Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Biquinho do Brasil contra os EUA por bisbilhotagem: quem perde mais?Debate NYT
Socialismo e papel higienico: a eterna contradicao dialetica - JanerCristaldo
Desde há muito escrevo sobre essa estranha incompatibilidade entre socialismo e papel higiênico. Mesmo antes de viajar para países socialistas, eu ouvia relatos de turistas sobre o assunto. Não era fácil encontrar o artigo nos hotéis. Muitas agências recomendavam que o turista se munisse de um bom estoque de rolos, antes de viajar para a União Soviética.
O pior ocorreu na Romênia, em 1981. Em qualquer hotel que chegasse, a primeira coisa que tinha a fazer era pedir papel higiênico na portaria. Lembro que em Mangália, cidade litorânea do mar Negro, quando fui reclamar a uma moça da portaria com cara de sargento, ela me perguntou: "quantos dias o senhor vai ficar aqui?". Neste hotel, dois dias. Olhou-me então de alto a baixo, avaliou meu metabolismo, rasgou uns dois metros de um rolo e passou-me as tiras.
Em outras viagens a outros países socialistas, o problema não era tão grave, foram feitas perto da Queda do Muro ou depois. Mesmo assim, em 2000, nove anos após o desmoronamento da URSS, em São Petersburgo, tive de voltar a implorar papel higiênico na portaria do hotel.
De Cledson Ramos, amigo e leitor, recebo:
Oi Janer,
Sua tese da incompatibilidade entre Socialismo e papel higiênico continua válida:
"Neste ano, a Venezuela só conseguirá importar metade do que precisa, agravando o racionamento de produtos de primeira necessidade. Na semana passada, a venda de papel higiênico em alguns supermercados estava limitada a quatro rolos por consumidor."
*FONTE: http://veja.abril.com.br/180209/p_074.shtml
Um abraço,
Cledson
Assim, entende-se as altas tiragens do Pravda.
O Brasil no contexto das mudancas economicas globais: podcast com PRAnoInstituto Millenium
http://www.imil.org.br/podcasts/o-brasil-ficou-para-tras-nos-intercambios-cientificos-tecnologicos/
“O Brasil ficou para trás
nos intercâmbios científicos e tecnológicos”
Nunca Antes no Itamaraty: auditor externo para o caso Eduardo Saboia
O caso Saboia
Coluna Gilberto Amaral
Jornal de Brasília, 24/09/2013
Petroleo e gas brasileiros: o novo "xeique" (nunca antes) deve estar frustrado...
Produção de gás natural no país cresce, mas a de petróleo continua em queda
Valor Econômico, 24/09/2013
Valor Econômico - Destravando o mercado de gás / Artigo / Elena Landau e Adriano Pires
Brasil continua a perder competitividade no ranking global
Dinamismo global / Mercado Aberto
Maria Cristina Frias
OMC: Protecionismo comercial brasileiro em servicos, abertura da China
China adere e Brasil se isola na negociação de serviços
Valor Econômico, 24/09/2013
Brasil e OMC
Rubens Barbosa
Brasil: investimentos e parcerias publico-privadas - novo livro
Novo livro sobre investimento e parcerias público-privadas
Brasil-Venezuela, Petrobras-PDVSA: final de um dos maiores crimeseconomicos contra o Brasil
Por Murillo Camarotto | Do Recife
Há pouco mais de seis anos, no dia 5 de setembro de 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva já recebia uma sinalização clara da PDVSA em relação ao projeto da refinaria de Abreu e Lima. Debaixo de chuva e pisando na lama, ele e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, lançaram as obras da refinaria, que está sendo erguida a 50 km ao sul do Recife, no Complexo Portuário de Suape. Diretores da estatal venezuelana, declarada sócia do empreendimento, foram convidados para a solenidade, mas se limitaram a agradecer pelo convite.
