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terça-feira, 10 de maio de 2016

A Primeira Mensagem do Novo Governo ao Congresso Nacional - Mensagem da Casa Civil


redução do número de ministérios

Origem: Presidência da República; Casa Civil
Departamento de Eliminação de Lixo Administrativo

Senhoras e Senhores parlamentares,
Ao iniciar-se este meu governo, para o qual espero contar com a colaboração de todos vocês, é com ampla satisfação que cumpro, neste momento, o meu dever de atender aos desejos da população, já expressos em manifestações maciças, e que repercutiram nas duas Casas deste Congresso Nacional, para, ao mesmo tempo em que empreendemos a tarefa de reconstrução do país, começar a propor medidas de natureza administrativa que têm por objetivo dotar o meu governo de melhores condições para efetuar as mudanças que hão de caracterizar a fase promissora de modernização e de racionalidade que se abre agora para o Brasil, ao mesmo tempo em que se cumpre o que as ruas demandam: redução das despesas do Estado, enxugamento da máquina pública, adequação dos serviços prestados pelo governo ao que realmente cabe no orçamento.
Nosso país esteve traumatizado, nos últimos meses, por uma profunda divisão, que opôs, de um lado, um governo absolutamente minoritário, sustentado por escassos partidos neste Congresso e algumas forças mercenárias sustentadas por esse mesmo governo, que se encarregavam de criar o caos nas ruas e estradas da nação, em total confronto com a lei e a ordem, e, de outro lado, a imensa maioria da população, que exprimiu em gigantescas manifestações o justo anseio por um governo simplesmente correto, consentâneo com os requerimentos de paz e normalidade institucional.
Pretendo reformular inteiramente as bases da governança neste país, depois de mais de treze anos de caos administrativo, de inchamento desmesurado do governo e de emissão de medidas que engessaram ainda mais a gestão pública e que converteram a administração das empresas privadas num inferno burocrático, paralisadas que foram por medidas contraditórias, por leis irracionais e por decretos irresponsáveis, que aumentaram exageradamente o chamado “custo Brasil”, mas que também minaram, do lado do setor público, a confiança dos brasileiros no Estado e em suas instituições. Não preciso mencionar os maiores escândalos de corrupção da história nacional, e também em escala mundial, que estão sendo devidamente esclarecidos pelo Ministério Público Federal e outras instâncias judiciárias e policiais, aos quais pretendo emprestar todo o meu apoio para a continuidade do esforço de limpeza e saneamento institucional. Meu empenho nessa direção, assim como o de meu governo, será total e incondicional.
Devo alertá-los desde já que meus esforços de reconstrução da nação, de sua economia e de seu sistema político, não serão concretizados sem a parceria do Congresso Nacional, uma vez que é minha intenção associar, se possível, cada uma das senhoras e cada um dos senhores às propostas de legislação que pretendo trazer para discussão nesta Casa. Minha disposição é a de recorrer o menos possível a medidas provisórias ou a decretos executivos, uma vez que entendo ser da responsabilidade desta Casa o debate aberto e esclarecedor sobre cada uma das propostas que pretendo e vou submeter-lhes. Começo justamente pela recomposição da estrutura do governo, na área que incumbe ao poder executivo.
Estão atualmente sob a responsabilidade do chefe do Executivo nada menos do que 39 ministérios ou secretarias de Estado com status de ministérios, numa estrutura de gestão pública que se afigura exagerada para qualquer padrão administrativo que se possa conceber. Esta foi uma das muitas heranças inconvenientes que recebemos dos governos anteriores, uma máquina superdimensionada de administração. Pretendo, com a colaboração das senhoras e dos senhores, reformulá-la com sentido de racionalidade.
Portanto, se este Congresso aprovar – e entendo que ele há de respeitar o direito do chefe do Executivo de definir a organização da administração direta que ele julga a mais adequada ao País –, pretendo trabalhar com o ministério seguinte:

1)    Justiça
2)    Defesa
3)    Relações Exteriores
4)    Fazenda
5)    Educação
6)    Saúde
7)    Indústria e Comércio
8)    Agricultura
9)    Ciência e Tecnologia
10) Trabalho
11) Transportes
12) Comunicações
13) Interior e Infraestrutura
14) Desenvolvimento Social
15) Minas e Energia
16) Planejamento
17) Previdência Social
18) Meio Ambiente
19) Casa Civil
20) Casa Militar

