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sexta-feira, 21 de junho de 2019

General Santos Cruz: "governo se perde em besteiras"

General demitido diz que governo ‘é um show de besteiras’

'Todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população', afirmou Santos Cruz, em entrevista à revista 'Época'

General demitido diz que governo ‘é um show de besteiras’
General Santos Cruz foi demitido da Secretaria de Governo da Presidência da República (Fonte: Reprodução/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Em entrevista à revista Época, o general Santos Cruz, que foi demitido na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro da Secretaria de Governo da Presidência da República, afirmou que o governo perde tempo com “bobagens”. 

“Se você fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante. É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante. Tem muita besteira. Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população, tirando a atenção das coisas importantes. Tem de parar de criar coisas artificiais que tiram o foco. Todo mundo tem de tomar consciência de que é preciso parar com bobagem”, afirmou o agora ex-ministro.

Antes de sua demissão, o general foi criticado por Olavo de Carvalho e Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, Santos Cruz comentou os ataques, porém sem citar nomes. 

“Não é porque você tem liberdade e mecanismos de expressão, Twitter, Facebook, que você pode dizer o que bem entende, criando situações que atrapalham o governo ou ofendem a pessoa. Você discordar de métodos de trabalho é normal, até publicamente. Discordâncias são normais, de modo de pensar, modo de administrar, modo de fazer política, de fazer coordenação. Mas, atacar as pessoas em sua intimidade, isso acaba virando uma guerra de baixarias”, escreveu o general. 

Nasce Machado de Assis, 180 anos atras

Nasce Machado de Assis

Em 21 de junho de 1839, nasceu o ícone da literatura brasileira, Machado de Assis


Nasce Machado de Assis
De saúde frágil, epilético e gago, concluiu apenas a escola primária (Foto: Wikipedia)
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Esse grande brasileiro é considerado o maior nome da literatura do país de todos os tempos. Autor de romances, poesias e peças de teatro, além de crítico literário, Machado foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Filho do mulato Francisco José de Assis, e da imigrante Maria Leopoldina Machado de Assis, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839, e morreu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908.
De saúde frágil, epilético e gago, o menino foi criado no morro do Livramento e perdeu a mãe muito cedo. Sua madrasta, Maria Inês, foi quem o matriculou na escola pública, onde concluiu apenas a escola primária. Aprendeu francês com imigrantes da padaria do bairro onde morava.
Em 1855, publicou o primeiro trabalho literário, o poema “Ela”, no jornal Marmota Fluminense. No ano seguinte, tornou-se aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, onde conheceu Manuel Antônio de Almeida, que se tornou seu protetor. Em 1858 começou a trabalhar como revisor e colaborador do Marmota, e lá construiu o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.
Em 1861 foi impresso seu primeiro livro, Queda que as mulheres têm para os tolos, mas seu nome aparecia apenas como tradutor. No ano seguinte, tornou-se censor teatral, cargo que não era remunerado, mas possibilitava ingresso livre nos teatros. Começou também a colaborar em O Futuro. O veículo era dirigido por Faustino Xavier de Novais, irmão de sua futura esposa, Carolina Augusta Xavier de Novais. Carolina revelou a Machado os clássicos portugueses e vários autores de língua inglesa.
Em 1863, o escritor lançou o Teatro de Machado de Assis, volume que se compõe de duas comédias, O Protocolo O Caminho da Porta. Em 1872, foi publicado o primeiro romance de Machado, Ressurreição. No mesmo ano, o escritor iniciou a carreira de burocrata, que seria seu principal meio de sobrevivência durante toda a vida.
De 1881 a 1897, Machado escreveu inúmeras crônicas para o jornal Gazeta de Notícias. Em 1881 saiu também o famoso livro – Memórias póstumas de Brás Cubas, que ele publicara em folhetins na Revista Brasileira nos dois anos anteriores. Em 1882 lançou Papéis avulsos, sua primeira coletânea de contos.
Do grupo de intelectuais que se reunia na Redação da Revista Brasileira partiu a ideia da criação da Academia Brasileira de Letras. Machado apoiou o projeto desde o início e em 1897, ano que se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou por mais de dez anos.
Ao longo de sua carreira, Machado trabalhou como colaborador nos veículos Correio MercantilDiário do Rio de JaneiroO EspelhoA Semana IlustradaJornal das FamíliasO Cruzeiro, A Estação, O Globo, Gazeta de Notícias, além dos já citados.
A obra de Machado de Assis abrange vários gêneros literários. Seu estilo passa do romantismo, como em Crisálidas Falenas, pelo indianismo em Americanas, e o parnasianismo em Ocidentais, até chegar ao realismo. O brilhante autor escreveu obras memoráveis, como Helena, Iaiá Garcia, Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.
Em 1908 publicou seu último romance, Memorial de Aires. Na madrugada de 29 de setembro, morreu em sua casa, na Rua Cosme Velho, deixando um belo exemplo de determinação. O menino pobre terminava a vida como um baluarte da literatura nacional.

