning for a soft landing with the United States.”
The port has the capacity to handle 800,000 containers a year. Port officials said that in term of its sophistication, it was already on equal footing with Kingston in Jamaica and Freeport in the Bahamas, two of the Caribbean’s busiest ports.
The port, with dredging that will eventually reach depths of nearly 60 feet, will also be able to support the largest cargo ships coming through the upgraded Panama Canal.
Cuban officials have said they hope Mariel will become a regional hub, with large ships docking here, breaking up their loads to efficiently deliver products across Latin America and the Caribbean. In his brief speech at the port’s inauguration, Mr. Castro also argued that the port would lead to greater exports and a stronger economy.
Mariel’s Special Development Zone, 180 square miles of what are now grassy fields overlooking the wharf, will most likely be a major test of whether such promises can be fulfilled.
For a country that has enacted limited free-market overhauls with clenched teeth, the rules in the Mariel zone are exceptional.
While foreign firms elsewhere on the island can operate only as part of joint ventures with Cuba, which typically maintains a majority stake, here in the Mariel zone, they can be 100 percent foreign owned.
Construction and possible factory jobs are expected to be filled by Cuban workers, but outlines of the project suggest that foreign companies will be treated to generous tax breaks and less bureaucracy than is usual in Cuba.
Ms. Rousseff, the Brazilian president, making her second visit to Cuba to attend a conference of Latin American and Caribbean leaders, said Mariel’s new port would benefit Cuba and the region.
Praising Cuba for encouraging “dialogue and cooperation,” she criticized the American trade embargo and noted that with Mariel, “there are great possibilities” still to be realized.
Interest in the development zone is difficult to gauge, but analysts report that companies from several countries — including China, Malaysia and Angola — have expressed an interest.
In a sign of Cuba’s willingness to let the port stand apart from the state-run economy, Mariel will be administered by PSA International, a port operator based in Singapore. Several of the port’s advisers, guiding reporters through presentations Monday, come from Europe.
“It’s a very substantial, very serious project,” said Philip Peters, a Cuba analyst at the Lexington Institute, a libertarian think tank in Washington.
“It has an integrated commercial strategy attached to it: It’s big in the context of the Cuban economic reforms.”
The port, having changed from a launching point for rickety boats full of migrants, may also set a broader precedent. Cuban officials have said that a new foreign investment law will be unveiled in March, and there have been hints that some of the looser rules governing Mariel’s development zone could be a part of the plan for at least some struggling sectors of the economy, such as agriculture.
Mr. Lopez-Levy, who also works with a group of Cuban-Americans favoring engagement with Cuba, said that Cuba was hoping to mimic China by creating enough economic growth to blunt demands for political change.
Though many Cuban-American leaders in Congress disagree — arguing that a hard-line stance against Cuba best serves Cuban and American interests — Mr. Lopez-Levy said that by maintaining the embargo, the United States was essentially giving Cuban officials what they wanted: the ability to exercise greater control over the pace of change.
“If you let them do it in the way they want, piece by piece, they will be able to create the type of market economy they are building now,” he said. “What they want is a soft landing period, and then at some point, they will be able to manage the Americans when they go in. This is all part of their design.”

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Economia da USP seleciona professores: almas academicas, animai-vos...

Estão abertas por 60 dias, a contar de 20/01/2014 (prazo final 21/03/2014), as inscrições para Professor Doutor no Departamento de Economia, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. 
As vagas estão distribuídas entre as seguintes áreas: 
Economia Brasileira e História Econômica Geral e do Brasil; Microeconomia; Macroeconomia e Desenvolvimento Econômico; Introdução à Economia e Economia Financeira.

Informamos, ainda, que estarão abertas de 03/02 a 18/02/2014 as inscrições para Livre Docente nas seguintes áreas do conhecimento:
Microeconomia; Macroeconomia; Teoria do Valor e História do Pensamento Econômico; Métodos Quantitativos; História Econômica Geral; Economia Internacional; Economia Agrícola; Economia do Trabalho; Economia Industrial – Organização Industrial; Economia do Setor Público – Finanças Públicas; Sociologia Econômica; Economia Regional e Urbana; Desenvolvimento Econômico e Social e Crescimento Econômico; Metodologia da
Economia; Economia Brasileira Contemporânea – Economia Brasileira; Formação Econômica e Social do Brasil; Economia dos Mercados de Capitais: Derivativos e Renda Fixa; Macroeconomia Keynesiana; Economia Institucional; História do Pensamento Econômico Recente; Tópicos em Economia Financeira e Economia Financeira.

Acesse o link http://www.fea.usp.br/feaecon/departamento.php?i=5 e leia os editais de abertura.
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Estudos Econômicos (São Paulo)

Brasil-Cuba e um dinheiro que nunca sera' pago: querem apostar?

Patrícia Campos Mello

Folha de S.Paulo, 26/02/2014


O governo brasileiro está oferecendo cerca de US$ 500 milhões de crédito por ano (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) para Cuba comprar produtos e serviços brasileiros. Segundo levantamento feito pela Folha, o governo brasileiro desembolsou US$ 152,7 milhões pelo BNDES até setembro de 2013 (foram US$ 220,58 milhões em todo o ano de 2012), mais US$ 221,2 milhões pelo Banco do Brasil.

