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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Eleicoes 2014: como anda essa baixa campanha (triste...)

Reflexos do dia na frente eleitoral.
Lamento o baixo nível da campanha...
É só o que tenho a dizer...
Paulo Roberto de Almeida

Dilma admite problemas na economia e fala em mudanças caso reeleita
Folha de S. Paulo, 3/09/2014

Em discurso nesta quarta-feira (3) em Belo Horizonte (MG), a presidente Dilma Rousseff (PT) admitiu problemas na política industrial e no avanço da economia e disse que, se reeleita, irá mudar algumas ações e integrantes de sua equipe.
"Obviamente, novo governo, novas e, necessariamente, atualização das políticas e das equipes", disse a presidente, diante de representantes da indústria presentes na abertura da 8ª Olimpíada do Conhecimento 2014, na capital mineira.
"É possível que alguns de vocês, na atual conjuntura, quando a incerteza do cenário internacional se mistura com o debate eleitoral, questionem a eficácia dessa nossa política (...) Eu gostaria que o Brasil estivesse crescendo num ritmo muito mais acelerado. Mas (...) imaginem o que aconteceria se nós não tivéssemos tomado essas medidas."
Antes dessa declaração, Dilma falou da necessidade de investimentos na educação para reduzir a desigualdade e ampliar a renda da população. Enalteceu ações federais, como os cursos do Pronatec e o que chamou de "política industrial", numa referência aos jovens formados nessas aulas profissionalizantes.
E, em tom de campanha eleitoral, admitiu que há muito o que fazer.
"Eu não quero, aqui, dar a impressão que eu acho que tudo foi feito. Eu não acredito nisso, acho, inclusive, que vivemos uma situação bastante complexa na indústria."
Ela, entretanto, saiu em defesa das ações do governo na indústria, cuja produção cresceu 0,7% em julho, após cinco meses seguidos de queda, segundo dados do IBGE.
"Só me pergunto e pergunto a vocês o que seria se nós não tivéssemos tomado as medidas que tomamos na área industrial e no reconhecimento que a indústria é estratégica para o país e que uma política industrial é necessária", disse a presidente.
Dilma também defendeu a participação de bancos públicos na economia do país, citando o financiamento habitacional de imóveis populares por meio do Minha Casa, Minha Vida.
"Não há condição de fazer habitação popular a preços de mercado, porque a pessoa que ganha R$ 1.600 não tem como comprar um apartamento de R$ 60 mil (...) Com isso (...) eu não vejo justificativa para que a gente retire os bancos públicos dessa atividade. Não vejo justificativa."
MUDANÇA
A fala da presidente em Minas é sua primeira sinalização de que faria mudanças em sua política de governo e em sua equipe num eventual segundo mandato, algo que o ex-presidente Lula vem aconselhando que ela faça desde o início do ano.
Na semana passada, interlocutores de Lula voltaram a defender que Dilma emitisse sinais de ajustes em políticas e equipes para um próximo mandato diante do novo cenário eleitoral, com o crescimento de Marina Silva (PSB) nas pesquisas.
Na visão de petistas ligados a Lula, esta sinalização seria fundamental para reconquistar o apoio do empresariado e, também, mostrar ao eleitorado que ela fará mudanças num eventual segundo mandato. A pesquisa Datafolha mostra que 79% do eleitorado deseja mudanças no próximo governo, o que estaria sendo incorporado, neste momento da campanha, por Marina Silva.

Dilma falta a entrevista ao 'Jornal da Globo' e programa revela perguntas
Folha de S. Paulo, 3/09/2014

Com a recusa da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, de participar da série de entrevistas do "Jornal da Globo", a direção do telejornal revelou as perguntas que seriam realizadas à candidata.
"A entrevista de hoje, decidida por sorteio, será com a candidata do PT Dilma Rousseff, mas ela se recusou a dar entrevista, naturalmente, um direito dela", disse William Waack, um dos apresentadores, que ainda lembrou que desde 2002 o "JG" realiza entrevistas com os candidatos que disputam o Palácio do Planalto.
De acordo com a assessoria da TV Globo, a decisão de revelar as perguntas (leia abaixo) quando o candidato não aparece é um procedimento realizado desde 2002, como já aconteceu com candidatos que disputavam o governo do Estado ou à prefeitura.
No telejornal, a apresentadora Christiane Pelajo afirmou que "esta é a primeira vez que isso ocorre em se tratando de candidatos à Presidência". "Somente na última sexta-feira, a assessoria [de Dilma], lamentando muito, disse que a decisão final era não gravar a entrevista. Nada disso desmente a realidade de que a candidata se recusou a dar a entrevista", afirmou a Globo.
A entrevista com os candidatos à Presidência é gravada horas antes de o programa ir ao ar. Segundo a assessoria da TV Globo, a gravação foi uma solicitação dos candidatos, que pediram ainda que a entrevista fosse exibida na íntegra, sem qualquer tipo de edição ou corte.
Por meio de nota, a assessoria da campanha de Dilma afirma que ela "acumula as funções de presidenta e candidata, situação peculiar em relação aos demais candidatos, o que impacta na sua disponibilidade de participar de todas as entrevistas solicitadas". Informa ainda que Dilma concedeu entrevista à Globonews no dia 12 julho, ao "Jornal Nacional" em 18 de agosto e já se comprometeu a participar do debate entre os presidenciáveis veiculado pela TV Globo.
De acordo com a TV Globo, os representantes dos candidatos participaram de duas reuniões para definir o sorteio e as datas em que seriam realizadas as entrevistas nos telejornais da emissora.
"Em 14 fevereiro de 2014, a TV Globo reuniu os partidos para explicar como seria a cobertura e seus critérios. Nessa ocasião, os partidos tomaram conhecimento das semanas em que as entrevistas seriam feitas no 'Jornal Nacional', no 'Jornal da Globo', no 'Bom Dia Brasil' e no 'Jornal das Dez' da Globo News. Na ocasião, os representantes assinaram um documento com esses dados, inclusive o representante do PT. Em 21 de julho, a TV Globo voltou a se reunir com os representantes dos partidos para o sorteio da ordem das entrevistas. Nenhum partido disse que deixaria de comparecer. Ao contrário, assinaram o documento do sorteio, sem ressalvas, inclusive o representante do PT", disse a emissora.
Nesta quarta-feira (3), será a vez de o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, participar da série de entrevistas.
PERGUNTAS QUE SERIAM FEITAS A DILMA
1. Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso estão crescendo mais?
2. A senhora continuará a represar os preços da gasolina e do diesel artificialmente para segurar a inflação, com prejuízo para a Petrobras?
3. A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos no Brasil, no seu governo, tem sido criticada por economistas, dentro e fora do país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a isso?
4. A senhora prometeu investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o Ministério das Cidades. O que deu errado?
5. Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha, fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
6. A senhora considera correto dar dentes postiços para uma cidadã pobre, um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa eleitoral de televisão?