Estado no Brasil: grande demais, segundo estudo - Luan Sperandio (Gazeta do Povo)

Estudo defende que “Estado mínimo” é o ideal para o Brasil

Estudo aponta que carga tributária ideal para o Brasil seria cinco pontos percentuais menor do que a atual.
Luan Sperandio, especial para a Gazeta do Povo, 20/06/2019
Copyright © 2019, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

O tamanho ideal do Estado é algo subjetivo e que varia de acordo com a ideologia de cada indivíduo. Há, por exemplo, quem considere o Estado brasileiro já “mínimo”, no sentido de que ele é pouco eficiente na prestação de serviços básicos. Outros grupos e indivíduos defendem uma redução maior no escopo de atuação da administração pública. Eles entendem que a eficiência aumentará na medida em que houver maior espaço da iniciativa privada.
A maior parte dos teóricos políticos e econômicos defende a necessidade de alguma forma de governo para garantir a propriedade privada, o cumprimento dos contratos, a oferta de bens públicos e para a realização de algumas políticas públicas. Eles entendem que a ação do governo pode gerar externalidades positivas para a sociedade. Mas eles também reconhecem que existe uma enorme tendência de os governos serem ineficientes, corruptos e, em última análise, gerarem um impacto negativo na atividade econômica produtiva.
Fora do mundo político e ideológico, a literatura científica possui parâmetros objetivos para delimitar o tamanho do Estado e qual seria o ponto de maior equilíbrio entre carga tributária e o desenvolvimento econômico. Inicialmente, a métrica para analisar o tamanho estatal se dá a partir do nível de despesa governamental em relação ao PIB.
A chamada Curva de Armey reflete a relação entre gasto público e atividade econômica. A metodologia considera que há uma associação positiva entre gasto público e crescimento econômico até determinado nível de despesa pública. Nesse caso, um governo limitado e com uma carga tributária limitada é benéfico para o desenvolvimento econômico e o bem-estar. Dessa forma, no início, a existência de um governo pode ser positiva para o desenvolvimento econômico. É o que se convencionou chamar de “carga tributária ótima”.
A partir de determinado limite, contudo, com um gasto público mais elevado e, portanto, drenando mais recursos da sociedade por meio da tributação, a atuação do Estado passa a ser ineficiente, prejudicando o desenvolvimento econômico.