Disponibilizou ainda uma linha anual de US$ 70 milhões do programa Mais Alimentos Internacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a compra de implementos agrícolas brasileiros. O foco brasileiro em Cuba se traduz nos números –no ano passado, o país de 11 milhões de habitantes, mesma população do Rio Grande do Sul, foi o terceiro maior destino de financiamentos do BNDES para exportação de bens e serviços brasileiros. Recebeu mais recursos do que o Peru, país com PIB de US$ 196 bilhões, quase três vezes maior que o cubano. O BB não forneceu dados para essa comparação.

Mario Vargas Llosa e os esquerdistas da Suecia - Cato Institute

Meu amigo Orlando Tambosi me chama a atenção para esta matéria, do Cato Institute, que reflete a geografia universal dos néscios...
Paulo Roberto de Almeida

A Suécia também tem seus estúpidos ideológicos
Orlando Tambosi, 26/01/2014

A Suécia, tão festejada pelos amantes do Estado benfeitor, também tem lá seus estúpidos ideológicos esquerdistas. Convém lembrar que eles gritaram contra o "traidor" Mário Vargas Llosa, quando a Academia Sueca lhe concedeu o Prêmio Nobel de Literatura. (2010). Leiam o artigo de Joahan Norberg, que revela o nefando preconceito contra um dos raros intelectuais liberais da América Latina. Ah, não deem o prêmio a um "direitista", bradaram os estúpidos do estatismo. Segue o texto, na íntegra:

