O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 2 de abril de 2023

Faz sentido o Brasil se aproximar de China e Rússia? - Programa Latitudes, Duda Teixeira, Rogerio Ortega, Paulo Roberto de Almeida

 1501. “Faz sentido o Brasil se aproximar de China e Rússia?”, Programa Latitudes n. 19, 1 abril 2023, 1h de conversa com os jornalistas Rogério Ortega e Duda Teixeira sobre as posições adotadas pela diplomacia petista em relação aos grandes temas da política internacional, como a invasão da Ucrânia e a retórica belicista da China (link: https://www.youtube.com/watch?v=3S2n8_pCtrw).

Durante mais ou menos uma hora conversei com os dois jornalistas do Antagonista e da revista Crusoé, sobre muitos dos temas abordados nestes dois artigos meus, recentes, para o semanário: 

1499. “O que Putin quer de Lula? O que ele vai conseguir?”, Crusoé (31/03/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/257/o-que-putin-quer-de-lula-o-que-ele-vai-conseguir/?fbclid=IwAR0HUZLik-L-mAziepagvbW2FtPFh-mtymnqIQHUhNSGKuu2dxVGndG0dKk?utm_source=crs-site&utm_medium=crs-login&utm_campaign=redir). Relação de Originais n. 4344.


1496. “O Brasil e a China: até onde vai a relação estratégica?”, revista Crusoé (3/03/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/253/o-encanto-de-lula-pelo-duvidoso-modelo-chines/); divulgado no blog Diplomatizzando (12/03/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/o-brasil-e-china-ate-onde-vai-relacao.html). Relação de Originais n. 4326.



Muitos dos temas discutidos também têm a ver com estes meus dois artigos também recentes: 


1498. “Perspectivas da diplomacia no terceiro governo Lula, 2023-2026”, Revista do CEBRI (no 2, n. 5, janeiro-março 2023; ISSN: 2764-7897 (online); 2764-7889 (impressa); link: https://cebri.org/revista/br/artigo/73/perspectivas-da-diplomacia-no-terceiro-governo-lula-2023-2026). Relação de Originais n. 4316.


1497. “Os intelectuais do Itamaraty e o caso único de José Guilherme Merquior”, revista Crusoé (17/03/2023; link:https://crusoe.uol.com.br/edicoes/255/os-intelectuais-do-itamaraty-e-o-caso-unico-de-jose-guilherme-merquior/ ). Relação de Originais n. 4335.


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Algumas reações da audiência que alcançou este programa: 

 

(A) Comentários na postagem no YouTube:

 

Marco Antonio Coragem

há 1 dia

Parabéns pela excelente entrevista com o experimentado diplomata sobre a atualidade é o descompasso de nossa diplomacia Coitado do nosso Brasil!

 

Fabio Ballestro

há 23 horas

Que aula! Esse embaixador sabe tudo de geopolítica e história moderna. Parabéns.

bmosken

há 11 horas

Como sempre, excelente programa. Pena que são poucos os brasileiros que aproveitam essa oportunidade pra saber o que acontece no mundo.

 

Rosele Sarmento

há 6 horas

Excelente entrevista! Uma verdadeira aula de geopolítica! Parabéns aos três.

 

Tania Mara Knorr

há 1 dia

Esse senhor é realmente bem formado e bem informado

Maria José Pereira da Silva

há 1 dia

Excelente programa! Parabéns! 

 

Pris Pros

há 1 dia

Bastante esclarecedor! 

 

Mônica Scodeler

há 1 hora

Excelente, entrevista. Parabéns, Antagonista.

 

Damasco Restaurante

há 1 dia

O antagonista e a crusoe deveriam abrir o programa para publicidade. Os 3 já não fazem mais parte. Não tem nexo não financiar. Os programas continuam muito bom

 

Wagner Parnoff

há 11 horas

Uma aula jornalismo, parabéns por trazer clareza, magoado que nos últimos 20 anos não estamos no caminho certo, o Brasil está flertando com o populismo um atraso imensurável para a nosso população, esperando uma luz no fim do túnel em 2026, que com certeza os próximos 4 anos vai ser de retrocesso populista….

 

Sandra De Souza

há 1 dia

Excelente. Obrigada.

 

Elisabeth Muller

há 1 dia

Excelente!!

 

Fernando Arruda

há 11 horas

Excelente

 

Carlos

há 11 horas

Pois é...Essa opção pelo uso da moeda chinesa não deveria passar pelo Congresso?

 

Ana Galdino

há 16 horas

👍👍

Marcos Felix

há 1 dia

queria entender qual a fonte, qual autor relaciona direita com preconceito? e esquerda cm direitos humanos?

 

John Gutierro

há 21 horas

Eu queria entender essa acusação de q seríamos títeres da China pela questão de sermos dependentes do mercado chinês para manter nosso mercado estável temos q manter uma grande proximdade. Porém dadp ao contexto seria de bom grado dizer que os eua sempre utilizaram a sua hegemonia econômica e militar para forçar paises a fazerem acordos q muito beneficiam aos yankez e mais debilita ao estado vassalo. Resumindo áos grandes antagonistas q nos fala. Será q não séria melhor começar a lutar unicamente pela nossa soberania e independência nacional como povo e potencia q somos. EU acho q não devemos ajoelhar perante aos chineses e tampouco aos yankes. Nos devemos deixar bem claro que não somos vassalos nem de chinês e nem de americanos. Se vcs dois tem problemas q se resolvam mas nos brasiliros não somos e nem seremos Forçados a concordar com oa yankes e tampouco nos interessa tomar um lado nesta guerra. Para mim essas guerras devem ser aproveitada temos mão de obra farta voluntário para a defesa de berlim

 

O Brasil já foi ,ingenuamente "minha pátria amada", agora tenho ,sem nenhum respeito,verdadeiro asco. Assim pudesse sair.

