Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Uma heranca do ancien regime: EUA nao querem Brasil no CSNU
O fato é que Obama não quer o Brasil no Conselho de Segurança da ONU, e a trapalhada, ou "burrada" (para usar uma expressão amena), foi causada não apenas por aquele fatídico voto em torno de sanções adicionais ao Irã, às quais o Brasil se opôs em 2010, mas por diversas outras razões que caberá à nova diplomacia deslindar e tentar desarmar no curso dos próximos quatro anos (a começar pela próxima visita de Obama ao Brasil).
Haverá um longo pedágio a pagar, uma travessia do deserto, se quiserem, e a política regional do Brasil para a América do Sul também entra na balança, por mais que não gostem os entusiastas da Unasul.
Realpolitik é isso aí, o resto é conversa.
Paulo Roberto de Almeida
Obama não quer Brasil no Conselho da ONU
Denise Chrispim Marin
O Estado de S.Paulo, 06 de fevereiro de 2011
Segundo diplomata americano, presidente é contra entrada do País como membro permanente e evitará falar sobre o tema em sua visita em março
Recomeço. Obama pretende relançar relações com Brasil
O presidente dos EUA, Barack Obama, não deverá trazer seu apoio à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU como membro permanente durante sua visita ao País, em março. A Casa Branca e a diplomacia americana trabalham para contornar inevitáveis e constrangedoras perguntas da imprensa e para não prejudicar seu projeto de relançar as relações bilaterais.
Segundo uma fonte do Departamento de Estado, a mudança na posição de Washington é uma possibilidade remota. Seria um "milagre". Para o governo americano, o Brasil cometeu um "pecado mortal" ao votar contra a resolução do Conselho de Segurança sobre novas sanções ao Irã, em junho.
Posição brasileira. A iniciativa brasileira teria sido mais grave que a insistente busca pelo acordo nuclear com o Irã porque "comprometeu a própria credibilidade do sistema" e deu mostras da contaminação das decisões mais sensíveis de política exterior do País pela personalidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-chanceler Celso Amorim. "Foi uma burrada", disse a fonte.
Para o Departamento de Estado, ainda não está claro se o governo de Dilma Rousseff, como continuidade da administração Lula, preservará a mesma linha de ação na área externa.
Essa dúvida começará a ser dirimida no dia 23, quando o chanceler Antônio Patriota fará sua primeira visita à secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em Washington.
Essa será a primeira oportunidade de diálogo entre EUA e Brasil sobre o passo anterior - a reforma do Conselho de Segurança, que permanece engavetada na ONU.
A velha Russia em cores: fotografias de um seculo atras
The Big Picture, August 20, 2010
With images from southern and central Russia in the news lately due to extensive wildfires, I thought it would be interesting to look back in time with this extraordinary collection of color photographs taken between 1909 and 1912. In those years, photographer Sergei Mikhailovich Prokudin-Gorskii (1863-1944) undertook a photographic survey of the Russian Empire with the support of Tsar Nicholas II. He used a specialized camera to capture three black and white images in fairly quick succession, using red, green and blue filters, allowing them to later be recombined and projected with filtered lanterns to show near true color images. The high quality of the images, combined with the bright colors, make it difficult for viewers to believe that they are looking 100 years back in time - when these photographs were taken, neither the Russian Revolution nor World War I had yet begun. Collected here are a few of the hundreds of color images made available by the Library of Congress, which purchased the original glass plates back in 1948.
Belas fotografias, neste link.
MORE LINKS AND INFORMATION
The Empire That Was Russia - Library of Congress
Prokudin-Gorskii Collection - Library of Congress
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Caso Battisti: um criminoso e a lei de extradicao - Paulo Brossard
"Caso Battisti, questão de somenos?"
Paulo Brossard *
Zero Hora, 31/01/11
Em matéria de extradição, em lei alguma se reserva atribuição à Advocacia-Geral da União. De mais a mais, convém lembrar que o presidente da República não é parte do processo de extradição. Partes são o requerente e o extraditando
Ainda não se passou um mês do termo do maior e melhor governo da história do Brasil, segundo a versão de seu protagonista, assoalhada aos quatro ventos, e sua sucessora continua a ter de digerir capítulos indigestos da herança recebida.
O caso da extradição do italiano Battisti é um deles e não é dos menos expressivos. Curiosamente, o presidente expirante aguardou até o último dia de seu mandato para, louvando-se em parecer da Advocacia-Geral da União, e com base nele, negar a extradição. Nesse entretempo, não cessaram manifestações de entidades de alta responsabilidade. Uma delas do Parlamento Europeu... outra do chefe de Estado da República Italiana dirigida à presidente da República do Brasil.
Não quero e não devo rediscutir teses que o Supremo Tribunal Federal já enfrentou, decidiu, e que poderá ter de voltar a pronunciar-se à vista e consequência do conflito arquitetado, mas posso e devo fazê-lo como cidadão e como estudante de temas jurídicos, a fim de opinar acerca da singularidade da emergência; contudo desejo limitar o campo de apreciação aos seus termos mais singelos e objetivos.
Tendo sido encaminhado ao Supremo Tribunal Federal o pedido de extradição formulado pelo Estado italiano, processada a querela, a decisão derradeira seria da Corte Suprema, como se lê na Constituição, artigo 102, "compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente a guarda da Constituição cabendo-lhe: I - processar e julgar originariamente g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro". Foi o que se deu, tendo o Supremo Tribunal determinado que, quanto à entrega do extraditando, o presidente da República tinha obrigação de agir nos termos do tratado firmado entre o Brasil e a Itália.
Ora, tratando-se de competência originária e cabendo ao Tribunal Supremo processar e julgar a extradição, nele começa e termina o julgamento da extradição requerida, pois só a ele compete processar e julgar a extradição requerida. Em matéria de extradição, em lei alguma se reserva atribuição à Advocacia-Geral da União. De mais a mais, convém lembrar que o presidente da República não é parte do processo de extradição. Partes são o requerente e o extraditando.
Quando o ex-presidente, no último dia de seu mandato, praticamente "recorreu" da decisão do Supremo Tribunal Federal para um serviço de assessoramento do Poder Executivo, embora não houvesse recurso, na prática "cassou" o acórdão do Supremo Tribunal, prolatado em processo originário e portanto irrecorrível. Ainda mais, o então presidente da República deixou de observar o expresso na ementa do acórdão da extradição, aliás, transitado em julgado:
"(...) Obrigação apenas de agir nos termos do Tratado celebrado com o Estado requerente. (...) Decretada a extradição pelo Supremo Tribunal Federal, deve o Presidente da República observar os termos do Tratado celebrado com o Estado requerente, quanto à entrega do extraditando."
Ainda mais, o Executivo atribuiu-se a prerrogativa de ignorar o julgamento do Supremo e, ignorando-o, a ele atribuir o caráter de mera opinião. Ora, o Supremo Tribunal Federal não dá opiniões a ninguém; sendo órgão máximo do Poder Judiciário, não lhe cabe emitir pareceres para fins acadêmicos, mas processar e julgar conclusivamente.
Para encerrar, se bem me lembro, em nenhuma das extradições requeridas, processadas e julgadas pelo Supremo Tribunal Federal, a douta Advocacia-Geral da União teve acesso. Esta parece-me a situação a que o país foi jogado, como se a questão fosse de somenos.
* Paulo Brossard é jurista, ministro aposentado.
Grande aumento do PIB do Brasil: proposta do Senador Cristovam Buarque
Este PIB é outro: a Produção Interna de Bobagens..., sob risco de um aumento exponencial, chinês, extraordinário, caso seja aprovada proposta de emenda constitucional do ilustre Senador pelo DF Cristovam Buarque, que pretende garantir a todo brasileiro (e a toda brasileira também, não esqueçamos das preferências da presidenta) a conquista da felicidade.
Eu teria muito a dizer sobre essa perda de tempo e de simples bom-senso do Senador em questão -- pago com o nosso dinheiro, recorde-se, para ficar defendo propostas malucas -- se não fosse por este artigo que já sintetiza o que se poderia dizer sobre o "PIB" do Senador...
Paulo Roberto de Almeida
Direito à felicidade
Miguel Reale Júnior
O Estado de S.Paulo, 05 de fevereiro de 2011
Em fins do ano passado foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado a denominada Emenda Constitucional da Felicidade, que introduz no artigo 6.º da Constituição federal, relativo aos direitos sociais, frase com a menção de que são estes essenciais à busca da felicidade.
Assim, pretende-se alterar o artigo 6.º da nossa Carta Magna para direcionar os direitos sociais à realização da felicidade individual e coletiva. O texto sugerido é o seguinte: "Art. 6.º - São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição".
Segundo o senador Cristovam Buarque, a mudança na lei vai forçar os entes públicos a garantir condições mínimas de vida aos cidadãos, ao lado de se "humanizar a Constituição brasileira para tocar o coração com a palavra felicidade".
Igualmente, na Câmara dos Deputados foi apresentada emenda constitucional pela deputada gaúcha Manuela D"Ávila, cuja justificativa é "elevar o sentimento ou estado de espírito que, invariavelmente, é a felicidade, ao patamar de um autêntico direito".
Pondera-se, também, que a busca individual pela felicidade pressupõe a observância da felicidade coletiva. Há felicidade coletiva quando são adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. E a sociedade será mais feliz se todos tiverem acesso aos básicos serviços públicos de saúde, educação, previdência social, cultura, lazer, dentre outros, ou seja, justamente os direitos sociais essenciais para que se propicie aos indivíduos a busca da felicidade.
Na justificativa da emenda, refere-se como exemplo o artigo 1.º da Declaração de Direitos da Virgínia, de 12 de junho de 1776, no qual se diz: "Art.1.º - Todos os homens nascem igualmente livres e independentes, têm direitos certos, essenciais e naturais dos quais não podem, por nenhum contrato, privar nem despojar sua posteridade: tais são o direito de gozar a vida e a liberdade com os meios de adquirir e possuir propriedades, de procurar obter a felicidade e a segurança".
Igualmente, lembra-se o Preâmbulo da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, em cujo final se afirma que a declaração é feita para lembrar aos homens os seus direitos naturais, inalienáveis e sagrados, e também a fim de que as reclamações dos cidadãos, dali em diante fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral.
Pensa-se possível obter a felicidade a golpes de lei, em quase ingênuo entusiasmo, ao imaginar que por dizer a Constituição serem os direitos sociais essenciais à busca da felicidade se vai, então, forçar os entes públicos a garantir condições mínimas de vida para, ao mesmo tempo, humanizar a Constituição. Fica por conta do imaginário, sempre bem recebido em nosso país, a ilusão de que é concretamente importante "elevar o sentimento ou estado de espírito que invariavelmente é a felicidade ao patamar de um autêntico direito".
