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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ufa!: so mais dois dias de "nunca antes"...

Nunca antes neste país, ou em qualquer outro país do mundo, que não esteja em guerra e não precisa "zombar" dos seus "inimigos", um presidente da República, um rei, ou um dirigente qualquer, até um papa (mais um pouco chegamos a Jesus Cristo), declarou que se sentia contente com a crise em outro país, que achava "gostoso" contemplar a miséria alheia, que se regojizava com as dificuldades de outras pessoas.
Nunca antes...
Bem, só faltam dois dias...
Depois poderemos respirar, acho, espero... (mas não tenho certeza). Retenham a respiração até lá e depois digam comigo: Ufa!
Paulo Roberto de Almeida

Lula diz que 'foi gostoso' terminar mandato vendo EUA em crise
Do G1, em Brasília
29/12/2010 19h39

Medidas adotadas pelo Brasil reduziram impacto na economia do país, afirmou.
Presidente discursou durante evento na Bahia nesta quarta-feira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou em discurso nesta quarta-feira (29), na Bahia, as conquistas econômicas durante seu governo e criticou os países desenvolvidos pela crise financeira mundial.

“Foi gostoso passar pela Presidência da República e terminar o mandato vendo os Estados Unidos em crise, vendo a Europa em crise, vendo o Japão em crise, quando eles sabiam tudo para resolver o problema da crise brasileira, da crise da Bolívia, da crise da Rússia, da crise do México”, disse.

Segundo Lula, as ações adotadas pelo Brasil fizeram que a crise tivesse um impacto menor no país. “Foi importante para falar para eles [os países ricos] que na crise não foi nenhum doutor, nenhum americano, nenhum inglês, foi um torneiro mecânico, pernambucano, presidente do Brasil que soube como lidar com a crise com sua equipe econômica. Foi por isso que a crise demorou mais para chegar aqui e foi embora depressa.”
Em seu discurso, Lula destacou o crescimento da economia e a inclusão social como marcas de seu governo. “É muito confortante, [Jaques] Wagner, saber que nós criamos 15 milhões de empregos em oito anos com carteira assinada. É muito gratificante a gente saber que mais de 36 milhões de brasileiros ascenderam à classe média. É importante saber que mais de 20 milhões de brasileiros saíram da miséria”, afirmou, dirigindo-se ao governador da Bahia.
O presidente afirmou que sua passagem pela Presidência "criou uma coisa nova" para os mais humildes. “Nós não queremos que pensem mais que pobre não gosta de coisa boa. Não sei quem foi o malandro que inventou que pobre não gosta de coisa boa. Que pobre gosta é de miséria. Não. Pobre gosta é de luxo. Inventaram até que peão não gosta de uísque, que peão só gosta de cachaça. Peão gosta de uísque também.”

7 comentários:

amauri disse...

Bom dia Paulo!
O pior não é o presidente dizer isto. Se 85% aprovam Lulla, pela logica pensam como ele.
O pior, é que 85% do povo brasileiro tambem estão felizes.

José Marcos disse...

Prezado professor,

Hoje, 30 de dezembro, o portal de notícias da Globo, o G1, ao realizar uma análise das perspectivas do governo Dilma em relação à Política Externa, publicou comentários que o senhor fez sobre a diplomacia do Lula. O resultado pode ser conferido no link abaixo. Um feliz Ano Novo para o senhor e sua família e que 2011 seja uma ano muito profícuo para o seu trabalho acadêmico.

Link: http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/12/desafios-do-governo-dilma-politica-externa.html

Ana disse...

"Não sei quem foi o malandro que inventou que pobre não gosta de coisa boa."
Acredito que tenha sido o próprio Lula!

Wilson Júnior disse...

Sr. Paulo,

Gostei da sua participação no site G1 - "Desafios do Governo Dilma - Política Externa".

Abraços.

Doni disse...

É sempre assim: o bom é obra de meu governo; o mau, obra do acaso ou do governo passado.

Por que ele atribui esses 15 milhões de empregos ao seu governo, ao passo que todas as mazelas criadas pelo inchaço do Estado foram obras do passado ou desconhecidas pelo governo? Quem acompanha de perto a legislação trabalhista, pode notar que a nossa situação não está essa maravilha que o Lula anuncia.

Por que ele não esclarece à nação sua relação amistosa (para dizer o mínimo) com grupo de narcotraficantes e governos que alimentem nosso tráfico de drogas?

Por que ele se esquece de dizer que o seu glorioso PAC fomentou um esquema de corrupção sem precedentes? Conheço de perto o esquema de corrupção perpetrado por várias obras superfaturadas do programa de recuperação da bacia do Rio São Francisco. Tenho algumas ações contra algumas empresas que estão envolvidas no esquema de superfaturamento de licitações com a CODEVASF, empresa pública ligada ao PAC. Ah, isso ninguém sabe! Ninguém sabe tanto que mesmo depois de alguns desses crimes terem sidos desvendados pela Polícia Federal, o governo, de modo criminoso, realizou novos contratos com as empresas envolvidas nos crimes!

Nunca antes na história deste país a corrupção reiterada foi justificada pela desfaçatez de governantes que, à semelhança de cornos conformados, após o adultério tomar proporções públicas, fazem cara de indignados, do tipo “Eu não sabia”, com o intuito claro de fazer com a sua covardia seja algo menor diante da sua mulher adúltera.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Amauri,
Não se pode recriminar a população apenas pelo fato de 85% se declararem felizes com Lula: afinal de contas, as pessoas dispõem de maior renda, emprego, sentem as mudanças nos padrões de consumo, o real está valorizado e daqui a pouco até gari vai estar voando para Paris...
O que devemos fazer, cidadãos conscientes, é alertar para o que está por trás disso (e existem sérios problemas fiscais e de dívida interna), crescimento desmesurado do Estado, e criação de um "exército de assistidos" que certamente não é bom para o país, para a sociedade (sobretudo para os que pagam).
Por outro lado, temos de separar propaganda da realidade e esse é um governo que gasta bilhões com propaganda enganosa, e endeusa um mistificador (que por outro lado se dá bem com corruptos e bandidos da política). A mitificação e o endeusamento fazem parte dessas manobras mentirosas, mas o povo não é culpado por isso.

Doni,
Apenas posso ratificar inteiramente suas palavras. Nunca antes se mentiu tanto e se fomentou tanto a corrupção, a começar pela própria família.
Estamos entregues a mafiosos, literalmente.
Paulo Roberto de Almeida

Anônimo disse...

Pior que um "lame duck" é um "lame duck falastrão"!

Não podendo vê-lo em "uniforme de listras pretas e brancas horizontais"; conforta-nos o fato de em breve vê-lo ao melhor estilo "bananas de pijamas"!

Feliz 2011!

vale!