Já naquela ocasião, o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, foi obrigado a dizer que a unidade seria construída independentemente do aporte venezuelano. De lá para cá, governo federal e a Petrobras insistiram em manifestar a viabilidade da sociedade, apesar das evidências cada vez maiores de que o negócio, firmado com o presidente venezuelano Hugo Chávez, naufragara.
Há pouco mais de um mês e agora como ex-presidente da estatal, Gabrielli afirmou que a parceria não sairia do papel. Na época, a Petrobras não comentou as declarações. Agora o Valor apurou que o fim do sonho já tem até data marcada. A partir de 1º de novembro, Abreu e Lima deixará de existir como empresa e será incorporada como unidade de negócios da Petrobras. Novamente a estatal não quis comentar.
A ida do empreendimento para Pernambuco foi conhecida em fevereiro de 2005, após uma "dica" da então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que deixou escapar a jornalistas o destino da refinaria. A unidade teria capacidade para processar 200 mil barris diários de petróleo oriundo da Bacia de Campos, no litoral fluminense, e da Bacia do Orinoco, na Venezuela. O investimento previsto era de US$ 2,5 bilhões, com inauguração esperada para 2010.
Seis meses após o lançamento da pedra fundamental, Chávez viajou a Pernambuco e visitou o canteiro, mas não assinou o acordo de acionistas de Abreu e Lima. Chávez e Lula firmaram só um acordo de associação, pelo qual a Petrobras teria 60% da refinaria e a PDVSA, 40%. Coincidência ou não, três meses antes do encontro em Pernambuco, a Petrobras decidira reduzir de 40% para 10% a sua fatia na exploração do campo de Carobobo, na Venezuela, negócio que também tinha a PDVSA como sócia. A brasileira alegou custos elevados.
No dia em que Lula e Campos deram início às obras, o valor do empreendimento já era maior: US$ 4,5 bilhões. Desde então, a refinaria enfrentou uma série de contratempo, como greves, aditivos contratuais, falta de garantias econômicas por parte da PDVSA e indicações de superfaturamento pelo Tribunal de Contas da União. Os números mais recentes informados pela Petrobras apontam para um custo superior a US$ 17 bilhões e quatro anos de atrasos. A estimativa mais atualizada é que a primeira fase de refino entre em operação em novembro de 2014.
A oficialização do divórcio com a PDVSA deverá representar ainda mais custos ao projeto, que já foi classificado pela atual presidente da Petrobras, Graça Foster, como exemplo a não ser seguido. Em abril, o diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, disse que, confirmada a desistência do parceiro, a adaptação necessária custaria em torno de 5% do total do projeto. Pelos valores atuais, cerca de US$ 850 milhões.
Mais recentemente, em maio, a presidente da Petrobras se reuniu com o atual presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, a quem disse que gostaria de ter a PDVSA como sócia. "Seria realmente bom que a PDVSA viesse. Mas estamos fazendo a refinaria, independentemente da PDVSA", disse Graça, após participar de uma audiência na Câmara dos Deputados.
Além da refinaria em Pernambuco e da exploração no campo de Carobobo, Lula e Chávez firmaram uma série de outros acordos entre as estatais petrolíferas, como uma fábrica de lubrificantes em Cuba, associação para transporte marítimo de petróleo e uma unidade produtora de fertilizantes, entre outras. Da sociedade imaginada para a refinaria, ficou apenas a homenagem ao general pernambucano José Inácio Abreu e Lima, famoso na Venezuela por ter lutado ao lado Simon Bolívar, herói no país de Chávez.
© 2000 – 2013. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do Valor Econômico.
Leia mais em:
http://www.valor.com.br/empresas/3280450/petrobras-desiste-de-sociedade-com-pdvsa#ixzz2foendiXT
Leitura do dia: a China como aliada do Ocidente - Rana Mitter
O tema de hoje era a China, antes de se tornar comunista, como transcrito abaixo:
In today's selection -- from Forgotten Ally: China's World War II, 1937-1945 by Rana Mitter.