A menção à felicidade era própria da concepção de mundo do Iluminismo, quando a deusa razão assomava ao Pantheon e a consagração dos direitos de liberdade e de igualdade dos homens levava à crença na contínua evolução da sociedade para a conquista da felicidade plena sobre a Terra. Os espíritos estavam dominados por grande otimismo em face do desfazimento da opressão do Ancien Régime e da descoberta dos direitos do homem. Trazer para os dias atuais, depois de todos os percalços que a História produziu para os direitos humanos, a busca da felicidade como fim do Estado de Direito é um anacronismo patente, sendo inaceitável hoje a inclusão de convicções apenas compreensíveis no irrepetível contexto ideológico do Iluminismo.
Confunde-se nessas proposições bem-intencionadas, politicamente corretas, o bem-estar social com a felicidade. A educação, a segurança, a saúde, o lazer, a moradia, e outros mais, são considerados direitos fundamentais de cunho social pela Constituição exatamente por serem essenciais ao bem-estar da população no seu todo. A satisfação desses direitos constitui prestação obrigatória do Estado visando dar à sociedade bem-estar, sendo desnecessária, portanto, a menção de que são meios essenciais à busca da felicidade para se gerar a pretensão legítima ao seu atendimento.
O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do Mundo de Futebol, mas não há felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo. A felicidade é um sentimento individual tão efêmero como variável, a depender dos valores de cada pessoa.
Em nossa época consumista, a felicidade pode ser vista como a satisfação dos desejos, muitos ditados pela moda ou pelas celebridades, como um passeio pelo Rio Nilo. A felicidade pode ser a obtenção de glórias, de poder, de dinheiro, com a sofreguidão de que a satisfação de hoje empurra a um novo desejo amanhã. A felicidade pode residir no reconhecimento dos demais, por vezes importantes para o juízo que se faz de si mesmo. Ter orgulho, ter sucesso profissional podem trazer felicidade, passível de ser desfeita por um desastre, uma doença.
Também a felicidade pode advir, como propõe o budismo, de estar liberto dos desejos, ou por ficar realizado apenas com a satisfação dos desejos acessíveis. A felicidade é possível pela perda do medo das perdas, por ter harmonia com a natureza, graças ao conformismo com as contingências, pela imersão na vida espiritual e pela contemplação, na dedicação aos necessitados, bem como em vista de uma relação afetiva.
Assim, os direitos sociais são condições para o bem-estar, mas nada têm que ver com a busca da felicidade. Sua realização pode impedir de ser infeliz, mas não constitui, de forma alguma, dado essencial para ser feliz.
ADVOGADO, PROFESSOR TITULAR DA FACULDADE DE DIREITO DA USP, MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, FOI MINISTRO DA JUSTIÇA
O terceiro fracasso do Mercosul - Thiago Marzagao
Paulo Roberto de Almeida
O terceiro fracasso do Mercosul
Thiago Marzagão
O Estado de S.Paulo, 05 de fevereiro de 2011
Muito já se escreveu sobre o fracasso do Mercosul em alcançar os dois principais objetivos de uma união aduaneira: liberalizar o comércio entre seus países-membros e adotar uma tarifa comum sobre as importações oriundas de terceiros países. O comércio intrabloco segue limitado por um sem-número de barreiras (das quais se destacam as crescentes restrições argentinas a produtos brasileiros) e alguns estudos estimam que a tarifa supostamente comum, na verdade, só é aplicada a cerca de metade das importações do bloco (a outra metade continua submetida a tarifas nacionais, diferentes em cada um dos países-membros). Quando de sua criação, porém, pretendia-se que o Mercosul cumprisse ainda um terceiro objetivo: o de assegurar que a abertura comercial dos anos anteriores não viesse a ser desfeita no futuro. Uma análise do bloco ao longo dos últimos anos mostra que, também nesse aspecto, o Mercosul falhou. Precisamos saber por quê.
Até 1990 a indústria nacional praticamente não enfrentava competição estrangeira alguma: importar só era permitido quando a mercadoria a ser importada não tinha similar nacional e, mesmo nesses casos, as tarifas eram usualmente proibitivas, em especial para bens de consumo. Em 1990, como é amplamente sabido, o governo Collor promoveu substancial alteração desse quadro, reduzindo tarifas e eliminando a necessidade dos infelizes "exames de similaridade" para um grande número de mercadorias. A indústria brasileira foi obrigada a inovar e reduzir custos e passou a poder importar máquinas e equipamentos antes inacessíveis; como resultado, a produtividade da economia brasileira deu um salto - após uma década de estagnação, passou a crescer cerca de 7% ao ano a partir de 1991. Mas como garantir, à época, que essa abertura não viesse a ser revertida? Como garantir que os atores prejudicados pela abertura - empresários e trabalhadores ineficientes, avessos à inovação e à concorrência - não viessem a convencer futuros governantes a restabelecer o regime comercial praticamente soviético que vigia até 1990? O Mercosul foi, em parte, uma resposta a esse problema.
Ao constituir o Mercosul, o Brasil abdicou do direito de decidir seu próprio regime comercial: em 1.º de janeiro de 1995 o Brasil passou a depender da aprovação de Argentina, Paraguai e Uruguai para poder alterar suas tarifas de importação. Dessa forma o Mercosul foi, ao menos parcialmente, uma tentativa de cristalizar e proteger a abertura que havia sido empreendida até então - estratégia a que os cientistas políticos dão o nome de lock in e é adotada por governos do mundo todo, em diversas arenas (estratégias desse tipo podem ser empregadas na consolidação de reformas financeiras, políticas, etc.). No caso do Mercosul, porém, essa estratégia não tem funcionado: a tarifa de importação média aplicada pelo Brasil vem aumentando, resultado da crescente captura do governo pelo lobby protecionista de fabricantes de brinquedos, calçados, têxteis e diversos outros setores. Parte da abertura levada a cabo em 1990 foi desfeita. Por que falhou o Mercosul em prevenir esse retrocesso?
A resposta é que a estratégia de lock in só dá certo quando se amarra a política comercial própria à política comercial de vizinhos interessados em aprofundar (ou ao menos em não reduzir) seu grau de integração à economia mundial. Certamente não é o caso da Argentina, que a todo instante descobre em sua indústria doméstica um novo "setor estratégico" a ser agraciado com formas diversas de proteção comercial (tarifas, dificuldades na emissão de licenças de importação e medidas compensatórias contra supostos casos de concorrência desleal, para citar os instrumentos mais comuns). O último "setor estratégico" identificado pelos argentinos é a fabricação de toalhas e lençóis, o que não nos permite outra conclusão senão a de que nosso principal sócio no Mercosul está disposto a replicar o regime comercial semiautárquico que vigorou no Brasil até 1990. Um sócio desses, naturalmente, não tem o menor interesse em bloquear as invectivas protecionistas do Brasil - ao fazê-lo, estaria deslegitimando suas próprias ações. Prevalece, portanto, a lógica da acomodação: o Brasil não se opõe ao protecionismo argentino, a Argentina não se opõe ao protecionismo brasileiro e, assim, ambos os sócios ficam livres para ceder à pressão de seus respectivos setores ineficientes por tarifas maiores. É uma espécie de pacto da mediocridade.
Uruguai e Paraguai, é verdade, são mais moderados e por vezes relutam em ratificar propostas argentinas e brasileiras que resultem em mais protecionismo. Com frequência cada vez maior, porém, essa relutância é apenas um jogo de cena para extrair benesses do Brasil e da Argentina em outras esferas. Por meio do Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem), estabelecido em 2005, por exemplo, o Brasil destina anualmente US$ 70 milhões a "projetos de desenvolvimento" paraguaios e uruguaios. Iniciativas como essa dão ensejo ao toma-lá-dá-cá bilateral: é fácil obter o assentimento de Uruguai e Paraguai a qualquer alteração tarifária quando se tem tamanho saco de bondades à disposição. O cidadão brasileiro fica no pior dos mundos: arca com as consequências de tarifas maiores, como consumidor, e com o custo de aprovação dessas tarifas, como contribuinte. Leva o tiro e ainda custeia a bala.
O Mercosul, portanto, fracassou em seus três objetivos fundamentais. A adesão da Venezuela, caso seja ratificada pelo Parlamento do Paraguai (já o foi pelos Parlamentos dos outros três sócios), em nada contribuirá para a reversão desse quadro. Nesse cenário, não há justificativa para a permanência do Brasil no bloco.
DOUTORANDO EM CIÊNCIA POLÍTICA PELA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE OHIO, PERTENCE À CARREIRA DE ESPECIALISTAS EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL DO GOVERNO FEDERAL, DA QUAL ESTÁ TEMPORARIAMENTE LICENCIADO. E-MAIL: THIAGOMARZAGAO@GMAIL.COM
Guerra fiscal entre estados brasileiros: a irracionalidade tributaria
A presidenta já disse que nem vai tentar fazer reforma tributária, o que é uma renúncia inaceitável do ponto de vista do "estadismo" que deveria presidir as ações presidenciais.
Um projeto de IVA federal, dedutível ao longo da cadeia e renunciável nas exportações é o que melhor se poderia fazer como "arranjo tributário -- short of reforma radical, o que obviamente não vai ocorrer -- mas nem isso se pode esperar de dirigentes pusilânimes e governadores oportunistas.
O Brasil é um país razoavelmente desenvolvido do ponto de vista de sua economia.
No que ele é atrasado mesmo é com respeito a sua classe política, uma tribo de ignaros aproveitadores dos recursos da comunidade, que não estão à altura de suas responsabilidades.
Paulo Roberto de Almeida
Estados do Nordeste se unem no questionamento ao ICMS de Rio e SP
Marta Watanabe e Murillo Camarotto
O Estado de S.Paulo, 28/01/2011
De São Paulo e Recife - Sete Estados do Nordeste resolveram agir em bloco para tentar mudar as normas de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre vendas eletrônicas.
Em reunião realizada quarta-feira em João Pessoa, os Estados da Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí e Rio Grande do Norte entraram em acordo para mudar as legislações internas e, com isso, passar a arrecadar ao menos parte do ICMS cobrado sobre produtos vendidos pela internet a consumidores de seus respectivos territórios. O alvo do acordo são as mercadorias vendidas a consumidores nordestinos pelas lojas "pontocom" que distribuem seus produtos a partir de Estados como São Paulo e Rio de Janeiro. Nesses casos, atualmente, o ICMS fica integralmente no Estado de origem, onde estão localizados os centros de distribuição. A Bahia diz que deixou de arrecadar R$ 85 milhões em ICMS no ano passado sobre vendas eletrônicas.
Paralelamente ao menos alguns dos Estados devem oferecer incentivos fiscais para que as empresas de varejo eletrônico instalem centros de distribuição no Nordeste. A ideia é cobrar um ICMS mais ameno. Pernambuco, por exemplo, cobrará alíquota efetiva de 2%.
