sábado, 16 de julho de 2022

A estupidez bolsonariana e bolsonarista atingiu as FFAA - O Estado de S. Paulo

A estupidez bolsonarista é uma epidemia altamente contagiosa: já alcançou as FFAA. Até onde ela irá até ser contida? Não tem vacina ainda contra esse virus.

Paulo Roberto de Almeida 

Com todo o respeito que as Forças Armadas merecem no exercício de suas funções constitucionais, assinalo o que parece uma anomalia disciplinar do Ministro da Defesa, um ministro político, que não pode e não deve encaminhar os Comandos das três Forças para o descaminho de um indesejável intromissão no Sistema Eleitoral.
Não foi para contar votos ou testar urnas que nossos respeitaveis militares foram formados!
Embaixador Flavio Perri

Defesa agora diz que só servidor participaria de votação paralela com urna-teste e cédulas de papel
Ministro havia dito que eleitores convidados ou funcionários do TSE participariam de proposta de checagem de segurança nas seções eleitorais, elaborada pelas Forças Armadas
O Estado de São Paulo, 16/07/2022

BRASÍLIA — O Ministério da Defesa afirmou que a proposta de levar uma “votação paralela” para as seções eleitorais em 2 de outubro, como forma de melhorar a testagem de segurança das urnas eletrônicas, não vai exigir que eleitores votem também à mão em cédulas de papel e numa segunda urna, exclusiva para testes. A informação contradiz o próprio ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Em audiência pública no Senado, o ministro afirmou na quinta-feira, dia 14, que tanto eleitores quanto funcionários da Justiça Eleitoral poderiam, participando do procedimento de segurança sugerido pela pasta, registrar votos à mão, em cédulas de papel, para conferência com o boletim de uma urna-teste.
“No teste de integridade, no dia da votação, há um voto na mão. É aquele elemento que faz ali - ou é um servidor do TSE, ou, se atenderem a nossa demanda, é um eleitor - à mão, que testa a urna e que confere se o que ele fez à mão é o que saiu na urna”, disse o general, depois de o Estadão publicar detalhes sobre o modelo de teste de integridade sugerido pelas Forças Armadas.
Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) promove audiência pública interativa para debater as recomendações dadas pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o aprimoramento do processo eleitoral.
Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) promove audiência pública interativa para debater as recomendações dadas pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o aprimoramento do processo eleitoral. Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Auxiliares do ministro disseram à reportagem que o general Paulo Sérgio, embora tenha falado sobre voto à mão e na urna, queria se referir somente ao uso de biometria pelos eleitores. A assessoria do ministro esclareceu que apenas funcionários da própria Justiça Eleitoral participariam da votação paralela. Nesse sentido, o esquema proposto pela Defesa repetiria parte do que já ocorre desde 2002, em testagens públicas das urnas, conduzidas pelo Tribunal Superior Eleitoral. O formato, no entanto, é diferente do que sugerem os militares.
Atualmente, no dia da eleição as seções eleitorais sorteadas para testes têm as urnas substituídas. A urna originalmente distribuída é transportada até o Tribunal Regional Eleitoral, onde o procedimento de votação eletrônica é realizado, monitorado por câmeras, e checado com votos registrados em cédulas de papel. Em vinte anos, nunca houve divergências de resultado, segundo a Corte.
Apesar disso, os militares entendem que a testagem atualmente feita não é suficientemente segura e pode deixar escapar ameaças internas, como vírus adormecidos, que seriam acionados apenas em determinadas condições, como o ritmo real de votação ou pelo uso de biometria de um eleitor cooptado para fraudar o pleito.
Por isso, a equipe de fiscalização das Forças Armadas sugeriu as mudanças na auditoria. Além de realizar os procedimentos na própria seção eleitoral, diante dos eleitores, após saírem da cabine de votação oficial, eles seriam convidados a liberar, por meio da biometria, o funcionamento de uma segunda urna eletrônica, a ser instalada no local apenas para essa testagem. Foi o que o coronel Marcelo Nogueira de Sousa, especialista do Exército, chamou durante a audiência pública de “gerar um fluxo de registro” na urna-teste, segundo a Defesa. O coronel, no entanto, omitiu que após o procedimento o eleitor seria dispensado e não deixou claro quem digitaria os votos na urna-teste. Segundo o ministério informou agora, os funcionários da Justiça Eleitoral conduziriam exclusivamente essa “votação paralela”, tanto na segunda urna, quanto nas cédulas em papel.
Apresentação do Ministério da Defesa propõe votação paralela com uso de cédulas e segunda urna para teste de integridade no dia da eleição.
Apresentação do Ministério da Defesa propõe votação paralela com uso de cédulas e segunda urna para teste de integridade no dia da eleição. Foto: Estadão
A mudança de informação por parte da Defesa ocorreu depois da repercussão da proposta das Forças Armadas, nos meios jurídico e político. Em privado, ministros do Supremo Tribunal Federal comentaram que a ideia poderia dar margem a fraudes. Os militares não esclareceram se o procedimento de auditoria proposto por eles, uma vez realizado na seção eleitoral, também será gravado por câmeras e transmitido ao vivo via internet, como ocorre atualmente nos tribunais.
O advogado Marco Aurélio de Carvalho, do Grupo Prerrogativas, ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que a votação como sugerida pelo ministro era “mais fraudável do que a que ele pretendia auditar”. Ele classificou a proposta como “perigosa” e disse que o ministro agiu de forma “ousada” ao “transbordar o papel das Forças Armadas previsto na Constituição”. “Essa atitude atenta contra as instituições e deveria colocar a manutenção dele no cargo em xeque. Ele se mete onde não deve”, afirmou Carvalho.
Parlamentares também criticaram que não haveria como garantir que pessoas mal intencionadas registrassem uma coisa na urna eletrônica e outra no papel. “Essa sugestão é coisa de quem quer criar problema”, disse o deputado Fausto Pinato (PP-SP). “É um caso típico de alguém que está querendo criar baderna e isso definitivamente não é função de um ministro da Defesa.”
Embora já rechaçada pelo TSE para as eleições de 2022, a proposta das Forças Armadas foi detalhada pela primeira vez durante a audiência no Senado, dominada por parlamentares governistas. A exposição pública feita pela Defesa pressiona a Justiça Eleitoral e coincide com a estratégia adotada pelo presidente Jair Bolsonaro de estimular a desconfiança nas urnas eletrônicas, antecipando-se a um eventual resultado desfavorável nas eleições. O principal adversário do presidente, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, aparece como eventual vencedor na disputa, segundo pesquisas de intenção de voto. O ministro da Defesa, porém, negou agir com viés político.