 

Fernando Amado Aymore

há 2 horas

Entrevista excelente sobre as falhas da hipocrisia diplomática brasileira que deve se aliar às democracias e jamais aos estados totalitários de China ou Rússia com seus presidentes „eternos“.

 

Hank Lenzi

há 4 horas

Amorim é obsessivamente antiamericano. Velho na idade e na mentalidade.

 

Sonia Santos

há 14 horas

Excelente

 

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(B) Comentários no chat da emissão: 

 

Elen TorresBoa noite!

 

Mauro SantosO chanceler anão fará a ponte entre Lavrov e Ladrov

 

Rogerio CocatiBoa Noite

 

Joelto da mataBoa noite pessoal

 

Lilian BulgariBoa noite

 

Rogerio Cocatio Brasil 🇧🇷 esta errado tem que ter um lado! nesse caso a Rússia está sendo covarde com a Ucrânia!

 

Ariadne De Alencar OliveiraBoa noite, pessoal...

 

marcia brunettiBoa noite Duda, Rogério, convidado do Latitude e pessoal do chat

 

Carlota FernandesBoa noite de Portugal 🇵🇹 uma portuguesa 

 

Ariadne De Alencar OliveiraPõe equívoco nisso...

 

Carlota FernandesSem dúvida alguma 

 

Silvia Teixeira Macedo: Oi Duda e entrevistados boa noite 

 

Gelson Santoso Brasil está sendo governado pelo crime organizado todos sabiam quem era e é o PT

Silvia Teixeira Macedo: @Elen Torres olá @marcia Brunetti olá 

 

Rogerio Cocatipetistas não ficam meia hora na Rússia!

 

Elen TorresBoa noite!

 

Mauro SantosO chanceler anão fará a ponte entre Lavrov e Ladrov

 

Rogerio CocatiBoa Noite

 

Joelto da mataBoa noite pessoal

 

Lilian BulgariBoa noit

 

Rogerio Cocatio Brasil 🇧🇷 esta errado tem que ter um lado! nesse caso a Rússia está sendo covarde com a Ucrânia!

 

Ariadne De Alencar OliveiraBoa noite, pessoal...

 

marcia brunettiBoa noite Duda, Rogério, convidado do Latitude e pessoal do chat

 

Carlota FernandesBoa noite de Portugal 🇵🇹 uma portuguesa 

 

Ariadne De Alencar OliveiraPõe equívoco nisso...

 

Carlota FernandesSem dúvida alguma 

 

Silvia Teixeira Macedo: Oi Duda e entrevistados boa noite 

 

Gelson Santoso Brasil está sendo governado pelo crime organizado todos sabiam quem era e é o PT

Silvia Teixeira Macedo: @Elen Torres olá @marcia Brunetti olá 

 

Rogerio Cocatipetistas não ficam meia hora na Rússia!

 

marcia brunettiBoa noite @Silvia Teixeira Macedo 

Ariadne De Alencar OliveiraDeveriam ficar e passar uma temporada por lá...

𝙞𝙖𝙣𝙞𝙣𝙖@Elen Torres Silvia

 

Márcia : boa noite

 

Carlota FernandesA Europa está de rastos 

 

marcia brunettiBoa noite @𝙞𝙖𝙣𝙞𝙣𝙖 @Elen Torres 

 

Silvia Teixeira Macedo: @ianina boa noite 

 

Denis SantosLula foi vetado no congresso de Portugal, e parlamentares em discurso disseram q seria uma vergonha um bandido q financia DITADURAS participar 

 

Denis Santosolha a vergonha q estamos passando

Elen Torres@Silvia Teixeira Macedo @marcia brunetti @ianina 

Ariadne De Alencar OliveiraTeremos mais 3 anos de vergonha pela frente...

 

Denis Santossobre a guerra, pq ninguém fala q a culpa é da OTAN, pq pós seg guerra houve acordo de não expansão para o Leste 

 

Carlota FernandesO Lula já não tem nada para dar

 

marcia brunettiMas o PT em sí é um recuo de 90 anos. Eles vivem de discurso empoeirado e cheio de traças

 

Denis SantosQueria ver se alguem quisesse colocar base militar na fronteira do EUA se eles deixariam HIPÓCRITAS

 

Ariadne De Alencar OliveiraAh, mas para nos tirar tem bastante disposição...

 

Carlota FernandesO Brasil lulista precisa de acordar para a realidade 

 

Sonia BatistaBoa noite

 


Em busca de mais impostos ou mais inflação* - Carlos Alberto Sardenberg (O Globo)

 *Em busca de mais impostos ou mais inflação*

Carlos Alberto Sardenberg

O Globo, 01/04/2023

Arcabouço depende de forte ganho de arrecadação, difícil de realizar. E, realizado, aumenta o custo Brasil

O novo arcabouço fiscal só funciona, mantendo as contas públicas em razoável equilíbrio, na ocorrência de três situações:

1) expressivo ganho de arrecadação do governo federal;

2) forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ou;

3) alta inflação.

O ajuste proposto se baseia no ganho de arrecadação. O corte de despesa só ocorre, quer dizer, só seria necessário em circunstância difícil de acontecer. Na verdade, o programa como que protege o crescimento da despesa, chegando mesmo a estabelecer uma expansão mínima de 0,6% em termos reais. Também fixa uma meta de investimentos, corrigida anualmente pela inflação.

Sim, sabemos que o governo tem mesmo de gastar, especialmente nos programas sociais. Sim, investimentos geram crescimento, emprego e renda. E, finalmente, não há como cortar radicalmente a despesa. Os gastos obrigatórios (Previdência, salários do funcionalismo, programas sociais, educação e saúde) consomem cerca de 95% da receita. Tudo isso subirá com o aumento real do salário-mínimo e o reajuste do funcionalismo. Sem contar as diversas promessas de campanha. Isso posto, também é preciso admitir: qualquer que seja a boa intenção, chame-se a coisa de gasto ou investimento, o governo precisa colocar dinheiro. E de onde vem?

