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domingo, 4 de abril de 2010

1024) Passeando nos Emirados Arabes...

Estados menores que...(escolham)
Paulo Roberto de Almeida
Dubai, 4 de abril de 2010

Bem, nao posso reclamar da contagem, mas ainda ficaram me faltando 3 dos sete emirados.
Estou passeando nos Emirados Árabes Unidos (pelo menos é o que dizem), e dos sete da lista (Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Fujairah, Ajman, Umm al-Quwain e Ras al-Khaimah), consegui percorrer os quatro primeiros, em carro alugado e em dois dias completos.
Ficou faltando os três últimos, que são, na verdade, enclaves minúsculos no Golfo Arábico (que os iranianos insistem em chamar de Golfo Persa, por razões mais do que geográficas) e que penso conhecer uma outra vez que por aqui passe. Não que acrescentem muito, mas seria apenas para ter a conta redonda, ou no caso, em número impar.
Dos sete, o mais importante é incontestavelmente Dubai, a economia mais importante da região. A capital, contudo, fica em Abu Dhabi, na verdade uma cidade quase sem graça comparada a Dubai. Esta, a despeito do que dizem do petróleo, não depende em quase nada do chamado "ouro negro", e sim do comércio. Trata-se de uma espécie de Miami do Oriente Médio, com todos os shoppings de luxo que se puder imaginar, vias expressas, prédios luxuosíssimos (inclusive o prédio mais alto do mundo, e o hotel mais luxuoso de todos), e um comércio realmente impressionante.

Esses minúsculos estados já foram possessão portuguesa, desde o Vasco da Gama, mas depois os ingleses entraram no jogo e raptaram, como se sabe, todos eles, inclusive Aden, que era um posto importantíssimo. Pelo menos limparam as costas dos piratas, que parece que se mudaram para a Somália...

Eles tem muito petroleo, claro, o que explica a riqueza impressionante, mas aparentemente mal distribuída. Dubai é riquíssima, Sharjah tem muitos museus (mais de 16 pelas minhas contas, dos quais consegui visitar dois, o arqueológico e o de cultura islâmica), e Abu Dhabi também tem palácios impressionantes e os três tem hoteis de luxo, resorts e prédios altíssimos refinados.
Estive também em Fujairah, que é uma espécie de primo pobre, quase socialista, comparado aos irmãos mais ricos. É o único dos emirados que fica no Oceano Indico, com um pedaço de Oman na ponta da península (e continuando depois de Fujairah). O museu é de uma pobreza fransciscana e o forte está caindo aos pedaços, muito diferente do forte de Dubai que abriga um museu muito bem organizado (ficava em frente do meu hotel, ou o contrário...).

Eles são ricos, sim, mas não acredito que isso seja o resultado do petróleo, pois do contrário Nigéria, Venezuela e outros petro-estados também seria ricos e não são. Isso é o resultado do comércio livre, da abertura aos investimentos estrangeiros, sobretudo abertura de espírito.
Em Dubai, em Abu Dhabi e nos outros emirados se encontram todos os tipos de pessoas, imigrantes e estrangeiros trabalhando, muitos turistas. Todo tipo de mulheres: desde as americanas e europeias de short ou bermuda, até aquelas cobertas dos pés à cabeça.
Tentei mas não consegui fotografar uma de burka passando em frente a uma loja de lingerie, com manequins vestidas a caráter... Enfim, é a liberdade completa, ou quase...

Parto nesta segunda-feira 5 de abril para Shanghai, outra cidade riquíssima, mas sem a liberdade de que gozam os Emirados...

Paulo Roberto de Almeida
(Dubai, 5 de abril de 2010)

5 comentários:

Anônimo disse...

Gostaria de perguntar se vc sabe alguma coisa sobre algum processo de isencao de visto para brasileiros em Dubai. Eh muito caro ter que ficar nos hoteis propostos e pagar pelo visto! Um absurdo, uma vez que somos parceiros comerciais fortes e com promessas de mais crescimento.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Nao tenho noticias de qualquer negociacao em torno dos vistos, o que precisaria ser visto com o MRE, se por acaso entrar no acordo de livre comercio entre o Mercosul e os EAU.
Duvido que ocorra, não por dispensa do dinheiro dos vistos, mas por questoes de seguranca.
Creio que os vistos continuarao, pelo menos do lado dos EAU, já submergidos por uma intensa imigracao asiatica.
Paulo R Almeida

Eduardo R., Rio disse...

"O Estado brasileiro tem de sair do caminho e facilitar o caminho das empresas. Estas sim, as grandes criadoras de emprego. No Aeroporto Internacional de Dubai, há uma frase do Sheik Rashid bin Saeed al Maktoum, o grande responsável pela transformação daquela terra desértica: “O que é bom para os comerciantes, é bom para Dubai”. Quem dera nós ainda tivéssemos uma perspectiva que incentivasse mais crescimento e empresas e se falasse menos em luta de classes e num Estado provedor!" (MARCUS VINÍCIUS DE FREITAS)

Eduardo R., Rio disse...

Ops! Faltou o link aí acima.

"O Estado brasileiro tem de sair do caminho e facilitar o caminho das empresas. Estas sim, as grandes criadoras de emprego. No Aeroporto Internacional de Dubai, há uma frase do Sheik Rashid bin Saeed al Maktoum, o grande responsável pela transformação daquela terra desértica: “O que é bom para os comerciantes, é bom para Dubai”. Quem dera nós ainda tivéssemos uma perspectiva que incentivasse mais crescimento e empresas e se falasse menos em luta de classes e num Estado provedor!" (MARCUS VINÍCIUS DE FREITAS)

http://institutoliberal.org.br/blog/?p=3608

Eduardo R., Rio disse...

Cometi um lapso ontem. Abaixo, o link do ótimo artigo do qual extraí o excerto acima.

A frase do Sheik
http://institutoliberal.org.br/blog/?p=3608