“Dicionário dos Antis” apresenta o Brasil como o país do contra - Jorge Barcellos (Zero Hora)

 

Cultura negativista

“Dicionário dos Antis” apresenta o Brasil como o país do contra

Seria a intolerância, a segregação e a capacidade de ser sectário também uma herança de nossa formação?

    Eyematrix / stock.adobe.com
    Vivemos a época do êxtase dos discursos e práticas que antagonizam os Outros, produto de um mundo dividido

    Jorge Barcellos (*)

    Em A Vertigem das Listas, Umberto Eco afirma que as listas mudaram ao longo do tempo e expressaram o espírito de sua época. A publicação de Dicionário dos Antis: a Cultura Brasileira em Negativo (editora Pontes, 858 páginas, R$ 160), por um lado, mostra que vivemos uma época que pode ser resumida por um notável prefixo anti, o que significa que somos, acima de tudo, uma cultura do contra; por outro lado, vivemos num pais no qual, ao longo dos últimos anos, emergem todas as correntes e discursos centrados na percepção negativa do Outro — antissemitismo, anticlericalismo, anticomunismo etc. — e sobre o qual se constituem as identidades no Brasil

    Reunindo artigos de 131 pesquisadores em 133 verbetes que descrevem o processo de demonização das diferenças, a obra é uma história da cultura brasileira em negativo. Produto da parceria de caráter internacional entre o Núcleo de Estudos de Cultura da Universidade Federal de Sergipe e o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Universidade de Lisboa, com o apoio de mais 13 instituições nacionais e internacionais, a obra dirigida pelos pesquisadores Luiz Eduardo Oliveira e José Eduardo Franco tem a versão brasileira organizada por Carmela Grüne, Cristiane Nunes, Jean Chauvin, José dos Santos e Sandro Marengo, reunindo famosos pesquisadores brasileiros, como Luis Mott, Maria Luiza Tucci Carneiro e Valdete Souto Severo, e outros nem tão conhecidos — como o resenhista que vos fala, que colabora com o artigo Antibolsonarismo. É uma obra top de linha. 

    livro reproduz no Brasil o que o Dicionário dos Antis: a Cultura Portuguesa em Negativo foi em Lisboa. A ideia surgiu ao escritor português José Eduardo Franco em 2004, quando estava concluindo seu doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Lá, estudou os discursos anti, como o antijesuitismo, o antissemitismo, o anticastelhanismo, o anti-islamismo, o antimaçonismo, o antiprotestantismo e o anticomunismo, e começou a redigir o dicionário português em 2011, lançando-o em 2018. No ano seguinte, partiu para construir o dicionário brasileiro, processo que foi impactado pela pandemia em 2020. 