Da arrecadação, óbvio. Não por acaso, o ministro Haddad, ao apresentar o programa, acentuou esse ponto. Assegurou que não criará novos impostos nem aumentará alíquotas, mesmo assim sugeriu que pode obter logo um ganho de R$ 150 bilhões. Quem pagará isso? O ministro responde: quem deveria e não está pagando impostos. Diversos setores econômicos recebem incentivos fiscais, são autorizados por lei a não pagar ou a recolher menos impostos, taxas e contribuições. Exemplo maior: as empresas instaladas na Zona Franca de Manaus. Mas há muito mais. O obstáculo está exatamente aí: são setores protegidos por lei, logo devem ser desprotegidos por novas leis aprovadas no Congresso. E lá o governo enfrentará os mesmos lobbies que conseguiram as vantagens. Não será fácil. Também não recolhem impostos as grandes empresas da área de tecnologia. A pessoa compra uma roupa num site chinês — ou de qualquer outra origem — e recebe em casa a mercadoria produzida noutro país, por empresa sediada em algum paraíso fiscal. Há uma discussão no mundo todo sobre como taxar esses negócios via “big techs”. Está difícil. Sempre haverá um país disposto a oferecer incentivo para receber a sede fiscal e a base operacional desses gigantes corporativos. Proibir que essas empresas façam negócios por aqui? Só prejudicaria os consumidores, além, claro, de o país não recolher um centavo de impostos. Aliás, perde aquele que se recolhe nas atividades paralelas.

Eis o ponto: o arcabouço fiscal depende de forte ganho de arrecadação, difícil de realizar. E, realizado, aumenta o custo Brasil para empresas e cidadãos. Uma forte expansão do PIB resolve isso automaticamente. Mais crescimento e renda, mais receitas para o governo. Problema: as projeções mostram expansão pífia para os próximos anos, em torno de 1%. Dirão: se o governo gastar mais e estimular a economia, o PIB responde. Mas, para isso, o governo precisa recolher todo aquele dinheiro. Difícil, de novo. A reforma tributária pode melhorar o ambiente de negócios — e, pois, estimular investimentos privados —, mas no médio prazo, para além do atual governo. E precisaria ser votada no Congresso.

Resta a inflação, sim, a própria. Inflação eleva o PIB nominal, logo aumenta a arrecadação. Além disso, a moeda desvalorizada diminui o valor real das despesas do governo, de modo que a mágica se completa: mais receita, mais espaço para gastar. Já aconteceu e sabemos como termina: inflação saindo do controle e corroendo a renda das famílias. Será que deixarão acontecer novamente? Por isso a bronca com o Banco Central? Suspeitas, claro, mas não despropositadas. Os obstáculos são reais.

oglobo.globo.com/opiniao/carlos-alberto-sardenberg/coluna/2023/04/em-busca-de-mais-impostos-ou-mais-inflacao.ghtml 

A inteligência artificial precisa se aperfeiçoar em geografia e nos currículos acadêmicos: quem é Paulo Roberto de Almeida?

O primeiro parágrafo do resultado está completamente enganado sobre meu nascimento e formação. Os dois outros parágrafos estão basicamente corretos, embora não seja certo que eu tenha tido uma "carreira distinguida", tenha servido em "posições de alto-nível", ou trabalhado na ENAP. Ele exagerou para melhor.

Paulo Roberto de Almeida, depois de uma rápida consulta, ao verificar que a tal IA também se enganou com diversas outras pessoas.

https://chat.openai.com/chat

"Paulo Roberto de Almeida is a Brazilian diplomat, economist, and writer. He was born on August 13, 1949, in Belo Horizonte, Brazil. He graduated from the University of Brasilia with a degree in economics in 1973 and received a doctorate in international relations from the University of Paris in 1981.

Almeida has had a distinguished career as a Brazilian diplomat, having served in a number of high-level positions in Brazil's Ministry of Foreign Affairs. He has also held academic positions at various universities, including the University of Brasilia and the Brazilian School of Public Administration.

In addition to his diplomatic and academic work, Almeida is also a prolific writer. He has published over 40 books on a wide range of topics, including international relations, economics, and Brazilian politics. He is a frequent commentator on Brazilian and international affairs and has been a regular contributor to various Brazilian newspapers and magazines."


sábado, 1 de abril de 2023

A trajetória parlamentar de Gregório Bezerra e Roberto Morena - Mestrado de Soraia Vieira Nogueira (CEDEM-Unesp)

A trajetória parlamentar de Gregório Bezerra e Roberto Morena

Documentação disponível no CEDEM foi importante para realização do estudo

20/03/2023, 07:00 por: Assessoria de Comunicação do CEDEM, da Unesp

 https://www.cedem.unesp.br/#!/noticia/604/a-trajetoria-parlamentar-de-gregorio-bezerra-e-roberto-morena/

Gregório Lourenço Bezerra (1900 – 1983) foi um destacado dirigente comunista. Roberto Morena (1902 – 1978) foi operário e também militou no Partido. Ambos cumpriram mandatos de deputado federal no período da Guerra Fria. Bezerra foi eleito pelo PCB para o mandato de 1946 a 1950, mas só cumpriu dois anos, visto que a agremiação foi posta na ilegalidade no então governo de Eurico Gaspar Dutra. Morena foi eleito em 1951, no segundo governo de Getúlio Vargas, pelo Partido Republicano Trabalhista (PRT), uma vez que o PCB estava cassado. Os mandatos desses dois políticos foi objeto de estudo de mestrado de Soraia Vieira Nogueira, apresentado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob orientação da docente Anita Leocadia Prestes.

