quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Governo em ascensao, pelo menos na presidencia...

A notícia é antiga, mas é sempre bom refrescar a memória, para termos uma ideia do exército (literalmente) que a nova presidenta vai comandar na Presidência da República.
Atenção: os números, e os gastos, podem ter inflado desde que a matéria foi escrita.
Você está pagando tudo isso, caro leitor (e "contribuinte" compulsório).

Com Lula, Presidência emprega 67 diretores e centenas de chefes
Tânia Monteiro e Leonencio Nossa
O Estadao de S.Paulo,  31 de março de 2009

Ao todo, são 1.750 servidores, volume tão grande que foi preciso ampliar restaurante e estacionamento

À semelhança do Congresso, o Palácio do Planalto é uma Casa com organograma inchado. Os salários podem não chegar às cifras do Legislativo, mas a Presidência criou no governo Luiz Inácio Lula da Silva uma série de funções para encaixar a militância. Na teia administrativa, há 67 diretores e uma centena de chefes. Só a Casa Civil, pasta comandada pela ministra Dilma Rousseff, conta com sete diretores, mesmo número da multinacional Vale do Rio Doce.

O setor que mais ganhou diretores foi o da Comunicação Social, do ministro Franklin Martins. Desde 2003, passou de 2 para 12 diretores, o dobro da Petrobrás. Há diretores de Patrocínios, Normas, Controle, Internet e Eventos, Comunicação da Área de Desenvolvimento, Mídia, Imprensa Internacional, Imprensa Nacional, Imprensa Regional, Produção e Divulgação de Imagens, Apoio Operacional e Administrativo e Comunicação da Área Social.

Foram criadas, ainda, mais oito Diretorias de Programa para as pastas de Relações Institucionais e Assuntos Estratégicos. Um diretor geralmente ocupa cargo comissionado com salário de R$ 8.988, o DAS-5, mas há variações, caso seja servidor ou não (ver quadro ao lado).

Ao todo, entre cargos de chefia ou postos subalternos, cerca de 1.750 pessoas trabalham na estrutura da Presidência. Os "chefes" estão em todos os departamentos, secretarias e escalões de poder.

O gabinete de Lula tem 13 deles, com salários de R$ 6.843,76 a R$ 11.179,36. Trabalham ali também chefes adjuntos de Agenda, Informações em Apoio à Decisão, Gestão e Atendimento, sem contar os tradicionais chefes de Cerimonial e Ajudância de Ordens. O mais poderoso de todos, porém, é Gilberto Carvalho, chefe do gabinete.

Já o organograma da Vice-Presidência, mais enxuto, lembra o de uma empresa. O vice José Alencar trabalha com sete chefes, que comandam as assessorias de Comunicação, Administração, Parlamentar, Técnica, Diplomática, Militar, além do Gabinete. Não há correligionários mineiros ou amigos.

GASTOS
O gasto anual com funcionários em toda a estrutura da Presidência deve passar de R$ 2,9 bilhões, em 2008, para R$ 3,4 bilhões, neste ano. Está incluído o gasto com pessoal das secretarias especiais de Direitos Humanos, Mulheres, Promoção Racial, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Advocacia-Geral da União (AGU) e Empresa Brasileira de Comunicação.

Os gastos com pessoal do gabinete de Lula, incluindo a Casa Civil, também devem aumentar. No ano passado, o valor gasto com os assessores mais diretos chegou a R$ 141 milhões. A previsão é gastar R$ 149 milhões neste ano. Desde janeiro, o pessoal do gabinete gerou uma despesa de R$ 25 milhões.

É tanta gente na Presidência que o próprio Lula chegou a se queixar que o Planalto ficou apertado demais. Foi preciso dobrar as instalações do restaurante e ampliar o número de vagas no estacionamento.

Procurados desde o dia 20 para esclarecimentos, os assessores da Casa Civil se limitaram a confirmar o total de diretores. Os assessores não informaram o que fazem nem quanto ganham. Apenas repassaram leis e decretos que regulamentam as funções e gratificações. Desde 2003, essas normas sofreram alterações para garantir a acomodação dos aliados.

Uma leitura parcial mostra que há mais de 50 chefes na Presidência. Técnicos estimam que o número passe de cem. Há ainda os subchefes, os subsecretários, os subcoordenadores e os secretários adjuntos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Brazil on the rise... pelo menos na RBPI

Todo mundo adora um sucesso, e não é o governo que iria desmentir essa premissa. Tudo o que ele fez foi bem sucedido, inclusive na área externa, ou seja, na diplomacia. Não são os acadêmicos que vão discordar,...