Estado no Brasil é grande demais, segundo estudo

Com base nesses pressupostos, um estudo publicado na Economic Analysis of Law Review — principal revista de análise econômica do direito do país — analisou qual seria a carga tributária ótima brasileira. Os pesquisadores Cláudio Shikida, Andre Carraro, Rodrigo Nobre Fernandez, Ari Francisco de Araujo Jr. buscaram verificar a relação entre gasto governamental e crescimento econômico no Brasil.
A análise econométrica indicou que a carga tributária ótima seria de 28,38%. no equilíbrio de longo prazo. Nesse caso, a servidão ao Estado seria de 104 dias (do réveillon até 14 de abril de cada ano). O valor destoa em muito da carga tributária brasileira verificada em 2013, calculada em 33,74% (um cenário em que a servidão se arrasta até o dia 3 de maio).
Assim, o “tamanho ótimo do governo” brasileiro seria alcançado com uma redução arrecadatória de aproximadamente R$ 260 bilhões de reais naquele ano.
Para efeito de comparação, em 2018, o brasileiro só começou a trabalhar para si depois de 153 dias, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Isto é, o tamanho do Estado aumentou desde o ano em que o estudo foi feito. Segundo estudo da OCDE de 2016, apenas Cuba, com 41,7% de impostos sobre o PIB, supera a carga tributária brasileira na América Latina.
Ainda segundo o estudo, a carga tributária observada no início dos anos 1990 seria mais próxima do valor de carga tributária ótima. Ocorre que, a partir da segunda metade dos anos 1990, a sanha arrecadatória do fisco ultrapassou o nível ótimo e gradualmente se aproximou de um terço de toda a produção nacional.

O que daria para fazer com o “Estado Ótimo brasileiro”?

Os 28% de gastos em relação ao PIB corresponderiam, segundo os pesquisadores, a uma estrutura que comportaria basicamente os ministérios da Saúde, Educação, Justiça, Previdência Social, Defesa, Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Dessa forma, o Estado Ótimo brasileiro se aproximaria das ideias do intelectual escocês Adam Smith, mas acrescido de um aparato de Estado de bem-estar social enxuto. O “pai da Ciência Econômica” defendia uma atuação estatal restrita ao provimento de educação, defesa e segurança e de um sistema de justiça.

Apesar de grande, Estado brasileiro não prioriza mais pobres

A despeito de os 10% mais pobres pagarem proporcionalmente 44,5% mais impostos do que os 10% mais ricos, grande parte das políticas sociais financiadas com esse dinheiro não beneficia os brasileiros de menor renda. Um levantamento do Banco Mundial estimou que o Brasil gasta apenas 12,1% do PIB com os 40% mais pobres. Ou seja, há um benefício desproporcional aos mais ricos.
Há, portanto, diversas ações patrocinadas pelo Estado brasileiro que, embora vendidas por burocratas como “sociais”, resultam em aumento da concentração de renda. Segundo um estudo do Ipea, um terço da desigualdade nacional se dá em virtude da atuação da administração pública.

Brasileiros preferem estado intervencionista

O tamanho do governo é definido basicamente por três aspectos: econômico, político e ideológico. A depender de cada sociedade e de seus fatores de influência, eles podem fazer com que a arrecadação tributária fique distante do que a literatura considera ser um nível ótimo em termos de bem-estar.
De acordo com uma pesquisa de 2018, realizada pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação, para o brasileiro a economia deve ser regulada mais pelo Estado do que pelo mercado. Os entrevistados disseram ainda que as principais empresas devem pertencer ao Estado, considerado o principal agente de redução de desigualdades e de provimento de serviços básicos.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Deus no Itamaraty - Maria Herminia Tavares de Almeida (FSP)

Eu me pergunto, se já se mandou benzer o Palácio Itamaraty, como garantia.
Onde está Deus, sempre aparece um outro personagem...
Nunca se sabe...
Em todo caso, caminho no deserto, na terra do sol, não estou mais associado ao ridículo, um adjetivo que já levantou a ira do templário contra mim. Não sei se serei excomungado por postar novas peças acusatórias em meu blog.
Mas, em face do que vejo em certas mensagens de Twitter, não estou só no caminho da cruzada.
O exército é brancaleônico, eu sei, e por isso mesmo ridiculamente ridículo.
Paulo Roberto de Almeida

