Paulo Roberto de Almeida
O Estado de S.Paulo, 9/09/2017
CAPA – Manchete principal:
”Janot pede prisão de Joesley, Ricardo Saud e de ex-procurador”
”Janot pede a prisão de Joesley, Saud e Miller” - A reportagem
traz como informações principais material semelhante ao dos outros jornais, mas
acrescenta relatos sobre o depoimento do ex-procurador Marcello Miller que
teria narrado fatos graves que indicam a prática de crimes.
”Fachin levará a plenário pedido de Temer para barrar nova
denúncia” - Na última semana de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria-Geral da
República, o Supremo Tribunal Federal vai julgar o pedido de suspeição contra o
procurador-geral, apresentado pela defesa do presidente Michel Temer, que
também pede a suspensão prévia da segunda denúncia que está prestes a ser
apresentada contra o peemedebista. A sessão está marcada para a próxima
quarta-feira. Na mesma ocasião, os ministros deverão discutir, em uma questão
de ordem, a validade das provas obtidas no acordo de colaboração da J&F,
que passou a ser questionado pela defesa de Temer após a publicação da polêmica
gravação em que delatores do grupo, Joesley Batista e Ricardo Saud, falam sobre
temas delicados que haviam omitido em um primeiro momento. O ministro Edson
Fachin, relator do caso J&F e da investigação contra Temer, já havia
rejeitado a ação do presidente contra Janot, mas, diante de um recurso, resolveu
levar as duas discussões ao plenário. Trata-se do primeiro da pauta de
julgamentos do dia 13 de setembro. “É possível, sem adiantar qualquer
apreciação sobre o mérito, colher do pleito defensivo questão preliminar
inédita e com repercussão geral relevante, apta a indicar que seja conveniente
e oportuno definição colegiada, como ‘questão de ordem’ ao conhecimento e à
discussão do pleno”, afirmou Fachin na decisão. Ao levar os itens ao plenário,
Fachin divide a responsabilidade com os demais ministros. Alguns magistrados
reputaram como gravíssimo o conteúdo do áudio da conversa dos delatores. O
ministro Luiz Fux sugeriu a revisão dos benefícios e a prisão de Joesley na
quarta-feira. A defesa de Temer alega que procurador-geral da República tem
perseguido o presidente e age “por motivos políticos”. Segundo o criminalista
Antônio Claudio Mariz, Janot não tem condições de continuar conduzindo as
investigações contra o presidente. Sob o crivo dos ministros do STF, Janot
sairá do julgamento impedido ou com aval para apresentar a segunda denúncia
contra Temer, por organização criminosa e obstrução de investigação. Além de
Temer, Janot pode denunciar deputados, no inquérito do “quadrilhão” do PMDB da
Câmara.
”Geddel é preso de novo após os R$ 51 mi”
”Para Barroso, corrupção ‘foi plano de governo’ no país”
”’Quadrilhão’ do PMDB levou R$ 864 mi, diz PGR” - A reportagem
apresenta informações semelhantes às dos outros jornais.
”Planos de Lula para 2018 ficam em aberto” - O depoimento
prestado nesta semana pelo ex-ministro Antonio Palocci, no qual ele atribui ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o protagonismo no esquema de corrupção
na Petrobrás, deixa em aberto a tentativa do petista de se viabilizar como
candidato à Presidência da República em 2018, segundo analistas consultados
pelo Estado .A avaliação é de que, ainda que Palocci tenha de comprovar o que
disse ao juiz Sérgio Moro, suas afirmações são fortes e podem comprometer ainda
mais a imagem de Lula. O professor emérito de Filosofia da Universidade de São
Paulo (USP) Ruy Fausto disse que o depoimento “enfraquece ainda mais a posição
de Lula”. “Creio que, agora, a direção do PT no fundo se empenhará
principalmente em evitar que ele seja preso”, afirmou. Para Fausto, se por um
lado a fala de Palocci mostrou “o violento processo de corrupção que atingiu o
poder petista”, por outro, “é evidente que Palocci está numa situação
desesperada e, para se safar, dirá o que aconteceu e também o que não
aconteceu. Assim, é preciso ter alguma cautela”, afirmou.