Paulo Roberto de Almeida 

O Instituto Brasileiro de Relações Internacionais – IBRI tem a satisfação de anunciar o lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Política InternacionalRBPI intitulada “Emerging Brazil under Lula: an assessment on International Relations (2003-2010)”.

O objetivo central deste número é apresentar um grande painel da ação internacional do Brasil ao longo dos últimos oito anos. Compõem a edição especial os seguintes artigos:

Editorial: An Assessment of the Lula Era, por Amado Luiz Cervo & Antônio Carlos Lessa
Brazil’s Rise on the International Scene: Brazil and the World, por Amado Luiz Cervo
Brazilian External Sector so far in the 21st century, por Renato Baumann
Brazil and the Economic, Political, and Environmental Multilateralism: the Lula years, por Paulo G. Fagundes Visentini & André Luiz Reis da Silva
When emergent countries reform global governance of climate change: Brazil under Lula, por Ana Flávia Barros-Platiau
Security issues during Lula’s administration: from the reactive to the assertive approach, por Rafael Antonio Duarte Villa & Manuela Trindade Viana
Brazil’s strategic partnerships: an assessment of the Lula era (2003-2010), por Antônio Carlos Lessa
A New Strategic Dialogue:  Brazil-US Relations in Lula’s Presidency (2003-2010), por Cristina Soreanu Pecequilo
Brazilian foreign policy towards South America during the Lula Administration: caught between South America and Mercosur, por Miriam Gomes Saraiva
The new Africa and Brazil in the Lula era: The rebirth of Brazilian Atlantic Policy, por José Flávio Sombra Saraiva
Emerging Global Partnership: Brazil and China, por Niu Haibin
International Thought in the Lula Era, por Raúl Bernal-Meza
Brazilian Foreign Policy under President Lula (2003-2010): an overview, por Celso Amorim

O número especial pode ser adquirido na Loja do IBRI.

Editorial da Edição Especial da RBPI – Emerging Brazil under Lula: an assessment on International Relations (2003-2010), por Amado Luiz Cervo & Antônio Carlos Lessa

Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) has kept Brazil open to the international economy and promoted internal economic development and social inclusion. He has worked toward the overcoming of the inequalities among nations and the elimination of hunger in the world; and has intensified the harmony between the State and social leaders to whom he has delegated power and responsibilities regarding development. He endured the criticism of the opposition, used for decades to lambasting foreign policy and, in Lula’s case, some concessions made to the Workers Party as mere allegories. As a matter of fact, Lula has achieved significant external results in important sectors for national life and failed in others. South America, his priority project, occupies a middle ground.
To make South America into a power pole supported by a solid economic base, political unity, and security autonomy is a Brazilian project that dates back to previous governments but which has been assigned priority by Lula. A series of circumstances turned this project from a high priority into a low priority in the 21th century. The South American countries have promoted institutionalization, with the establishment of UNASUR in 2008. In general, they have preserved the political intent but have created different national arrangements and became dispersed among different models of participation in the international scene. Major energy and infrastructure projects have not materialized. With the passing of time, Lula has let know that Brazil’s locus is the world, without however allowing this global dimension of external action to result in a distancing from South America.
Lula’s diplomacy has met with two failures. At the WTO it failed to achieve the desired global agreement on free trade that would favor our national interests, given Brazil’s higher competitiveness at a systemic level. In addition, the effort to make part of the global power club, especially of the Security Council, was an attempt that earned some rhetoric support but yielded no actual result. It will be up to the next government to rethink these two lines of external action – foreign trade policy and admission to the power club.
On three other fronts – the most relevant for the promotion of national interests –  Lula has achieved remarkable success, which makes it advisable for the next government not only to maintain but also to reinforce these lines of external action.
First, the internationalization of the Brazilian economy. Of the BRIC countries, Lula’s Brazil has stood out as the most internationalized economy, either as a recipient of foreign enterprises or direct foreign investments or owing to the outward expansion of Brazilian companies and investments. This represents a jump in historic quality toward a mature process of development and of the country’s participation in the international scene.
Secondly, with conviction and even with bold initiatives, Lula has promoted the negotiation of international conflicts. This conflict solution strategy is a novelty, given the intensity with which it is conducted by Brazilian and Chinese diplomacy, not to mention UNASUR. It is the opposite of NATO’s strategy of dealing with conflicts through the violence of sanctions or intervention, which has governed international relations since World War II and should be replaced for the sake of peace.
Thirdly, Lula has promoted coalitions among emerging countries that have demanded and achieved the shifting of the axis of the international system characterized by the old North-South asymmetry toward a new North-Emerging Countries symmetry. The time is past when the decision-making power in international relations was restricted to the understanding among a few developed powers, which was then proposed to the others as a possible consensus.
This special issue we offer our readers examines and looks deeper into these and other aspects of Brazil’s international relations in the 21th century.