Deus no Itamaraty

Nacionalismo míope e alinhamento automático podem levar o país à insignificância

“Deus em Davos. Falei disso em minha apresentação na abertura do seminário Globalismo”, informou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em sua conta no Twitter.
Vale uma visita ao site da Fundação Alexandre de Gusmão para ouvir as conferências do seminário. Especialmente, as de duas figuras importantes na política externa brasileira: o chefe da diplomacia e o assessor internacional da Presidência.
Durante longos 45 minutos, o chanceler empilhou ideias e citações no esforço de explicar que o “globalismo” é uma espécie de religião ateia, cujo evangelho junta “ambientalismo”, a ideia de direitos
humanos universais e o politicamente correto. Tudo produto do “gramscismo” (de Antonio Gramsci, pensador e líder comunista italiano que morreu sob o fascismo, em 1937) e do “fisiologismo” (muito provavelmente o ministro queria dizer materialismo).
Ainda segundo a sua teoria, quando descartou a ideia de Deus, ao fim da Guerra Fria, o liberalismo ocidental haveria aberto o caminho para a expansão da ideologia globalista. Ao levar Deus ao Fórum Mundial de Davos, o presidente Jair Bolsonaro teria começado a alinhar o Brasil à cruzada conservadora mundial.
O seu assessor internacional Filipe Martins foi mais direto. O globalismo é a ideologia de uma tecnocracia apátrida e cosmopolita, instalada nas organizações multilaterais, querendo destruir a soberania nacional. 
Nacionalismo versus globalismo, eis o grande combate do século 21, proclamou o professor que se notabilizou também por enriquecer a agenda do país com a luta contra a tomada de três pinos, as urnas eletrônicas e a reforma ortográfica. Na guerra do século, avisou, estamos ao lado do nacionalismo, abraçados a Trump, ao húngaro Orban, ao indiano Modi. 
Não é possível avaliar o impacto desse livre-pensar sobre a política exterior do Brasil. Esta não depende só, nem principalmente, da vontade dos governantes, mas da pressão de interesses internos, assim como da geopolítica e dos recursos de poder e influência ao alcance de um país como este.
Muitas coisas continuarão a se mover sobre os mesmos trilhos de há muito assentados e sob a condução de um corpo diplomático treinado para buscar o melhor para o país.
Mas o nacionalismo míope à existência de problemas globais —como a degradação ambiental, as migrações ou as pandemias— somado a alinhamentos automáticos a governantes estrangeiros, na base de proximidade ideológica, podem isolar o Brasil e condená-lo à insignificância.
O Deus de Bolsonaro passou por Davos sem abalar a ordem mundial. Falta saber que estragos poderá fazer no Itamaraty.

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CQD: (20/06/2019)

Vetustatem novitas, umbram fugat veritas...

(Do hino "Lauda Sion", de Santo Tomás de Aquino, composto em 1264 para a primeira celebração de Corpus Christi)

E eu estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos.


(Mateus, 28:20)

Adivinhem quem tuitou?


UniCamp Livre: uma surpresa, ainda a descobrir...

Soube dessa "homenagem" transversalmente, mas ainda não descobri em que ela consiste, ou consistiu, uma vez que se anunciou uma publicação do mês de maio de 2019.
Gostaria de conhecer, mas ainda não tive acesso.
Paulo Roberto de Almeida

(1) Primeiro o que "descobri", inopinadamente: 


(CAPA DA LIBERDADE)
No mês de Maio, vamos homenagear pela página do Unicamp Livre: o diplomata Paulo Roberto de Almeida.
Paulo Roberto é Doutor em Ciências Sociais (Université Libre de Bruxelles, 1984), Mestre em Planejamento Econômico (Universidade de Antuérpia, 1977), Licenciado em Ciências Sociais pela Université Libre de Bruxelles, 1975). É diplomata de carreira, por concurso direto, desde 1977; serviu em diversos postos no exterior e exerceu funções na Secretaria de Estado, geralmente nas áreas de comércio, integração, finanças e investimentos. Foi professor de Sociologia Política no Instituto Rio Branco e na Universidade de Brasília (1986-87) e, desde 2004, é professor de Economia Política no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). É editor adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional, colabora com várias iniciativas no campo das humanidades e ciências sociais, e participa de comitês editoriais de diversas publicações acadêmicas. Desde agosto de 2016 até o começo de 2019 foi Diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IPRI), afiliado à Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), do Ministério das Relações Exteriores.
Paulo Roberto de Almeida sofreu perseguição pelo Governo Lula devido as suas ideias. E novamente ele acabou tendo atritos com o atual Ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo.
Paulo Roberto de Almeida é o principal estudioso da obra do economista Roberto Campos. Analisando principalmente as críticas que o mesmo fazia da Constituição de 1988.
Pela grande obra, estamos honrados em ilustrar a capa do nosso perfil com a sua foto.

