segunda-feira, 16 de abril de 2012

Triste fim das cupulas das Americas (diminuidas)...

Uma comédia de erros, como diria Shakespeare, essa última (ou a mais recente, mas creio que será a última, mesmo, e ainda bem) cúpula das Américas, com todos os direitos a ridicularias, superfluidades e inutilidades.
Nem sei como assessores presidencias permitem que seus chefes de Estado se desloquem para coisas tão sem sentido, pura perda de tempo.
Abaixo a excelente síntese feita pelo ex-prefeito Cesar Maia: 



CÚPULA DAS AMÉRICAS! OU UM CORSO, COMO DISSE MUJICA!
    
1. Não houve documento final.
    
2. Presidentes do Equador e Nicarágua não foram porque Cuba não participou. Chávez alegou doença.
    
3. Não se tratou da flexibilização das drogas, nem da participação de Cuba. Morales discursou sobre Cuba e não sobre problemas da Bolívia.
     
4. Brasil tratou de protecionismo e Argentina foi quem colocou a carapuça.
     
5. Ninguém quis tratar das Malvinas e Cristina Kirchner rodou a polaina, abandonou a reunião e voltou para Buenos Aires.
      
6. Presidente dos EUA disse que a época da guerra fria e de xingar os yankees já passou há muitos anos.
       
7. No meio do "baile" o presidente do Uruguai, José Mujica, declarou: "Isso não é uma Cúpula: é um Corso. Que papelão vieram fazer".

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Comentário (longo) recebido de um leitor anônimo (mas que deve entender do assunto):

sobre a Cupula das Americas e o exercício das cúpulas.
Elas eram relativamente raras no contexto latino-americano, diferentemente das reuniões diplomáticas de nível ministerial. Destas tivemos várias, do sistema interamericano, algumas famosas, como a do Rio de Janeiro, de janeiro de 1942, que hipotecou solidariedade aos EUA, depois dos ataques de Pearl Harbor.
Depois houve a de 1947, em Petropolis, quando se firmou o TIAR, com direito a discurso do presidente Dutra. Eisenhower visitou o Brasil, mas foi bilateral, como tinha sido Roosevelt, durante a guerra.
A outra grande conferência de chefes de Estado do hemisfério foi em 1967, em Punta del Este, quando Lyndon Johnson perguntou a um assessor, já dentro do avião presidencial, "para onde mesmo estamos indo?" (bem isso pode ser apenas um joke...).