Um IDH "estadualizado": o caso dos estados americanos

No caso do Brasil, ocorreria mais ou menos o mesmo: estados como Rio Grande do Sul, São Paulo ou Santa Catarina se alçariam na escala global, se equiparando, provavelmente, a países como Itália ou Espanha.

Nation states

How selected American states compare to various countries
The Economist online, Nov 16th 2010, 16:30

THE human development index (HDI) is an attempt to give a snapshot of a country's success by combining three important indicators: health, education and wealth. The most recent global HDI ranking from the United Nations' Development Programme places Norway top, with the United States fourth (out of 169 countries). But with over 300m people living in 50 states, America varies greatly, so the American Human Development Project releases a state-based version of the HDI. We have put the two indices together to see where America's states would rank if they were countries. Because the indicators used in the two indices were slightly different, we calculated our index from scratch using comparable data (though we used a proxy for educational attainment). Our index still has Norway as number one but America drops to eighth.

O BRIC sem o "B"; uma reuniao exclusivamente entre Russia, India e China

Calma, pessoal, não se trata do desmantelamento precoce do BRIC ou de uma exclusão deliberada do Brasil. Existe um grupo RIC, formado exclusivamente pelos três paises, para cuidar de questoes regionais e outros temas da agenda internacional que interessam aos três.
Se trata de uma reunião formal, oficial, do grupo RIC, como informa este comunicado final, publicado no Facebook do próprio Primeiro-Ministro indiano que participou do encontro, tal como retirado do site da chancelaria indiana
Nada de alarmismo, portanto, como faz maldosamente o título deste post.
Honni soit qui mal y pense...
Paulo Roberto de Almeida

