terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eleicoes 2014: debate entre presidenciaveis - UOL, SBT, Jovem Pan

Transcrevo abaixo, para ler de baixo para cima, apenas a transcrição da parte final do debate ocorrido em 1 de setembro entre alguns, não todos os, presidenciáveis. A transcrição completa, mesmo reduzida ao extremo, ocupa 28 páginas de meu registro.
Há o link para os que quiserem ver e ouvir os próprios falando, que parece um pouco pior do que a transcrição, mas se pode verificar certos matizes e tiques de linguagem, assim como as caras, bocas e trejeitos dos candidatos...
Paulo Roberto de Almeida


Debate com Presidenciáveis 2014: UOL, SBT, Jovem Pan AM
Vídeo disponível em:

[Ler de baixo para cima]

20:22

Aécio passa imagem positiva, mas não se sobressai, afirma consultora

“O Aécio teve um desempenho muito parecido com o último debate para presidente. Ele usa sempre as mesmas estratégias, a forma de falar, de se manifestar, ele usa ironia como um ponto que eu considero positivo, porque é de uma forma sutil, não é arrogante, que desprestigia o outro. Usa humor e consegue passar uma imagem positiva em cima disso. E mesmo usando pontos frágeis do governo federal, isso ele está sempre muito esperto para contradizer a Dilma, ele não se sobressai”, afirmou Aurea Regina de Sá, consultora de media training.

20:16

Dilma passa imagem de mulher forte, afirma consultora

“Sob o ponto de vista do marketing, a Dilma aproveita. Ela está com a máquina na mão, ela tem alguns, ela tem pontos positivos para dizer. Outro fato importante é essa imagem forte, essa imagem de mulher forte. Essa imagem que uma presidente mulher deve ter, ela incorpora bem, é diferente da Luciana Genro que tem uma imagem até um pouco infantilizada”, disse Aurea Regina de Sá, consultora de media training.

20:10

Marina mostrou calma, diz fonoaudióloga

“A Marina conseguiu se sair muito bem porque ela manteve a calma mesmo com vários ataques, mesmo com algumas perguntas mais agressivas. Ela tem um autocontrole muito bacana, e tem uma expressividade autêntica. Hoje a voz da Marina estava mais tranquila. E hoje ela mostrou também uma flexibilidade na comunicação. Em alguns momentos ela tinha fala mais tensa, mas em outros uma fala mais tranquila. Então ela foi firme nas convicções dela”, avaliou a fonoaudióloga Claudia Cotes.

20:00

Cientista político vê Dilma em situação difícil e diz que Marina se sobressaiu

"O posicionamento que ela [Marina Silva] assumiu desde o início de dissolver a polarização e trazer alternativas está oferecendo na democracia brasileira, para os eleitores, uma possibilidade nova, que de fato não tinha. Agora, é preciso ver se isso vai se consolidar. Como os demais candidatos fizeram perguntas a Marina e ela se saiu bem nas respostas, ela se sobressai. Veja que a presidente Dilma ficou numa situação muito difícil, quase que numa armadilha: ter que justificar uma porção de coisas que na verdade poderiam ter sido feitas melhores; foram prometidas e não foram feitas deixa ela numa posição defensiva muito difícil. E isso apareceu em algumas das respostas que ela deu que eu acho que foram mal trabalhadas, mal elaboradas", afirmou o cientista político José Álvaro Moisés, da USP. 

19:54

Convidados comentam debate entre presidenciáveis

No estúdio do UOL, o cientista político José Álvaro Moisés, da USP, comenta o debate realizado há pouco

Aécio Neves diz que Dilma não vai ganhar e critica Marina

Tenho muita confiança que na hora da reflexão final vai prevalecer o caminho da mudança segura, da mudança que tem começo, meio e fim. Defendo hoje as mesmas teses que eu defendia lá atrás, a estabilidade da moeda, a lei de responsabilidade fiscal, de maior generosidade com os municípios, que é uma alavanca. Vejo uma conversão da candidata Marina a muita dessas teses, mas gostaria de tê-la a nosso lado no momento em que elas foram implementadas. A candidata oficial não vai vencer as eleições e existem duas alternativas, a nossa garante não apenas o início da mudança, mas garante uma mudança efetiva, de valores, de práticas políticas, mas também de eficiência e de entrega na máquina pública.