A pesquisa intitulada História comparada da atuação parlamentar de dois comunistas brasileiros: o camponês Gregório Bezerra (1946-1948) e o operário Roberto Morena (1951-1955) busca, segundo sua autora, “fazer uma leitura da atuação dos comunistas brasileiros diferente das versões eivadas de anticomunismo da história oficial e de informações equivocadas de alguns pesquisadores. Como é sabido, as classes dominantes e a história oficial se esforçaram em apagar as memórias e, por vezes, criar versões deturpadas e caluniadoras sobre eles e boa parte da literatura produzida estava mais preocupada em apontar os erros do PCB do que em realizar uma análise mais abrangente”.

Para realizá-la, Soraia analisou e comparou os discursos proferidos por Bezerra na Assembleia Nacional Constituinte, de 1946, e na Câmara dos Deputados e por Morena na Câmara. Além disso, selecionou os documentos do Partido Comunista; as Memórias de Bezerra; o perfil parlamentar de Morena encontrado no Centro de Documentação e Memória (CEDEM); os verbetes disponíveis no Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro do Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas (CPDoc/FGV), periódicos comunistas e jornais diários.

“O CEDEM é um arquivo que possui importantes acervos documentais sobre a história política do Brasil do fim do século XIX e início do XX e boa parte está disponível aos pesquisadores que desejam investigar o acervo. O Fundo Roberto Morena oferece um conjunto de documentos produzidos no Brasil e em outros países e foi importante para compreendermos a trajetória de Bezerra e Morena para verificarmos se a origem camponesa de um, e operária de outro, interferiram em suas atuações parlamentares,” enfatiza a pesquisadora.

Durante o estudo, Soraia percebeu que os principais temas defendidos pelos dois deputados, ainda que em épocas distintas, retrataram as preocupações do PCB. Em seus discursos, eles defenderam a democracia e a soberania nacional frente à dominação imperialista; as classes de trabalhadores da cidade e do campo (camponeses e trabalhadores rurais assalariados); mulheres, crianças e jovens marginalizados e oprimidos.

Segundo a autora, em todos os documentos os comunistas afirmavam que o PCB era o partido do proletariado e do povo que sofre, luta, trabalha e produz. É certo que, tanto Gregório quanto Morena lutaram pelos trabalhadores explorados nas cidades e no campo. “Comparando os conteúdos dos discursos, percebemos que Gregório defendeu mais os camponeses explorados, em vias de expulsão de suas terras pelo latifundiário e os trabalhadores rurais assalariados do que a classe operária. Ao passo que Morena lutou pelos metalúrgicos, ferroviários, tecelões, bancários, curtumeiros, entre outros, do que a grande massa de homens explorados e oprimidos do campo,” afirma.

Outro ponto semelhante na atuação dos deputados, observado pela pesquisadora, foi a defesa intransigente das mulheres e das crianças pobres e exploradas. No dia a dia estiveram ombro a ombro com as mulheres em suas lutas nos engenhos de cana, nas fábricas, nos Comitês Democráticos Populares, nos congressos, nos sindicatos, nas favelas, nos enterros dos seus entes queridos, entre outros espaços, onde havia as reivindicações tão necessárias à melhoria de vida. Gregório brigou pelas parturientes que geravam filhos subnutridos; Morena, pelas operárias que recebiam salários em torno da metade ou um terço do que recebiam os homens. “Diante disso, podemos dizer que ambos tiveram importantes atuações parlamentar e extraparlamentar na tentativa de ouvir o clamor dos mais necessitados e tentar resolver ou minorar os problemas,” esclarece.

Soraia conclui afirmando: “Independentemente dos erros ou acertos tanto da estratégia quanto das táticas do Partido Comunista, a documentação evidencia o quanto eles lutaram pela solução dos problemas sociais no Brasil. Contudo, dentro de um parlamento conservador a luta travada pelos comunistas foi uma luta de classes. Por isso, os seus projetos, os apartes, os requerimentos e as emendas apresentados, em sua maioria, foram rejeitados ou indeferidos, pois não interessava aos representantes das classes dominantes resolver os sérios entraves que atingiam a maioria da população subjugada”.

Onde pesquisar: 

CEDEM 

On-linewww.cedem.unesp.br
Presencial: Sede do Centro de Documentação e Memória (CEDEM), da Unesp
Praça da Sé, 108, 1º andar – São Paulo (SP)
E-mail: pesquisa.cedem@unesp.br
Tel.: 11-3116-1701


O Estadão não gostou do arcabouço: Editorial

 Licença para gastar

Do que foi revelado, a proposta de ancora fiscal do governo não tem uma única medida concreta para rever gastos e aposta em aumento irreal de receitas. Já se sabe onde isso vai dar. 

O Estado de São Paulo – Editorial – 1º de abril de 2023

         O governo de Lula da Silva demorou, mas apresentou sua proposta de arcabouço fiscal. O mecanismo, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai fixar o crescimento das despesas a 70% do avanço das receitas. Em paralelo, os gastos terão um piso e um teto, que garantirão a eles um aumento real de 0,6% a 2,5% acima da inflação. Esse plano, de acordo com o governo, seria capaz de reduzir o déficit primário a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, zerá-lo em 2024 e gerar um superávit em 2025 e 2026.

                   Após a euforia inicial gerada pelo anúncio, economistas começaram a se ater aos números e detalhes da proposta. A primeira dúvida diz respeito ao rombo para este ano. Na semana passada, na divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do primeiro bimestre, o Ministério da Fazenda havia reduzido a estimativa de déficit primário de R$ 228,1 bilhões, o equivalente a 2,1% do PIB, para R$ 107,6 bilhões, ou 1% do PIB.