Joint Communiqué at 10th Russia-India-China (RIC) Ministerial Meeting at Wuhan


1. The Foreign Ministers of the People’s Republic of China, the Russian Federation and the Republic of India held their 10th meeting in Wuhan, China on 15 November 2010.
2. The Ministers expressed conviction that the trilateral meeting mechanism had deepened coordination and cooperation among the three countries on international and regional issues and helped promote multilateralism and democracy in international relations. The Foreign Ministers reiterated that the cooperation between China, Russia and India does not target any other country.
3. The Ministers expressed satisfaction with the follow-up efforts made by the three parties on the decisions arrived at during the Bangalore meeting on 27 October 2009. The Ministers reviewed the progress of trilateral cooperation in various fields and agreed that the cooperation between think-tanks and businesses and in the fields of agriculture, disaster mitigation and relief, and medical and health services furthered their trilateral relations. They renewed their solid commitment to advancing existing cooperation, further exploring cooperation potential and reinforcing cooperation in, inter alia, energy, high-tech sectors, innovation and modernization, aerospace, people-to-people and cultural exchanges.
4. The Ministers noted that the three countries have suffered loss of life and property due to natural disasters during the current year. The Ministers appreciated the outcome of the China-Russia-India trilateral expert meeting on disaster mitigation and relief held on 12-13 November in New Delhi and looked forward to the next meeting scheduled for the second half of 2011 in Russia.
5. The Ministers noted the large potential for mutually beneficial cooperation in the field of healthcare and medicine. They looked forward to the report of the next Expert-Level Meeting on Cooperation in the field of Healthcare and Medicine to be convened in Russia in the first half of 2011. They also noted that further interaction would include shaping effective mechanisms for combating infectious diseases and for food safety.
6. The Ministers underlined the importance of exchanging experiences in the agricultural sector, and looked forward to the recommendations of the Trilateral Expert-Level Meeting on Agricultural Cooperation to be held in New Delhi in 2011.
7. The Ministers noted with satisfaction the growth in trade and investment relations among the three countries. They hoped that the business chambers in their meeting in New Delhi on 30 November, preparatory to the 2011 Trilateral Business Forum in Russia, would be able to chart out innovative mechanisms for true, meaningful trilateral business alliances in identified priority sectors.
8. The Ministers commended the trilateral meetings of scholars for their significant contribution in stimulating scholarly discourse on political and strategic issues of policy relevance to the three countries. They welcomed the outcomes of the tenth meeting of scholars from China, Russia and India held in September 2010 in Moscow, and looked forward to the eleventh meeting to be held in 2011 in China.
9. The Ministers welcomed the proposals by Russia on sectoral cooperation in the field of energy and innovation and agreed to hold expert-level consultations in these areas.
10. The Ministers exchanged views on the current international situation and agreed that they share close or similar views on various international and regional issues and their cooperation is solidly grounded. The Ministers shared the perception that the world is undergoing major and swift changes. They expressed their support for a multi-polar, equitable and democratic world order, based on principles of international law, mutual respect, cooperation, coordinated action and collective decision-making by all states. The Ministers expressed their strong commitment to the use of multilateral instruments for finding common solutions to global and regional problems.
11. The Ministers noted that this year marks the 65th Anniversary of the end of the Second World War and paid tribute to all those who fought against fascism and for freedom . The Ministers reiterated that the three countries would continue to work with all peace-loving countries and peoples to establish a fair international order and prevent war and conflict.
12. The Ministers noted that the global economic recovery remains uneven, fragile, unbalanced. They agreed that major economies shall work together and step up macro-economic policy coordination. They called for global coordinated efforts to promote strong, sustainable and balanced world growth.
13. The Ministers reiterated their support for the G20 as the premier forum for international economic cooperation, and welcomed the decisions of the G20 summit in Seoul including on IMF quota reform. They reiterated that the goal of the reform of international financial institutions was to achieve, step by step, equitable distribution of voting power between developed and developing countries.
14. The Ministers urged all parties to take concrete actions to oppose all forms of protectionism and work for early, comprehensive and balanced outcomes from the Doha Development Agenda, consistent with its mandate, based on the progress already made, including with regard to modalities. The Ministers emphasized that international trade frictions should be handled in the spirit of equality, consultation, mutual benefit and within the framework of WTO. The Ministers of China and India supported Russia’s accession to the WTO in 2011.
15. The Ministers called for continued international adherence to the principles of the UN Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) and its Kyoto Protocol including that of “common but differentiated responsibilities”. The Ministers of Russia and India appreciated China’s hosting of the 12th session of the Ad Hoc Working Group on Long-term Cooperation under the Convention (AWG-LCA) and the 14th session of the Ad Hoc Working Group on Further Commitments for Annex I Parties under the Kyoto Protocol (AWG-KP) in October this year. The Ministers reiterated their commitment to step up their cooperation to enable positive outcomes at the Cancun conference.
16. The Ministers expressed the view that global energy security is of great significance to advancing world economic recovery and development, and such security can be achieved through greater dialogue and cooperation between producing and consuming countries. The international community should work together to ensure stable energy supply, the security of international energy transportation and stable energy prices so that the energy demand of all countries, especially developing ones, are met. Efforts should be made to build an open and transparent energy market system and an advanced energy technology R&D and dissemination system for enhanced technological transfer and financial support to developing countries consistent with existing international non proliferation obligations and relevant national policy. The Ministers agreed to step up cooperation in the field of energy security, taking into account, inter alia, the initiative of President Medvedev to negotiate an international legal instrument in this area.