(2) Agora minha reação, sem saber ainda exatamente do que se trata: 

Confesso que não estava sabendo dessa, digamos, "homenagem" de um pessoal da UniCamp que eu também confesso não conhecer diretamente, ou pelo menos não saber de quem se trata e por quais razões eles se decidiram prestar essa, vai lá, "homenagem", que certamente me envaidece e sensibiliza. Mas, adianto, não combinei com ninguém, e sequer sabia da existência desse grupo.
Curioso que, menos de um ano atrás, eu mandava para um outro grupo, de pós-graduandos em Economia, que mantém algo chamado  "Leituras de Economia Política", um artigo de "leituras" dos livros e do pensamento em economia do Roberto Campos, justamente. O artigo foi recusado, sob a alegação de que não se enquadrava na "linha editorial" da referida publicação, o que eu achei um tremendo sectarismo. É muito provável (mas estou chutando) que o pessoal desse grupo de pós-graduandos em Economia seja inteiramente devotado a ideias desenvolvimentistas, keynesianas, enfim, "unicampistas", como é conhecido, mas daí a constatar que eles se recusam a dialogar, mesmo indiretamente, com economistas liberais como o Roberto Campos, é um choque de realidade, quanto o sectarismo boçal prevalece mesmo certos meios ditos "cultos".
Mas, ainda não vi a tal "homenagem" que o grupo UniCamp Livres acaba de me fazer; vou tentar achar, mas se alguém quiser me enviar eu agradeço. 

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 20/06/2019




Brazil’s chaotic foreign policy - Oliver Stuenkel

Resumindo Oliver Stuenkel: o Brasil não tem política externa, porque o presidente não sabe o que é isso e o chanceler não consegue lhe dizer o que o Brasil deveria fazer, porque ele tampouco sabe. Em suma, em matéria de diplomacia, estamos no mato sem cachorro, e até aqui só se ouviram grunhidos...
Paulo Roberto de Almeida