    Talvez por essa razão, a versão brasileira saiu menor do que a portuguesa: suas 858 páginas representam menos do que a metade da versão além-mar, com suas 2.314 páginas divididas em dois volumes. Ainda assim, no entanto, é uma edição de fôlego. 

    Escreve José Eduardo Franco: “Fomos habituados, na escola, a aprender fundamentalmente aquilo a que podemos chamar a cultura positiva, a visão afirmativa da história. Este dicionário, em contrapartida, propõe uma visão diametralmente oposta: uma viagem pelas correntes, etnias, religiões e instituições, as figuras a partir do olhar do adversário, de quem discordou, de quem atacou, de quem pensou o contrário”. 

    O cenário que os autores encontram no Brasil é inquietante. Os artigos reunidos revelam que o negativo também faz parte de nossa natureza, que percebemos o Outro de forma reduzida e, com isso, criamos os estereótipos e demonizamos as diferenças. 

    É curioso que a ideia de ser “do contra” seja tão presente tanto no Brasil quanto em Portugal. Seria a intolerância, a segregação e a capacidade de ser sectário também uma herança de nossa formação? 

    Os organizadores afirmam que o negativo “é um elemento constitutivo do processo de construção de identidades, quando não parte integrante das mesmas”. A obra instaura um discurso crítico do conhecimento do Outro, recusando as visões simplificadoras e empobrecedoras. A realidade é complexa, rica e diversa. As fake news, nesse sentido, seriam apenas mais um recurso propagandístico a serviço da deturpação da verdade, e, nesse sentido, antijornalismo. 

    Há os anti no campo social (antifeminismo, anti-humanismo), no econômico (anticapitalismo, anticomunismo), no ideológico (antiantropocentrismo, anticolonialismo), no artístico (antiarquitetura, anticlassicismo), mas é no campo político que a contribuição da obra à cultura brasileira é mais forte: de anticorrupção à antilavajatismo, passando por antipetismo e antibolsonarismo, é a crônica anunciada de uma cultura em desagregação. Seu ponto de partida é o nosso ponto de chegada, o de que vivemos a época do êxtase dos discursos e práticas que antagonizam os Outros, produto de um mundo dividido que usa de diversas estratégias, seja em termos de estilo de vida, crenças ou ideologia. Nesses discursos, o Outro é visto como uma ameaça aos valores do grupo que o pronuncia e aquele que o profere se apresenta como “novo” porque reduz o diferente ao “velho”, síntese de nossas práticas da qual os brasileiros não se orgulhariam ao olhar no espelho.

    (*) Doutor em Educação (UFRGS)

    A destruição da diplomacia francesa por Macron - Isabelle Laserre (Figaro)

    Um artigo antigo, mas ainda válido

     Au Quai d’Orsay, levée de boucliers contre la réforme

    Avec la disparition de l’ENA, les diplomates seront désormais issus d’un vivier interministériel de fonctionnaires.

    ISABELLE LASSERRE

    Le Figaro, 23/11/2021

    DIPLOMATIE Il n’y aura plus de corps dédié à la diplomatie. C’est le deuxième coup porté aux diplomates par l’Élysée depuis l’arrivée d’Emmanuel Macron. Le premier, décoché en août 2019 pendant la conférence des ambassadeurs, n’a toujours pas été digéré au Quai d’Orsay. Le président avait rappelé à l’ordre les diplomates d’une manière directe et sèche, dénonçant l’« État profond » qui aurait selon lui tenté de freiner sa politique de réchauffement avec la Russie. Emmanuel Macron avait aussi demandé aux ambassadeurs, qu’il range volontiers dans l’« ancien monde », de faire preuve de « plus d’audace », affirmant que « les habitudes et les dogmes » sur lesquels s’est appuyée la diplomatie française pendant des décennies n’étaient plus valables pour tenter de rebâtir un ordre nouveau.

    Le deuxième a provoqué un émoi encore plus grand. Il entérine la « mise en extinction » des corps qui sont le vivier des ambassadeurs, les conseillers des Affaires étrangères et les ministres plénipotentiaires, à partir de 2023. Concrètement, environ 800 fonctionnaires sur 1 800 diplomates de catégorie A sont concernés. Ils sont issus soit de l’ENA, qui n’existe plus, soit du très sélectif concours des cadres d’Orient, une institution héritée de l’époque napoléonienne, dans laquelle le ministère des Affaires étrangères recrute des diplomates de vocation dotés de compétences, notamment linguistiques, très pointues. Il n’est pas, assure la ministre de la Transformation et de la Fonction publique, Amélie de Montchalin, remis en cause pour l’instant.