Marina diz que números de Dilma não batem com a realidade

A presidente Dilma tem que explicar para a sociedade é por que em 2010 ela dizia que tinha tantas propostas concretas, apresentava tantos número, dizendo que ia manter o país em crescimento, com inflação controlada, com juros baixos, e agora devolve o país com juros altos, inflação elevada e com o pior crescimento da história recente do nosso país. Ela é que tem que explicar para a sociedade brasileira o que acontece com essa quantidade de números que ela repete sem que isso tenha nem um vínculo com a realidade. Eu vejo o programa da presidente Dilma e parece um curta-metragem, aonde o Brasil é perfeito, é maravilhoso, mas quando sairmos das nossas casas e vamos para um hospital público, o que a gente encontra é o péssimo atendimento. Quando as pessoas vão para o trabalho e não têm como se deslocar para o trabalho, para escola, ou para o lazer.

Após debate, Marina Silva conversa com jornalistas

A grande ameaça ao pré-sal a que ela [Dilma] se refere é a ameaça que ela mesma representa, porque na situação em que nós estamos, com baixo investimento, aonde o país perde cada vez mais credibilidade, com certeza a continuidade desse governo é o que mais ameaça a melhoria que a duras penas os brasileiros alcançaram.

Dilma Rousseff diz que homofobia deve ser criminalizada

Olha, eu acho que não se deve mudar a proposta principalmente quando se referia a direitos. Eu pessoalmente e como política e governante, eu sou contra qualquer forma de violência contra pessoas. Agora, no caso específico da questão da violência, da homofobia, eu acho que é uma ofensa ao Brasil, porque o Brasil é uma sociedade que sempre foi tolerante com a diferença. Então eu fico muito triste de ver que nós temos hoje grandes índices de violência atingindo essa população, principalmente quando se trata de homossexuais, mas também em todas as outras áreas. Acho que a gente tem criminalizar a homofobia. O que eu estou dizendo é que se deve criminalizar a homofobia. A homofobia não é algo que a gente possa conviver.

Após debate, Dilma Rousseff conversa com jornalistas

Saneamento era um atributo exclusivo dos governos estaduais não foi o Governo Federal e mesmo assim nós colocamos R$ 40 bilhões no saneamento. Acho que vou adotar essa sugestão feita, eu acho que pelo Eduardo Jorge, vou continuar com o debate na internet. Não se governa um país com promessas e compromissos. Governa um país explicando propostas, projetos e programas. E aí você é obrigado a dizer aonde, qual é a cobertura da sua proposta. Muitas vezes a cobertura da proposta é inviável. Se eu vou restringir gasto e vou gastar em programas sociais há uma contradição em termos.

19:37

Debate chega ao fim; transmissão do UOL continua

Encerrado o debate, mas a transmissão do UOL continua com os jornalistas Josias de Souza e Mauricio Stycer. O repórter Rodrigo Bertolotto acompanha os candidatos no estúdio do SBT.

Considerações finais de Pastor Everaldo Pereira (PSC)

Minha irmã, meu irmão brasileiro, encerro agradecendo a rede que me colocou nesse debate e dizendo para você que eu reafirmo com clareza e honestidade para você que eu defendo a vida do ser humano desde a sua concepção, sou contra o aborto sem necessidade de plebiscito. Sou contra a legalização das drogas. Sou a favor da família como está na Constituição Brasileira, casamento é homem e mulher. Sou a favor do livre mercado e da livre concorrência. Sou a favor da redução da maioridade penal, sou a favor da liberdade e da meritocracia, sou a favor da liberdade de imprensa e sem marco regulatório, Deus abençoe você, Deus abençoe sua família, Deus abençoe o nosso querido Brasil.

Considerações finais de Luciana Genro (PSOL)

As lutas do nosso povo, principalmente da juventude, tem mostrado que todos querem mais direitos, que não se aceita mais casos como do Amarildo e da Cláudia, que não se aceita mais a criminalização da nossa juventude, que não se aceita mais meios direitos para a comunidade LBGT, por isso eu peço o seu voto e peço que você dê um oportunidade para uma esquerda coerente. O PSOL tem os melhores deputados federais no Congresso Nacional, que têm compromisso com as causas mais importantes do nosso povo e da nossa juventude. Jogar o voto fora é votar num candidato que pode ganhar e que vai te decepcionar. Direitos Humanos não se negocia, direitos sociais não se entrega, é preciso ter lado, o lado do PSOL é o lado do povo, nós estamos juntos com a juventude, com os trabalhadores, com os aposentados, servidores públicos, em defesa de mais direitos e pedimos o seu voto no 50.

Considerações finais de Aécio Neves (PSDB)

Cumprimento os organizadores, os demais candidatos e me dirijo a você, telespectador, telespectadora. Ficou aqui absolutamente claro que temos dois campos políticos, o primeiro do governismo, que fracassou e irá entregar um país pior do que aquele que recebeu há quatro anos atrás. No campo das mudanças, existem várias alternativas, uma, duas aparecem com maior consistência, e uma delas, eu não abro mão de repetir e reiterar que acredito nas boas intenções da candidata Marina, mas ela não consegue superar as enormes contradições vindas do seu projeto, que defende hoje teses que combatia há muito pouco tempo atrás. Eu sou candidato a presidência da República para iniciar um novo tempo no Brasil, um tempo onde haverá respeito ao cidadão brasileiro, onde haverão investimentos adequados a saúde pública, onde a segurança vai voltar a chegar perto da sua casa, onde não existirá mais um estado unitário. A federação será reformada no nosso governo, porque a mudança está por vir, mas nós precisamos mais do que isso saber aonde essa mudança vai nos levar.

Considerações finais de Dilma Rousseff (PT)

Agradeço aos organizadores do programa e quero dizer que quando defendo com ênfase as realizações do meu governo pode parecer que eu estou plenamente satisfeita. Não estou. Mais do que ninguém eu acho que podemos e devemos fazer mais. Eu fui eleita para dar continuidade aos avanços do governo do Presidente Lula. Preparamos também o Brasil para um novo ciclo de crescimento, Brasil mais inclusivo, Brasil moderno, mais produtivo e competitivo, para sermos cada vez mais um país de classe média, para criarmos cada vez mais oportunidades, para melhorarmos e gerarmos empregos cada vez mais de qualidade, para garantirmos estímulos para os empreendedores, fui eleita também para garantir saúde, educação e segurança e quero ser eleita também para isso. Quero dizer que mais do que nunca eu acredito no Brasil e nos brasileiros. Eu acredito em você, telespectador, peço seu voto para o Brasil continuar avançando.

Considerações finais de Levy Fidelix (PRTB)

Os movimentos sociais de junho do ano passado demonstraram a insatisfação do povo, gente, temos uma nova chance de resgatar o que o povo deseja e quer, que é exatamente melhor educação para seus filhos. A saúde do brasileiro, que morre a mingua na beira dos hospitais. A nossa juventude que quer chance e oportunidade, que não tem. Os nossos médicos que querem mais trabalho e trazem só mais médicos do exterior. Queremos mudanças no modelo de desenvolvimento nacional, onde os bancos são os grandes predadores sociais, levam tudo, não sobra dinheiro para nada. Eu quero ser a consciência cívica do povo, gente, não estou aqui para ganhar nada, seu Kennedy de Alencar, estou aqui para defender o povo, mesmo que não venha ganhar, porque dos 213 milhões de habitantes, estou aqui entre. Mudar e mudar. E vamos para a próxima oportunidade, muito obrigado.

Considerações finais de Marina Silva (PSB)

Eu tenho dito que quem vai ganhar essas eleições não são as velhas estruturas. Será uma nova postura. A postura de estar aberto ao diálogo com os brasileiros, de debater as ideias e não ficar apenas fazendo o embate político. É fundamental que cada brasileiro e brasileira não perca sua esperança. Nesse momento há um esforço muito grande de fazer com que você se recolha no medo. Eu tenho dito que não sou pessimista nem otimista, eu sou persistente. E eu aprendi essa persistência com o povo brasileiro que enfrenta o hospital que não lhe atende, que vive em bairros que não tem segurança e que vê agora ameaçado seu emprego pela volta da inflação, pelo baixo crescimento. Eu quero ser presidente do Brasil para que você volte a acreditar na política e não pensar que um, a inteligência de um pode ser mais do que a inteligência de todos.

Considerações finais de Eduardo Jorge (PV)

Foi um debate bastante democrático, mas esse minuto que eu tenho aqui é o que eu tenho na TV, pouquíssimo, para discutir essas teses difíceis, como diz o jornalista, por falta de coragem das lideranças brasileiras. Assim nós criamos o PV de uma forma inovadora, uma forma de multiplicar esses pães e peixes desse um minuto. Todos os dias, terça, quinta e sábado, quando aparecer aqueles um minuto e quatro segundos meus no partido verde na televisão, quando acabar eu vou continuar na Internet ao vivo conversando com quem quiser me criticar, completar, acrescentar, discutir essas teses inovadoras do PV, durante mais uma hora pela Internet. Quero ter a oportunidade de discutir e ouvir as críticas às nossas ideias.

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