17. The Ministers reiterated the importance of the UN Millennium Declaration and the implementation of the Millennium Development Goals, welcomed the outcomes of the UN high-level meeting on the MDGs held in September 2010 and urged members of the OECD Development Assistance Committee to honor their commitment of devoting 0.7% of their Gross National Income to official development assistance as early as possible.
18. The Ministers commended the indispensible role played by the United Nations in international affairs. The Ministers reiterated the need for a comprehensive reform of the United Nations to make it more democratic, representative and efficient so that it can deal with today’s global challenges more effectively. The Ministers of China and Russia appreciated the role played by India in international affairs and welcomed India’s election to the UN Security Council for the 2011-2012 term, and looked forward to deepening cooperation with India within the Council.
19. The Ministers stressed that proliferation of weapons of mass destruction and their means of delivery as well as its association with international terrorism poses a grave threat to international peace and security and represents a cause for deep concern. The Ministers proceed from the understanding that dialogue over the problems of preventing risks and threats to the global non-proliferation regime must be built on the basis stipulated by the international obligations of states. The prospects for the non-proliferation regime to a large extent depend on ensuring the security of all states, as well as states’ ability to establish an effective export control system and to secure sensitive materials.
20. The Ministers reiterated their strong condemnation of terrorism in all its forms and manifestations and stressed that there could be no justification for any act of terrorism anywhere. They emphasized the need for full international cooperation in counter-terrorism efforts, particularly within the framework of the United Nations, to prevent terrorist attacks and to prosecute terrorists and their supporters. In this context, the Ministers urged all UN member states to urgently conclude and adopt the Comprehensive Convention on International Terrorism. The Ministers exhorted the UN Member States to implement relevant resolutions of the UN General Assembly and the UN Security Council, particularly UNSC Resolution 1267, 1373, 1540 and 1624 and international conventions and protocols against terrorism as well as to contribute to implementation of the UN Global Counter-Terrorism Strategy. The Ministers emphasized the importance of joint efforts to counter the use of information and communication technologies for terrorist and criminal purposes. They also underscored the importance of joint efforts in countering the financing of terrorism.
21. The Ministers emphasized the imperative for the international community to maintain its commitment to render assistance to the Government and people of Afghanistan in ensuring security and development and to make concerted efforts to restore peace and stability in Afghanistan. They expressed concern at the deteriorating security situation and underlined the need for adequate development of the Afghan National Security Forces to enable Afghanistan to defend its sovereignty and independence. The Ministers reaffirmed their long term commitment to a peaceful, stable and prosperous Afghanistan. The Ministers expressed their support to the transition to increasing Afghan responsibility on national security, and to the Afghan Government’s Peace and Reintegration Program. The Ministers stressed the importance of cooperation among three countries on the issue of Afghanistan within current mechanisms. The Ministers considered the SCO as an important platform for regional cooperation on this issue. The Ministers underlined the need to step up the coordinated fight of the international community against illegal trafficking of Afghan drugs.
22. The Ministers recognized that Iran is entitled to the right to use nuclear energy for peaceful purposes, and should at the same time restore international confidence to the exclusively peaceful nature of its nuclear activites. The Ministers emphasized that there is no alternative to the intensification of efforts to address the Iranian nuclear issue by peaceful means through dialogue and negotiation.
23. The Ministers reiterated the importance of maintaining peace and stability on the Korean Peninsula and in the region through dialogue, and called on the parties concerned to return to the Six-Party Talks at the earliest date and to fully implement the Joint Statement of 19 September 2005.
24. The Ministers of China and India expressed support to Russia’s policy to protect its core interests, and to contribute to regional peace and stability in the Caucasus region.
25. The Ministers stressed the need to develop an open transparent inclusive and balanced security and cooperation architecture in the Asia Pacific region based upon universally agreed principles of international law and giving due consideration to the legitimate interests of all states. The Ministers agreed that experts from three countries should study this issue.
26. The Ministers expressed their determination to work toward strengthening cooperation within BRIC which is acquiring growing importance in the modern world. The Foreign Ministers of Russia and India reiterated their readiness to coordinate with China as it prepares for the third BRIC Summit and other related events in 2011.
27. The Ministers of Foreign Affairs of China and India welcomed Russia to the East Asia Summit process and looked forward to Russia’s positive contribution to the emerging economic and security architecture in the region.
28. The Ministers of China and India welcomed Russia’s membership in the Asia-Europe Meeting (ASEM).
29. The Foreign Ministers of China and Russia welcomed India’s constructive participation in the Shanghai Cooperation Organization as an Observer Country and attached importance to India’s intention to play a larger role in the SCO.
30. The Ministers expressed their gratitude to the Government and people of Hubei Province for their hospitality and arrangements for the 10th meeting of the Foreign Ministers.
31. The Ministers tasked the Heads of relevant Departments of the MFAs of China, Russia and India to hold close consultations on issues related to trilateral cooperation.
32. The Ministers decided to hold their next meeting in Russia in 2011.