    L’initiative s’inscrit dans la réforme de la haute fonction publique décidée le 8 avril par l’Élysée et dont l’annonce la plus symbolique fut la suppression de l’ENA, remplacé par l’Institut national du service public. Après les préfets, les diplomates sont donc les victimes collatérales de ces changements engagés par le président. Comme les préfets, les sous-préfets et les inspecteurs généraux et des finances, ils ont désormais vocation à fusionner dans un nouveau corps des administrateurs de l’État, un vivier global au sein duquel tous les hauts fonctionnaires, en théorie, peuvent être interchangeables.

    Depuis qu’il est à l’Élysée, Emmanuel Macron n’a jamais caché son agacement vis-à-vis des administrations. Il les ¬trouve trop lentes, trop lourdes et trop conformistes, rétives aux idées nouvelles, organisées en citadelles. Ces critiques n’épargnent pas le Quai d’Orsay, au contraire. Le président n’aime guère les diplomates, qu’il trouve trop conservateurs et dont il considère qu’ils freinent ses initiatives. La réforme est aussi censée favoriser davantage de diversité et de fluidité dans une institution jugée trop traditionnelle.

    Grande inquiétude 

    Parce qu’elle nie la spécificité du Quai d’Orsay et de ses ambassadeurs, qui non seulement maîtrisent souvent des langues rares ou difficiles mais ont aussi acquis leurs connaissances et leurs compétences dans la durée sur le terrain, à l’étranger, la réforme a provoqué une grande inquiétude parmi les agents du ministère, qui hésitent entre « désolation » et « acrimonie ». « Le président veut remplacer les diplomates par de dociles incompétents et des amis », ironise l’un d’eux. Dans une tribune parue dans Le Monde le 8 novembre, un collectif de 150 jeunes diplomates s’interroge sur ce que sera « une diplomatie sans diplomates, dans un monde de plus en plus imprévisible et complexe ». Les syndicats sont aussi montés au créneau. Ils ¬dénoncent une réforme « menée à la hussarde ». « Est-ce une manifestation du ¬jupitérisme ? Je ne sais pas. Mais le Quai d’Orsay a besoin de cadres qui soient des experts. Comment imaginer qu’on puisse placer des hommes à des postes de commandement dans des ¬domaines qu’ils ne connaissent pas  ?  », interroge Olivier Da Silva, de la CFDT, majoritaire parmi le personnel diplomatique.

    À l’étranger, les rares pays ayant appliqué ce type de réforme, comme par exemple le Canada, ont vu leur diplomatie se détériorer rapidement. « En Europe, il n’existe pas un seul pays, sauf la Pologne, mais c’est pour des raisons idéologiques, qui dynamite ainsi son service diplomatique. Tous s’appuient sur une filière diplomatique professionnelle. Nos adversaires ricanent et se frottent les mains. Quant à nos alliés, ils se disent : à quoi jouent les Français ?  » poursuit Olivier Da Silva, lui-même ancien ambassadeur.

    Car il y va, selon les diplomates, non seulement de l’attractivité du métier de diplomate pour les futures générations, mais aussi de l’influence de la France dans le monde. « À l’Élysée, ils ont sous-estimé l’ampleur des conséquences de la réforme. Une réputation, ça se perd vite », poursuit le représentant de la CFDT. Les ambassadeurs français sont réputés à l’étranger pour être parmi les meilleurs du monde. Contrairement aux ambassadeurs américains, par exemple, dont les nominations ne récompensent pas des compétences mais rétribuent le finan¬cement d’une campagne présidentielle -victorieuse. Au-delà d’une « dilution » de leurs « compétences métier », les diplomates craignent que la réforme ne transforme le Quai d’Orsay en une fabrique de « diplomates amateurs ».

    Le ministre des Affaires étrangères, Jean-Yves Le Drian, n’a pas réussi à s’opposer à la réforme. Sa ligne a été contre-arbitrée par le président le 5 novembre, au titre qu’il ne saurait y avoir d’« exceptions ». Après plusieurs réunions de crise, le chef de la diplomatie s’est dit « déterminé » à obtenir des assouplissements dans les modalités. Mais à cinq mois de la fin du mandat présidentiel, certains considèrent qu’il aurait pu, pour être plus efficace, « mettre sa démission dans la balance ». Conclusion d’un diplomate : «  Les militaires, eux, le font. Et, parfois, ça marche. »


    Demagogia eleitoral para diplomatas estrangeiros: mentiras ao mundo - Paulo Roberto de Almeida

     Demagogia eleitoral para diplomatas estrangeiros: mentiras ao mundo 

    Paulo Roberto de Almeida

    Diplomata, professor

    (www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

    Comentários sobre o convite formulado pelo presidente para contar mentiras aos diplomatas estrangeiros sobre o processo eleitoral brasileiro.