As seguintes áreas administrativas passam a ser vinculadas, enquanto secretarias de Estado, aos ministérios aqui especificados:

1)    Cultura e Esporte ao ministério da Educação;
2)    Integração Nacional ao ministério do Interior e Infraestrutura;
3)    Cidades ao ministério do Desenvolvimento Social;
4)    Turismo ao ministério da Indústria e Comércio;
5)    Desenvolvimento Agrário, Pesca e Aquicultura ao ministério da Agricultura;
6)    Advocacia-Geral da União e Controladoria-Geral da União à Casa Civil;
7)    Gabinete de Segurança Institucional à Casa Militar;
8)    Portos e Aviação Civil ao ministério dos Transportes;
9)    Assuntos Estratégicos ao ministério do Planejamento;

Ficam extintas as seguintes Secretarias de Estado com status de ministério, passando suas responsabilidades respectivas a serem exercidas pelas áreas que se indica:

1)    Comunicação Social, nomeando-se um Porta-Voz da Presidência da República, e encarregando-se a Casa Civil de dispor dos demais serviços;
2)    Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Políticas para as Mulheres e Direitos Humanos para o ministério da Justiça
3)    Micro e Pequena Empresa para o ministério da Indústria e Comércio;

Ficam extintas a Secretaria-Geral e a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, sendo as atribuições da primeira passadas para a Casa Civil. É restabelecida o Gabinete de Segurança Institucional, ao abrigo do qual trabalhará a Agência Brasileira de Inteligência, restabelecida plenamente em sua atividade de defesa do Estado, que ficou tremendamente descurada em tempos nos quais organizações ilegais e criminosas atacavam prédios públicos sem qualquer medida preventiva.
O Presidente do Banco Central do Brasil não mais terá status de Ministro de Estado, sendo de nomeação da Presidência da República após sua aprovação pelo Congresso, dispondo de mandato fixo e de autonomia administrativa e operacional, e passando a responder ao Congresso Nacional, no cumprimento das funções que lhe forem atribuídas pelo Conselho Monetário Nacional. Este é o primeiro passo para a plena autonomia do Banco Central, que deve ser objeto de decisão legislativa.
Meu governo não pretende dispor de comunicação institucional. Necessidades tópicas de informação de relevante interesse público serão afetas ao órgão interessado – como, por exemplo, campanhas de vacinação no âmbito da Saúde – abrindo-se amplo espaço para que a própria sociedade, através de empresas privadas de comunicações, cuide de sua informação, sem qualquer orientação ou aconselhamento do governo. Pretendo, assim, extinguir todos os órgãos de comunicação de governo, pois este pode dispor de uma imprensa extremamente vibrante, independente, que assume o encargo e toda a responsabilidade pela informação à sociedade do que for relevante aos poderes públicos comunicar em suas respectivas esferas. No mesmo movimento, pretendo extinguir alguns milhares de cargos de confiança, dando início a um processo amplo de profissionalização do serviço público e sua desconexão com possíveis interesses espúrios que teimam em se infiltrar no governo, em seus diversos níveis.
Meu governo seguirá o princípio de que cabe ao Estado regular apenas as áreas e atividades que lhe são precipuamente devidas, deixando todas as demais para a livre organização da sociedade. São extensas, incontáveis essas áreas e cabe, neste momento, solicitar ao Congresso que também colabore na imensa tarefa de enxugamento do Estado, com vistas a seu melhor funcionamento ao menor custo possível. Entendo que também seria conveniente pensar em retomar o processo de privatização de empresas públicas que, nos últimos anos, só se prestaram a desvios de funções, abrindo espaço para atividades corruptoras nunca antes vistas na história deste país. A Justiça há de abater com sua clava forte todos esses traficantes do dinheiro público e meliantes de colarinho branco que abusaram da boa fé dos brasileiros pagadores de impostos.
Novas propostas de reformas administrativas serão encaminhadas ao Congresso, sempre sob esta orientação geral: as atividades privadas vão se libertar da mão pesada do Estado, e os brasileiros reterão os frutos do seu trabalho na maior extensão possível. As prioridades do meu governo são as de reduzir o peso indevido do Estado sobre o setor privado, em todas as esferas. Dessa forma, construiremos um Brasil mais rico. 
Michel Temer
Presidente da República
 [Com a assessoria técnica de Paulo Roberto de Almeida (10/09/2016)]

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