 

         O que fez com que o governo cortasse a projeção do rombo de 1% para 0,5% do PIB passados apenas oito dias permanece uma incógnita. Tudo indica, no entanto, que essa mudança teria relação com um outro pacote, ainda a ser apresentado, cujo objetivo é rever parte dos subsídios e renúncias tributárias e onerar setores que hoje não recolhem impostos, como o de apostas eletrônicas. Esse plano elevaria a arrecadação federal em R$ 100 bilhões a R$ 150 bilhões.

         Assumir essa projeção de aumento de receitas como um fato concreto é de um otimismo que beira a ingenuidade, considerando a articulação que esses grupos de interesse conquistaram no Congresso. Mas o problema é que esse aspecto resume a essência da proposta do arcabouço fiscal do governo, que aposta num crescimento irreal de receitas e não propõe uma única medida concreta para rever os gastos estruturais da União. Ao contrário: se há algo que esse mecanismo assegura é que as despesas cresçam ano a ano e sempre acima da inflação, o que é suficiente para colocar em xeque qualquer previsão de superávit primário.

         Há outros detalhes questionáveis a respeito das bases do novo arcabouço fiscal e que o enfraquecem já de saída. A regra não atinge os fundos que bancam o piso salarial dos professores e da enfermagem, bem como mantém os mínimos constitucionais estabelecidos para saúde e educação, independentemente das reais necessidades das áreas e do recorrente empoçamento de recursos orçamentários que esses setores registram ano a ano. Da mesma forma, os investimentos estão fora do escopo da âncora. O patamar atual, de R$ 70 bilhões a R$ 75 bilhões, será mantido e corrigido pela inflação mesmo que as receitas sejam frustradas, mas poderá ser ampliado, de maneira extraordinária, caso a arrecadação supere as projeções do governo.

         Na entrevista em que a proposta foi detalhada, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ao defender a flexibilidade do arcabouço, criticou a rigidez do teto de gastos e as recorrentes emendas constitucionais aprovadas para alterá-lo. Mas, na ânsia de elaborar algo exequível, o governo perdeu a mão. Se houver superávit primário no fim do mandato de Lula, a única forma de atingi-lo sem reformas que revisem os gastos obrigatórios será pela elevação de uma carga tributária já bastante alta. Do contrário, essas despesas serão financiadas da mesma forma como têm sido arcadas nos últimos anos, via endividamento – o que retroalimenta a inflação e exige o aumento da taxa básica de juros.

         A nova regra, segundo Ceron, permitirá ao governo fazer escolhas. Se é assim, a primeira escolha parece muito clara: . Foi exatamente a prática adotada pela administração de Dilma Rousseff, que levou o País a uma recessão cujos efeitos ainda não foram completamente superados. A opção por um Estado eficiente foi mais uma vez descartada. E, se mesmo um arcabouço frouxo como este foi alvejado pela ala política do governo e por lideranças e parlamentares petistas, é o caso de o País começar a se preocupar.

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Comentário de Tomas Guggenheim:

 O Estadão não gostou do "arcabouço". O resumo do resumo estaria na frase "assegurar condições para que todo e qualquer gasto possa ser realizado". Ainda é um tanto prematuro julgar as intenções do governo, mas se o Estadão estiver certo, a gastança (se possível com pouca inflação), bem mais do que a redistribuição de renda (que sempre encontra muita resistência), seria um atalho (ou uma avenida) para a permanência indefinida no controle do aparelho estatal, com o argumento para (os apoiadores) de que, excluindo dele os inimigos dos necessitados/excluidos, entreguistas, privatizadores, o "mercado", etc, com pouco mais o país acabará por se desenvolver inevitavelmente. ”


Argentina: como se deu a autofagia - Stelio Amarante, Dalton Melo de Andrade

 Reproduzo abaixo uma postagem de meu amigo e colega diplomata Stelio Amarante sobre o processo de “self-depletion” da e na Argentina, destruída pelos seus próprios dirigentes, em especial Perón, mas também dirigentes de outras correntes.

A causa principal do empobrecimento da Argentina foi a fuga de imensa parcela do capital que se havia acumulado durante as primeiras décadas do século passado.

O agrobusiness (trigo, carne e lã) havia naqueles tempos dourados elevado a renda Argentina a níveis estratosféricos. Teve início porém lá pelos anos 30 e 40 um encadeamento catastrófico. O país tinha população pequena e sem mercado interno que sustentasse processo industrial. Teve início a migração de capital argentino para os mercados financeiros da Europa e da América do Norte. Com os imigrantes chegaram também as conflitivas ideologias políticas europeias: comunismo, fascismo, anarquismo e nazismo, criando um ambiente que acentuou a fuga de capitais argentinos. A versão argentina do fascismo mussolínico, o Peronismo, foi porém a mais assustadora onda a induzir os detentores de capital a se protegerem, transferindo recursos para o exterior. Dizem que os capitais argentinos entranhados nos mercados financeiros internacionais há muito tempo superam as reservas oficiais do país.

A política econômica assistencialista iniciada com Perón gerou outro monstro, a inflação, devastadora de capital e rebaixador do padrão de vida das classes assalariadas.

Gradualmente, a perda de confiança na moeda argentina levou a uma dolarização dos meios de pagamento. Das cidades em que vivi, Buenos Aires foi a única em que não abri conta bancária. Apenas usava, como todos os amigos argentinos, cartão de crédito. Quando chegava o dia de pagar a conta mensal, trocava dólares. 

Quem vá a Buenos Aires hoje em dia achará ainda deslumbrante o comercio da zona elegante da cidade. Pois ele é sustentado pelo consumo dos detentores de recursos aplicados no exterior, que trazem a conta-gotas para a Argentina os dividendos de seus investimentos fora.

íFuncionários e trabalhadores que sobrevivem nesta atmosfera pouco oxigenada trocam lucros e saldos salariais por dolares. Não há forma de governo, arcabouço fiscal, genialidade de economista de Chicago, Viena ou PUC Rio que consiga trazer para a Argentina parcela substancial do dinheiro aplicado fora. 

Esperemos que fenômeno semelhante não nos faça perder capital em benefício de terceiros países. A Bolsa que detecta este medo, já desceu de 120 mil pontos para menos de 100 mil…”

Stelio Amarante

Comentário de Dalton Melo de Andrade:

“ Comentários pertinentes. Cheguei a comprar sapatos excelentes por um dólar! (1974,1975). Quando trabalhei na OEA, tinha um bom amigo argentino, Rodolfo Martinez, ex-Ministro de Frondizi, Professor de Ciências Políticas da Universidade de Buenos Aires, então Diretor Cultural da Organização. Perguntei-lhe, numa das nossas conversas, como ele explicava o problema de seu país; respondeu, com uma palavra, Peron.”

Resposta do Stelio:

“Dalton Melo de Andrade: Verdade. Perón foi o “Anjo exterminador” da Argentina. Nosso Getúlio Vargas, também adepto da escola fascista salazarista, era muito mais inteligente e soube modernizar o Brasil, sobretudo através do excelente DASP, que racionalizou os serviços públicos, contendo o chamado “empreguismo” que atualmente consome imensa parcela do PIB e nos oferece pífios serviços públicos.”


Russia: não mais um império, nem um Estado nacional - Barry Gander (Medium)

 The Empire Strikes Back: Putin’s Drive To Revive Soviet Borders Is Doomed

Barry Gander

Medium, March 31. 2023


Thousands flee Putin’s Russia into Georgia as part of a million-person refugee tide.

We have been here before.

History gives us a way to forecast Russia’s future, as the reign of state control again erodes the country’s ability to move forward.

These events have happened back in 1991, when Soviet president Mikhail Gorbachev was faced with a coup by Soviet security forces. But the coup’s leaders had no popular support, and the ruling bureaucracy was also split. Boris Yeltsin climbed aboard a tank, the people of Moscow rallied for freedom and democracy, and the coup leaders surrendered within days.

The coup by the security forces actually accelerated the demise of the Soviet Union. It gave the people of the USSR a stark choice. Yes, independence was frightening, but it could not be worse than the totalitarian alternative. In turn, republic after Soviet republic tumbled towards independence. In Moscow a jubilant crowd tore down the statue of “Iron” Felix Dzerzhinsky, the founder of the secret police, right in front of the KGB headquarters.

That revolution for freedom was extinguished in the heartland, a bit at a time, by Putin, through assassination, mass bombings and military occupation.

Now however Putin’s overlay of dictatorship is also fraying, and the pattern of freedom is reasserting itself again. This is “Overthrow 2.0”.

Putin has just been betrayed by China, which is about to tear out Russia’s Asian heartland.

Russia’s other dependencies are attracted to Western values, and are seeking independence — just like 1991.

Once an area has tasted independence from a dominating power, it will not go back into its box.

This is the problem facing Putin as he fumbles to put back the pieces of the old Soviet empire.

He has denied that he has a goal of re-establishing the Soviet Empire. His denials lost credibility after he ordered Russian troops to be sent to eastern Ukraine. We have been here before with this man.

He has continually questioned Ukraine’s sovereignty. In 2008, Russia supported two Georgian separatist regions and has backed a breakaway region of Moldova, Transnistria, since the 1990s. He annexed Ukraine’s Crimea peninsula in 2014. He became the first person to annex sovereign foreign territory by force since Saddam Hussein in Kuwait. He cut off Europe’s energy supplies, threatened the use of nukes, and ran a fascist propaganda campaign around the world.

Last year his militia took over eastern Ukraine’s Donetsk and Lugansk rebel republics and he recognized them as “independent-with-Russian-troops”.

Weeks before Russia’s invasion of Ukraine he was insisting that he had no intention of attacking Ukraine and accused the U.S. and NATO of stoking the tension by refusing to accept Moscow’s demands for “security guarantees” from the Western alliance.

Ukraine wants to be part of Europe. There is no guarantee Putin could get that would change that perspective. It also wants to be part of NATO. Both organizations are voluntary bodies — no one is forced to belong and no “security guarantees” can be part of an equation where the people have picked the path to democracy.

Putin actually wants guarantees against freedom, not NATO.

The desire for freedom is hard to detect in Russia itself, because the people are so muffled.

But it can be seen more clearly in Russia’s fringe of reluctant puppet states, where the control is less. They are able to make the choice that faced the Russians themselves in 1991: do you want freedom or do you want to be ruled by a gong show run by a poisoning dictator and his five gangs of thieves.

It is not really surprising that the West “let” Putin turn Russia into a concentration camp. At any step where a change could be made, it would mean fighting a world war. That is what kept the allies from stopping Hitler when he occupied the Rhineland. In a democracy, could the French President have gone to his people with a motivating rationale for war against Hitler?

Dictatorships have it easy; democratic countermeasures are hard. We need to have some sympathy and understanding for the bewildered democracies in Europe in the 1930s.

But we have learned from that era.

In the build-up to Putin’s invasion of Ukraine, to paraphrase Winston Churchill’s definition of appeasement, we are feeding the crocodiles, hoping they will eat us last.

(And I will keep calling this “Putin’s War”, not “Russia’s War”. The Russians were never asked for their approval. That would have meant the need for a reason for the war…beyond ego-driven empire-building)

Instead of standing on our principles about the universal values of human rights and human life, we quibbled with Russia’s propagandists about whether Russia’s feelings were being hurt. Is it uncomfortable for you to have NATO so close? OOPS — our fault!

But it has never been about NATO. Russia has in the past acknowledged Ukraine’s right to join NATO. Taking NATO off the table will not quell his insecurity; what he fears is democracy. In fact, up until Putin’s invasion of Ukraine, NATO had been drawing down resources in Europe, not increasing them.

Our focus therefore has to be the final triumph of Western-style democracy over bygone dictatorships. NO appeasement or apologies will be possible, because this is a binary game: democracy or dictatorship.

And in the process, we cannot promote democracy while treating the leaders of the world’s most repressive regimes as equals, advises Garry Kasparov, former chess champion turned activist. His mother had hung a sign above his bed — a saying of the Soviet dissidents — “If not you, who else?” We are all responsible for seeing that justice is done.

We have a lot on our side.

Almost every nation in the world that matters today is democratic. There was a time in the 1940s when dictators ruled from the English Channel to the Bering Sea. Now there are only TWO meaningful hold-outs: Russia and China.

I may be wrong, but I sense that China can evolve; we don’t need to shake a spear at them. Their biggest existential threat anyway is India, not America: India is poised to take their jobs and industry.

Our goal in Russia would ideally be to provide the citizens with hope and possibilities for a brighter future.

They exist right now in an increasingly fraught environment. The war is going badly. Russia currently controls only 17 percent of Ukrainian territory, which is the least amount of area that its forces have occupied since April. Russian leaders can see that the walls of their tents are coming down, and the light is getting in.

And sadly, Russia will not become a democracy until it falls apart. Russia is not really a nation-state but a premodern multiethnic empire living for 300 years on geographic expansion and resource looting.

Russia’s influence in the region has waned and citizens have repeatedly signaled their desire to escape Moscow’s grasp. Subservience to Putin is now required. If the regions could be free, why could not the Russians themselves?

This almost happened, in the elections in 2011. They were the largest protests in Russia since the Soviet collapse. Ordinary Russians showed themselves to have both the will and the capability to threaten his grip on power.

With this fear of democracy as his overriding motive, Putin will remain committed to undermining Georgian, Moldovan, Armenian, etc. democracy and sovereignty.

Russia has gotten so good at quelling regional aspirations that the government of Iran asked Russia for help in suppressing a popular uprising.


The former USSR. All the states not marked “Russia” will become independent as soon as they can. The central Asia group is now being courted by China, in a display of breathtaking hypocrisy by President Xi.

In Kazakhstan, for example, there were nationwide protests against fuel prices last year. The protests morphed into a working-class grievance campaign. The President could not get a response from his own security forces and called on the Russians. The crowds were brutally crushed and 238 people died. The former defence minister has just been jailed for not doing enough to protect the government.

Dagestan is a mountainous republic within the Russian Federation. There have been confrontations between police and crowds of mothers who were infuriated that their sons were being drafted for the war in Ukraine.

Some other ethnic minority parts of the Russian Federation, including its 22 ethnic republics, as well as other far-flung territories, or krais, even majority ethnic Russian ones, have seen anti-mobilization protests in recent weeks — as far afield as the Siberian city of Yakutsk, the capital of the Sakha Republic and Vladivostok in Russia’s far east.

While they have died down for now they have left sullen anger and resentment, which is compounding long-standing economic and local political grievances in the Russian Federation’s periphery.

Russia’s ethnic republics and far-flung territories will not remain quiet and subdued for much longer, suspects Russian-born political scientist Sergej Sumlenny, a former chief editor at Russian business broadcaster RBC-TV.

“The republics have long chafed under Moscow’s imperial rule — so too territories in the far east and parts of remote northern Russia.” The seeds of potential rebellion, especially in the North Caucasus, the Sakha Republic and the Middle Volga, are being sown, he thinks. Increasing economic distress and impoverishment, the exploitation of natural resources only for the benefit of Moscow, the failure to drive development and investment, a reckless attitude to pollution and environmental degradation, and governance swinging from repression to negligence are all stoking simmering grievance.”

What could trigger real revolt? “It could be a small spark,” he says. “Look at what triggered the Arab spring — a Tunisian fruit vendor setting himself on fire over injustice. Or look at Iran now: it can be something [like] … the death of a 22-year-old Kurdish woman because she wasn’t wearing a hijab. Revolt is often be sparked by perceived insult.

Russia’s Defense Minister Sergei Shoigu made a comparison to Yugoslavia, warning external pressures combined with internal threats risk breaking up the Russian Federation along ethnic and religious lines. At the Beijing Xiangshan Forum in 2019, Shoigu said: “Chaos and the collapse of statehood are becoming the norm.”

When the Soviet Union dissolved it wasn’t only the big constituent republics of the Soviet Union — like Ukraine, the Baltic states and Kazakhstan — that sought independence. Many of Russia’s smaller republics and even some far-flung predominantly Russian territories, cities and regions used the political turmoil to claim or to try to grab autonomy.

In 1990, fourteen of the 22 republics of the Russian Federation declared themselves sovereign and when a Federation Treaty was being negotiated the heads of several republics, including Tatarstan, demanded the new post-Communist Russian constitution recognize their “state sovereignty” as well as a right to secede from the Russian Federation. Chechnya refused to sign the Federation Treaty and declared independence, triggering an 18-month war of liberation.

Putin decided that the sovereignty of the Russian Federation would override any declaration of sovereignty by the republics or other federal subjects. Provincial authorities have been weakened.

Any candidate in a regional election who wants to register must have Kremlin backingand Putin can sack and appoint regional heads at will.

In 2021 the Russian justice ministry suspended the activities of Tatarstan’s All-Tatar Public Center “due to its extremist activities.”

Last month, retired U.S. General Ben Hodges, a former commander of the U.S. Army in Europe and a veteran of Iraq and Afghanistan, said the West should prepare for the Russian Federation breaking up within the next four or five years. “We were not prepared for the collapse of the Soviet Union. We need to be prepared for this possibility,” he told Times Radio.

Regional elites may start calculating that Moscow isn’t able to stop them breaking away, he says. “Once it starts, it could unravel fast.”

Western policymakers seem unnerved by the possibility of a break-up of nuclear-armed Russia,

That was also the case with the dissolution of the Soviet Union. Western leaders preferred the status quo and frowned on Ukraine and others breaking away. “Americans will not support those who seek independence in order to replace a far-off tyranny with a local despotism. They will not aid those who promote a suicidal nationalism based upon ethnic hatred,” President George Bush said in an infamous 1991 speech in Ukraine nicknamed the Chicken Kyiv speech.

Bureaucrats will always prefer the status quo to a social revolution — no matter that it is justified.

Oleksiy Danilov, Secretary of Ukraine’s National Security and Defense Council, said in September that the process of Russian dissolution “has already begun and will accelerate.” He said he obtained and analyzed the results of a social survey conducted in Russia. Danilov said the focus was on separatism in the central Russian Republic of Tatarstan and the southern Chechen Republic.

Tatarstan and Chechnya have large Muslim populations, and had declared their independence at the end of the Soviet Union. Chechnya fought two wars with Russia. Failure in a war of aggression without cause could spur the fires of separatism throughout the Russian Federation.

Moldova is a tiny nation of just 2.6 million people that borders Ukraine to the southwest. Russia has 1,500 troops there supporting separatists, just as it did in Ukraine. Moldova’s government has opposed the Russian presence since it gained independence in the Soviet breakup in 1991, but has no way of forcing the Russians to leave.

Georgia, on Russia’s southwestern frontier, remains in a state of dispute. If Russian occupation forces left, there is no doubt it would swing West.

At the United Nations in March of 2022, six former republics voted in favor of a resolution condemning Russia and calling for its immediate withdrawal from Ukraine. Seven more abstained or were conveniently absent. The only country to take Russia’s side, aside from Russia itself, was Belarus. Which has Russian troops on the ground.

It is not only a geographic fragmentation that Russia is facing, but a horizontal war-of-the-dukedoms. Different factions within the government have their own armies. They could fight for power because they have their own supplies of weapons. Even criminals have weapons. Chechens have weapons. The Internal Ministry has weapons. The Defence Ministry has weapons. The security forces — KGB/FSB — have weapons. Everybody has weapons. It could be chaos in the streets. It will be the same situation as 1917–18.

Political scientist Ekaterina Schulmann told The Economist that “the Russian Federation as we know it is self-liquidating and passing into a failed-state phase.” Its administration, she continued, is unable to carry out its basic functions:

“This includes the most basic mandate of any government, which is the protection of its citizenry. But Putin’s regime now presents the greatest threat to that citizenry by threatening to forcibly conscript them in the hundreds of thousands and send them into battle with almost no proper equipment and even less training.”

The Kremlin’s decision to build its army by having each region of Russia create battalions of soldiers is unbelievably stupid. At least eight regions have created such units. Leaders of these regions have ready-made battalions under their command to enforce a separation.

Western governments should prepare a response to this rule of disorder.

It was to Russia’s extreme misfortune that Yeltsin handed over power to Putin.

It was Russia’s misfortune before that, to have Stalin take power from Lenin.

And before that, to have Lenin take power from the Tsar.

If Russia were a car on a highway, it would be veering off-course every few hours, pulled to the right or left. Anywhere there is a sign that says “Higher Power Here”.

I would feel sorry for them, but I’m impatient to see what a democratic Russia — stripped of the trappings of empire — could do for the world.

They deserve better than they’ve got, for sure.


Histórias da ditadura militar : um projeto de memória

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💣💥 A ditadura militar brasileira instituída a partir do golpe de 31 de março de 1964 (1° de abril, segundo alguns historiadores) durou 21 anos e foi marcada pela repressão massiva e sistemática do Estado aos opositores. Centenas de pessoas foram presas, submetidas às mais vis e torpes torturas, assassinadas e os cadávares sumidos ou sepultados como indigentes. Alguns optaram pelo exílio, fugindo para outros países, outros debandaram para a luta armada, seja ela no campo ou nas periferias das cidades, ou seja, uma vida na clandestinidade, quando se esgotaram as formas legais de se opor ao regime. Era uma guerra silenciosa, entre jovens idealistas e as forças armadas, uma luta extremamente desigual e em alguns momentos desumana.

O projeto Muita Historia pra Contar, a primeira rede de disseminação de conhecimento histórico que publica simultaneamente nas principais redes sociais, (re)visitou algumas dessas personagens para dar nome, rosto e resgatar a memória daqueles que perderam seu bem mais precioso na luta contra os militares e pela volta do regime democrático. São alguns exemplos dos que tombaram para que hoje vivamos num Estado Democrático de Direito, que deve ser defendido por todos que acreditam numa sociedade livre, justa, plural, inclusiva e multipartidária. Quem quiser saber mais sobre cada um deles, clique nos links abaixo:

✝️ EDSON LUÍS

🖤 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2021/03/hoje-na-historia-280321-53-anos-do.html


✝️ CARLOS MARIGHELA

🖤 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2021/11/hoje-na-historia-041121-52-anos-do.html


✝️ STUART ANGEL

🖤 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2021/06/hoje-na-historia-140621-50-anos-do.html


✝️ CARLOS LAMARCA

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✝️ IARA IAVELBERG

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✝️ SOLEDAD BARRET

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✝️ MAURÍCIO GRABOIS

🖤 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2021/12/hoje-na-historia-251221-48-anos-do.html


✝️ VLADO (Vladimir Herzog)

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✝️ ZUZU ANGEL

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✝️ MASSACRE DA LAPA

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#59anosdogolpede1964

#historiarecentedobrasil

#DitaduraNuncaMais


🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋 professor e historiador.


👉 Para saber mais sobre o Golpe Militar de 1964, acesse:

💻 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2021/03/hoje-na-historia-310321-57-anos-do.html


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