Jorge Gonzaga, diretor de tributação da Secretaria da Fazenda da Bahia, explica que a ideia do acordo é "agir em bloco, com mais força" e fazer com que Estados como São Paulo e Rio de Janeiro sentem à mesa para negociar a divisão do ICMS arrecadado sobre vendas eletrônicas por meio de convênio no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
A Bahia deve cobrar o novo imposto a partir de fevereiro. Por meio de uma alteração no regulamento interno do ICMS, o Estado cobrará 10% do imposto sobre produtos vendidos pela internet para consumidores localizados na Bahia. A mercadoria que vier de São Paulo ou do Rio, por exemplo, deverá comprovar o recolhimento do imposto para entrar em território baiano. "Caso faça sua inscrição na Fazenda da Bahia, a loja poderá ter um prazo maior para o recolhimento do imposto."
Se a mercadoria vier de depósito localizado em São Paulo, por exemplo, defende Gonzaga, haverá recolhimento de 7% de ICMS para a Fazenda paulista e de 10% de ICMS para a Bahia. A alíquota de 7% é aplicada nas vendas interestaduais quando o produto parte do Sudeste com destino ao Nordeste. "Essa alíquota interestadual, porém, se aplica somente quando se trata de uma operação entre duas empresas contribuintes", diz o tributarista Júlio de Oliveira, sócio do Machado Associados. "Esse não é o caso da venda pela internet. Isso é venda a consumidor final. Por isso tem o imposto recolhido integralmente no Estado de origem."
Essa interpretação, diz Gonzaga, é a do "senso comum". Para ele, a legislação e a Constituição Federal precisam ter hoje uma leitura diferente. "Quando a Constituição foi formulada, ninguém vislumbrava o comércio eletrônico com essa pujança." Para Oliveira, caso os Estados de origem não concordem com a interpretação dos Estados nordestinos, o comércio "pontocom" acabará prejudicado, sob risco de sofrer autuação fiscal nos dois Estados envolvidos.
Assim como fez a Bahia, o Piauí passará a cobrar uma tributação extra de ICMS que irá de 4,5% a 10%, a depender do valor do bem adquirido pela internet. A medida começa a vigorar em 1º de abril. Com a tributação adicional, a tendência é que as varejistas eletrônicas repassem esse custo para o preço das mercadorias, diz o diretor-executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Gerson Rolim. "Não há decisão em bloco, cada loja vai tomar sua decisão. Mas, sem dúvida, trata-se de bitributação e o repasse é o modelo que o mercado pratica."
Procuradas as secretarias de Fazenda de São Paulo e do Rio de Janeiro não se manifestaram.
Tributacao no Brasil: escalpelando o contribuinte
Fiz a consulta ao Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, com dados aproximados de renda, consumo, patrimônio, para saber como estaria sua contabilidade pessoal em face da voracidade tributária do Governo.
Os resultados estão aqui.
Você paga, sistematicamente, imposto sobre tudo o que tem, recebe e consome diariamente.
Salário
Sobre seu salário de R$ 11.000,00
foram pagos em impostos R$ 1.560,19. Resultado: 14,18% do seu ganho bruto mensal foram engolidos pela União.
Consumo
Sobre os gastos de R$ 9.600,00
foram pagos em impostos R$ 2.988,00.
Resultado: 27,16% do seu salário foram usados para pagar impostos embutidos no preço final de produtos e serviços.
Patrimônio
Sobre o seu patrimônio de R$ 100.000,00, isto é, sobre os bens que você trabalhou para adquirir, R$ 250,00 por mês desaparecem em impostos.
Resultado: Todo mês, 2,27% do que você recebe é embolsado pelos fiscos estadual e municipal.
Você paga imposto em tudo!
Por mês, em média, você paga R$ 4.798,19 em impostos, o que representa 43,62% do seu ganho mensal.
Veja quantos dias você trabalha somente para alimentar o Poder:
Você trabalha 13 dia(s) por mês, ou 156 dia(s) por ano, apenas para alimentar os governos federal, estadual e municipal.
Seu empregador também paga imposto!
Seu empregador, que é o próprio Governo, também paga imposto sobre o seu salário bruto: R$ 181,50. Mas se você fosse um funcionário da iniciativa privada com carteira assinada, seu empregador teria que pagar ao Governo mais R$ 4.835,60 em impostos.
Resumo
Salário
Total: R$ 11.000,00.
Impostos pagos: R$ 1.560,19 = 14,18% do salário.
Consumo
Total: R$ 9.600,00. Impostos pagos:
R$ 2.988,00 ou 27,16% do salário.
Patrimônio
Total: R$ 100.000,00.
Impostos pagos: R$ 250,00 ou 2,27% do salário.
Total de impostos pagos ao mês: R$ 4.798,19 ou 43,62% do salário.
Restante do salário: R$ 6.201,81.
Isso significa que você tem que trabalhar 13 dia(s) ao mês, ou 156 dia(s) ao ano, para pagar tributos.
Seu Empregador:
Paga sobre seu salário mais R$ 181,50.
Ou seja gasta R$ 192,50 para manter você trabalhando.
Governo:
Seu salário gera para o Governo uma arrecadação de
R$ 4.979,69, ou seja 45,27% do valor que você recebe todo mês.
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Satisfeitos, estarrecidos, surpresos?
Vocês podem fazer os cálculos com seus dados reais neste site:
Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
http://www.ibpt.com.br/home/projeto.list.php
O que entra no cálculo?
(Metodologia do IBPT)
Os valores apresentados como resultado são uma estimativa, baseada na média das alíquotas dos principais tributos incidentes sobre renda, consumo e patrimônio, a saber:
• Tributos incidentes sobre o salário: Imposto de Renda Retido na Fonte e Contribuição Previdenciária, de acordo com a legislação vigente.
• Tributos incidentes sobre o consumo: são aplicadas alíquotas médias de tributos calculadas sobre o preço final de cada item de despesa (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, CPMF, IOF E TRIBUTOS SOBRE O LUCRO).
• Tributos sobre o patrimônio: alíquotas médias do (IPTU) Imposto Predial e Territorial Urbano, (IPVA) Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotores, (ITR) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, (ITCMD) Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações e (ITBI) Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis.
• Tributos pagos pelo empregador da iniciativa privada: Contribuição Previdenciária, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e outras contribuições (Sistema “S”, Seguro de Acidentes de Trabalho, Salário-Educação e reflexos previdenciários nas férias e 13º salário).
• Tributos pagos pelo empregador do setor público: Contribuição ao PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).
A frase (arrogante) da semana: o sistema eletrico do Brasil é o mais moderno do mundo
"Não existe nada mais moderno no mundo como o sistema elétrico brasileiro."
Isso dito no momento em que procurava encontrar uma explicação (esfarrapada) para mais um apagão (ops, uma "interrupção temporária de energia", mas que durou mais de 6hs em oito estados do Nordeste), ocorrido sob sua gestão (o primeiro tinha sido em Itaipu, em novembro de 2009).
Segundo ele o sistema é forte, é robusto e outras maravilhas mais...
Parece que não resiste a uma simples quebra numa subestação secundária.
E o ministro patético disse que o desligamento se deu por razões de "segurança".
Nunca antes, de fato...
Google: instrumento de pesquisa refinada
Vejam este novo soft da Google: http://ngrams.googlelabs.com/
Acabo de colocar, como teste, "economic development" e os resultados estão aqui: http://ngrams.googlelabs.com/graph?content=economic+development&year_start=1800&year_end=2000&corpus=0&smoothing=3
Word-Wide Web Launches
New Google Database Puts Centuries of Cultural Trends in Reach of Linguists
By ROBERT LEE HOTZ
The Wall Street Journal, December 17, 2010
(ver as imagens neste link)
Language analysts, sifting through two centuries of words in the millions of books in Google Inc.'s growing digital library, found a new way to track the arc of fame, the effect of censorship, the spread of inventions and the explosive growth of new terms in the English-speaking world.
A new report reveals how researchers are using Google's immense digital library to track cultural trends and catalogue human culture over the last 200 years. WSJ's Robert Lee Hotz discusses the cutting edge endeavor with WSJDN's Kelsey Hubbard.
In research reported Thursday in the journal Science, the scientists at Harvard University, Massachusetts Institute of Technology, Google and the Encyclopedia Britannica unveiled a database of two billion words and phrases drawn from 5.2 million books in Google's digital library published during the past 200 years. With this tool, researchers can measure trends through the language authors used and the names of people they mentioned.
It's the first time scholars have used Google's controversial trove of digital books for academic research, and the result was opened to the public online Thursday.
Analyzing the computerized text, the researchers reported that they could measure the hardening rhetoric of nations facing off for war, by tracking increasing use of the word "enemy." They also could track changing tastes in food, noting the waning appetite for sausage, which peaks in the 1940s, and the advent of sushi, the mentions of which start to soar in the 1980s. They documented the decline of the word "God" in the modern era, which falls sharply from its peak in the 1840s.
"We can see patterns in space, time and cultural context, on a scale a million times greater than in the past," said Mark Liberman, a computational linguist at the University of Pennsylvania, who wasn't involved in the project. "Everywhere you focus these new instruments, you see interesting patterns."
The digital text also captured the evolving structure of a living language, and almost a half-million English words that have appeared since 1950, partly reflecting the growing number of technical terms, such as buckyball, netiquette and phytonutrient.
"It is just stunning," said noted cultural historian Robert Darnton, director of the Harvard University Library, who wasn't involved in the project and who has been critical of Google's effort to digitize the world's books. "They've come up with something that is going to make an enormous difference in our understanding of history and literature."
All told, about 129 million books have been published since the invention of the printing press. In 2004, Google software engineers began making electronic copies of them, and have about 15 million so far, comprising more than two trillion words in 400 languages.
"We realized we were sitting on this huge trove of data," said Google Books engineering manager Jon Orwant. "We want to let researchers slice and dice the data in ways that allow them to ask questions they could not ask before."
The online library project has been hobbled by lawsuits, copyright disputes and fears over the potential for the company to have an information monopoly. "There have been computational hurdles, scientific hurdles, organizational and legal hurdles," said mathematician Erez Lieberman Aiden at the Harvard Society of Fellows, who helped create the database.
To avoid copyright violations, the scientists are making available the vast catalog of frequency patterns of words and phrases, not the raw text of books. Google Labs posted freely downloadable data sets and a special viewer at http://ngrams.googlelabs.com Thursday. These data sets consist of short phrases—up to five words —with counts of how often they occurred in each year.
Journal Community - DISCUSS
What an amazing tool for analyzing culture! Understanding ourselves better could be a tremendously postive development. The dark sides though, are the opportunities for molding thought patterns en masse and social engineering that such an understanding presents. Onward ho! May we be able to preserve original thought and free will.