Marina diz que Dilma quer 'ressuscitar medo' na 'pior forma de fazer política'
Folha de S. Paulo, 3/09/2014

Candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva rebateu o tom mais agressivo adotado pelo PT contra sua candidatura e disse que a presidente Dilma Rousseff "está tentando ressuscitar o medo" durante a campanha eleitoral.
"A pior forma de fazer política é pelo medo", declarou Marina nesta quarta-feira (3), em sabatina promovida pelo portal G1.
"Acredito profundamente que a esperança venceu o medo. A sociedade brasileira, quando faziam terrorismo contra o [ex-presidente] Lula, repetia essa frase [em 2002]. Infelizmente, quem está querendo ressuscitar o medo é a presidente Dilma. A pior forma de fazer política é pelo medo. Prefiro fazer política pela esperança e pela confiança", afirmou a pessebista.
Desde que Marina despontou nas pesquisas e apareceu ao lado de Dilma com 34% das intenções de voto, segundo o último Datafolha, a campanha de reeleição da petista repaginou a "estratégia do medo" –condenada pelo próprio partido em outras disputas– para tentar desconstruir a imagem da ex-senadora.
Dilma e várias lideranças do PT se dizem "preocupados" com o programa de governo de Marina e fazem investidas para explorar o que chamam de "inconsistências" da presidenciável.
Marina foi orientada pelo comando de sua campanha a não deixar os ataques de Dilma sem resposta e intercalar as críticas que faz ao atual governo federal aos compromissos de seu programa.
Com seu discurso de nova política e a promessa de que enviará uma emenda constitucional ao Congresso Nacional para estabelecer o fim da reeleição e o mandato de cinco anos para o presidente da República, a candidata do PSB repetiu propostas como o passe livre para estudantes em todo o Brasil, o repasse de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação e de 10% da receita bruta da União para a Saúde. Juntas, as medidas teriam um custo de mais R$ 120 bilhões para a máquina pública.
Marina, porém, foi evasiva ao explicar de onde sairá esse dinheiro e costuma recorrer, como faz durante a sabatina, ao que chama de "transparência" e "eficiência dos gastos públicos" para garantir os recursos de cada setor.
"Existem muitos projetos que são verdadeiras máquinas de destruição de recursos do contribuinte. Você tem que corrigir os erros", afirmou. Questionada sobre qual projeto poderia ser revisto, Marina citou a transposição do Rio São Francisco, mas também não deixou claro o que faria diante da obra. "O país vai voltar a crescer e vamos ter os recursos para investir em saúde e educação", concluiu.
SEGUNDO TURNO
Marina se recusou a dizer se aceitaria o apoio do PSDB em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e disse que, em 2010, quando era candidata ao Planalto pelo PV e aparecia em terceiro lugar nas pesquisas, sentia-se "incomodada quando vocês [jornalistas] ficavam me perguntando quem eu iria apoiar no segundo turno. Segundo turno a gente discute no segundo turno".
O coordenador-geral da campanha de Aécio Neves (PSDB), José Agripino Maia (DEM), disse esta semana que estava disposto a compor com Marina em um eventual segundo turno, o que irritou os tucanos.
PRÉ-SAL
Ainda na estratégia de responder vigorosamente as críticas de adversários, a candidata do PSB reforçou seu discurso quanto à exploração e investimento do pré-sal, uma das principais bandeiras do governo Dilma.
A petista tem dito que Marina não vai dar a atenção devida ao recurso já que seu programa de governo coloca fontes de energia limpa e renovável como prioridade.
"Não é verdade o que está sendo dito pelos meus concorrentes em relação ao pré-sal. Nós vamos priorizar, mas vamos também priorizar outros investimentos. Não há necessidade de tirar recursos do pré-sal", declarou.
PINGA-FOGO
No último bloco da sabatina, Marina precisou responder com "sim" ou "não", "a favor" ou "contra", para perguntas rápidas do jornalista. Teve dificuldade de ser objetiva.
Afirmou ser a favor "dentro do respeito à lei e do bem-estar das crianças" da adoção por casais homossexuais; contrária à eutanásia, à diminuição da maioridade penal e à revisão da Lei da Anistia; e favorável ao voto obrigatório.
Disse que a taxação de grandes fortunas e o fim do serviço militar obrigatório devem ser debatidos e que a lei que existe hoje sobre o aborto é "suficiente".

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