      

    O que pretende o presidente brasileiro ao convidar diplomatas estrangeiros ao formular um convite, via Itamaraty, para uma apresentação em Power Point na residência presidencial? Previsivelmente efetuar pura demagogia do mais baixo nível diplomático, pois ele pretende continuar sua campanha de mentiras contra o processo eleitoral brasileiro, um dos mais fiáveis do mundo, tanto pela extensa base do corpo eleitoral, quanto pelas modalidades aplicadas ao processo de votação. O presidente atual é um virtual pária internacional e sabe disso; também sabe que vai perder as eleições, e está criando um ambiente de tensão no Brasil, para um possível golpe político, e para isso quer construir uma espécie de legitimidade ao tentar desacreditar o processo eleitoral. Esse convite, praticamente uma convocação, aos embaixadores acreditados em Brasília, é uma completa fraude, uma mentira pré-fabricada, pois que pretende transmitir uma imagem de irregularidade no processo eleitoral quando não existe nenhuma. Essa motivação não passará despercebida aos diplomatas residentes em Brasília, pois que eles acompanham a política brasileira, e sabem que o presidente brasileiro é um mentiroso contumaz.

    Cada um dos embaixadores, ou os representantes diplomáticos que comparecerem, por mera cortesia, ao convite do presidente, farão, depois do evento, um relato às suas respectivas chancelarias basicamente dividido em duas partes. Em primeiro lugar, a descrição objetiva das palavras do presidente, seguida, numa segunda parte, de uma avaliação pessoal ou institucional da atual situação pré-eleitoral no Brasil, um cenário quase surrealista, pois todos os responsáveis pelo processo eleitoral já deram todas as provas da fiabilidade das eleições conduzidas de modo eletrônico, em face – e este é o aspecto esquizofrênico – das alegações absolutamente mentirosas do presidente quanto às supostas “falhas” inventadas por ele para retirar credibilidade ao pleito que o derrotará em outubro. Em outros termos, cada um dos países que se fizeram presentes no evento de segunda-feira, 18/07, no Palácio do Planalto terão todas as condições que confirmar sua total confiança nas eleições brasileiras.

    As alegações mentirosas do presidente certamente se colocarão contra recentes declarações do ministro Fachin, atual presidente do TSE, sobre o processo eleitoral. Mas elas sobretudo estarão em contradição com a realidade do processo de votação, a começar pelo fato que o ex-deputado foi eleito muitas vezes por esse mesmo sistema e que também o agora presidente venceu o pleito do 2018 no mesmo sistema que ele agora pretende deslegitimar. Nenhum diplomata experiente é ingênuo para contradizer, em direção de suas respectivas capitais, as abundantes provas de fiabilidade do processo de votação e de apuração existente no Brasil. Posso até arriscar que poucos diplomatas presentes ao encontro ousarão formular perguntas ou tentar sugerir ao presidente que apresente provas de suas alegações comprovadamente mentirosas. Eles ouvirão, tomarão notas, e sairão sem que tenham sequer vontade de dialogar com um mentiroso reconhecido.

    O encontro promovido pelo presidente terá sido uma de suas últimas fraudes, ou apenas mais uma mentira num oceano de mentiras, nos últimos quatro anos (como aliás foi o caso de seu ídolo Trump, a quem ele sempre foi submisso). Ele não terá NENHUM efeito no processo eleitoral brasileiro, a não ser diminuir ainda mais a já baixíssima credibilidade do personagem.

     

    Paulo Roberto de Almeida

    Brasília, 4197: 15 julho 2022, 2 p.

     

    sexta-feira, 15 de julho de 2022

    Diplomacia, Revolução e afetos, livro de Sergio Florêncio - debate-apresentação na TV-IAB

     Estou participando desta emissão neste momento: 

    https://www.youtube.com/watch?v=XxoaueWLq9c

    IAB | Diplomacia, Revolução e afetos

    Fiz uma resenha do livro tal como postado neste mesmo blog, como abaixo: 

    4135. “Sergio Florêncio: um livro como não há igual na diplomacia brasileira”, Brasília, 26 abril 2022, 4 p. Resenha de Sergio Abreu e Lima Florêncio, Diplomacia, Revolução e Afetos: de Vila Isabel a Teerã (Curitiba: Appris, 2022; ISBN: 978-65-250-2114-0). Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/04/sergio-florencio-um-livro-como-nao-ha.html), junto com o capítulo que me é dedicado.

    Como os lacaios de Trump violaram a Constituição brasileira para ajudar um golpista do Império: golpe contra Maduro - José Casado (Veja)

    Antes mesmo de tomar posse, os lacaios do aloprado Trump, Bozo e o chanceler acidental, TRAMARAM CONTRA A CONSTITUIÇÃO, o princípio na não intervenção nos assuntos internos de outro país, no caso bem pior, a tentativa de golpe contra o ditador chavista Maduro, da Venezuela. Os trapalhões se deram mal, pois a inteligência cubana já tinha detectado os movimentos preparatórios.