—Vincent P. Emmer
They currently include Chinese, English, French, German, Russian and Spanish books dating back to the year 1500—about 4% of all books published. The database doesn't include periodicals, which might reflect popular culture from a different vantage.
By calculating how frequently famous personalities appear in Google's digitized texts, the Harvard researchers discovered that people these days become famous at a younger age than in previous eras and reach unprecedented peaks of notoriety. "The flip side is that people forget about you faster," said Harvard lead researcher J.B. Michel.
Measuring occurrences of prominent names, Mr. Michel and his colleagues found that Jimmy Carter leapt from obscurity around 1974, at the onset of his run for the U.S. presidency, to overtake Mickey Mouse, Marilyn Monroe and astronaut Neil Armstrong in published mentions. Once out of office, Mr. Carter began an equally sharp decline in mention. By contrast, the cartoon character, the astronaut and the movie star have continued their steady rise up the slope of fame.
In the same way, they identified instances of censorship by charting the abrupt disappearance of controversial figures from the written record.
Mentions of the popular Jewish artist Marc Chagall, for example, virtually disappear from German literature during the era of Nazi power between 1936 and 1944, when his work was banned, but not from English books of the same period.
Other scholars are using the new database to chart social and emotional concepts over the past 200 years.
"Empathy has shot up since the 1940s," said Harvard University cognitive scientist and linguist Steven Pinker, who is experimenting with the data in his own research. "Will power, self-control and prudence have declined."
Write to Robert Lee Hotz at sciencejournal@wsj.com
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Egito democratico?: The Economist muito otimista
Desta vez é sobre o Egito, claro, e esta é a posição da revista:
This House believes that Egypt will become a democracy within a year.
The Economist, February 4th 2011
Os votos dos leitores, até o momento,desmentem essa crença: 65% não, 35% concordam com a afirmativa.
Abaixo as opiniões dos dois comentaristas convidados, por um e outro lado:
Representing the sides
Defending the motion
Anoush Ehteshami
Professor, Durham University and Joint Director, Centre for the Advanced Study of the Arab World
The forces for reform and democratisation will become so overwhelming in the next few months that in a year's time, and despite setbacks and more tragedies on the way, Egypt will be becoming a democracy.
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Against the motion
Daniel Pipes
Director, Middle East Forum and Taube distinguished visiting fellow, Hoover Institution, Stanford
It is out of the question that an Egypt with minor experience in democracy can put together enough of these components in 12 months to establish a fully democratic order.
The moderator's opening remarks
Josie Delap
Events have moved fast in Egypt in the past ten days. Huge demonstrations calling for the resignation of Egypt's ageing president, Hosni Mubarak, have rocked the country. Mostly peaceful for the first week, they have turned violent leaving hundreds dead and thousands injured. In an attempt to calm the protesters Mr Mubarak appointed a vice-president, his first in his 30-year reign. But his attempts at conciliation look too little, too late. The protesters want him to go now. Cairo's walls are daubed with slogans telling him so: "game over, Mubarak".
A debate is raging not just in Arab countries but all over the world about whether democracy in Egypt is possible or desirable. The history of revolutions is mixed. Those who have long mourned the dearth of democracy in the Middle East are full of hope that this will be an "Arab spring". Others remember more gloomily the massive protests in Iran in 2009. Hundreds of thousands of Iranians surged onto the streets after a disputed election, calling for democracy, freedom and change in Iran. The government crushed the opposition Green movement with an iron fist and a year and a half later, there is no sign of any significant reforms in Iran.
Others are more doubtful. Even if the protests succeed in unseating Mr Mubarak, it is unclear what the future holds for Egypt. After three decades of Mr Mubarak's authoritarian rule, many of Egypt's institutions look rotten to the core. Corruption is rife, press freedom is curtailed, and any elections that have been held have been rigged by the ruling party.
Some worry whether democracy would be a good thing in Egypt at all. Their concern is that in the absence of those institutions, chaos will reign. Or perhaps worse in their minds, were elections to be held, they fear that they would be hijacked by the Muslim Brotherhood, an Islamist group that has been Egypt's best-organised and most prominent opposition force for many years. They point fearfully to Palestinian and Lebanese elections where Islamists have done well. Israel is particularly uneasy, anxious about the end of its "cold peace" with Egypt and the instability that could bring.
Others argue that Islamists are not antithetical to democracy; look at Turkey, Malaysia, Indonesia. They say too that Egypt has a well-educated middle class, a sophisticated elite and enough of a sense of national pride to turn the chaos of this week's demonstrations into the beginnings of democracy. Egypt has reached a tipping point, they say. The genie is out of the bottle and there is no stuffing it back in. Egyptians have tasted freedom and are now shrugging off autocracy and seizing their chance for democracy.
We have two of the best-qualified people in the world to debate these issues on our website. They are both long-time Middle East watchers. Anoush Ehteshami, who is proposing the motion, is professor of international relations at Durham University, and has written extensively on Middle Eastern politics—foreign and domestic—and security in the region. Daniel Pipes, opposing it, is the founder and director of the Middle East Forum, a think-tank, and has written extensively about Islam and militant Islamism, within both the Middle East and the West.
Events may overtake this debate. We will try to keep up with them. I want to encourage the audience to comment and vote. A bit of democracy in action would be a good thing.
The proposer's opening remarks
Anoush Ehteshami
The scale of protest in Egypt since early January 2011 has been unprecedented and energising, even for a country used to riots and open expressions of discontent. The situation in Egypt in early February remains tense and the path opening up between the state and society is uncharted. But change is in the air, and against the backdrop of rapid regime change in Tunisia and protests taking root in many neighbouring Arab countries, one is left with a sense of anxiety that we are reaching a tipping point in the region. Change in Egypt will tip the balance towards the advocates of meaningful and rapid reform in the rest of the Arab region. So, what happens in Egypt in the coming days will have deep and long-lasting impact. Egypt, a country whose modern history can count only three presidents in office since 1954, is pivotal to the direction and intensity of change, and yet this is an Arab country ill equipped for rapid change. Its ruling political party institutions are strong, and despite the spectacular burning of the National Democratic Party (NDP) headquarters on Friday 28th January, the state machinery remains penetrated by party members and Mubarak loyalists. Also, the wider security establishment is thoroughly controlled by the Mubarak-created ruling elite. So, the imminent end of this regime and this president may have been exaggerated—for now.
In the months to come, though, even if Hosni Mubarak survives this intense period of domestic and Western pressure, I expect the political character of the establishment to change—towards what could be loosely referred to as a rocky road to democratisation. The widening of the political base and the broadening of public space will take place and in this process reformist forces will, like rainwater pouring into the cracks of rocks, penetrate the crust of the regime and the institutions and bureaucracy for so long dominated by the NDP and Mr Mubarak's allies and cronies. As they do they will flex their muscles and drive for transparency and the rule of law. Once these are established, the opposition will build on its street base to proceed towards negotiations.
Internally, the opposition forces will organise around a broad "rainbow" coalition, which will of course have to make its own compromises if it is to stick as a credible force. But this coalition is unlikely to survive the transition phase, and as open elections beckon we will see the consolidation of parties and platforms competing for power. The Muslim Brotherhood will be pitted against nationalist, liberal, pan-Arab, secular parties and this will be good for democracy and democratisation. The process will be long and painful, but the train of change has already left the station and with Mr Mubarak no longer a presidential candidate in 2011 his NDP has quickly lost its political fig leaf and also its legitimacy as the country's ruling party. With the NDP fatally weakened, I would anticipate the next president and indeed the next parliament to be wearing very different political clothes. What the leadership will be like is not the issue; the important point is that the new political leaders will have arrived in their posts credibly and with the open and transparent support of the electorate.
Externally, too, the constellation of forces lined up against the incumbent is likely to insist on a credible democratisation process being introduced in the next few weeks. Again, even if Mr Mubarak survives the current period of pressure, his regime will find it almost impossible to secure external support without the introduction of change and dialogue with the opposition. Mr Mubarak will have to give an inch and with every inch the opposition will try to take a foot. The balance will shift and the shift will become irreversible over time. Another external dimension is of course the country's trade and investment relations. Instability is anathema to business but it is unlikely that authoritarian stability will be acceptable either. In the age of the internet and the sight of the masses lined up against the incumbent, the international business community will find it impossible to support the president or advocate investment in the country. Economic imperative will generate its own pressures against the government and the momentum for broad economic reforms and transparency will provide more energy for pro-reform forces. Egypt cannot isolate itself from external pressure and that pressure now is for liberalisation and democratisation.
So, on balance, I believe that the forces for reform and democratisation will become so overwhelming in the next few months that in a year's time, and despite setbacks and more tragedies on the way, Egypt will be becoming a democracy.
The opposition's opening remarks
Daniel Pipes
Two reasons lead me to assert that the Arab Republic of Egypt will not boast a democratic political system this time next year.
First, democracy is more than holding elections; it requires the development of civil society, meaning such complex and counterintuitive institutions as the rule of law, an independent judiciary, multiple political parties, minority rights, voluntary associations, and freedom of expression, movement and assembly. Democracy is a learned habit, not an instinctive one, which requires deep attitudinal changes such as a culture of restraint, a commonality of values, a respect for differences of view, the concept of loyal opposition and a sense of civic responsibility.
Further, elections need to be practised to be made perfect. Ideally, a country starts electing at the municipal level and moves to the national, it begins with the legislative branch and moves to the executive. Simultaneously, the press needs to acquire full freedoms, political parties should mature, parliament should gain authority at the expense of the executive, and judges should adjudicate between them.
Such a transformation of society cannot take place within months or even years; the historical record shows that it takes decades fully to implement. It is out of the question that an Egypt with minor experience in democracy can put together enough of these components in 12 months to establish a fully democratic order.
Second, whichever scenario plays out, democracy is not in the offing.
• If Hosni Mubarak stays in power, unlikely but possible, he will be more of a tyrant than ever. As shown by his actions in recent days, he will not go quietly.
• If the military asserts more directly the power that it has wielded behind the scenes since its coup d'état of 1952, Omar Suleiman, the newly-appointed vice president, would presumably become president. He would make changes to the system, eliminating the most obvious abuses under Mr Mubarak, but not fundamentally offering Egyptians a say in the regime that rules them. Algeria 1992, where a military-backed government repressed Islamists, provides a precedent.
• If Islamists come to power, they will foment a revolution along the lines of Iran in 1979, in which their belief in God's sovereignty trumps political participation by the masses. The inherently anti-democratic nature of the Islamist movement must not be obscured by the Islamists' willingness to use elections to reach power. In the prescient words of an American official in 1992, the Islamists forward a programme of "one person, one vote, one time".