A mania de cúpulas começou mesmo com os espanhóis, que queriam a todo custo celebrar condignamente os 500 anos da viagem inaugural de Colombo.
As celebrações de Sevilha em 1992 deram a partida para as reuniões ibero-americanas, que o Embaixador Seixas Correa, ex-SG do MRE, ex-embaixador em Buenos Aires, Mexico e Madrid, já definiu como um envelope em busca de um conteúdo. Não apenas na ocasião tivemos várias iniciativas anti-colonizadoras, mas as ibero-americanas sempre foram marcadas por reclamações indiretas de parte e outra, e o Brasil nunca gostou muito do que considera, talvez, uma hispanidad excessiva.
Diferente foi a Cúpula das Américas, inaugurada por Clinton em dezembro de 1994 em Miami, e que visava dar uma roupagem mais densa à Iniciativa para as Américas que tinha sido proposta por Bush pai, em 1990. Os propósitos eram grandiosos, e além da Alca-FTAA, vários outros temas foram sempre mobilizados pelos diplomatas e estrategistas americanos, inclusive alguns que não foram muito bem acolhidos pelos latino-americanos (como integração financeira, serviços e propriedade intelectual). As negociações da Alca corriam paralelamente, com suas reuniões ministeriais e de negociadores diplomáticos, mas as cúpulas de chefes de Estado tinham certa importância cerimonial, embora pouca relevância prática. Os chefes de Estado deveriam, a rigor, pressionar seus ministros e negociadores a avançarem na agenda de cooperação e de liberalização comercial, na linha do que pretendiam os EUA, mas vários países se opunham a essa agenda, entre eles o Brasil (desde sempre, seguido mais tarde pela Venezuela chavista e pela Argentina a partir de 2003). Foram estes tres que sabotaram, conscientemente, a Alca na V Cúpula das Américas, quando Kirchner quis contentar seu amigo e unico financiador Hugo Chavez, permitindo a realização de uma contra-cúpula das Americas, num momento em que cubanos e venezuelanos já se decidiam pela Alca.
Tanto o Brasil se sentia desconfortável com as iniciativas americanas que ele propos, na virada de conceitos de América Latina para América do Sul, a partir de 1993, sobretudo com Celso Amorim na chancelaria, uma Alcsa, que nunca foi muito bem aceita pelos demais países.
As ibero-americanas foram se fazendo de modo muito burocratico e as cúpulas das Américas também não conseguiram realizar o que os EUA pretendiam, daí a adoção de uma estratégia minilateralista pelos EUA, desde a chegada de Bush filho, abordando os países individualmente, e não mais em grupo. As próprias ofertas dos EUA na Alca foram diferenciadas entre países, sendo Mercosul ficava claramente desfavorecido.
Em 2000, para concretizar a ideia da sul-americanidade, que tinha ficado praticamente sem elaboração desde o início da década, FHC reúne seus contrapartes da América do Sul, mas já na conferência a Argentina sabotou nossas propostas, continuando a falar de América Latina, o tempo todo, e recusando-se a aceitar a convocação de uma segunda reunião de chefes de Estado um ano depois, que só foi ser feita no Equador dois anos depois. 
Não é preciso dizer que a tropa dos companheiros, Lula, JD e MAG, e mais Samuel e Amorim, nunca gostaram da Cúpula das Americas, da Alca, das ibero-americanas e mesmo do Grupo do Rio, excessivamente ligado aos problemas centro-americanos e caribenhos. Sabotaram umas e desenvolveram outras, começando pela ideia da Comunidade de Nações Sul-Americanos, também sabotados pelos vizinhos, por uma questão de arrogância diplomática brasileira sob os companheiros.
Toda a politica externa de Lula, de Chavez, de Kirchner, e dos bolivarianos menores, foi no sentido de sabotar e enterrar todas as iniciativas e organizações de que participasse o "império", criando outras, exclusivamente sul-americanas ou pretensamente latino-americanas, como a Alba de Chávez, uma esquizofrenia completa (basta ler o tratado constitutivo para constatar). 
Como a proposta brasileira não foi aceita pelos demais, acabamos descambando na Unasul, que tem um tratado tão vago que permite qualquer coisa, mas não realiza nada de concreto.
Quanto às cúpulas das Américas, era inevitável que fossem sabotados pelos bolivarianos. Mas é ridículo que outros paises também aderissem a essa campanha em favor de Cuba, que não tem interesse nenhum de participar desse tipo de exercício, assim como tampouco teve interesse em reingressar na OEA, depois da patetica reunião ministerial de 2009 que suspendeu a "suspensão" de 1962, adotada em Punta del Este, sob patrocínio dos EUA e da Venezuela.
Não creio que esses gestos pro-cubanos -- alias ratificados até pelo Tom Shannon, quando ficou na ministerial da OEA em substituição a Hillary Clinton -- tenham qualquer importância real; pura política, da mais baixa qualidade.
Enfim, não há muito a fazer nessas cúpulas, senão endossar declarações insípidas, e sem qualquer significado prático. Nem mesmo os valores democráticos são respeitados, e seria melhor, para todos, dar o exercício por encerrado.
Os latino-americanos já tem cúpulas suficientes, varias delas de iniciativa do Brasil, entre as quais a CALC, convertida em Celac em dezembro passado.
Tudo isso constitui um balé diplomático sem qualquer importância real, pois já se caiu na enfermidade do cupulismo, reuniões para se reunir, não para decidir algo realmente importante.
Nunca foram tão grandes as diferenças reais entre os países, e nunca os chefes de Estado se reuniram tantas vezes, com discursos absolutamente hipócritas.
Mas a própria OEA é um exercício político altamente hipócrita, e caro para o contribuinte americano.
Talvez esteja na hora de repensar todos esses exercícios. 
Mas como as burocracias diplomáticas são todas conservadoras, lentas e desprovidas de imaginação, e como os chefes de Estado adoram se reunir, esses jamborees inúteis vai continuar a ser realizados.

Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica

Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica

Desde 1959, a Organização Odebrecht patrocina iniciativas que valorizam o patrimônio artístico e cultural do Brasil e de outros países em que atua. Destinando recursos à realização de projetos de grande projeção ou de alcance local, dentro e fora do espaço acadêmico, contribui para a dinamização da vida cultural em suas diferentes esferas e aspectos e promove a afirmação de identidades diversas e a celebração de valores universais. Assim, estimulando a preservação e a propagação da memória, cumpre o papel de incentivar a evolução cultural da sociedade, como determina sua política de sustentabilidade.
Instituído em 2003, O Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares é conferido anualmente a um projeto de pesquisa que contribua significativamente para um maior entendimento da formação econômica, sociopolítica ou artística brasileira. Visando incentivar e enriquecer a produção historiográfica nacional, a Odebrecht provê ao vencedor as melhores condições para a realização de seu projeto, incluindo pagamento de direitos autorais e o custeio de todas as despesas necessárias à realização e ao registro da pesquisa. Os conhecimentos gerados são consolidados em um livro de arte, cuidadosamente editado e ricamente ilustrado, distribuído a bibliotecas e outras entidades ligadas à cultura no Brasil e no exterior.

(Des)Educacao no Brasil: as sauvas do MEC enterram de vez a educacao - Paulo Freire garante a decadencia...

Pronto, só faltava essa!
Eu já escrevi, diversas vezes, já falei em seminários, e volto a repetir aqui uma paráfrase da famosa frase de Monteiro Lobato: 
"Ou o Brasil acaba com as saúvas freirenas do MEC, ou elas acabam com o Brasil".
Acho que agora elas conseguiram, e vão enterrar a educação no Brasil por pelo menos três gerações à frente (que é o tempo mínimo que eu calculo ser necessário para mudar, depois de desastres repetidos, a tragédia educacional brasileira, e nisso se vão mais ou menos 74 anos...).
Pois as saúvas freireanas do MEC acabaram decretando que o seu santo protetor, o supremo idiota da pedagogia do oprimido -- uma fabulosa impostura intelectual, se o adjetivo se aplica -- Paulo Freire é o patrono da educação no Brasil.
Isso vai redundar em dois efeitos: os pedagogos e pedagogas (invertem, se quiserem respeitar as novas prioridades idiotas de gênero) vão continuar idiotas, por muito tempo mais, e jornalistas menos idiotas vão talvez poder constatar como são idiotas os escritos desse supremo deseducador.
Lamento o ocorrido, mas o Brasil realmente está andando cada vez mais para trás em matéria de educação.
Paulo Roberto de Almeida 



Paulo Freire, patrono da educação brasileira 
Agência Brasil, 16/04/2012

Lei publicada no Diário Oficial reconhece importância do pedagogo e filósofo para o país

BRASÍLIA - O Diário Oficial da União publica nesta segunda-feira a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.

Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.




Paulo Freire é declarado patrono da educação brasileira

Lei publicada no Diário Oficial reconhece importância do pedagogo e filósofo para o país

AGÊNCIA BRASIL
Publicado:
Atualizado:
BRASÍLIA - O Diário Oficial da União publica nesta segunda-feira a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.
Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.
Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/paulo-freire-declarado-patrono-da-educacao-brasileira-4657075#ixzz1sEvBjNl3
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Impresa 12 vs Governo 0: ainda devem 3 ou 4, de safras passadas...