    Paulo Roberto de Almeida

     Fiasco de Trump e Bolton, com ajuda de Bolsonaro, salvou o ditador Maduro


    Ex-assessor de Trump fala do fracasso de plano de golpe na Venezuela, que teve adesão de Bolsonaro 32 dias antes da posse em Brasília 

    Por José Casado Atualizado em 14 jul 2022, 08h15 - Publicado em 14 jul 2022, 08h00 

    John Bolton, 73 anos ex-conselheiro de Segurança Nacional do governo Donald Trump, comentou ontem, em entrevista a Jack Tapper, da CNN, as manobras do ex-presidente para tumultuar a eleição presidencial americana de 2020, impedir a posse de Joe Biden e continuar no poder.

    Bolton, integrante da elite de servidores do Partido Republicano, conviveu com Trump por 16 meses. Romperam por diferenças sobre as intervenções de Trump na política externa — foi demitido num tuíte e chamado de “doido” e “incompetente” pelo presidente.

    Fora do governo, Bolton se vingou num livro (“The Room Where It Happened: A White House Memoir” — jA sala onde aconteceu: um livro de memórias da Casa Branca). Contou com detalhes algumas das delinquências presidenciais. Entre elas, o aval de Trump ao presidente da China, Xi Jinping, na construção de campos de concentração para mais de um milhão de pessoas da minoria étnica muçulmana uigur.

    Ontem, Bolton falava na CNN sobre a tentativa de golpe de Trump na invasão da sede do Congresso americano, em janeiro do ano passado, quando o jornalista Jack Tapper provocou, com ironia: “Não é necessário ser brilhante para tentar um golpe de estado.”

    O ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump rebateu: “Discordo disso. Como alguém que já ajudou a planejar golpes de estado, não aqui [nos Estados Unidos], mas, você sabe, em outros lugares, isso demanda muito trabalho. E não foi isso o que [Trump] fez. Ele apenas foi tropeçando de uma ideia a outra.

    No fim das contas, ele incentivou a invasão do Capitólio. Quanto a isso, não há nenhuma dúvida.

    “Os golpes foram bem sucedidos?” — Tapper quis saber.

    Bolton, que foi embaixador do governo George W. Bush na ONU, entre 2005 e 2006, preferiu desconversar: “Não vou entrar em detalhes, mas…” E mencionou superficialmente o esforço do governo Trump para derrubar o ditador venezuelano Nicolás Maduro, admitindo: “Não foi bem-sucedido.

    Foi um completo fiasco — e com a participação de Jair Bolsonaro, que aderiu à proposta de Trump para ajudar a derrubar Maduro exatos 32 dias antes de tomar posse em Brasília.

    Às 7 horas da manhã de quinta-feira 29 de novembro, o recém-eleito Bolsonaro recebeu, com uma continência, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA na sua casa na Barra da Tijuca, no Rio. Estava acompanhado dos futuros ministros Fernando Azevedo (Defesa), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

    Bolton saíra de Washington para uma reunião do G-10, o grupo dos países mais industrializados, em Buenos Aires. A escala no Rio tinha dois objetivos: convidar Bolsonaro para, depois da posse, se reunir com Trump em Washington, e, confirmar a disposição do futuro governo brasileiro em se engajar num plano para derrubar o ditador venezuelano Nicolás Maduro.

    Em janeiro de 2019, quando Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto, o projeto de golpe avançava com um governo paralelo na Venezuela, liderado pelo oposicionista Juan Guaidó. A cooperação brasileira foi coordenada, simultaneamente, em Washington e Caracas

    “Contatos contínuos”, contou Bolton no livro, “estavam sendo feitos com altos oficiais militares, com exmembros do gabinete chavista, líderes sindicais e outros setores da sociedade venezuelana para construir alianças. Achávamos que o ímpeto permanecia com a Oposição, mas eles precisavam acelerar o ritmo.”

    Prosseguiu: “Na Venezuela, estava sendo desenvolvido um plano, que achávamos promissor, para trazer suprimentos humanitários através das fronteiras da Colômbia e do Brasil para distribuir pela Venezuela.”

    Maduro havia fechado as fronteiras com o Brasil e a Colômbia. Para a Casa Branca, a ajuda humanitária no país em convulsão social e com a economia derretendo, catalisaria as forças de oposição ao regime. Também mostraria que as fronteiras da Venezuela, na prática, estavam abertas, “refletindo a crescente falta de controle” de Maduro. E ele ficaria na “posição impossível de negar suprimentos humanitários a seus cidadãos empobrecidos”.