However looked at – abstractly or specifically – Egyptians are in for a rough ride, without the prospect of choosing their leaders.
Ler os comentarios aqui.
Negacionistas do Holocausto sao cegos voluntarios (alem de idiotas, claro)
As informações são, no entanto abundantes, para comprovar a materialidade dos fatos, algo que nem precisava estar em linha de discussão, tamanhas são as evidências das barbáries nazistas.
Abaixo, duas fontes adicionais:
Foi publicada a segunda parte da Enciclopédia do Holocausto em português:
http://www.ushmm.org/museum/exhibit/focus/portuguese/
Um álbum sobre o extermínio de judeus em Auschwitz-Birkenau:
Um álbum memorializa a chegada de judeus húngaros em Auschwitz, em maio de 1944. É o único de sua espécie, e é somente devido a este álbum que nós, hoje em dia, temos uma história visual do que ocorreu nos campos de extermínio de Auschwitz-Birchenau. O álbum foi descoberto após a guerra por um sobrevivente de Auschwitz, Lily Jacob, que o doou, em 1980, ao Yad Vashem, o memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto. Agora, com a ajuda da Internet, este álbum pode ser visto por milhões de pessoas, em qualquer lugar do mundo:
http://www1.yadvashem.org/exhibitions/album_Auschwitz/mutimedia/index.html
Tributacao sobre material escolar: o Estado rouba os estudantes...
O que vocês não devem saber, entretanto, é que esse custo seria bem menor, se o Governo, um sócio incômodo do seu bolso, não avançasse tanto sobre suas contas e carteiras, ao cobrar impostos abusivos sobre a maior parte desse material.
Graças ao Instituto Millenium é possível saber quanto pesam os tributos sobre os principais produtos adquiridos para essa tarefa corriqueira de frequentar uma escola e estudar:
Produto % de Imposto
Caneta 47,78
Régua 44.65
Borracha 43,19
Mochila 39,62
Caderno universitário 34,99
Lápis 34,99
Mensalidade escolar 26,32
Livros 15,52
Da próxima vez que você for comprar qualquer um desses produtos, lembre-se de agradecero ao Govern (ou de o amaldiçoar, segundo você é um partidário ou opositor de um Governo ativista) por essa participação indesejada no custo de sua fatura de material escolar.
Paulo Roberto de Almeida
O Estado de (i)Nação do Brasil: uma mensagem desperdiçada (OESP)
Paulo Roberto de Almeida
Oportunidade desperdiçada
Editorial - O Estado de S.Paulo
04 de fevereiro de 2011
A presidente Dilma Rousseff desperdiçou uma oportunidade excelente de converter a entrega da Mensagem ao Congresso num grande evento político e econômico. Poderia ter montado um espetáculo memorável, tanto por ser sua primeira participação numa cerimônia desse tipo quanto pela gravidade dos problemas imediatos no Brasil e no mundo de que teria de tratar - pressões inflacionárias, contas públicas em situação de risco, balanço de pagamentos em deterioração e um cenário internacional cheio de armadilhas econômicas, de desastres meteorológicos e de incertezas políticas.
Pouco mais de uma semana antes, em 25 de janeiro, o presidente americano, Barack Obama, havia apresentado seu discurso anual sobre o Estado da União. Falou sobre as questões mais prementes da economia e da política, propôs linhas de ação ao Congresso e indicou as políticas necessárias, no médio e no longo prazos, para a consolidação econômica pós-crise e, mais que isso, para a reconstrução do país.
O pronunciamento sobre o Estado da União é um fato com data marcada e, sob esse aspecto, rotineiro. Mas é sempre esperado, nos Estados Unidos e em grande parte do mundo, como um evento importante.
No Brasil, a Mensagem ao Congresso, também enviada uma vez por ano, raramente produz alguma sensação. O calhamaço é quase sempre guardado ou descartado sem atrair leitores. A presidente Dilma Rousseff manteve-se fiel ao costume.
A presidente falou ao Congresso - e ao País - como se nada tivesse para acrescentar a seus pronunciamentos do dia da posse, há um mês, ou até aos discursos anteriores. Limitou-se a reapresentar, de modo muito genérico, linhas para quatro anos de governo, passando longe, quase sempre, dos objetivos e problemas imediatos. Foi quase como se o primeiro mês de 2011 tivesse decorrido na maior tranquilidade sem qualquer novidade - econômica, política ou meteorológica - digna de nota. A referência ao salário mínimo foi a única exceção.
A presidente repetiu uma expressão importante usada no dia da posse e reafirmou a disposição de tratar a estabilidade econômica e financeira como valor absoluto. Seria um excelente ponto de partida para discutir em profundidade a situação fiscal, a lei orçamentária ainda não sancionada e como o governo deverá cuidar das finanças públicas nos próximos anos. Quem esperava algo concreto a respeito dessas questões ficou decepcionado. O governo reconhece problemas nessas áreas e por isso prometeu um programa de cortes orçamentários, mas a presidente preferiu agir, no Congresso, como se a questão não existisse ou fosse irrelevante.
A maior parte dos temas foi simplesmente justaposta, embora o autor do texto tenha conseguido passar suavemente de um assunto para outro. Mas a habilidade do redator não poderia compensar uma deficiência evidente: o governo não tem um plano digno desse nome, isto é, um conjunto de objetivos e de programas articulados para atingi-los. A competitividade, por exemplo, poderia ser um ponto unificador das políticas de infraestrutura, de educação, de tecnologia, de emprego, de impostos, de relações exteriores e assim por diante.
Mas essa noção de planejamento não parece existir, por enquanto, neste governo, como nunca existiu no governo Lula. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), citado como prova da reabilitação do ato de planejar, corresponderia, no máximo, a uma subseção de um plano de fato.
O discurso lido pela presidente é o texto de introdução da mensagem - um catatau de 410 páginas, incluído um incompreensível anexo a respeito da situação do Ministério Público. Os sete capítulos sobre questões econômicas, sociais e administrativas são recheados principalmente de relatórios maçantes, burocráticos e pouco informativos a respeito de programas e ações desenvolvidos pelo governo até o ano passado. São complementados, em cada área, por uma relação de intenções, mas não por uma descrição de como os vários propósitos se articulam em torno de algum objetivo geral. Jornalistas, economistas e cientistas políticos podem ter algum bom motivo para ler essa maçaroca. Ninguém mais precisa fazer esse sacrifício.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Bancos: socializando as perdas, privatizando dinheiro coletivo
Paulo Roberto de Almeida
Finanças
Bancos: Questiona-se se a função de preservar depositante foi desvirtuada
Aline Lima
Valor Econômico, 03/02/2011
Caso PanAmericano levanta dúvidas sobre papel do FGC
Bueno, do FGC, diz que dinheiro do socorro é dos bancos, não do correntista
São Paulo - A engenharia financeira costurada pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para salvar da liquidação o PanAmericano, operação até então inédita no mercado, vem levantando uma série de questionamentos sobre o real papel da entidade. O FGC, afinal, foi criado para ressarcir depositantes ou salvar bancos? O dinheiro é realmente dos banqueiros ou de correntistas e poupadores? O socorro pode criar precedente para outros bancos fazerem o mesmo?
Vários executivos de bancos que não tinham exposição ao PanAmericano ficaram "mordidos" com o desfecho do episódio. "Como sócio, vou querer saber direitinho quem está arcando com esse prejuízo", reclamou um deles no dia seguinte ao fechamento da venda do PanAmericano para o BTG Pactual. Os grandes bancos de varejo, compradores das carteiras de crédito do PanAmericano, são também os principais cotistas do FGC e cabe a eles a decisão final sobre os assuntos do fundo. Não se sabe se, no caso do PanAmericano, a decisão foi unânime - mas o fato é que foi aprovada.
O debate ganha mais força depois do segundo socorro, com a "saída por cima" do empresário Silvio Santos, responsável em última análise pelo rombo como antigo controlador. Silvio saiu sem dívidas, com todas as empresas colocadas como garantia liberadas e R$ 740 milhões pagos pela Caixa em 2009 no bolso. Ele perdeu o banco, mas isso seria o mínimo esperado.
Apesar disso, bancos médios e pequenos reconhecem a importância de se ter evitado a liquidação. Uma eventual quebra enxugaria a liquidez do sistema e poderia provocar um efeito dominó. Esse, aliás, é o principal argumento do fundo para justificar o resgate.
O FGC foi criado em 1995 para garantir que poupadores e correntistas não saíssem de mãos abanando caso alguma instituição financeira viesse a quebrar. Desde 2001, porém, o Banco Central está proibido de conceder empréstimos a bancos quebrados por conta da lei de Responsabilidade Fiscal, que revogou o Proer, o programa de socorro aos bancos.
O FGC acabou assumindo, na prática, também esse papel de "saneador", estimulado pelo próprio BC. Tem sido, desde então, o principal articulador nas liquidações de bancos, tendo passado pelo fundo mais de 25 casos. Durante a crise financeira internacional de 2008, o fundo teve papel importante no restabelecimento da liquidez do mercado, por meio da compra de carteiras de crédito. "Nosso objetivo também é garantir a estabilidade do sistema", explica Gabriel Jorge Ferreira, presidente do FGC.
A postura de defesa do sistema bancário assumida pelo FGC suscita dúvidas, porém, sobre seu papel principal, que é o de prestar garantias de créditos a depositantes. No fim das contas, o socorro serviu mais aos depositantes ou aos acionistas dos bancos? O PanAmericano captava principalmente junto a investidores institucionais e bancos, não era um banco de conta corrente.
Segundo Antonio Carlos Bueno, diretor executivo do FGC, o risco de que o patrimônio do fundo tenha ficado comprometido com a operação de salvamento do PanAmericano não existe. O patrimônio do FCG é hoje de R$ 26 bilhões, já descontados os R$ 3,8 bilhões gastos para evitar a quebra do banco de Silvio Santos. "Arrecadamos R$ 150 milhões por mês, mais R$ 200 milhões de receita financeira com título público federal", afirma.
O patrimônio do FGC é formado por contribuições compulsórias dos bancos. Todo mês, as instituições financeiras calculam o saldo médio de todo tipo de depósito - à vista, a prazo, poupança, letras de câmbio, imobiliárias e hipotecárias - e depositam o equivalente a 0,0125% desse volume na conta do FGC. A contribuição feita pelos bancos é registrada no balanço como despesa, como qualquer outro gasto administrativo. A despesa reduz o lucro e o Imposto de Renda a ser pago também diminui.
Muitos correntistas devem também estar se perguntando se o dinheiro do fundo, no fim das contas, não sai do bolso deles. Não é difícil imaginar que esse custo está embutido no spread bancário ou nas tarifas ou numa remuneração menor da aplicação. "Se for assim, tudo no mundo quem paga é o consumidor. A Coca-Cola comprada no Pão de Açúcar, por exemplo, serviria para cobrir o gasto da rede com propaganda", rebate Bueno.