O "nunca antes" se amplia ao continente: nunca depois a Unasul sera como antes...

Bem, parece-me uma consequencia lógica do personagem: nunca antes a Unasul terá sido governada, se confirmada a escolha de Lula para seu posto máximo, por um presidente tão popular, não apenas em seu país, mas em todo continente.
Curioso que a Casa -- encarnação anterior da Unasul -- deveria ter seu secretariado no Rio de Janeiro, o que seria bem mais agradável -- e mais "à mão" -- para Lula continuar jogando em vários tabuleiros ao mesmo tempo, mas essa possibilidade foi recusada por quase todos os "parceiros" sul-americanos, que acabaram aceitando a proposta de Chávez para colocar o secretariado em Quito. Se Lula tiver de passar em Miami para vir ao Brasil, certamente vai tratar de mudar também esse "nunca antes".
Vamos ver...
Paulo Roberto de Almeida

Lula pode ocupar a secretaria da Unasul

Agencia EFE, Quito, 16 noviembre 201
 
O presidente equatoriano, Rafael Correa, disse nesta terça-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o ex-governante uruguaio, Tabaré Vázquez, poderiam ocupar a secretaria da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
O cargo ficou sem representante depois da morte do ex-presidente argentino, Néstor Kirchner.
A agência de notícias “Andes” informou que o tema foi abordado pelos chefes de Estado do Equador e do Uruguai, José Mujica, durante a visita oficial que o uruguaio realizou ao país andino.
“Teremos que seguir fazendo consultas, ainda não há um consenso, estamos só reunindo ideias”, assinalou o governante equatoriano à imprensa.
Além disso, Correa comentou que na lista estão muitos ex-presidentes da região, “portanto temos que seguir pensando um pouquinho, tomara que possamos conseguir um nome de consenso até Georgetown”.
Na capital de Guiana ocorrerá, em 26 de novembro, uma cúpula presidencial do Grupo, na qual o Equador entregará a Presidência.
O presidente equatoriano se mostrou esperançoso de que, até essa data, receba uma ratificação adicional do tratado constitutivo da Unasul, que daria caráter legal ao organismo.
“Temos oito países que aprovaram o tratado e nos falta um para que a Unasul tenha vida jurídica”, acrescentou.

Realeconomik agricola: o Brasil desta vez na vanguarda (mas ainda aparecendo como vilao do desmatamento)

Um excelente artigo do especialista do Icone Brasil. Sou suspeito para elogiar o autor, pois estive em sua banca de doutoramento na USP.
Paulo Roberto de Almeida