A avaliação do cientista político e consultor da Arko Advice,
Murillo Aragão, é de que o depoimento foi “trágico para o PT e para o Lula”.
“Em poucas palavras, relevou a extensão da tragédia política do País. Então, é
seriíssimo o que ele (Palocci) disse e não há porque não acreditar nele”,
afirmou. Palocci foi ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil
durante parte do mandato de Dilma Rousseff. Além do depoimento de Palocci, Lula
teve outro revés nesta semana. Ele foi denunciado pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, ao lado da presidente cassada Dilma Rousseff e outros petistas,
sob acusação de formar uma organização criminosa. Se o Supremo Tribunal Federal
aceitar a denúncia, será o sexto processo do ex-presidente na condição de réu.
Aragão considerou que a candidatura de Lula está prejudicada, mas, ainda assim,
ponderou que Palocci estava sob a pressão de estar preso há quase um ano. “É
evidente que uma pessoa presa há muito tempo termina pressionada a adotar
posturas que deem fim à sua agonia.” Segundo ele, o ex-ministro deverá provar,
de alguma forma, as afirmações que fez a Moro, entre elas a da existência de um
“pacto de sangue” entre Lula e a Odebrecht. “Ele não pode apenas acusar sem ter
a mínima condição de provar.”
Para a professora de filosofia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) Tatiana Roque, “antes de tudo, tem de ter cautela e esperar as
provas”. Ela lembrou de outros delatores, como o empreiteiro Léo Pinheiro, da
OAS, que voltaram atrás no que disseram sobre Lula. “Mais importante é:
qualquer decisão que inviabilize uma candidatura com a popularidade, o
porcentual de votos que Lula tem, deve ser extremamente rigorosa e não deixar
nenhuma margem de dúvida em termos de provas.” Em depoimento à Justiça Federa
neste ano, porém, Léo Pinheiro disse que o triplex no Guarujá foi oferecido
pela OAS a Lula e apresentou registros de encontros com o petista. Em um deles,
segundo o empreiteiro, o ex-presidente o teria orientado a destruir provas.
Para o professor de História Contemporânea da USP Everaldo
Almeida, Palocci “está dizendo, de certa forma, tudo o que querem que ele
diga”. “Ele está sob uma gigantesca pressão, é uma pessoa muita inteligente e
sabe exatamente o que falar para conseguir algum tipo de benefício com a
delação dele”, disse. Almeida lembrou que Palocci era figura das mais
importantes do PT, mas defendeu posições que contrariavam setores do partido –
ainda que as posições de Palocci sempre estivessem alinhadas com as de Lula, a
quem era subordinado, e tivessem sido avalizadas pelo então presidente.
Folha de S.Paulo,
9/09/2017
CAPA – Manchete
principal:”Janot pede a prisão de Joesley e ex-procurador”
COLUNA PAINEL – PARTIDO DOS TRABALHADORES: As denúncias de Rodrigo Janot contra a cúpula do PT surtiram
efeito no Congresso. Irritados com a atuação da PGR, deputados petistas agora
endossam ofensiva antes protagonizada só por aliados de Michel Temer para
fustigar o chefe do MPF. Após a sigla ser alvejada pelas acusações de obstrução
de Justiça e organização criminosa, nomes do partido passaram a defender que o
procurador-geral seja levado à CPI que investiga a JBS para explicar o acordo
que fechou com Joesley Batista. Enquanto Janot estiver à frente da PGR, os
integrantes da CPI só podem convidá-lo a falar. Quando ele deixar o comando do
órgão, a partir do dia 18, poderá ser convocado. Os petistas afirmam que Janot
apresentou as denúncias contra o partido para “desviar o foco” da crise que se
instalou em seu gabinete após o autogrampo de delatores da J&F. “Ele adotou
procedimento básico em qualquer manual de gerenciamento de crise”, diz Paulo
Pimenta (PT-RS). O discurso do PT é idêntico ao que foi adotado pelo PMDB nesta
sexta (8), após Janot também denunciar a cúpula da sigla no Senado por
organização criminosa.
COLUNA PAINEL – DEPOIMENTO J&F:
Houve forte clima de desconfiança durante o depoimento dos delatores da
J&F. Os executivos da empresa e seus advogados tiveram que deixar celulares
e até relógios do lado de fora da sala.
COLUNA PAINEL – MICHEL TEMER:
Aliados e adversários de Temer admitem que, no cenário atual, só a descoberta
de um vínculo direto entre o presidente e a dinheirama atribuída ao seu
ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) reacenderia o desejo do Congresso de
aceitar a segunda denúncia de Janot contra o presidente. A delação de Lúcio
Funaro, recheada de acusações contra o PMDB, seria insuficiente para afastar
Temer. Motivos: 1) Funaro admite que não tinha proximidade com o presidente; 2)
O governo tratará o doleiro como criminoso confesso, reincidente e violento.
”PF prende Geddel após descoberta de 'bunker' com R$ 51 milhões”
- A Polícia Federal prendeu o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que deixou
sua residência em Salvador cobrindo o rosto com uma pasta. O ex-ministro estava
em prisão domiciliar. O pedido de prisão foi feito após a descoberta de um
"bunker" vinculado ao ex-ministro no qual foram encontrados R$ 51
milhões em malas e caixas. Ele está sendo levado para o aeroporto e viajará
para Brasília. Geddel deve ir inicialmente para a carceragem da PF e depois
pode ser transferido para o presídio da Papuda. Pessoas que passavam pelo local
aplaudiram e buzinaram quando a PF deixou a garagem com o ex-ministro no banco
de trás. A PF chegou ao prédio de Geddel, em Salvador, no bairro Jardim
Apipema, por volta de 5h40, em dois carros. Um vendedor ambulante foi escolhido
para subir ao apartamento do ex-ministro como testemunha. Houve busca e
apreensão na casa da mãe de Geddel, que mora no mesmo prédio do filho. Por esse
motivo, a PF demorou cerca de uma hora dentro do edifício.
”'Bunker' coloca deputado irmão de Geddel na mira da PF” - A
apreensão dos R$ 51 milhões em espécie em um apartamento em Salvador colocou na
mira dos investigadores o deputado federal Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão
do ex-ministro Geddel Vieira Lima. A PF encontrou ao menos dois elementos que ligam
as milhares de notas de reais e dólares ao deputado. Uma fatura em nome de
Marinalva Teixeira de Jesus, "pessoa detentora de vínculos empregatícios
com o Lúcio Vieira Lima", foi achada no local da apreensão dos R$ 51
milhões, que ocorreu na última terça (5). Segundo a polícia, Marinalva trabalha
como doméstica na casa do deputado. Outro elemento, de acordo com informações
prestadas pela PF à Justiça Federal, o dono do apartamento, o empresário Silvio
Silveira, disse em depoimento que fez o empréstimo do imóvel para Lúcio, com
quem tinha amizade, e não para Geddel, que, segundo ele, não chegou a ter
proximidade. A administradora do condomínio, Patrícia do Santos, também
confirmou em sua oitiva que o deputado era conhecido do dono da casa. Por ter
mandato na Câmara dos Deputados, a PF precisa de autorização do STF (Supremo
Tribunal Federal) para dar início a uma investigação, o que deve ser solicitado
em breve.