Ficou sem resposta, porém, se a solução inédita concebida pelo FGC para salvar o PanAmericano vai criar precedentes no mercado. O tempo, nesse caso, dirá.
Controle de capitais: economistas dos EUA a favor
January 31, 2011
Secretary Hillary Rodham Clinton
U.S. Department of State
2201 C Street NW
Washington, D.C. 20520
Secretary Timothy Geithner
Department of the Treasury
1500 Pennsylvania Avenue, NW Washington, D.C. 20220
Ambassador Ron Kirk
Office of the United States Trade Representative
600 17th Street NW
Washington, DC 20508
Dear Secretary Clinton, Secretary Geithner, and Ambassador Kirk:
We, the undersigned economists, write to alert you to important new developments in the economics literature pertaining to prudential financial regulations, and to express particular concern regarding the extent to which capital controls are restricted in U.S. trade and investment treaties.
Authoritative research recently published by the National Bureau of Economic Research, the International Monetary Fund, and elsewhere has found that limits on the inflow of short-term capital into developing nations can stem the development of dangerous asset bubbles and currency appreciations and generally grant nations more autonomy in monetary policy-making.i
Given the severity of the global financial crisis and its aftermath, nations will need all the possible tools at their disposal to prevent and mitigate financial crises. While capital account regulations are no panacea, this new research points to an emerging consensus that capital management techniques should be included among the “carefully designed macro-prudential measures” supported by G-20 leaders at the Seoul Summit.ii Indeed, in recent months, a number of countries, from Thailand to Brazil, have responded to surging hot money flows by adopting various forms of capital regulations.
We also write to express our concern that many U.S. free trade agreements and bilateral investment treaties contain provisions that strictly limit the ability of our trading partners to deploy capital controls. The “capital transfers” provisions of such agreements require governments to permit all transfers relating to a covered investment to be made “freely and without delay into and out of its territory.”
Under these agreements, private foreign investors have the power to effectively sue governments in international tribunals over alleged violations of these provisions. A few recent U.S. trade agreements put some limits on the amount of damages foreign investors may receive as compensation for certain capital control measures and require an extended “cooling off” period before investors may file their claims.iii However, these minor reforms do not go far enough to ensure that governments have the authority to use such legitimate policy tools. The trade and investment agreements of other major capital-exporting nations allow for more flexibility.
We recommend that future U.S. FTAs and BITs permit governments to deploy capital controls without being subject to investor claims, as part of a broader menu of policy options to prevent and mitigate financial crises.
Sincerely,
Initial Signatories:
1. Ricardo Hausmann, Director, Harvard University Center for International Development
2. Dani Rodrik, Rafiq Hariri Professor of International Political Economy, John F. Kennedy School of Government, Harvard University
3. Joseph Stiglitz, University Professor, Columbia University, Nobel laureate
4. Arvind Subramanian, Senior Fellow, Peterson Institute for International Economics, and Senior Fellow, Center for Global Development
5. Nancy Birdsall, President, Center for Global Development, Washington, DC
6. Olivier Jeanne, Professor of Economics, Johns Hopkins University, and Senior Fellow, Peterson Institute for International Economics
7. Pranab Bardhan, Professor of Economics, University of California, Berkeley
8. Lance Taylor, Department of Economics, New School for Social Research
9. Jose Antonio Ocampo, School of International and Public Affairs, Columbia University
10. Stephany Griffith-Jones, Initiative for Policy Dialogue, Columbia University
11. Ethan Kaplan, IIES, Stockholm University and Columbia University
12. Dimitri B. Papadimitriou, President, The Levy Economics Institute of Bard College
13. Ilene Grabel, Josef Korbel School of International Studies, University of Denver
14. Alice Amsden, Department of Urban Studies and Planning, MIT
15. Gerald Epstein, Department of Economics, University of Massachusetts-Amherst
16. Kevin P. Gallagher, Department of International Relations, Boston University
17. Sarah Anderson, Global Economy Project Director, Institute for Policy Studies
18. Arindrajit Dube, Department of Economics, University of Massachusetts-Amherst
19. William Miles, Department of Economics, Wichita State University
20. Adam Hersh, Center for American Progress
21. James K. Galbraith, Lloyd M. Bentsen Jr. Chair in Government/Business Relations and Professor of Government, University of Texas at Austin
22. Paul Blustein, Nonresident Fellow, the Brookings Institution, and Senior Visiting Fellow, Centre for International Governance Innovation
23. Anton Korinek, Department of Economics, University of Maryland
Other US-Based
24. Rania Antonopoulos, Director, Gender Equality and the Economy Program, Levy Economics Institute
25. Eileen Appelbaum, Center for Economic and Policy Research
(...)
127. Steven Topik, Department of History, University of California
(...)
139. Silverio Zebral, Chief-Economist, Organization of American States (OAS)
International
(...)
159. Ha-Joon Chang, Department of Economics, University of Cambridge, UK
(...)
174. Ricardo Ffrench-Davis, Professor, Departamento de Economía, Universidad de Chile, Chile
(...)
177. Roberto Frenkel, Professor and Principal Research Associate, University of Buenos Aires and CEDES, Argentina
(...)
210. André Nassif, Professor, Department of Economics, Universidade Federal Fluminense Brazil and The Brazilian Development Bank (BNDES), Brazil
(...)
229. Gilson Schwartz, Professor, University of São Paulo, Brazil
(...)
239. Eduardo Strachman, Coordinator of Post Graduate Studies in Economics, São Paulo State University, (Unesp), Araraquara, São Paulo, Brazil
Organizations listed for identification purposes only.
i For some of the most important recent studies see: Ostry JD, Ghosh AR, Habermeier K, Chamon M, Qureshi MS and Reinhardt DBS (2010). Capital Inflows. The Role of Controls. IMF Staff Position Note, SPN/10/04. Washington, DC, International Monetary Fund. Magud N and Reinhart CM (2006). Capital Controls: An Evaluation. NBER Working Paper 11973. Cambridge, MA, National Bureau of Economic Research. Further studies are available upon request.
ii “Seoul Summit Document,” Nov. 12, 2010.
iii See, for example, Annex 10-E of the U.S.-Peru FTA.
China: medo de uma "praga" do Egito - Arnaud Parienty
Paulo Roberto de Almeida
Pourquoi le mot Egypte est tabou en Chine
Arnaud Parienty
Alternatives Economiques, 30/01/2011
Parmi les nouvelles surprenantes apparues ces derniers jours, le fait que le mot « Egypte » ne donne plus accès à aucun lien sur l’Internet chinois semble anecdotique. Est-ce une illustration supplémentaire de la paranoïa des autorités chinoises ? En réalité, leur crainte de la contagion contestataire n’est pas dénuée de fondement, même si on peut douter qu’un exemple aussi exotique à leurs yeux inspire beaucoup les jeunes Chinois. En plongeant dans les classements produits par le Programme des Nations Unies pour le Développement dans son rapport annuel, on trouve en effet des points communs intéressants entre l’Egypte, la Tunisie et la Chine.
L’IDH, ou indice de développement humain, étant l’indicateur synthétique par lequel il est habituel de mesurer le degré de développement économique et social d’un pays, classons par ordre d’IDH décroissant les pays ayant connu la plus forte progression de leur IDH depuis trente ans. Ce classement est le suivant, l’IDH pouvant varier de 0 à 1 :
1 - Tunisie, 0,436 en 1980 et 0,683 en 2010
2 – Chine, 0,368 en 1980 et 0,663 en 2010
3 – Egypte, 0,393 en 1980 et 0,620 en 2010
4 – Maroc, 0,351 en 1980 et 0,567 en 2010
5 – Inde, 0,320 en 1980 et 0,519 en 2010
La Chine se trouve donc en bien dangereuse compagnie par les temps qui courent !
Une idée persistante mais fausse est que les soulèvements populaires interviennent dans les pays où les choses vont très mal. Marx, au contraire, attendait la révolution dans les pays capitalistes les plus développés (et donc les plus proches de leur crise finale, selon lui). Les choses sont un peu plus compliquées.
Les peuples sont-ils satisfaits de leur sort ?
Des enquêtes internationales menées par des équipes de sociologues et coordonnées par Ronald Inglehart sont désormais conduites dans plus de cent pays pour mesurer la satisfaction des individus à l’égard de leur vie et de la société. Ces enquêtes révèlent qu’il n’y a pas de relation claire entre la satisfaction à l’égard de leur propre vie déclarée par les répondants et la croissance économique de leur pays. Parmi ceux dont la satisfaction a le plus augmenté figurent les coréens (forte croissance) et les russes (croissance catastrophique). Parmi ceux dont la satisfaction diminue se trouvent les chinois (croissance brillante) et les suédois (faible croissance).
La relation entre satisfaction et niveau de vie est également très floue. Ainsi, les chinois sont nettement moins satisfaits de leur vie que les guatémaltèques, ce qui n’est pas en phase avec la situation matérielle dans ces deux pays. Il faut donc ajouter des variables pour comprendre.
Du pain et la liberté
Utilisant les techniques statistiques habituelles (analyse multivariée) pour trier les causes les plus importantes qui agissent sur le sentiment de satisfaction, Ronald Inglehart et ses collègues aboutissent à la conclusion que l’augmentation de la satisfaction dépend d’abord du sentiment accru de liberté. Celui-ci résulte moins de la démocratie politique que de la libéralisation sociale (droits des femmes, libertés religieuses,…). Le développement économique contribue dans une certaine mesure à ce sentiment de liberté et agit directement sur la satisfaction des individus. Mais il arrive loin derrière.
Le développement ne suffit donc pas à contenter la population, même si le deal implicite du parti communiste chinois est « nous garantissons la paix et la prospérité et vous nous laissez gérer l’espace public comme nous voulons ». Au contraire, on peut penser qu’en Chine comme en Tunisie et, à un moindre degré en Egypte, un cocktail assez détonnant associe croissance économique et hausse du niveau d’instruction, qui permettent la hausse de l’IDH, et inégalités et absence de libertés publiques, qui engendrent la frustration. L’absence de démocratie est particulièrement ressentie par les diplômés, qui ont une opinion informée sur les affaires publiques (et savent mieux que d’autres comment les choses se passent ailleurs).