Os gringos continuam por fora
* André Meloni Nassar

O Estado de S. Paulo, 17 de novembro de 2010, p. A2

Depois que quase três semanas na Europa discutindo em diferentes fóruns expansão da agricultura e mudança no uso da terra, cheguei à conclusão de que valeria a pena trazer os pontos do debate internacional, por mais absurdos que sejam - e alguns o são muito -, para a opinião pública brasileira. De longe, o tema da mudança no uso da terra é a questão estrutural mais relevante para os produtores agrícolas do Brasil e do mundo. Vários argumentos, vindos de variadas direções, jogaram-na no centro do debate.
O primeiro nasce dos avanços da tecnologia de informação e das ferramentas de sensoriamento remoto. Com a crescente disponibilidade de imagens de satélite de melhor resolução e computadores de maior velocidade, novas bases combinando dados de sensoriamento remoto e dados secundários foram desenvolvidas, permitindo o surgimento de uma profusão de estudos que analisam mudanças globais no uso da terra. A despeito dos diversos problemas que esses estudos podem apresentar, uma vez que, em geral, muitas análises são feitas apenas com base em imagens de satélite sem validação de campo, é inegável a sua contribuição para o entendimento dos eventos passados.
Os estudos, no frigir dos ovos, têm mostrado o que sempre se soube, mas que não se conseguia quantificar com precisão: que grande parte da terra no mundo está sob uso agropecuário e o crescimento da agropecuária, pela singela evidência de que o setor usa muita terra, provocou uma enorme conversão de vegetação natural. Estima-se que o mundo todo utilize 1,5 bilhão de hectares para lavouras anuais e perenes e 2,8 bilhões para pastagens. Do total de lavouras, 47% estão em áreas antes ocupadas por florestas e 38%, antes ocupadas por savanas (os cerrados) e pastagens naturais. No caso da Europa, 77% das lavouras estão em áreas antes ocupadas por florestas. Esse índice cai para 34% e 20% nos casos da América do Sul e da África.
No caso das pastagens, somente 19% estão em áreas ocupadas antes por florestas e 49%, no caso das savanas e pastagens naturais. Enquanto na Europa 85% das pastagens estão em áreas ocupadas anteriormente por florestas, algo até óbvio, porque eram florestas que predominavam no território europeu, na América do Sul e na África esse índice cai para 35% e 12%. Nestas duas regiões predominam pastagens em savanas e, como não poderia deixar de ser, pastagens naturais. Interessante notar que América do Sul e África são as únicas regiões onde a área com pastagens ainda é muito maior do que a área com lavouras (quatro vezes). Isso indica o grande potencial de expansão de lavouras e melhor uso das pastagens.
Colocando o uso da terra numa perspectiva de mudança ao longo do tempo, as imagens de satélite dizem-nos que grande parte da expansão do setor agropecuário nos anos 80 e 90 ocorreu em áreas de florestas e pastagens naturais. Na América do Sul o número chega a 75%. Já na Ásia, mais de 90%. Embora a quantificação seja importante, não há dúvida, a conclusão não deixa de ser óbvia. Afinal, a produção de alimentos usa terra, as nações são soberanas para decidir como querem usar seu território e os países que têm mais floresta convertem mais floresta. Foi assim na Europa e tem sido assim na Ásia.
O segundo argumento é uma consequência natural do anterior. Se o setor agrícola no mundo se expandiu sobre florestas, deverá continuar se expandindo dessa forma no futuro. O raciocínio é simples. Dado que a demanda mundial por alimentos vai continuar crescendo, mais áreas serão necessárias, dando continuidade ao processo de conversão de vegetação natural em agricultura. É, sem a menor dúvida, uma questão relevante. O problema é que essa constatação vem junto com a questão da responsabilidade pela conversão. A demanda por produtos agrícolas cresce no mundo todo e predomina a tentação de atribuir responsabilidade pela conversão de vegetação natural s& oacute; ao país onde ela ocorre.
O terceiro argumento é uma sofisticação do segundo. Infelizmente, ainda há gente no Brasil que compra esse argumento. As imagens de satélite comprovam que a conversão para pastagens é a forma que predomina no avanço da fronteira. Como a área com lavouras continua crescendo, mas são as pastagens que atuam com maior intensidade na fronteira, ocorre o chamado efeito cascata. No Brasil, a soja é o patinho feio da vez no assunto, mas fora do País, até pela falta de outras evidências, tenta-se dar à cana-de-açúcar essa pecha. Obviamente, não se vai a lugar algum com esse argumento, porque é o aumento do preço da terra que leva à intensificação de pastagens, e o preço d a terra aumenta quando as lavouras se estão expandindo e demandando mais terra. A substituição de pastagens por lavouras, assim, é solução para o problema, e não a causa. A causa, por sua vez, é o baixo custo de desmatar.
Meu discurso fora do Brasil tem sido reconhecer todas essas questões sem jogar nada para debaixo do tapete. Afinal, as imagens de satélite me desmentiriam facilmente. É como erguer uma muralha numa guerra com aviões. É derrota, na certa. No entanto, imagens de satélite são as que se refletem no retrovisor do carro. É aquilo que vemos pela janela quando nos sentamos de costas num trem.
A queda do desmatamento, a aplicação do Código Florestal, a moratória da soja e, mais recentemente, a da pecuária, o zoneamento da cana-de-açúcar e o grande potencial de aumentar, mesmo que lentamente, a produtividade da pecuária de corte são garantias de que o retrovisor de amanhã vai mostrar algo diferente do de hoje. Lentamente e sem xenofobia, vamos mostrando aos "gringos" que eles, na verdade, continuam a saber pouco do Brasil. Pena é que precisemos também gastar tempo com os brasileiros que têm vergonha de defender as suas bases - o que significa, neste caso, ficar do lado do setor agrícola.

* DIRETOR-GERAL DO ICONE. AS ORIGENS DOS DADOS CITADOS NESTE ARTIGO PODEM CONSULTADAS COM O AUTOR. E-MAIL: AMNASSAR@ICONEBRASIL.ORG.BR

O governo encomenda a inflaçao (nao, nao me enganei de titulo)

Alguem pode até pensar que eu estou exagerando -- como geralmente faço -- um pouco no título apenas para épater la galère e chamar a atenção dos "passantes".
Não, não é isso: o governo realmente não apenas encomenda como determina, praticamente obriga a uma taxa de inflação superior ao que ela deveria ser se o mercado fosse deixado tranquilo, e o BC pudesse fazer o seu trabalho sem esse patrulhamento constante dos supostos "desenvolvimentistas" (de fachada, apenas, pois ninguém, obviamente, é contra o desenvolvimento e pretender monopolizar o título é mais uma fraude intelectual).
O governo realmente é responsável por boa parte da inflação produzida este ano, com sua expansão irresponsável dos gastos, com todos os aumentos concedidos e prometidos a funcionários públicos e amigos do poder (os sindicalistas, como não poderia deixar de ser), com o crescimento de crédito em limites bastante altos, com todas as bolhas de consumo que ele anda criando demagogicamente...
Retenho apenas um trecho desta matéria de um jornalista conhecido:
"O fato é que o mercado de trabalho aquecido e os gastos do governo continuam estimulando a demanda. A despesa com pessoal do serviço público e a expansão crédito também são incentivos incrivelmente fortes. A massa salarial real cresce a taxas recordes (mais de 10%)."
O governo não pretende se corrigir, pelo menos não este governo.
Vamos ter de esperar algum governo mais responsável.
Paulo Roberto de Almeida