”Janot denuncia cúpula do PMDB no Senado sob acusação de
organização criminosa” - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
denunciou sob acusação de organização criminosa políticos do PMDB, entre eles a
cúpula do partido no Senado: Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Edison
Lobão (MA), Jader Barbalho (PA) e Valdir Raupp (RO). Além deles, foram acusados
o ex-senador José Sarney (AP) e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Em
nota, a PGR informa que eles foram denunciados sob acusação de "receberem
propina de R$ 864 milhões e gerarem prejuízo de R$ 5,5 bilhões aos cofres da
Petrobras e de R$ 113 milhões aos da Transpetro". Segundo a denúncia, além
dos políticos "ora denunciados, o núcleo da organização era composto
também por outros integrantes do PMDB, do Partido Progressista (PP) e do
Partido dos Trabalhadores (PT)". "A organização criminosa denunciada
foi inicialmente constituída e estruturada em 2002, por ocasião da eleição de
Lula à Presidência da República. Iniciado o seu governo, em 2003, Lula buscou
compor uma base aliada mais robusta", afirma a Procuradoria. Segundo o órgão,
"as ações ilícitas voltaram-se inicialmente para a arrecadação de recursos
da Petrobras por meio de contratos firmados no âmbito da Diretoria de
Abastecimento e da Diretoria Internacional, assim como da Transpetro". De
acordo com a PGR, os políticos denunciados atuam desde ao menos meados de 2004
em atividades ilícitas e afirma que os prejuízos causados foram de pelo menos
R$5,5 bilhões aos cofres da Petrobras e R$113 milhões aos da Transpetro,
"em razão da manutenção do cartel formado pelo direcionamento dos
contratos (...) para determinadas empresas". Como contrapartida, as
beneficiadas teriam pagado R$ 864,5 milhões em propina aos denunciados.
Calheiros, Jucá, Lobão e Raupp teriam passado a receber vantagens indevidas dos
contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras a partir de 2006, quando
apoiaram a permanência do então diretor, Paulo Roberto Costa, que depois se
tornou o primeiro delator da Lava Jato. Outra diretoria envolvida seria a
internacional, então comandada por Nestor Cerveró, que teria, por exemplo,
oferecido R$ 6 milhões para a campanha do PMDB em 2006. O pagamento teria sido
intermediado por Jader Barbalho. A PGR também lista o esquema na Transperto,
comandada então por Sérgio Machado, também delator. Machado, segundo a
Procuradoria, "confessou que os políticos responsáveis pela sua nomeação
na Transpetro foram principalmente Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero
Jucá, José Sarney e Edison Lobão, os quais receberam vantagem indevida
repassada por aquele, tanto por meio de doações oficiais quanto por meio de
dinheiro em espécie". A denúncia pede que os senadores percam os mandatos
e o pagamento de R$ 100 milhões como reparação de danos patrimoniais e R$ 100
milhões em reparação de danos morais.
Isso não significa que os envolvidos sejam culpados dos crimes
imputados a eles pela PGR. Primeiro, cabe ao Supremo Tribunal Federal acatar ou
não a denúncia. Caso ela seja aceita, os denunciados se tornam réus, e vão a
julgamento, onde podem ser condenados ou não.
Chama a atenção a primeira frase do último parágrafo da notícia
que afirma a possibilidade de os denunciados não serem culpados. É um
comportamento raro da grande imprensa.
”Janot pede prisão de Joesley, Ricardo Saud e ex-procurador” - O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal
Federal) nesta sexta (8) um pedido de prisão dos delatores da JBS Joesley
Batista e Ricardo Saud e também do ex-procurador Marcello Miller, segundo a
Folha apurou. A solicitação de Janot ainda vai ser analisada pelo ministro
Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte e o responsável pela homologação do
acordo de delação dos executivos do grupo. O pedido de prisão foi feito após a
Procuradoria-Geral da República ouvi-los nos dois últimos dias sobre a gravação
em que Joesley e Saud indicam possível atuação de Miller no acordo de delação
quando ainda era procurador - ele deixou o cargo oficialmente em 5 de abril.