En fait, le développement conduit toujours à la démocratisation et à l’extension des libertés publiques, à mesure que le niveau d’instruction augmente et que les besoins matériels fondamentaux sont satisfaits ; car les aspirations de la population à participer à la vie de la cité et être traitée de façon adulte augmentent, alors que la corruption et le népotisme d’élites illégitimes deviennent plus insupportables. L’évolution de Taiwan et de la Corée du Sud au cours des années 1980 est un bon exemple de ce mécanisme. La situation est donc dangereuse lorsque ces évolutions sociales butent sur un blocage politique, comme c’est le cas dans les pays arabes ou en Chine. La situation est particulièrement préoccupante en Chine, malgré la qualité de ses dirigeants, car il n’y a pratiquement aucune démocratisation (la démaoïsation n’a même jamais eu lieu, les atrocités et les erreurs politiques du grand Timonier restant ignorées de la grande majorité de la population) et parce qu’il s’agit d’un pays immense.
C’est parce que les dirigeants chinois sont bien conscients de la situation qu’ils craignent comme la peste la contagion démocratique, qui se produira un jour, quoi qu’ils fassent.
(Recebido de Mauricio David em 3/02/2011)
Politica comercial, politica industrial: diferencas sutis...
Paulo Roberto de Almeida
Governo deve elevar imposto para conter importação, diz Mdic
Da Redação
DCI, 3/02/2011
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse ontem que o governo pode, sim, aumentar as alíquotas de imposto de importação de produtos cujos similares nacionais enfrentam forte concorrência de importados devido ao câmbio. "Pode ser que isso seja necessário, mas não como política industrial, e sim como defesa comercial", afirmou o ministro, ao chegar para a reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), no Ministério da Fazenda. As medidas devem ser aplicadas setorialmente, segundo o ministro, mas os setores ainda não foram determinados.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou que a primeira reunião do GAC vai servir para que a indústria cobre da equipe econômica medidas pontuais e específicas para setores que têm sido prejudicados pela concorrência com mercadorias importadas devido à valorização do câmbio. Segundo ele, apesar de ser um fenômeno que ainda não pode ser medido, o País corre o risco de passar pela chamada desindustrialização. "São medidas pontuais para terem efeito imediato. É uma agenda de curto prazo para que setores que têm sido penalizados tenham condição de voltar a concorrer no mercado", disse Andrade.
Segundo ele, a lista de temas a serem discutidos é grande, mas as principais medidas devem passar pelas desonerações de investimentos, exportações e projetos de infraestrutura. "Não queremos proteção, queremos isonomia e condições de competitividade", afirmou.
Diplomacia da generosidade, versao 2.1: a novela de Itaipu
Ex-Blog de Cesar Maia, 3/02/2011
1. Ontem, a imprensa do Paraguai divulgava notas que orientarão o governo na revisão do Tratado de Itaipu durante a visita da presidente Dilma Rousseff. Essas notas contrariam o Tratado de Itaipu, que estabelece a impossibilidade de suas disposições serem modificadas até 2023. Além disso, aumentarão os preços da energia elétrica no Centro-Sul do Brasil.
2. (ABC Color, 02) Notas de revisão de Itaipu seriam aprovadas no final de fevereiro. O Governo de Fernando Lugo acredita que, antes da visita oficial que será feita pela presidenta brasileira Dilma Rousseff, prevista para 26 de março, o Congresso Brasileiro aprovará os acordos assinados de Itaipu, firmados em junho de 2009. Assim afirmou ontem o chanceler Héctor Lacognata. Esta é uma nova promessa do sócio paraguaio de Itaipu, que vem atrasando sem justificativa a aprovação de um aumento no valor recebido pelo Paraguai para ceder sua energia. Veremos quanto mais se espera.
3. Este Ex-Blog volta a sublinhar que nada pode ser resolvido sem passar pelo Senado do Brasil. E nada está resolvido até aqui. E lembra que técnicos do Ministério de Minas e Energia são totalmente contra as pretensões do Paraguai.
Um Principe viajante: Maximilien de Wied - no Brasil e nos EUA (1833)
From the Rhine to the Wild West
By STUART FERGUSON
The Wall Street Journal, February 2, 2011
The North American Journals of Prince Maximilian of Wied, Volumes I & II
Edited by Stephen S. Witte and Marsha V. Gallagher
Oklahoma, 467 and 571 pages, $85
Four months after Tocqueville, another European aristocrat toured America and wrote down what he saw.
It is Sept. 14, 1833. A small boat begins its trip down the Missouri River from the American Fur Co.'s outpost at Fort McKenzie, near present-day Fort Benton, Mont. The oars are manned by four sturdy men from John Jacob Astor's company. The ship itself carries botanical specimens and cultural artifacts along with food, gunpowder, whiskey, a tame squirrel and two bears in a crate amidships.
As for the human passengers, there are three: David Dreidoppel, a German huntsman; Karl Bodmer, a Swiss painter; and, not least, Prince Maximilian of Wied, an aristocrat by birth and a naturalist by inclination. He is the younger son of a briefly sovereign prince whose territory along the Rhine River near Cologne had been absorbed by Prussia in the early 19th century. Maximilian is now traveling through North America to study the continent's flora, fauna and aboriginal inhabitants.
The prince has already spent an exhilarating five weeks watching as various tribes, including the Blackfoot, arrive at Fort McKenzie to offer their furs in return for trade goods, especially whiskey. As each new group approaches the fort—chanting, firing rifles, carrying flags—cannons in the blockhouse return the salute, the echoes resounding over the river and across the prairie. Outside the fort, the Indians erect teepees with colorful banners atop their poles; horses, dogs and children run about in a happy confusion.
We know about these scenes because Prince Maximilian— arriving in the U.S. just four months after another European aristocrat, Alexis de Tocqueville, had left—kept a journal of his journey, in which he recorded everything, from weather and the workings of the fur trade to riverbank fossils and the wildlife all around: bison, eagles, snakes, wolves and bighorn sheep. He made notes on the vocabularies of the Indian tribes ("the short, abrupt sounds" of the Gros Ventres des Prairies make their conversations "most strange and fantastic") and their styles of face paint.
We see him, at one point, sitting in a ramshackle hotel room in New Harmony, Ind., as his men stuff an American skunk for shipment back to his castle on the Rhine. He is affable when he meets some of America's leading figures. Kentucky planter and pooh-bah James Taylor (a cousin of President Zachary Taylor), onboard an Ohio River steamboat, "spoke at extraordinary length [and] spat all the time like a sprinkling can."
Before coming to America, Maximilian (1782-1867) had fought in the Napoleonic wars and explored Brazil, where the native tribes became his main interest, leading him to North America to compare the two continents' aborigines. Critics had said that the prince's account of his Brazilian travels, illustrated with his own drawings, suffered from a lack of artist-quality depictions of what he saw. Hence the presence of the young Karl Bodmer on the North American travels.
Bodmer's detailed and beautiful images of high-plains Indians—the Blackfoot, Crow, Osage and Sioux—are now iconic, thanks to countless museum exhibitions. But his patron's written record of the journey, from the large cities of the East Coast to St. Louis and then up and down the Missouri River, is less known. "Travels in the Interior of North America in the Years 1832-1834"—with Bodmer's illustrations—was published from 1839 to 1841 in German and eventually appeared in English in a shortened version. It has long been hard to track down.
Now we are getting the original text and then some. The Joslyn Art Museum in Omaha, Neb.—whose Durham Center for Western Studies includes the Maximilian- Bodmer Collection—has embarked on the major scholarly project of translating, annotating and publishing, in three volumes, the full journals from which the prince extracted the material for his "Travels." The project's first volume, published two years ago, covered Maximilian's voyage across the Atlantic and his travels through the eastern U.S. and ended with his stay in St. Louis, where he finally met his first American Indians as well as the explorer William Clark, who gave him maps compiled from his trek to the Pacific with Meriwether Lewis 30 years before.
The westward part of the prince's American sojourn, as the first volume makes clear, came as something of a relief. Since landing in the U.S. Maxmilian had sought the "copper-colored" people and was surprised to find none encamped along the Charles River or lurking around Harvard. The recent second volume of the "Travels" project begins as the prince and his party set out from St. Louis on a steamer with French-Canadian workers from the American Fur Co.
Eventually, after switching to another steamboat and then a barge and heading fully up the Missouri, Maximilian and his party reached Fort McKenzie. Most of their five-week stay was pleasant enough, with the trading Indians arriving and camping out peacefully. But this was the American west, after all. On Aug. 29, 1833, the Assiniboine Indians attacked the Blackfoot encamped on the fort's grounds. The Blackfoot and the whites in the fort—including Maximilian, shooting from the parapet—held the Assiniboine off and, aided by Indian reinforcements, drove them back. With arrows flying over the walls, cannon booming, and Indians mounting charges and countercharges, it was a long, hot day, in both senses of the word. The prince noted that at noon the thermometer showed 84 degrees.
Less than a month later, Prince Maximilian of Wied was headed back down the Missouri River toward St. Louis, though the journey would take months. The second volume ends with the traveling party—having endured river floods and collected more fossils—arriving at Fort Union, in North Dakota, none the worse for the wear and preparing for winter. Volume Three of this magnificent chronicle cannot appear soon enough.
Mr. Ferguson is writing "Ladies of the House: The Rossetter Sisters of Florida."
Politica Externa no Governo Dilma - Mensagem ao Congresso
Procurei, procurei, e não achei rigorosamente nada, nadicas de peteberebas, como dizem alguns. Tudo são frases absolutamente banais, esperadas, politicamente corretas, sem qualquer novidade substantiva: América do Sul, Mercosul, Unasul, tudo isso era esperado, só faltou mesmo a menção à "diplomacia Sul-Sul" (talvez mudem um pouco a geografia, que estava ficando banal).
Só não entendi uma coisa:
"O Brasil reitera, com veemência e firmeza, a decisão de associar seu desenvolvimento econômico, social e político ao da América do Sul..."
Com veemência?! Nossos vizinhos merecem isso?
Paulo Roberto de Almeida
MENSAGEM AO CONGRESSO NACIONAL DE DILMA ROUSSEFF, 2/02/2011
Seleção dos temas internacionais e de política externa
Senhoras e senhores parlamentares,
(…)
Hoje, vivemos em um País que cresce a taxas sustentáveis e que mantém a produção e o mercado interno aquecidos, mesmo durante períodos turbulentos da economia mundial.
(…)
Os investimentos previstos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas serão planejados e articulados com vistas a assegurar benefícios permanentes de qualidade de vida para os cidadãos. Com suas sedes localizadas em Estados onde moram mais de dois terços da população, a Copa do Mundo servirá de vetor para a entrega à população de centenas de obras de infraestrutura urbana e de logística. Sobre esse último item, chamo a atenção para as nossas diretrizes na área de aviação civil. Temos urgência em ampliar e melhorar nossos aeroportos e beneficiar parcelas cada vez mais amplas da população que passam a ter acesso ao transporte aéreo.