Com esta denúncia, deve ser o 12. personagem implicado em "malfeitos", digamos assim (para usar uma expressão corrente, que não pretende acusar ninguém, mas já deveria corresponder a um prontuário).
Na verdade, ainda nos devem o afastamento de três ou quatro, devidamente denunciados pela imprensa -- sim, se não fosse ela, essas comissões de fiscalização, de ética, controladoria, corregedoria, PF, etc, não serviriam para nada, nadicas de peteberebas -- e que até agora foram ficando de bobos, como quem não quer nada com a vida. E a Comissão de Ética não se pronuncia sobre casos duvidosos?


Comissão de Ética da Presidência acolhe representação contra Ideli

PSDB pede investigação sobre a conduta da ministra da Secretaria de Relações Institucionais na compra de 28 lanchas feitas pelo Ministério da Pesca

16 de abril de 2012 | 14h 28
Rafael Moraes Moura, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República acolheu na manhã desta segunda-feira, 16, representação do PSDB para investigar a conduta da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, no episódio envolvendo a compra de 28 lanchas-patrulha. Conforme informou o Estado, as lanchas foram encomendadas por R$ 31 milhões pelo Ministério da Pesca em 2009 e parte da conta foi paga enquanto Ideli comandava a pasta. O Estado também revelou que o dono da fabricante das lanchas, a Intech Boating, doou R$ 150 mil ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina, que bancou 81% dos custos da campanha derrotada de Ideli ao governo catarinense.
De acordo com o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, Ideli já se antecipou e apresentou explicações sobre as compras das lanchas. "Ela apresentou esclarecimentos voluntariamente. Recebi o memorial do seu advogado, ainda não li, o relator (Américo Lacombe) é que está examinando o caso", disse Pertence, após o final da primeira metade da reunião, que ocorre em anexo do Palácio do Planalto. Os conselheiros devem decidir depois se abrem um processo disciplinar contra Ideli, informou Pertence. A próxima reunião da comissão está marcada para 14 de maio.
Ideli contratou uma empresa de consultoria, a Entrelinhas Comunicação e Publicidade, para evitar o desgaste de sua imagem e também para reagir aos ataques que considera estar sofrendo nos últimos dias. Na semana passada, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara aprovou convocação para a ministra falar sobre o episódio das lanchas.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também decidiu pedir mais informações ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sobre os negócios de sua empresa de consultoria. Os conselheiros aplicaram ainda "censura ética" ao ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot, por conta de suas declarações que de não cumpriria a "quarentena" enquanto aguardava a volta à iniciativa privada após deixar o serviço público.
Foi arquivado o caso da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que recebeu camisetas da escola de samba Império Serrano, após o ministério zerar a inadimplência da agremiação carioca, conforme revelado pelo jornal "Correio Braziliense".

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Aprender com a Historia: Erasmo de Rotterdam (Stefan Zweig)

Estou lendo, na edição do Livre de Poche, em sua versão francesa, portanto, a obra que o grande escritor austríaco Stefan Zweig escreveu, em 1935, na Inglaterra, sobre o grande humanista do Renascimento:
Érasme: grandeur et décadence d'une idée
A capa reproduz o famoso quadro de Quentin Metsys, e na verdade todos os quadros conhecidos de Erasmo, sobretudo os de Hans Holbein, o jovem, o mostram cercado de livros ou escrevendo livros.
Não quero me comparar, mas eu também vivo cercado de livros, embora não tenha escrito nenhum tão famoso quanto o Elogio da Loucura (embora tenha escrito um "Elogio da Exploração", que não deve ter sido apreciado por certos marxistas obtusos).


A obra de Zweig reflete sua angústia com a chegada ao poder de Hitler, e o crescimento do fanatismo e da intolerância. Erasmo, o primeiro europeu, foi um humanista no sentido mais completo da palavra, amigo dos livros e do conhecimento, detestava todos os fanatismos.
O livro, feito em meio ao clima totalitário que já predominava em boa parte do mundo europeu, conserva toda a sua atualidade, em vista dos vários fanatismos que ainda vemos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, onde também predomina o segundo mal que Erasmo mais abominava: a ignorância, não a dos inocentes incultos, mas a dos arrogantes estúpidos, idiotas ativos que pretendem mandar e dominar.


Toda a angústia com essa situação levou Zweig a se suicidar, ao ver o seu mundo, que já tinha sido destruído uma primeira vez na Guerra de 1914-1918, descambar uma segunda vez no horror da segunda guerra mundial.
A despeito de apreciar Zweig, não pretendo, obviamente, seguir seu exemplo, ainda que eu também fique preocupado com o aumento da estupidez e da intolerância à minha volta.
Vou continuar lutando contra esses males tão comuns em todas as épocas.
Paulo Roberto de Almeida 

Conhecer a Historia: uma das poucas licoes uteis de Kissinger

Henry Kissinger foi um realista cínico, no limite imoral, e em todo caso amoral.
Foi um "bom" servidor do Estado americano, no sentido em que foi um Secretário de Estado eficiente, no curto prazo, pelo menos. 
Defendeu os interesse mesquinhos do império, mas não transformou o mundo, apenas "restaurou-o", como pretendiam os conservadores de Viena, que ele estudou tão bem em sua tese de doutorado.
Mas, preservou o outro império, o soviético -- que finalmente foi "destruído" por um idealista cínico, Ronald Reagan, não pelo fiel servidor do desejo de potência que sempre foi Kissinger --, assim como está preservando, atualmente, o poder despótico da China comunista.
A única lição, finalmente, que temos de aprender com Kissinger, é o estudo da História.
Paulo Roberto de Almeida 

Foreign Policy, Thursday, April 12, 2012 - 12:53 PM   Share

The big event at Harvard yesterday was "A Conversation with Henry Kissinger" at Sanders Theater. The event featured the 89-year old statesman reflecting on his time at Harvard, his career in government, and the future relationship between the United States and China, along with several other topics. He was joined in the discussion by my colleagues Graham Allison (who moderated) and Joseph Nye, and by Jessica Blankshain, a graduate student from the Department of Government.
I won't try to summarize the whole conversation, but instead merely highlight a couple of moments that I found especially interesting. First, at one point Kissinger said he thought the best academic preparation for government service was training in philosophy, political theory, and history. In particular, he argued that training in political theory taught you how to think in a disciplined and rigorous manner, and knowledge of history was essential for grasping the broader political context in which decisions must be made. It was clear that he also sees a grounding in history as essential for understanding how different people see the world, and also for knowing something about the limits of the possible.
I found this observation intriguing because these subjects are not what schools of public policy typically emphasize, even though they are supposedly in the business of preparing students for careers in public service. The canonical curriculum in public policy emphasizes economics and statistics (i.e., regression analysis), sometimes combined with generic training in "public policy analysis" and political institutions. The Kennedy School (where I teach) does require MPP students to take one core course in ethics (which is grounded in political philosophy), but there's no required course in history and each year I feel my students know less and less about that important subject. Instead, they flock to courses on "leadership," as if this quality was something you can learn in a classroom in a semester or two. I would love to have asked Kissinger to elaborate on how aspiring public servants are being trained these days.
After Joe Nye asked him if there were any decisions he made that he wished he could do over (a question that Kissinger mostly evaded), he went on to reflect on how his thinking has changed over time. He noted that he has had lots of time to read and reflect since leaving government service, and he said there were many things about the world that he understood better now than when he was serving in government. He also said he was not as "self-confident" in some of his judgments as he had been when he was younger. But then he said he wasn't sure this greater wisdom would make him a better policymaker. The reason, he said, is that being a policymaker requires a powerful sense of self-confidence, precisely because so many decisions are not clear-cut -- they are 51/49 judgment calls. As he put it, "You don't get rewarded for your doubts." And in those circumstances, a little bit of bravado goes a long way; it might even be a job requirement.
It was entirely predictable, of course, that the event was briefly disrupted by a vocal protester who was quickly escorted from the room. One of the questions asked during the Q and A took a similar approach, reciting a list of Kissinger's alleged crimes and ending with the question "How do you sleep at night?" I understand where such questions come from, but I've also thought this tactic is a remarkably ineffective way to try to make a political point. Disrupting public gatherings is a form of free speech and I wouldn't try to ban it, but my experience is that it is almost always counterproductive. The reason is simple: When someone gets up and starts shouting accusations, it violates our innate sense of courtesy and almost always turns the crowd against the protester and toward the person they are attacking. I like spirited discourse as much as the next person, but I've found that a respectful, well-aimed, and devastating question usually opens more minds and does more damage than passionate denunciations do.