    Combinou-se o sábado 23 de fevereiro como o “Dia D”, a data-alvo para o começo da “ajuda humanitária da Colômbia e do Brasil à Venezuela”.

    Entre janeiro e fevereiro, relata Bolton, intensificaram-se os boatos de deserções na cúpula militar de Maduro. “Houve rumores semelhantes antes”, relata Bolton, mas o plano humanitário transfronteiriço foi o principal fator para que, desta vez, pudesse ser verdade.”

    O governo Trump, com a ajuda do Brasil e da Colômbia, estava pondo em marcha um novo plano de golpe na Venezuela, baseando-se mais em expectativas do que no controle efetivo dos acontecimentos. “Havia também algum sentimento de que deserções dessa magnitude [na cúpula militar] trariam um número significativo de tropas com eles, com as unidades militares aparentemente se movendo em direção às fronteiras, mas depois voltando para Caracas para cercar o Palácio de Miraflores, a Casa Branca da Venezuela.”

    “Suprimentos de ajuda vinham sendo construídos há semanas em vários postos de controle em ambas as fronteiras, e comboios adicionais foram preparados para chegar aos postos ao longo do dia, escoltados por voluntários da Colômbia ou do Brasil, para serem recebidos do outro lado por voluntários venezuelanos. Pelo menos esse era o plano.

    O sábado 23 de fevereiro amanheceu com multidão na fronteira da Colômbia, e violência na zona limítrofe da Venezuela com o Brasil, no Estado de Roraima, onde vivem os índios Pemones. Eles lutaram contra a Guarda Nacional de Maduro: “Ambos os lados sofreram baixas. Os Pemonessupostamente capturaram 27 guardas, incluindo um general, e queimaram um posto de controle do aeroporto.”

    Pouca coisa deu certo — e restrita à zona secundária da operação, a fronteira do Brasil com a Venezuela. A tentativa de golpe “simplesmente fracassou”, resumiu Bolton nas memórias do período. “Fiquei feliz por obter o resultado certo, mas o tempo perdido no debate interno [entre Washington e Caracas] foi equivalente a jogar uma tábua de salvação a Maduro.”

    Um mês depois, a Rússia enviou novas tropas e equipamentos à Venezuela, para reforçar a defesa do regime, e “havia fortes indícios de que mais estavam chegando”. De Brasília, porém, Bolton continuava a receber “boas” notícias: “O ministro da Defesa do Brasil, Fernando Azevedo, me dizia que o fim estava próximo para Maduro.”

    A aventura desastrada de Trump e Bolton, com a ajuda de Bolsonaro e do presidente colombiano Iván Duque, ainda custa caro aos venezuelanos. No próximo 13 de outubro Maduro completa dez anos no poder. A ditadura continua.

    https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/fiasco-de-trump-e-bolton-com-ajuda-de-bolsonaro-salvou-o-ditador-maduro/

    Resenha de Laços de Confiança, de Celso Amorim, por Sergio Leo

     *Anotações do ex-ministro Celso Amorim revelam disputa e desconfiança na diplomacia brasileira*

    Em “Laços de confiança”, ex-chanceler destaca relação com países vizinhos

    Por Sergio Leo — Para o Valor, de Brasília

    15/07/2022 05h03  Atualizado há 3 horas


    “Por que o senhor dá tanta atenção à América do Sul?”

    “Porque moro aqui.”

    O diálogo, com um repórter, é contado pelo ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa Celso Amorim, na obra recém-lançada “Laços de confiança”, da editora Benvirá; e traduz a tese que inspirou o livro: a atuação do Brasil no mundo exige maior atenção aos vizinhos, e iniciativas para o desenvolvimento dos países sul-americanos. Sem a integração bem-sucedida com a vizinhança, sugere o ex-ministro, a região corre o risco de ficar a reboque de interesses de grandes potências com grande força gravitacional, como os Estados Unidos.

    Amorim, ministro de Relações Exteriores nos governos Itamar Franco e Luiz Inácio Lula da Silva, relata sua intensa - e atribulada - interlocução com um leque variado de governantes, do republicano George W. Bush ao bolivariano Hugo Chávez. O título do livro, “Laços de confiança”, é a citação de um comentário do ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe, um dos improváveis parceiros nas iniciativas diplomáticas do ex-ministro.

    “Mostrar que a realidade já foi outra e que é possível a construção de uma América Latina e Caribe fortes, unidos em sua diversidade, é um dos objetivos deste livro”, explicita o diplomata, lamentando o amadorismo na diplomacia do governo atual.

