Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 26 de janeiro de 2019
Raymond Aron sobre o papel da burrice na História
Em seu depoimento a Jean-Louis Missika e a Dominique Wolton, Aron avalia os erros do Front Populaire (1936):
“Assim é que eu frequentemente me inclinei a pensar que a ignorância e a burrice são fatores consideráveis na História. E digo muitas vezes que o último livro que gostaria de escrever, para o fim, teria como tema o papel da burrice na História.
J.-L. M. — Seria um verdadeiro tratado...”
O Espectador Engajado (RJ: Nova Fronteira, 1982), p. 56.
Bem, já que Raymond Aron não escreveu esse livro, eu, que também tenho uma profunda aversão à burrice, acho que vou ter de fazê-lo, se não um livro inteiro, pelo menos um artigo completo, com citações de casos históricos, exemplos exemplares e tudo o o mais.
Não digo a ignorância dos ingênuos e não educados, pois eles muitas vezes não têm culpa de sua condição (embora devessem procurar se educar em todas as circunstâncias).
Eu me refiro à burrice de alguns letrados, diplomados, que dispondo de todas as condições de se informarem, de se ilustrarem, de corrigirem seus erros de compreensão, escolhem deliberadamente alimentar a sua burrice.
São muitos, inúmeros os burros congenitais, alguns até dispondo de poder e riqueza, e até de meios de impor a sua vontade, “por la razón o por la fuerza”, como dizem os chilenos. Mas não, eles escolhem continuar burros, sabe-se lá como conseguem, alguns até exitosamente.
Deve ser porque na humanidade existe um número incomensurável de burros e de estúpidos, e eles se protegem entre eles.
Viram? Daria um verdadeiro tratado...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 26/01/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário