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domingo, 17 de setembro de 2017

Nossos “defensores” e quem nos defende deles - Paulo Roberto de Almeida


Nossos “defensores” e quem nos defende deles

Paulo Roberto de Almeida


Primeiro a postagem de Roberto Ellery em sua página no Facebook (15 de setembro de 2017, às 18:40; https://www.facebook.com/rgellery/posts/1135351823264120):

Entendo os que se preocupam com o excesso de poder dos procuradores e juízes, não apenas entendo como compartilho da preocupação. Mas enquanto o legislativo e o executivo parecerem mais com uma gangue tentando proteger os seus do que com poderes da república a tendência é que o judiciário e o ministério público cresçam e abocanhem mais poder. Apenas um Congresso e um inquilino do Planalto que pareçam não agir apenas em causa própria poderão reverter a tendência de enquadramento do executivo e do legislativo pelo judiciário e pelo MP.


Agora, meu argumentos sobre a mesma questão:

Aprovo e compartilho os argumentos de Roberto Ellery. Quando a sociedade, que somos nós, se sente não apenas desprotegida e desamparada, em face de bandidos comuns, que nos assaltam e ameaçam nossas vidas com revólveres e facas, mas sobretudo quando nos sentimos reféns e dilapidados em face de bandidos de alto coturno e de colarinhos brancos, que não contentes de nos extorquirem legalmente, via uma miríade de impostos, taxas e contribuições, ainda nos expropriam ilegal e criminosamente, via fraudes orçamentárias, superfaturamentos em compras governamentais, propinas incorporadas aos contratos públicos, quando tudo isso acontece, é absolutamente normal que se recorra ao uso vigoroso dos únicos instrumentos legais que restam à cidadania na defesa de nossas vidas e patrimônio. Setores do MPF, do Judiciário (não todos, pois também existem comportamentos extrativistas e corporativos que desviam recursos para seus membros) e da Polícia Federal podem representar essa última barreira de contenção ao roubo organizado por meliantes de todos os tipos, sendo os mais perigosos justamente aqueles que dizem nos representar.
Fora disso, só anarquia e a anomia, de que padece, por exemplo, a Venezuela atual, cujo povo vem sendo cruelmente assaltado e oprimido por uma gangue de criminosos políticos que assaltou o poder. O Brasil, mesmo depois de ter extirpado do poder a organização criminosa que o havia tomado de assalto em 2003, ainda não se livrou das várias gangues de criminosos políticos que continuam assaltando o Estado e a nós cidadãos, desde muito tempo, mas pelo menos estamos livres do desastre venezuelano, graças justamente a esses setores de "última instância" a que se refere Roberto Ellery. Eles são o nosso último recurso, junto com o "Fora Todos" e a renovação COMPLETA da classe política.
Mas, sempre fica a questão crucial e eterna: Quem nos Defende de nossos Defensores?
Ou seja, não cabe confiar todo o poder ao "poder moderador" do momento, que são os bravos paladinos da República de Curitiba (em seu sentido metafórico). Em todo caso, melhor eles do que a guarda pretoriana e as instituições castrenses de antigamente, que também recorriam ao arbítrio dos que possuem a força para combater a corrupção e o caos político, num ambiente de autoritarismo (quando não de ditadura) que também é inaceitável (mas que alguns julgam ser necessário, como os defensores de certo candidato saudosista do regime militar).
Ou, como também se diz: o preço da liberdade é a eterna vigilância.


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 16 de Setembro de 2017

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