How Bolsonaro’s Chaotic Foreign Policy Worries the Rest of South America

Diplomats across the region have begun to regard Brazil as a source of instability.
Amilcar Orfali/Getty
When it comes to foreign policy, Brazil's President Jair Bolsonaro and his closest advisors’ many controversial ideas, ranging from a fear of “globalism” and skepticism of multilateral institutions, such as the United Nations, to the conviction that climate change is little more than a Marxist plot, were already a cause of apprehension for many regional diplomats. And the sheer venting of the possibility of Brazilian support for a U.S. military intervention in Venezuela set off alarm bells in foreign ministries across the region.
Yet what most worries South American diplomats lately are not Bolsonaro's ideas per se, but the fact that Brazilian foreign policy -- and presidential diplomacy in particular -- has become largely unpredictable. There is a growing consensus from Santiago to Bogotá that decisions in Brasília are the product of internal power struggles rather than strategic calculus -- a worrisome situation for neighbors, considering that Brazil's active participation is crucial to advance any kind of regional initiative.
Close to celebrating six months in office, the Brazilian government has no clear policy vis-à-vis Mercosur, a Uruguayan policy maker privately complained -- except for occasional hints by Guedes and others that they were unhappy with the status quo. Bolsonaro's recent visit to Buenos Aires seemed to sum up the lack of coherence that has become the defining element of Brazil's international engagement since January. The visit happened after a series of snubs against Argentina, unprecedented since Brazil democratized in the 1980s: Bolsonaro's first international visit was to Santiago, not Buenos Aires, as Brazilian diplomatic tradition had it.
Yet when he finally visited Argentina, the mercurial president suddenly expressed his excitement about the idea of a joint currency between the two countries, a project that would, in the most optimistic scenario, take several decades to implement and require an extreme commitment to regional integration. Without blinking an eye, Bolsonaro seemed to support European Union-style integration, a project that runs counter to everything his closest anti-globalist advisors believe about the need to preserve Brazil's sovereignty and autonomy. Only weeks before, Brazil's conspiracy-peddling Foreign Minister Ernesto Araújo had publicly said he was rooting for Brexit and right-wing nationalist candidates in the elections for EU parliament.
"It's difficult to take all this very seriously," an Argentine political scientist told me as Bolsonaro was boarding the plane back to Brasília.
Smaller countries, such as Uruguay, are at a loss at what appears increasingly apparent: Bolsonaro and Araújo lack any kind of coherent vision of what they'd like the region to look like – beyond their stated desire that right-wing governments should win elections across the region. But by repeatedly warning Argentines about the return of former President Cristina Kirchner’s movement in October’s presidential election, Bolsonaro committed a rookie mistake: Not only was his rhetoric unhelpful for President Mauricio Macri – whose reelection ambitions hinge on his ability to attract the moderate voters who find Bolsonaro unappealing – but it may create a problem for Brazil if kirchnerismo does in fact return, negatively affecting the most important bilateral relationship in South America. As long as the interest in regional integration depends on temporary ideological alignments, there is little hope for a constructive long-term debate about the future of the region.
Another last-minute policy reversal a week before had caught even insiders off guard. Bolsonaro formally recognized Venezuelan opposition envoy María Belandria as Venezuela’s Ambassador to Brazil after declining to do so days earlier. The decision was a blow to his government's military faction, which had convinced the president to refrain from it. Bolsonaro's military advisors had argued that formally recognizing Belandria was an unnecessary provocation that could thwart the government's attempts to normalize affairs along the Venezuelan border, which had just reopened after being closed for months. The abrupt shift in policy deepened concerns by governments in the region regarding the predictability of Bolsonaro's foreign policy -- and that how, a European diplomat euphemistically commented, Bolsonaro was a "difficult partner."
Brazil's stagnant economy and political instability will further increase the likelihood that 2019 will be a lost year for the country's foreign policy, as it reduces the government's capacity to articulate and implement a cohesive international project. A look at Brazilian foreign policy since democratization suggests that activism abroad is only possible if things are in order domestically -- as was the case (with a few hiccups) between 1995 and 2013. Only when hyperinflation was vanquished did President Fernando Henrique Cardoso have the time and credibility to design an international strategy, and Brazil remained a key player for nearly two decades. Yet since the 2013 street protests, no Brazilian president has enjoyed the tranquility and approval ratings necessary at home to have an impact abroad, with effects keenly felt throughout the neighborhood.
A lot suggests that Bolsonaro in 2019 -- and possibly beyond -- will be too busy dealing with domestic challenges to embrace foreign policy activism. In this sense, Brazilian politics is different from U.S. politics, where unpopular presidents at times increase their foreign policy activism since it is the only area where they can operate freely. Brazilian foreign policy, by contrast, is only meaningful if presidents are popular at home, something that does not seem to be in the cards for Bolsonaro. The consequences are severe. An inward-looking Brazil is set to dramatically limit South America's capacity to articulate and implement a clear strategy to address its many common challenges and jointly tackle an ever more unpredictable global political scenario.
ABOUT THE AUTHOR
Oliver Stuenkel is a contributing columnist for Americas Quarterly and teaches International Relations at the Getulio Vargas Foundation in São Paulo. He is the author of The BRICS and the Future of Global Order (2015) and Post-Western World: How Emerging Powers Are Remaking Global Order (2016).