(…)
A oportunidade que pela primeira vez se coloca para o Brasil de se tornar uma nação desenvolvida não pode ser desperdiçada. O nosso governo está comprometido com um projeto de desenvolvimento associado à preservação das reservas naturais e à manutenção da matriz energética mais limpa do mundo. Por meio da Política Nacional de Mudanças Climáticas, aprovada por esta Casa, o Brasil definiu, voluntariamente, uma meta de 36% a 39% de corte das emissões de gases de efeito estufa até 2020, demonstrando que fará sua parte para combater o problema da mudança do clima. Continuaremos, nesse contexto, a incentivar o etanol e o biodiesel e as fontes de energia hídricas, bem como fontes alternativas como a biomassa, a eólica e a solar.
O crescimento da infraestrutura e da produção industrial e agropecuária ocorrerá em sintonia com a preservação ambiental. Desde 2003, o Brasil reduziu os índices de desmatamento na Amazônia em mais de 75%. Somos uma potência mundial da agroenergia. E ocupamos a vanguarda no combate aos graves efeitos das mudanças climáticas. Continuaremos mostrando ao mundo que é possível associar uma economia dinâmica e um forte crescimento com o respeito ao meio ambiente.
Nossa política externa estará baseada nos valores clássicos da tradição diplomática brasileira: promoção da paz, respeito ao princípio de não intervenção, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo. Nossa participação nas Forças da ONU –especialmente na Missão para a Estabilização do Haiti– é emblemática do nosso compromisso com a paz e a estabilidade democrática.
O Brasil reitera, com veemência e firmeza, a decisão de associar seu desenvolvimento econômico, social e político ao da América do Sul. Se geografia é destino, como se diz na geopolítica, estamos muito felizes com o nosso destino. Juntamente com nossos vizinhos sul-americanos, poderemos transformar nossa região, que vemos como um espaço de paz e crescente cooperação, em componente essencial do mundo multipolar que se anuncia, dando consistência cada vez maior ao Mercosul e à Unasul.
Continuaremos fortalecendo nossas reservas para garantir o equilíbrio das contas externas. Nos fóruns multilaterais, defenderemos com vigor políticas econômicas saudáveis e equilibradas, protegendo o país da concorrência desleal e do fluxo indiscriminado de capitais especulativos e contribuindo para a estabilidade financeira internacional.
Continuaremos defendendo a reforma dos organismos de governança mundial, em especial as Nações Unidas e seu Conselho de Segurança. É natural que um país como o nosso, que busca internamente ser cada vez mais justo, também sustente na esfera internacional a necessidade de democratização das relações entre os Estados. O desafio de consolidação de um mundo multipolar corresponde, no plano externo, ao projeto, essencialmente brasileiro, de proporcionar a todos o acesso às mesmas oportunidades.
(…)
Muito obrigada. Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Think tanks: os melhores do mundo (ao que parece...)
THE GLOBAL “GO-TO THINK TANKS” 2010
The Leading Public Policy Research Organizations In The World
James G. McGann, Ph.D.
Director
THE THINK TANKS AND CIVIL SOCIETIES PROGRAM
International Relations Program
University of Pennsylvania
Philadelphia, PA USA 19104-6305
Disponível neste link: http://www.gotothinktank.com/wp-content/uploads/2010GlobalGoToReport_ThinkTankIndex_UNEDITION_15_.pdf
TABLE OF CONTENTS
ACKNOWLEDGMENTS 4
INTRODUCTION 5
METHODOLOGY AND TIMELINE 6
GLOBAL TRENDS AND TRANSITIONS 14
NOMINATED THINK TANKS 22
THE TOP THINK TANKS IN THE WORLD (NON-US) 26
TOP THINK TANKS IN THE UNITED STATES 28
TOP THINK TANKS BY REGION 28
TOP THINK TANKS BY RESEARCH AREA (GLOBAL) 35
SPECIAL CATEGORIES 41
APPENDICES 50
BACKGROUND ON THE THINK TANKS AND CIVIL SOCITIES PROGRAM 73
THE RESEARCH TEAM 74
Nomination Categories Include:
1. Top Think Tank in the World
– Think Tank of the Year 2010 – Top Think Tank in the World
– Top Think Tanks Worldwide (Non-US)
– Top Think Tanks Worldwide (US and Non-US)
2. Top Think Tanks by Region
– Top Think Tanks in the United States
– Top Think Tanks in Latin America and the Caribbean
– Top Think Tanks in the Middle East and North Africa (MENA)
– Top Think Tanks in Sub-Saharan Africa
– Top Think Tanks in Western Europe
– Top Think Tanks in Central and Eastern Europe
– Top Think Tanks in Asia
3. Top Think Tanks by Research Area
– Top International Development Think Tanks
– Top Health Policy Think Tanks
– Top Environment Think Tanks
– Top Security and International Affairs Think Tanks
– Top Domestic Economic Policy Think Tanks
– Top International Economic Policy Think Tanks
– Top Social Policy Think Tanks
– Top Science and Technology Think Tanks
– Top Transparency and Good Governance Think Tanks
4. Top Think Tanks by Special Achievement
– Think Tanks with the Most Innovative Policy Ideas/Proposals
– Best New Think Tanks (established in the last 18 months)
– Outstanding Policy-Oriented Public Policy Research Program
– Best Use of the Internet to Engage the Public
– Best Use of the Media (Print or Electronic) to Communicate Programs and Research
– Best External Relations/Public Engagement Program
– Greatest Impact on Public Policy
– Best University Affiliated Think Tanks
– Best Government Affiliated Think Tanks
– Best Party Affiliated Think Tanks
Top 25 Think Tanks in Latin America and the Caribbean
Table #5
[Contem erros e repetições]
1. Fundacion Getulio Vargas, (Brazil)
2. Centro de Estudios Publicos (CEP), (Chile)
3. Centro Brasilerio de Relaciones Internacionales (CEBRI), (Brazil)
4. Centro de Implementacion de Politicas Publicas para la Equidad y el Crecimiento (CIPPEC), (Argentina)
5. Instituto Fernando Henrique Cardoso, (Brazil)
6. Fedesarrollo, (Colombia)
7. Center for Study of State and Society (CEDES), (Argentina)
8. Economic Commission for Latin America and the Caribbean (ECLAC), (Chile)
9. Libertad y Desarollo, (Chile)
10. Instituto de Pesquisa Economica Aplicada (IPEA) - Institute for Applied Economic Research, (Brazil)
11. Fundacion de Investigaciones Económicas Latinoamericanas, (Argentina)
12. Consejo Argentino para las Relaciones Internacionales (CARI), (Argentina)
13. Centro de Estudio de Realidad Economica y Social (CERES), (Uruguay)
14. Centro Brasileiro de Analisis y Planeamiento (CEBRAP), (Brazil)
15. Instituto Libertad y Democracia (ILD), (Peru)
16. Centro de Divulgacion del Conocimiento Economico (CEDICE Libertad), (Venezuela)
17. Corporacion de Estudios para Latinoamerica (CIEPLAN), (Chile)
18. Centro de Estudio de Realidad Economica y Social (CERES), (Uruguay)
19. Centro Latinoamericano de Economia Humana (CLAEH), (Uruguay)
20. Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO), (Argentina)
21. Fundacion Libertad, (Argentina)
22. Fundacion Ideas para la Paz, (Colombia)
23. Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO), (Costa Rica, Chile, Ecuador)
24. Grupo de Anelisis para el Desarrollo (GRADE), (Peru)
25. Instituto Ecuatoriano de Economia Politica (IEEP), (Ecuador)
Mais bolsas de estudo (como sao generosos esses franceses...)
Bolsa de excelência para mestrado na ENS-Lyon
A Ecole Normale Supérieure - ENS de Lyon abriu a seleção para a Bourse Ampère, uma bolsa de excelência acadêmica destinada a estudantes internacionais que desejam ingressar em formações de Mestrado (1 ou 2) nas áreas das ciências exatas, letras e ciências humanas.
Os estudantes selecionados receberão 1000 euros por mês durante 12 meses e estarão isentos do pagamento das taxas de inscrição administrativa da escola.
Para concorrer à bolsa o estudante deve ter até 26 anos de idade e comprovar nível avançado de proficiência em língua francesa.
Date limite de candidatura: 25 de fevereiro de 2011
Mais informações
http://www.ens-lyon.eu/23577289/0/fiche___pagelibre/&RH=ENS-LYON-FR-VENI
Bourses d'excellence Ampère 2011-12
L'ENS de Lyon propose à d'excellents étudiants internationaux des bourses pour intégrer un de ses masters en Sciences exactes, Lettres et Sciences humaines.
Liste des Masters proposés à l'ENS de Lyon
Critères de candidature :
Niveau d'études : M1 ou M2
Age : Etre âgé de 26 ans maximum à la date limite candidature (être né le ou après le 26 février 1984)
Nationalité : Etre de nationalité étrangère
Diplôme :
- Candidat en Master 1 : justifier de l'obtention du diplôme de Licence (équivalent à 180 crédits européens ECTS) ou d'un diplôme/niveau équivalent reconnu par l'ENS de Lyon
- Candidat en Master 2 : justifier du niveau Master 1 (équivalent à 240 crédits européens ECTS) ou d'un diplôme/niveau équivalent reconnu par l'ENS de Lyon (Exemple : MPhil )
Type de séjour : Inscription dans un Master 1 ou 2 de l'ENS. Les étudiants sélectionnés au niveau M2 ne pourront pas partir en séjour d'études ou stage à l'étranger
Montant de la bourse : 1000 euros/mois et exonération des droits d'inscription administratif
Durée de la bourse :
- M2 : 12 mois
- M1 : 12 mois, renouvelable 12 mois en M2 sous réserve que l'étudiant remplisse les critères académiques
Nombre de bourses :
- 10 en Sciences exactes
- 10 en Lettres et Sciences humaines
Niveau de langue recommandé :
- Candidat en Lettres et Sciences humaines :
Niveau de français suffisant pour intégrer dans de bonnes conditions la formation prévue : Niveau C1 recommandé.
Fournir obligatoirement une attestation de votre niveau de français.
- Candidat en Sciences exactes :
Niveau de français et/ou anglais suffisant pour intégrer dans de bonnes conditions la formation prévue.
Fournir obligatoirement une attestation de votre niveau de français et d'anglais
Calendrier
Date limite de réception des dossiers : 25 février 2011
Envoyer le formulaire de candidature et les documents requis à :
École normale supérieure de Lyon
Service mobilité internationale - Bourses Ampère
15 parvis René Descartes - BP 7000
69342 Lyon Cedex 07 - FRANCE
Les dossiers incomplets ne seront pas pris en compte.
Date de réponse : Début mai 2011. Si votre demande est acceptée, vous recevrez une lettre de pré-inscription et les démarches pour votre inscription définitive.
Contact :
Tél : +33 4 37 37 66 82
Fax : +33 4 37 37 63 60
email: ampere.scholarship@ens-lyon.fr