Para a equipe de Janot, houve patente descumprimento de dois pontos de uma
cláusula do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que
justificaria rever os benefícios. O pedido de Janot está sob sigilo. Não há
previsão ainda sobre quando Fachin vai despachá-lo.
”Janot e JBS já discutem revisão de acordo de delação premiada”
- A retificação, que pode culminar no cancelamento do acordo, é consequência da
polêmica envolvendo o áudio de Joesley Batista, sócio do grupo, e Ricardo Saud,
ex-executivo da empresa. A gravação levanta a suspeita de que o ex-procurador
Marcello Miller, que trabalhou por três anos com Janot, atuou na negociação da
delação da JBS antes de se desligar oficialmente do órgão, em 5 de abril.
Segundo a Folha apurou, Janot pediu ao ministro Edson Fachin, relator do caso
no Supremo Tribunal Federal, a prisão dos delatores da JBS e de Miller, que depôs
nesta sexta (8) no Rio. Para ele, houve patente descumprimento de dois pontos
de uma cláusula do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que
justificaria rever os benefícios. Segundo interlocutores da PGR
(Procuradoria-Geral da República), a JBS já foi informada das intenções de
Janot. Diante disso, a empresa atua para "reduzir danos", passando a
admitir nos bastidores a possibilidade de repactuar as cláusulas do acordo
homologado por Fachin em troca de evitar sua anulação. A JBS considera que, com
o episódio do áudio, terá, por exemplo, que aumentar o valor da multa acertada
no acordo de delação. Representantes do frigorífico foram informados que o
procurador-geral decidirá como proceder até segunda-feira (11), após os
investigadores ouvirem todos os envolvidos no caso.
”Ex-procurador Marcello Miller depõe sobre delação de Joesley”
”Ministro do STF defende trabalho de Janot durante evento em
Washington” - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso
defendeu nesta sexta (8), durante um evento em Washington, o trabalho do
procurador-geral, Rodrigo Janot, que decidiu pedir investigação para apurar a
omissão de informações no acordo de delação com representantes da JBS, após
novos áudios sugerirem que houve descumprimento do acordo. "O
procurador-geral é uma pessoa muito séria e decente tentando fazer o seu
trabalho, então não acho que ele não fez nada de errado", disse Barroso,
na American University, ao ser questionado se a condução do acordo de delação
com Joesley Batista deveria ter sido mais criterioso.
”Em delação, Funaro acusa Temer de participação em esquema, diz
revista” - O empresário Lúcio Bolonha Funaro afirmou ter ouvido do ex-deputado
federal Eduardo Cunha que o presidente da República, Michel Temer, participava
de um esquema de arrecadação de propina dentro do PMDB, segundo reportagem
publicada na sexta (8) pela revista "Veja". A publicação relata que
teve acesso ao roteiro detalhado com os temas da delação premiada que Funaro
fechou com o Ministério Público. De acordo com a revista, o delator afirmou que
nunca conversou sobre valores diretamente com Temer, uma vez que essa tarefa
cabia a Cunha, mas garantiu que o presidente "sempre soube" dos
esquemas ilícitos comandados pelo ex-deputado. Funaro disse que "Cunha
narrava as tratativas e as divisões [de propina] com Temer" e o presidente
foi beneficiário de pelos menos dois repasses da "conta-propina"
gerenciada por Cunha, um de R$ 7 milhões da empresa JBS, repartido com outros
agentes públicos, e outro de R$ 1,5 milhão do grupo Bertin, informa a reportagem.
A delação ainda traz o relato de que Joesley Batista, sócio do grupo JBS,
procurou Temer e outros membros do PMDB e avisou-os de que estava
"cuidando do Lúcio e que a situação estava sob controle, requisitando
favores e boa vontade em troca disso", de acordo com a publicação. Esse
trecho da delação teria ligação com um acordo pelo qual Funaro receberia R$ 100
milhões de Batista para não revelar crimes.