Entrevista com Ciro Gomes - Brazil Talk

Neste link: https://braziltalk.org/2019/06/20/interview-with-ciro-gomes/

Interview with Ciro Gomes



Columbia University, New York – April 2019.
Ciro Gomes is an influential political figure in Brazil, with extensive political experience in relevant positions such as Federal Congressmen, Mayor of Fortaleza, Governor of the State of Ceará, Minister of Finance, Minister of National Integration, and presidential candidate in the 2018 Brazilian Elections.
In an exclusive interview with Brazil Talk, Ciro Gomes discusses key issues in Brazil’s social, economic and political scene.
Ciro Gomes shares his vision on:
– Federative Pact 
– Sustainability and Energy Matrix 
– Fiscal Balance 
Check it, like and comment!
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*Interview conducted in Portuguese.

130 anos: em busca da República - lançamento de livro, convites Casa das Garças

CONVITE - Lançamento livro "130 anos: em busca da República"

É com satisfação que comunicamos e anexamos os convites para o lançamento do livro “130 anos: em busca da República”, na Casa Firjan, Rio de Janeiro, na 3ª feira, 25 de junho, às 19h. E no Shopping JK Iguatemi, São Paulo, na 3ª feira, 27 de junho, às 19h.

IEPE/Casa das Garças

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Facebook is creating Libra, a global digital currency - The Economist

Facebook wants to create a worldwide digital currency

Libra could be massively disruptive—including to the social network itself

A GLOBAL DIGITAL currency would make sending money across the world as easy as texting. It would do away with fees, delays and other barriers to the flow of cash. It would give those in less developed countries access to the financial system and a way to protect hard-earned wages against runaway inflation. It could trigger a wave of innovation in finance, much like the internet did in online services.
That, in a nutshell, is what on June 18th Facebook promised to launch within a year. Libra, as the social network’s new currency is to be known in honour of an ancient Roman unit of mass (and the word for “pound” in many romance languages), professes to be all about “empower[ing] billions of people”.
The potential is indeed enormous. If each of Facebook’s 2.4bn users converted a slice of their savings into libras, it could immediately become one of the world’s most circulated currencies. It could also, if widely adopted, vest unprecedented power in the hands of its issuer. In a tacit acknowledgment that its mishandling of user data, condoning the spread of misinformation and other sins have devalued its stock with policymakers, users and potential partners—though not investors—Facebook wants to outsource the running of Libra to a consortium of trustworthies recruited from the world of finance, technology and NGOs. The consequences for the global financial system could be far-reaching. So could the impact on Facebook’s business.
If the project lives up to the mock-ups, buying, selling, holding, sending and receiving libras will be a doddle. It can be done in Facebook’s Messenger app or WhatsApp, another messaging-service-cum-social-network it owns—and, later next year, in a standalone app. All at a tap of a smartphone.
So far, so familiar. Messenger already offers payments to Americans. WhatsApp is testing a similar function in India. But these services do not cross borders, and require users to have a bank account. Fintech firms like TransferWise, which offer international transfers to the banked, take a 4-5% cut to wire $200—a third less than Western Union but not nothing. Libra will be global and cheap, and require no bank accounts: more bitcoin than Venmo.
Except that, unlike bitcoins and other cryptocurrencies, libras will change hands in seconds, not minutes, for next to nothing, not a few dollars. The system should handle 1,000 transactions a second at its launch, and more later, compared with no more than seven a second for bitcoin. The virtual coins will be bought with real money, which will top up the reserve backing the currency. This should prevent wild price swings from bitcoin-like speculation.
If it works, Libra could be a money-spinner for Facebook, albeit not directly. Notional transaction fees would not generate much revenue. But libras should allow Facebook to charge more for online ads, by making purchases of advertised products quicker and simpler. It could furnish a new source of data to target adverts, making up for user information Facebook will forgo with the “pivot to privacy”, which Mark Zuckerberg, its boss, proclaimed in March with respect to messaging. Libra would let his company catch up with WeChat, a Chinese super-app which offers payments and other financial services, and whose foreign ambitions are on hold as the Sino-American trade war rages on.
Technically and financially, Facebook could probably pull off such an ambitious undertaking on its own. Not politically. Its culture is more measured than it was in its early years, when it aspired to “move fast and break things”—but only a bit. Chary consumers may choose not to entrust their money to a social network which has, until recently, leaked their personal data left and right. Unless users appear on board, merchants may be reluctant to embrace the currency, however hassle-free.
Enter the Libra consortium. The association, to be based in reassuringly staid Geneva, will take over from Facebook before the first libra has been spent and manage the hard-currency reserves. Facebook has enlisted 28 prospective founding members out of an envisaged 100, each with equal voting rights and operating a node in a decentralised system which issues coins. They include financial firms (Visa and Stripe, among others), online services (Spotify, Uber), cryptocurrency wallets (Anchorage, Coinbase), venture capitalists (Andreessen Horowitz, Union Square Ventures) and charities (Kiva, Mercy Corps)—though, for the time being, no banks. Not a libertarian alternative to the existing financial system, in other words, but a complement.
To add credibility to its promise, broken in the past, to keep social and financial data strictly separate, Facebook has created a subsidiary, Calibra, to run Libra services within its apps. It is unlikely to face hurdles to uptake from Apple or Google. It is impossible to imagine them expelling Messenger and WhatsApp—and later other providers Facebook is inviting to the open-source project—from their app stores, as they have done with other cryptocurrency offerings, many of which have turned out to be scams.
To get Libra going, the consortium will pay merchants to offer discounts to customers who pay in the new currency, financed by a $10m one-off fee each member pays for a seat at the table. Eventually, Facebook would like anybody, not just the consortium, to be able to generate the currency, move it and offer services on top of its “blockchain” (crypto-speak for the database that keeps track of who owns what). At that point, Libra would truly turn into Bitcoin, minus the kinks and the libertarianism.

