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segunda-feira, 4 de março de 2019

A politica externa brasileira em debate: Ricupero, FHC e Araujo


A política externa brasileira em debate: Ricupero, FHC e Araujo

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: textos para debate; finalidade: discutir as orientações da diplomacia]


Sumário
1) Introdução: Paulo Roberto de Almeida, 4 de março de 2019                1
2) Rubens Ricupero, 25 de fevereiro de 2019                                                2
3) Fernando Henrique Cardoso, 3 de março de 2019                                  13
4) Ernesto Araujo, 3 de março de 2019                                                          15


1) Introdução: Paulo Roberto de Almeida, 4 de março de 2019
Em toda a minha carreira diplomática, sempre defendi ideias próprias sobre as orientações de nossa política externa, o que aliás foi objeto de algumas controvérsias e uma tantas advertências de superiores quanto a certas posturas que mantive e mantenho em discordância eventual com as orientações oficiais. Nunca me abstive de expressar minhas opiniões a esse respeito, inclusive por escrito, o que aliás suscitou uma ou outra “punição” em certas ocasiões, e um longo ostracismo sob o lulopetismo, que sempre considerei a deformação maior de nossa política, não apenas pela sua extraordinária inépcia administrativa e formidável corrupção, mas também pelos equívocos de política econômica, que nos levaram ao que já chamei de “Grande Destruição”, a inédita recessão que ainda penaliza o povo brasileiro até muitos anos à frente.
Na área da política externa – justamente a que motivou a minha longa travessia do deserto durante toda a duração do criminoso regime –, minhas discordâncias eram conceituais, operacionais, metodológicas, substantivas e de estilo, ou seja, em toda a linha. Em qualquer hipótese, numa me eximi de manifestar essas discordâncias, de forma mais discreta ao início, de maneira aberta ao final, e atualmente. Mas, já estamos em outro regime, supostamente oposto em toda a linha ao regime lulopetista anterior.
Isso não me exime, no entanto, de continuar seguindo a política externa do atual governo, e de formular eventualmente a minha opinião sobre as orientações em curso. No momento, não disponho de nenhum texto estruturado sobre a atual diplomacia, inclusive porque não tivemos, até o presente momento, nenhuma exposição abrangente, sistemática e completa sobre os fundamentos políticos, as orientações conceituais, as prioridades e as preferências táticas da política externa do governo Bolsonaro, a não ser a emissão de alguns grandes slogans, que não constituem um documento de política, mas apenas conceitos gerais, que revelam intenções, mais do que uma estratégia precisa.
Mas, o debate já está aberto, aliás desde antes das eleições, e desde antes da posse do novo governo, em função de declarações do chanceler designado, o que suscitou uma série de reações, favoráveis e contrárias, na comunidade interessada em política externa. De minha parte não me pronunciei a respeito, mas venho seguindo atentamente essas manifestações, e postando no meu blog Diplomatizzando os textos mais relevantes. É o caso agora, com três exposições razoavelmente abrangentes sobre essas orientações gerais em política externa, e mais especificamente sobre a Venezuela, possivelmente o caso que servirá de teste para a diplomacia brasileira na presente conjuntura. Além desse test-case, permanecem questões de fundo que ainda serão mais debatidas. Transcrevo aqui os três textos mais significativos do debate atual, os dois primeiros nominalmente mencionados no terceiro, do próprio chanceler, que os acusa, de forma direta e nominal, de serem parte de uma diplomacia que ele rejeita e abomina.
O debate está aberto, e certamente teremos outros textos e outras polêmicas.
Minha função é esta: abrir meu espaço público a ideias inteligentes para o debate de pessoas inteligentes.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4 de março de 2019

Ler os três textos no seguinte link: 

https://www.academia.edu/s/70710c9869/a-politica-externa-brasileira-em-debate-ricupero-fhc-e-araujo

Um comentário:

wellington dantas de amorim disse...

Parabéns pela postagem e lamento a demissão do IPRI, conforme noticiado pela imprensa. Desnecessário dizer, entre o Ministro Ricupero ou o Embaixador Araujo, qual dos dois representa o que há de mais representativo e permanente na tradição diplomática brasileira. Basta lembrar que o interdito ao debate costuma caracterizar a ausência de argumentos ou o simples medo. E la nave va...