    Ao lembrar da disputa acirrada entre argentinos e uruguaios em torno da instalação de poluidoras fábricas de celulose no rio Uruguai, Amorim queixa-se de que a briga foi usada pelos críticos de sua política externa “altiva e ativa”, para desdenhar de suas ambições de tornar o Brasil um mediador confiável - até em desafios distantes da região, como no acordo nuclear com o Irã. Outros momentos mais felizes, porém, como a solução de conflitos entre a Colômbia e vizinhos, credenciaram o país a ser visto como interlocutor confiável e importante na formação de consensos, defende.

    Os diários de Amorim que inspiram o livro dão pistas sobre, por exemplo, a visão, à esquerda, sobre o acordo de comércio firmado - e ainda não ratificado nos parlamentos - pelo Mercosul com a União Europeia: temas importantes para os europeus e aceitos sem muito debate nos últimos governos brasileiros, como reforço dos direitos de propriedade intelectual, fim de exclusividade de comprar do governo para fornecedores locais e redução da proteção a setores industriais considerados estratégicos foram e continuam assuntos caros ao antigo chanceler e seu entorno político.

    Ao contrário da imagem de leniência com países vizinhos popularizada pelos críticos da política externa durante as gestões de Amorim no comando da diplomacia, as anotações reproduzidas pelo ex-ministro mostram inúmeras disputas e desconfianças na diplomacia brasileira para administrar o jogo político e econômico entre os governos de esquerda que eram maioria no continente.

    O então presidente Lula é mostrado ora inclinado a aceitar argumentos dos companheiros governantes de esquerda, ora irritado e duro na negociação com eles, como nas discussões com a Petrobras sobre os interesses da empresa na Bolívia. O petista usa o Itamaraty para fazer um jogo ambíguo com os governos vizinhos, temerosos do “sub imperialismo” brasileiro.

    Em uma das passagens mais surpreendentes do livro, Amorim revela a orientação recebida do presidente, digna do “brasileiro cordial” descrito por Sergio Buarque de Holanda: “Celso, é melhor você tomar conta da Bolívia. Eu não posso. Fico com muita pena quando vejo aqueles indiozinhos pobres”.

    Curiosamente, governos à direita, como os dos colombianos Álvaro Uribe e Juan Manuel Santos, mostram-se, nos relatos de Amorim, de mais fácil diálogo, reconhecidas diferenças evidentemente inconciliáveis em questões como a maneira de tratar a guerrilha colombiana. No caso das atribulações com os guerrilheiros, que ocupam boa parte dos relatos sobre a Colômbia, prevaleceu, com Santos, porém, a lógica defendida por Amorim, de tratar os guerrilheiros como insurgentes, e negociar sua incorporação à política democrática.

    “A esquerda às vezes dá mais trabalho”, desabafa Amorim, ao relatar atritos com o uruguaio Tabaré Vasquez e o paraguaio Fernando Lugo. Apesar da convicção em favor dos chamados governos progressistas na região, por suas políticas claramente favoráveis à maior distribuição de renda e autonomia econômica, não faltam críticas ao “radicalismo” de Hugo Chávez, na Venezuela, e do governo Kirchner, na Argentina, dos quais o livro dá inúmeros exemplos.

    Chávez é criticado por seus “arroubos” e gestos preocupantes e contraproducentes, “entre o burlesco e o provocador”. “Respeitamos o que Chávez quer fazer dentro da Venezuela”, disse o então presidente da República, em conversa com George Bush relatada por Amorim; “mas quando atua na região”. O diálogo, aliás, é um dos bastidores do esforço lulista de mostrar-se como mediador nas relações dos bolivarianos com governos dos EUA.

    Para Amorim, Chávez tinha legítimo interesse em melhorar a vida dos venezuelanos, e enfrentar “com coragem uma elite reacionária, que sempre se locupletou com as receitas do petróleo e cuidou pouco da população pobre”. Mas trazia ameaças à estabilidade da região, que o Brasil tinha o dever de administrar diplomaticamente

    “A Venezuela nunca poderá promover a ‘revolução bolivariana’ em países de sociedades complexas como o Brasil e a Argentina, mas pode causar estragos de monta em nações mais frágeis e fragmentadas como a Bolívia e o Equador”, comenta Amorim. “Até aqui, nossa estratégia tem sido a de atrair a Venezuela, integrando-a ao Mercosul.”

    O cuidado da edição em trazer notas e índices onomásticos, uma excelente característica dos livros de Amorim, ajuda a atravessar a aridez de alguns trechos com mais concessões ao patuá dos negociadores internacionais. O ex-chanceler deixa um documento importante, fonte de abundantes elementos para analisar a política externa recente e seus possíveis rumos no futuro.

    https://valor.globo.com/eu-e/noticia/2022/07/15/anotacoes-do-ex-ministro-celso-amorim-revelam-disputa-e-desconfianca-na-diplomacia-brasileira.ghtml

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