Inflação em alta é desafio para Dilma

Cristiano Romero
Valor Econômico, 17/11/2010
 A economia brasileira caminha para fechar 2010 com inflação (medida pelo IPCA) de 5,5%, bastante superior, portanto, à meta oficial de 4,5%. As expectativas do mercado para 2011, captadas pelo Banco Central (BC) por meio do Boletim Focus, mostram que a meta virou piso. O Brasil avançou muito no controle da inflação nos últimos 16 anos, mas ainda está longe de ter índices compatíveis com a média dos países ricos (2%) e mesmo com a dos emergentes (3%).
Os números mostram que não há um único fator explicando a corrida dos preços. De janeiro a outubro, o IPCA acumulado chegou a 4,4%. O item que mais chama a atenção na composição desse índice não é propriamente alimentação, mas, sim, serviços. Estes responderam por 1,6 ponto percentual dos 4,4%. Alimentação no domicílio contribuiu com 1 ponto.
A tendência desses dois itens é piorar no fim do ano. Novembro e dezembro já costumam ser meses difíceis no caso de alimentação. Com a economia superaquecida, é possível que os preços dos serviços também pressionem a inflação - analistas ouvidos por esta coluna projetam, para um IPCA de 5,5% em 2010, participação de 1,8 p.p. do item serviços e de 1,3 p.p., de alimentação no domicílio.
BC não conseguiu conter expectativas de inflação mais alta
É importante lembrar que os preços administrados se comportaram bem em 2010. Mesmo assim, a inflação seguiu forte. Quando se compara a variação do IPCA com o núcleo por exclusão (sem alimentação no domicílio e sem preços administrados), o que se vê é o núcleo correndo acima da inflação oficial. Nos 12 meses até outubro, esse núcleo variou 5,7% e o IPCA, 5,2%.
Isso mostra que as pressões inflacionárias neste momento são de demanda e não de oferta. Quando se faz essa mesma comparação com anos anteriores, verifica-se que, do início de 2007 até outubro de 2008, o núcleo por exclusão variou abaixo do IPCA. No início de 2009, no entanto, descolou e passou a ficar acima da inflação oficial.
Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC fez menção aos "efeitos de segunda ordem" provocados pela alta dos alimentos. Foi uma referência importante. O problema é que, talvez, tenha sido feita um pouco tarde, uma vez que esses efeitos secundários, isto é, de transmissão de expectativas de alta da inflação, não são hoje um risco, mas, sim, uma realidade objetiva.
Os efeitos de segunda ordem se manifestam por meio da inflação corrente, através dos preços dos serviços, como de fato está ocorrendo, ou da deterioração das expectativas. Os aumentos dos preços dos alimentos vêm ocorrendo há algum tempo de forma bastante forte e consistente. A deterioração das expectativas também não é recente.
Até março de 2009, o mercado dizia, por meio do Boletim Focus, que a expectativa mínima de inflação para 2011 girava em torno de 3,8%. A projeção começou a subir no fim do ano passado e, agora, a expectativa mínima está em quase 4,5% (ver gráfico). Conclui-se, portanto, que a inflação na meta é o mínimo que o mercado espera para o ano que vem - e está dizendo isso desde julho. A expectativa máxima para 2011, por sua vez, está, neste momento, em 6,47% e a média e a mediana, respectivamente, em 5,09% e 5,05%.

Se o BC tivesse realmente conseguido administrar as expectativas, o mercado teria lhe dado o benefício da dúvida, projetando agora um IPCA para 2011 em torno de 4%. Afinal, até lá haveria tempo suficiente para a instituição domar a inflação, trazendo-a para a meta por meio da política monetária. O fato é que o mercado de trabalho aquecido e os gastos do governo continuam estimulando a demanda. A despesa com pessoal do serviço público e a expansão crédito também são incentivos incrivelmente fortes. A massa salarial real cresce a taxas recordes (mais de 10%).
A reversão das expectativas de inflação para 2011 será um dos desafios da presidente eleita, Dilma Rousseff, já no início do seu mandato. No mercado, a expectativa é que o BC seja obrigado a elevar a taxa básica de juros (Selic) para pelo menos 12% ao ano ao longo de 2011 - exatamente o contrário do que vem dizendo o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, cotado para ficar; ele prevê queda dos juros no próximo ano.
Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras.
E-mail cristiano.romero@valor.com.br

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