Author: Rana Mitter
Title: Forgotten Ally
Publisher: Houghton Mifflin Harcourt
Date: Copyright 2013 by Rana Mitter
Pages: 43-45
After the abdication of the last Chinese emperor in 1912, the country had fragmented into the chaos of regional warlords. In 1921, it was Sun Yat-sen and his Nationalist party, based in Guangzhou and under the protection of a local warlord, who were most committed to trying to unify the country. But they lacked enough funding for an effort of that scale and unsuccessfully sought support from the European powers and Japan. They then turned to newly communist Russia. Why would Russia be interested in supporting a non-communist party in China? Because of its fear of Japan, which had unexpectedly won the Russo-Japanese War of 1905 -- the first Asian power to ever overcome a European one. Russia knew that a fragmented China would not be an effective buffer against Japan, and was therefore willing to support the Nationalist party as long as it desisted in its efforts to crush China's new and far-smaller Communist party. This created an opportunity that might not otherwise have existed for a young revolutionary named Mao Zedong:
"By 1921, with the assistance of a sympathetic warlord, Chen Jiongming, Sun [Yat-sen] was based in Guangzhou (Canton), where he set up a revolutionary government. The Nationalists were in power, even if only in one region of China. ...
"Yet despite the talent that Sun and [the highly popular Wang Jingwei] brought to the Nationalist Party, their prospects seemed limited unless they could find some powerful supporter who would arm them. Sun Yat-sen had had no success in persuading the European powers to back him. He had more hopes of Japan, declaring in a speech at Kobe in 1924 that since Japan's victory over Russia in 1905, the peoples of Asia had cherished the hope 'of shaking off the yoke of European oppression.' However, Sun's idea of pan-Asianism, the philosophy of Asian unity, meant something rather different in governmental circles in Tokyo: not cooperation, but domination by [Japan itself].
"Then, in 1923, Sun made a decision that would help shape the path of Chinese history. For years, he had been seeking foreign support for his dream of launching a revolutionary army that would unify China, with him as its president. The Western powers had all turned him down flat. But there was another hand to play in the early 1920s. By 1921 the Bolshevik Revolution in Russia had been secured after a bloody and vicious civil war. Leon Trotsky, the fiery foreign minister of the new regime, was eager to find opportunities to use the Comintern, the agency responsible for spreading revolution abroad. In 1923 Sun held talks with Adolf Joffe, the representative of the Comintern, for a formal alliance between the Nationalists and the Soviets. In the Soviet view, China was too backward for a socialist revolution. Instead, a 'national bourgeois' party, the Nationalists, should carry out the first revolution. Sun agreed, content to ally with Russia, believing that alone among Western nations she had shown 'benevolence and justice.' ...
"The new alliance changed the fate of the Chinese Communist Party. During the first couple of years of the party's history, it was a tiny and marginal political grouping (as well as being officially illegal). It made grand claims about fomenting a revolution among urban workers, Bolshevik-style, but in reality it had little prospect of doing so. Cooperation between Sun and the Soviets gave the CCP a crucial opportunity to expand. On Soviet advice, many Communists also joined the Nationalists, forming the United Front, making the two parties hard to distinguish during this period. The alliance made sense ideologically for Sun as well. His political philosophy, which he termed the 'Three Peoples Principle's,' consisted of democracy, nationalism, and the idea of 'people's livelihood,' a vague social welfarism that was sometimes rendered as 'socialism' in English. He was not a Communist, but he and the Soviets had enough in common to make the alliance useful for both sides. Sun's prestige was also enough to calm the more conservative elements in the Nationalist Party who were wary of the Bolsheviks.
"Revolutionary politics were forged on a small island in Guangzhou (Canton) Harbor. The nerve center was the Whampoa (Huangpu) military academy, where the Soviets tutored China's revolutionaries. For both the Nationalists and Communists, the experience of working with the Soviets between 1923 and 1927 on the National Revolutionary Army (NRA) was crucial. Wang Jingwei worked in the political education department of the academy, and alongside him was a rising star of the CCP, Zhou Enlai (later to become Chinas premier under Mao). On the military side, Chiang Kai-shek rose rapidly in the officer corps as his organizational skills became better known and better valued, along with his comrade from his Japan days, He Yingqin. Also at the Academy were Hu Zongnan and Xue Yue, both of whom would provide crucial military service to Chiang during the war years.
"The alliance was of particular interest to the young Communist Mao Zedong, as it meant a much larger party base which he could use to plan radical revolution."
Forgotten Ally: China's World War II, 1937-1945
by Rana Mitter by Houghton Mifflin Harcourt
|
Across the whale in a month (8): Sonoma, Sausalito, San Francisco
Tendo pernoitado em Sonoma, como relatei no número 7 desta série, saímos pela manhã para percorrer novamente a cidade e os vinhedos da região. Na verdade, já tínhamos visto bastante vinhedos no trajeto do Napa Valley, assim que a região de Sonoma seria mais ou menos uma repetição do que tínhamos feito no dia anterior.
Escolhemos, Carmen Lícia e eu, arriscarmos a sorte na antiga casa e rancho, em que viveu e morreu Jack London, que virou reserva natural e museu, bem depois da morte do escritor. (Quem desejar saber mais sobre ele, consulte este verbete da Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Jack_London)
Rodamos algumas milhas em direção ao norte, por uma estrada paralela à 12, que leva a Santa Rosa. No meio do caminho, se toma a via exclusiva que leva ao Jack London State Historic Park, local do antigo sítio onde o famoso escritor progressista do início do século 20 passou os últimos anos de sua vida relativamente breve (1876-1916).
O que eu esperava lá encontrar? Basicamente reminiscências de um autor que frequentou minha juventude -- várias de suas obras foram traduzidas para o Português, entre elas Tacão de Ferro, O Lobo do Mar, Caninos Brancos -- e talvez comprar alguns dos seus livros, já que não tenho mais nenhum. Seus livros podem ser conferidos nestes dois sites dedicados a sua vida e obra, tanto na parte geral: http://www.jacklondon.com/ como para a online collection: http://london.sonoma.edu/.
Aí estou eu, numa foto feita por Carmen Lícia, em frente da placa que leva à sua residência, na verdade a segunda, já que a primeira, The Wolf House, desapareceu num incêndio quando estava quase pronta. A segunda, chamada de Happy Walls, foi construída em pedras grossas, e madeira resistente ao fogo (de uma espécie que existe na Califórnia).
Fiz, com meu pequeno iPhone, uma foto da placa da casa, que se encontra muito bem conservada, já que virou próprio público, fazendo parte do patrimônio do estado da Califórnia.
Carmen Lícia tirou muitas fotos dos objetos constantes do museu.
Quanto aos livros, muitos deles, dezenas: Jack London era um escritor voraz, e sua biblioteca provavelmente enchia mais da metade da casa. Foram conservados várias centenas, mas provavelmente apenas uma pequena parte da coleção original.
Dos livros que ele escreveu, havia várias edições originais, bem como uma estante inteira com suas edições estrangeiras, dezenas de traduções de suas obras mais famosas, além de uma coleção soviética oferecida pelo cônsul da URSS em San Francisco, no início dos anos 1960.
Jack London, que nasceu muito pobre e tenho uma infância de juventude de trabalho duro, se acreditava socialista, mas à maneira americana: era contra o capital, e pelos trabalhadores, mas também cultivava um intenso individualismo, e fazia tudo por sua própria conta, sem esperar nada do Estado. Pertenceu à fase romântica do socialismo, pré-bolchevique, e provavelmente jamais teria endossado os crimes contra os direitos humanos e os próprios direitos dos trabalhadores cometidos na União Soviética (que só veio a existir cinco anos depois de sua morte, ocorrida um ano antes da revolução bolchevista).
Além de um escritor prolífico de novelas e contos, Jack London também foi um grande reporter, tendo testemunhado como correspondente a guerra russo-japonesa de 1904-05, seguida da invasão japonesa da Coreia, que terminou com a independência do antigo reino, bem como a expedição americana em Vera Cruz, em 1914, no quadro da revolução mexicana. A foto ao lado, tirada por Carmen Lícia, mostra seus equipamentos de repórter de guerra.
Seus principais livros (não todos) estão listados nesta seção do site que lhe é dedicado: http://www.jacklondon.com/literature.htm
De minha parte, como não me dispus a pagar os preços salgados da loja do museu, pretendo comprar várias de suas obras no meu tradicional fornecedor de livros a 1 (UM) dólar, a Abebooks.com, agora complementada pela Thriftybooks.
Mas, acabei comprando uma história que não conhecia, e que me pareceu interessante: The Assassination Bureau, uma trama policial, cujo enredo já conheço, mas que não pretendo contar por enquanto, já que ainda não li, apenas folheei.
Depois, novamente estrada, em direção a San Francisco, mas não pelo interior, via Oakland e Berkeley, e sim mais próximo da costa, via Sausalito, uma simpática cidade à beira da Baía norte, antes de atravessar a Golden Gate (que na verdade está mais vermelha do que camarão), na qual paramos para almoçar já as 2hs da tarde, num restaurante à beira da marina.
O garçom nos fez uma simpática foto, em face de camarões grelhados e uma combinação de peixes e mariscos, além de caranguejo, tudo regado a Chardonnay e Pinot Grígio.
Finalmente, a travessia da ponte Golden Gate, e novo passeio turístico pela cidade, na verdade pela costa do Pacífico, Golden Gate Park e partes da cidade, até chegar no hotel. Não conseguimos o que pretendíamos, uma acomodação no Fisher's Wharf, pos os hoteis estavam completamente lotados em função de uma convenção internacional da Oracle -- mais de 50 mil visitantes, segundo a "estalajadeira" de um hotel mais para o centro -- o que de toda forma foi bom, pois os preços estavam provavelmente mais caros do que em New York.
Descansamos, e saímos novamente pela noite adentro, percorrendo a cidade: bairro chinês, bairro italiano, torre iluminada, porto e marina, terminando por algumas compras num supermercado.
O dia foi extremamente proveitoso, com menos quilometragem do que das vezes anteriores, e por isso mesmo, com muito mais coisas para visitar, ver, comprar, saborear.
Amanhã, ou melhor, hoje, terça-feira, 24, retomamos o circuito dos museus e continuaremos os passeios por esta linda região.
Parece muito bom morar na Califórnia, mas provavelmente vai custar caro morar bem, e comer bem...
Paulo Roberto de Almeida
San Francisco, 23-24/09/2103
PS: Aos interessados em conhecer a obra de Jack London, recomendo a consulta à lista de seus escritos, tal como constante do seu verbete na Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Jack_London
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Por qué Estados Unidos espía a Brasil - Carlos Alberto Montaner
Brasil Estados Unidos Espionaje
Por qué Estados Unidos espía a Brasil
Miami, 21 septiembre 2013
Por CARLOS ALBERTO MONTANER
(Infolatam).- La presidenta brasilera Dilma Rousseff canceló su visita a Barack Obama. Estaba ofendida porque Estados Unidos espiaba su correo electrónico. Eso no se le hace a un país amigo. La información, probablemente fidedigna, fue brindada por Edward Snowden desde su refugio en Moscú.
Intrigado, se lo pregunté a un exembajador norteamericano. ¿Por qué lo hicieron? Su explicación fue descarnadamente franca: “desde la perspectiva de Washington, el brasilero no es exactamente un gobierno amigo. Brasil, por definición y por la historia, es un país amigo que nos acompañó en la Segunda Guerra mundial y en Corea, pero no lo es su actual gobierno”.
Somos viejos conocidos. ¿Puedo dar tu nombre, le pregunto? “No –me dice–. Me crearía un inmenso problema, pero transcribe la conversación”.
Lo hago.
“Sólo hay que leer los papeles del Foro de Sao Paulo y observar la conducta del gobierno brasilero.Los amigos de Luis Ignacio Lula da Silva, de Dilma Rousseff y del Partido de los Trabajadores son los enemigos de Estados Unidos: la Venezuela chavista, primero con Chávez y ahora con Maduro, la Cuba de Raúl Castro, Irán, la Bolivia de Evo Morales, Libia en época de Gadafi, la Siria de Bashar el-Asad”.
“En casi todos los conflictos, el gobierno de Brasil coincide con la línea política de Rusia y China frente a la perspectiva del Departamento de Estado y la Casa Blanca. Su familia ideológica más afín es la de los BRICS, con los que intenta conciliar su política exterior”. (Los BRICS son Brasil, Rusia, India, China y Sudáfrica).
“La enorme nación sudamericana ni tiene ni manifiesta el menor interés en defender los principios democráticos sistemáticamente violados en Cuba. Por el contrario, el expresidente Lula da Silva suele llevar inversionistas a la Isla para fortalecer la dictadura de los Castro. Se calcula en mil millones de dólares la cifra enterrada por los brasileros en el desarrollo del super puerto de Mariel, cerca de La Habana”.
“La influencia cubana en Brasil es solapada, pero muy intensa. José Dirceu, el exjefe de despacho de Lula da Silva, su más influyente ministro, había sido un agente de los servicios cubanos de inteligencia. Exiliado en Cuba, le cambiaron el rostro por medio de cirugía y lo devolvieron a Brasil con una nueva identidad (Carlos Henrique Gouveia de Mello, comerciante judío) y así funcionó hasta que se restauró la democracia. De la mano de Lula colocó a Brasil entre los grandes colaboradores de la dictadura cubana. Cayó en desgracia por corrupto, pero sin ceder un ápice en sus preferencias ideológicas y sus complicidades con La Habana”.
“Algo parecido a lo que sucede con el profesor Marco Aurelio García, actual asesor de política exterior de Dilma Rousseff. Es un antiyanqui contumaz, incluso peor que Dirceu porque es más inteligente y tiene mejor formación. Hará todo lo que pueda por perjudicar a Estados Unidos”.
“Para Itamaraty, esa cancillería que tanto prestigio tiene por la calidad de sus diplomáticos, generalmente políglotas y bien educados, la Carta Democrática firmada en el 2001 en Lima es un simple papelucho carente de importancia. El gobierno, sencillamente, ignora los fraudes electorales llevados a cabo en Venezuela o en Nicaragua, y es totalmente indiferente ante los atropellos a la libertad de prensa”.
“Pero eso no es todo. Hay otros dos temas sobre los cuales Estados Unidos quiere estar enterado de cuanto sucede en Brasil porque alcanza, de alguna manera, la seguridad de Estados Unidos: la corrupción y las drogas”.
“Brasil es un país notablemente corrupto y esas prácticas nefastas afectan las leyes de Estados Unidos de dos maneras: cuando utilizan el sistema financiero norteamericano y cuando compiten de manera ilegítima con empresas de este país recurriendo a sobornos o comisiones ilegales”.
“El asunto de las drogas es distinto. La producción de coca boliviana se ha quintuplicado desde que Evo Morales ocupa el poder y el camino de salida de esas sustancias es Brasil. Casi toda va a parar a Europa y nuestros aliados nos han pedido información. Esa información a veces se encuentra en manos de políticos brasileros”.
Las dos preguntas finales son inevitables: ¿apoyará Washington la candidatura a Brasil a ser miembro permanente del Consejo de Seguridad de la ONU? “No si me preguntan a mí –me dice–. Ya tenemos dos adversarios permanentes, Rusia y China. No hace falta un tercero”. Por último, ¿seguirá Estados Unidos espiando a Brasil? “Por supuesto –me dijo–, es nuestra responsabilidad con la sociedad americana”.
Creo que Doña Dilma debe cambiar frecuentemente las claves de su correo electrónico.