”Ministro envia à PF pedido de Gilmar para investigar citação em
revista”
”Nas redes sociais, Temer diz que país precisa de 'serenidade' e
'maturidade'”
O Globo, 9/09/2017
CAPA – Manchete principal:
”Janot pede prisão de Joesley e de ex-procurador”. A capa traz um contraste
estranho. Sobre a manchete principal está uma foto em preto branco de uma atriz
da novela das oito nua e embaixo, a foto de Geddel Vieira Lima descendo do
avião em direção à cadeia.
”A vez do PMDB do Senado” - A reportagem traz as mesmas
informações publicadas na Folha de São Paulo e também aponta o início do
esquema na eleição do ex-presidente Lula. O texto não afirma que os denunciados
não são culpados dos crimes, tal como a Folha fez.
”Barroso defende procurador-geral: ‘Acho que ele não fez nada de
errado’”
”Prisão de Geddel reabre temor no PMDB de delação contra
governo”
”PGR pede prisão de Joesley, Saud e de ex-procurador que
auxiliou a JBS”
”Ex-procurador depõe sobre o caso por mais de 7 horas”
”Palocci reforça pontos chave da Odebrecht” - O depoimento do
ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sergio Moro, na última quartafeira, reforça
delações de executivos da Odebrecht que citam o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva em ao menos três pontos-chave: a reforma do sítio de Atibaia, a compra
de terreno para uma nova sede do Instituto Lula e o repasse de R$ 4 milhões
para a entidade. Há casos, porém, em que as versões de Palocci e da Odebrecht
têm pontos dúbios, como o das palestras do petista e o do conhecimento de Lula
sobre uma conta de R$ 300 milhões da empresa com o PT. Em uma espécie de
delação informal, Palocci afirmou que a Odebrecht fez um “pacto de sangue” com
o partido. O acordo teria resultado em benesses, como o sítio de Atibaia,
atribuído pela força-tarefa da Lava-Jato a Lula. O ex-presidente nega ter a
posse do imóvel e diz que ele está registrado em nome de outras pessoas. Em sua
colaboração à Justiça, Emílio Odebrecht contou que o sítio era uma surpresa
para o ex-presidente a pedido da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Ele relatou
reunião com Lula no Palácio do Alvorada, no fim de 2010, em que contou a Lula
que a obra do sítio ficaria pronta dentro do prazo. Também há convergência nos
depoimentos que falam sobre a aquisição do terreno para a construção da nova
sede do Instituto Lula. Palocci confirmou que a compra foi feita por meio da
Odebrecht. Disse também que era contrário à negociação conduzida pelo
pecuarista José Carlos Bumlai e o advogado Roberto Teixeira. Outro caso em que
os relatos de Palocci corroboram as delações é o repasse de R$ 4 milhões da
empresa para o Instituto Lula. Marcelo relatou que atendeu a pedido de Palocci
para dar o dinheiro. Revelou ainda que encontrou o recibo do pagamento com
Fernando Migliacio, um dos responsáveis pelo setor de Operações Estruturadas, o
departamento de propina da empresa. Palocci contou que Paulo Okamotto
solicitou, em 2013, R$ 4 milhões para cobrir um rombo nas contas do instituto.
O ex-ministro disse que buscaria o dinheiro com Marcelo e que delegou o caso a
seu ex-assessor Branislav Kontic. Mas Palocci e Marcelo dão versões diferentes
sobre saques em espécie que beneficiariam Lula. O empresário disse que
Branislav fez três saques que somavam R$ 9 milhões para o ex-presidente entre
2012 e 2014, enquanto Palocci afirmou apenas que houve solicitações de saques
em dinheiro para o instituto por quatro anos.
”PF investiga tentativa de compra de decisão em cortes
superiores”
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