Hard currency
With a project with so many moving parts, much can go wrong. Although Facebook says it has a working prototype, the technology is untested; sceptics doubt that a 100-node system, let alone a bigger one, could process thousands of transactions per second. Hackers are doubtless champing at the bit.
Then there are consortium dynamics. Facebook will have to prove to the other 99 Libra members that it is truly prepared to give up control. At the same time, because important decisions need a two-thirds majority, someone has to knock heads together. The history of information technology is littered with initiatives which collapsed under the weight of internal conflict.
The biggest barrier may be political. Facebook has apparently consulted many regulators. Initially they should be able to keep tabs on Libra. The providers of digital wallets will have to comply with national rules, like those against money-laundering. Calibra, whose integration into Messenger and WhatsApp will initially make it the dominant wallet, is bound to stoke competition concerns. These may recede as the currency grows bigger and more decentralised, only to be replaced by worries about financial stability.
Libra’s success, then, is far from assured. But it could prove useful even if it flops, for it offers a blueprint for how Facebook itself could one day be governed. The Libra Association’s main task is to oversee the blockchain, ensuring, for instance, that Calibra does not enjoy privileged access to it. An equivalent Facebook Association, some observers have ventured, could be composed of representatives of users, advertisers, data-protection authorities and so on. Their job could be to oversee the “social graph”, another database, which lists all of Facebook’s users and the links between them—and to guarantee that Facebook users can post to another social network and vice versa.
Calls for a Facebook constitution along these lines have grown louder as the social network’s influence on world affairs, from election-meddling in America to genocide in Myanmar, has become apparent. Mr Zuckerberg is no stranger to such thinking. In 2009 Facebook let users vote on big changes in its privacy policies but abandoned the experiment with global democracy a few years later. Last year Mr Zuckerberg announced that Facebook wanted to set up a “content review board” of independent experts—a kind of “Supreme Court”, in his words, which would make “the final judgment call on what should be acceptable speech”.
Asked whether Libra could serve as a model for Facebook, David Marcus, who is in charge of the project, replies that it marks “a coming of age, the moment we recognise that there are some things that we shouldn’t control—and a radical departure from the traditional way of operating things”. Perhaps. But checks and balances would almost certainly make Facebook less profitable. It would be ironic if a new digital currency marked the beginning of the end of Facebook’s money-minting days.