“Estoy un poco molesta”, dijo la crítica de literatura Ulrika Miles durante el anuncio en televisión sueca del Premio Nóbel de Literatura del 2010. La elite cultural del país se demoró segundos en darse cuenta de que se había cometido un error en el proceso de votación de la Academia Sueca: como sabrán, Mario Vargas Llosa, el ganador, ya no es socialista. “Lo perdí cuando se convirtió en un neoliberal”, se lamentaba Miles. Muchos otros hacían eco de su queja.
La gente que nunca tuvo reparos sobre la orientación política de otros ganadores del Premio Nóbel —como Wislawa Szymborska, quien escribió celebraciones poéticas de Lenin y Stalin; Günter Grass, quien alabó a la dictadura cubana; Harold Pinter, quien respaldó a Slobodan Milosevic; José Saramago, quien purgó a los anti-estalinistas del periódico que él editaba— pensó que la Academia Sueca finalmente había cruzado la línea. La orientación política de Mario Vargas Llosa aparentemente debería haberlo descalificado de cualquier consideración para el premio. Él es, después de todo, un liberal clásico que sigue la tradición de John Locke y Adam Smith.
Los periodistas y escritores de la izquierda estatista de Suecia explicaron que Vargas Llosa se había convertido en “traidor” durante los ochenta, cuando se opuso públicamente al socialismo e incluso se lanzó para la presidencia del Perú con un programa de gobierno liberal. Sugirieron que fue probablemente su estilo de vida privilegiado de escritor exitoso lo que socavó su simpatía y solidaridad con los pobres y los oprimidos.
En el periódico más importante de Suecia, Aftonbladet, tres escritores lo acribillaron el primer día del anuncio del Premio Nóbel. Uno escribió que el premio era un triunfo para la derecha sueca; otro dijo que era una victoria para la derecha autoritaria de América Latina; otro lo acusó de ser no solamente un neoliberal, sino también un “machista” (lo que Vargas Llosa ignoraba es que hoy en día solamente es aceptable que las mujeres escriban sobre sexo; cuando los hombres lo hacen, aparentemente, es algo machista y de mal gusto).
Martin Ezpeleta de Aftonbladet incluso dijo que el premio era una victoria para los racistas porque Vargas Llosa una vez escribió un ensayo atacando la ideología del multiculturalismo. Que en ese mismo ensayo también haya pedido que se adopte una política de inmigración más abierta no fue de importancia para Ezpeleta —hasta que otros detectaron su distorsión y él silenciosamente omitió la acusación de “racismo” de su artículo y pretendió que nunca estuvo ahí.
Al periódico de extrema izquierda Flamman le tocó decirles a sus lectores que se calmaran. Sí, Vargas Llosa es un liberal, pero también es un escritor fantástico y una “excelente elección” para el Premio Nóbel. Bueno, de hecho él lo es. Incluso si uno odia los mercados libres, el libre comercio y otras cosas que Vargas Llosa respalda, es difícil negar que es uno de los mejores novelistas de nuestros tiempos.
Vargas Llosa ha escrito cuentos sencillos, incluso unos cómicos, pero las novelas comoLa fiesta del chivo y La guerra del fin del mundo son ese tipo de relatos ambiciosos que ya no se cuentan, en una época en que gran parte de los escritores no tienen la paciencia de compartir algo más allá de sus bares favoritos y sus trágicas vidas amorosas. En sus mejores momentos, Vargas Llosa es la respuesta del mundo literario a una serie de científicos teóricos: él trata con más dimensiones que las que gran parte de nosotros podemos experimentar con nuestros sentidos. Como Víctor Hugo, captura toda una era o la tragedia de un país en unos cuantos capítulos, pero como los mejores escritores de novelas de crimen, él también nos mantiene en suspenso con intrigas dramáticas. Y también administra un gran número de personajes, como los grandes escritores rusos —personajes cuyas relaciones, conversaciones y desarrollos internos constituyen el verdadero escenario de la novela.
Vargas Llosa va y viene entre estas dimensiones, cambia la narración y los tiempos para contar la misma historia desde distintos ángulos, para hacerla más completa pero también más compleja. Es algo técnicamente complejo, pero fácilmente accesible y legible, incluso resulta difícil soltar un libro suyo una vez que se empieza a leerlo. Puede hacer que temas ligeros parezcan serios e importantes y puede escribir acerca de la miseria y la tragedia de una manera humorística e irónica.
Pero antes de que se deje llevar y concluya que Vargas Llosa se merece el premio: ¿me olvidé de decirle que no es socialista? Bueno, antes lo era. Era un comunista convencido que respaldaba la revolución cubana. Cambió de parecer no porque ya no era capaz de simpatizar con los pobres y los oprimidos, sino porque todavía lo hacía cuando otros empezaron a identificarse más con los revolucionarios que con la gente en cuyo nombre se hacía la revolución. Él vio que Castro perseguía a los homosexuales y encarcelaba a los disidentes. Mientras que otros socialistas se quedaron callados y pensaron que el sueño justificaba los medios, Vargas Llosa empezó a hacerse preguntas incómodas acerca de cómo sus ideales, una vez realizados, se parecían más a los campos de concentración que a las utopías socialistas.
Ahí es cuando el autor empezó a pensar que la centralización del poder y de la riqueza en el Estado derivaba en autoritarismo y que las barreras comerciales, las regulaciones y la ausencia de los derechos de propiedad protegían a los poderosos y hacían imposible que los pobres inicien un negocio y se construyan una vida. Se convirtió en un liberal clásico, siempre luchando en contra de los corruptos y los autoritarios, sin importar como se disfrazaran —ya sea como juntas militares, o como personas de la derecha mercantilista o como dictadores socialistas— y emprendió en la lucha por el Estado de Derecho y los derechos de propiedad para los pobres y los oprimidos.
Los intentos de presentar a Vargas Llosa como un partidario de la derecha autoritaria en América Latina son simplemente vergonzosos. La única pieza de evidencia en el artículo de Aftonbladet fue que respaldó a Sebastián Piñera en la última elección presidencial de Chile —lo cual, sin embargo, no tiene sentido ya que Piñera es un político democrático moderado que ha criticado la tradición autoritaria de la derecha chilena y que votó en contra de Pinochet en el referéndum sobre su mandato en 1988.
El intento de Vargas Llosa de someter a todos los gobernantes a los mismos estándares es lo que hace algo sumamente revelador la aseveración de que él traicionó a la izquierda. Muchos intelectuales han condenado a las dictaduras derechistas de Perú y de Chile y muchos intelectuales han condenado a las dictaduras izquierdistas de Cuba y de Nicaragua, pero pocos han condenado ambos grupos de dictaduras como Vargas Llosa.
Si eso es un ataque para la izquierda, lo es solamente porque la izquierda ha puesto su esperanza en generaciones sucesivas de caudillos como Castro y Chávez. Para la izquierda, cualquiera que insiste en que las mismas reglas democráticas deberían aplicarse a sus héroes se vuelve un traidor, un derrotista, un derechista. Él es el esclavo dentro de sus filas, murmurando que toda la gloria es efímera y que ustedes son mortales. Y ese no es un papel popular. Como Vargas Llosa escribió una vez: “Por razones que no entiendo, cualquiera que defiende la libertad de expresión, las elecciones libres y el pluralismo político en América Latina es visto como un derechista entre los intelectuales de la región”.
Los intentos de politizar el premio de literatura y las demandas de que los autores deberían ser izquierdistas confesos no son muy atractivos. Pero tal vez los críticos han señalado algo válido. Tal vez no podemos separar a las novelas de Vargas Llosa de su pensamiento político, su literatura de su creencia en la libertad. En un ensayo acerca de la literatura él explicó que “toda la literatura buena es radical y hace preguntas radicales acerca del mundo en el que vivimos”, y que toda la literatura es “el alimento de los que tienen un espíritu rebelde, la promulgadora de las inconformidades”.
Incluso se puede decir que la Academia Sueca está de acuerdo, porque le dio el premio a Vargas Llosa “su cartografía de las estructuras de poder y por sus incisivas imágenes de la resistencia, la rebelión y la derrota del individuo”. La diferencia entre él y sus viejos amigos que ahora son sus opositores es que él toma en serio a ese poder y a esa resistencia. No son solo meras ficciones. (El Cato).

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