Coreia do Norte: o pais du SUPER-GULAG

Desculpem as maiúsculas, mas de fato a Coreia do Norte merece: seu Gulag é muito maior, proporcionalmente, e muito mais longo, do que os exemplares (e como!) da URSS stalinista e da China maoista.
Um verdadeiro horror, praticamente desconhecido do mundo.
Paulo Roberto de Almeida 

Turning a blind eye to North Korea’s ‘hidden gulag’

The Washington Post, Editorial Board, April 12, 2012

WHILE ATTENTION focused on North Korea this week ahead of Friday morning’s missile launch, hundreds of Americans, Koreans, Japanese and others gathered in Washington to examine a different aspect of life in that communist nation: its “hidden gulag.”
That was the title of an unprecedented conference organized by the U.S. Committee for Human Rights in North Korea (HRNK) and the Jacob Blaustein Institute for the Advancement of Human Rights. The gulag is a network of labor camps that houses 150,000 to 200,000 prisoners. They are generally arrested for no crime, sent away with no trial, never again allowed to communicate with anyone outside the camps, fed on starvation rations and forced to work until they die. Other than from one camp, according to South Korean expert Yoon Yeo-sang, no one deported to North Korea’s gulag is ever released.
As noted by Blaine Harden, author of the recently published book “Escape from Camp 14,” the North Korean gulag has existed twice as long as did the Soviet network of labor camps created by Lenin and Stalin, and 12 times as long as Hitler’s concentration camps. Yet, for the most part, “Americans don’t know anything about these camps,” Mr. Harden said. “They don’t know they exist.”
This is not, the title of the conference notwithstanding, because the gulag is all that hidden, although North Korea’s regime continues to deny its existence. In fact, as David Hawk said, a great deal is known about the camps, both from the testimony of those who have escaped and from satellite imagery. Mr. Hawk has just published the second edition of his definitive survey, also called “The Hidden Gulag,” which draws on horrifying testimony from 60 former prisoners.
The reason for the ignorance is mostly political. The United States, with a goal of keeping the peace and depriving North Korea of nuclear weapons, has not made human rights a priority. In South Korea, the gulag has been a political football between left-wing politicians favoring warmer ties with the North and right-wing politicians pushing a harder line. China, North Korea’s neighbor to the north and west, abuses the human rights of its own population and does not believe any country’s freedom to abuse its population in the same way should be interfered with.
China, in fact, is complicit in North Korea’s abuses, since it sends many defectors who have made it across the Yalu River back into North Korea, where they face punishment or, if they are repeat escapees, execution. North Korean women who have become pregnant in China often are forced to abort their children. “In cases where the pregnancy is too advanced, guards beat the infants to death or bury them alive after they are born,” writes Roberta Cohen, the chair of HRNK.
Inevitably, there remains much that is unknown. It’s impossible to be confident of a population count for the gulag, Mr. Hawk said, because it’s not clear whether deaths are outpacing deportations.
Enough is known, however, for indifference to be inexcusable. As a first step, the United Nations could establish a commission of inquiry to investigate crimes against humanity taking place inside the prison camps. As Ms. Cohen said, “It is not just nuclear weapons that have to be dismantled but an entire system of political repression.”

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...