A pancadaria atingiu Marina
G1, 9/09/2014
A pancadaria contra Marina Silva surtiu efeito nos dois principais colégios eleitorais do país, os Estados do Rio e de São Paulo que, juntos, somam 32% do eleitorado brasileiro (ou 44 milhões de votos). No período de uma semana, Marina perdeu o favoritismo no Rio para Dilma Rousseff (caiu de 38% para 34% das intenções de voto enquanto Dilma subiu de 32% para 37%) e também oscilou para baixo em São Paulo ( de 39% para 38% enquanto Dilma recuperou dois pontos, indo de 23% para 25% das intenções de voto). Isso é o que revela pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (9).
Foi justamente nesses dois Estados onde Marina Silva apresentou o primeiro e mais rápido crescimento nesta corrida eleitoral. Os adversários Dilma e Aécio miraram nela, e Dilma levou a melhor. Aécio perdeu dois pontos percentuais no Rio e dois em São Paulo. O PT tem feito programas com críticas muito fortes a Marina e, no caso do Rio, afirmando que ela é contra a exploração do pré-sal e, por isso, iria abrir caminho para a privatização da Petrobras.
O Rio é o Estado que mais se beneficia dos recursos dos royalties do petróleo, e a reação foi imediata, com o recuo de quatro pontos percentuais. Marina já acusou o golpe e programou para a próxima quinta-feira um "abraço à Petrobras", uma manifestação em favor da empresa.
O ataque a Marina em São Paulo também já começou. Nesta semana, um comercial do PT tenta mostrar que, ao defender a independência do Banco Central, Marina Silva é a favor da privatização dos bancos públicos, como Banco do Brasil, e, ao mesmo tempo, repassaria poder aos bancos que poderiam subir juros. No programa de 30 segundos, imagens que são associadas a banqueiros sorridentes, enquanto os alimentos vão saindo da mesa do trabalhador – a mesma tática usada no começo da campanha para falar de "medo da volta ao passado".
Os aliados de Marina reconhecem que as críticas têm sido muito pesadas e estão afetando a aprovação da candidata do PSB. Eles avaliam que, como Dilma tem direito a 11 minutos diariamente no programa eleitoral, ela pode usar parte desse tempo para criticar Marina. Já Marina, com apenas dois minutos, teria de optar entre responder às críticas ou apresentar propostas. Este é o dilema que vive a candidatura do PSB neste momento.
A pesquisa Ibope sobre as disputas no Rio e São Paulo, onde estão as informações sobre a disputa presidencial, revela que o PSB terá de fazer ajustes na campanha. Já o PT, está convencido de que a fórmula está correta: esquecer a disputa com Aécio Neves e mirar exclusivamente em Marina Silva.
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