O novo governo e o novo ministro vão desclassificar estas informações?
O MPF não pode requisitar os telegramas?
Paulo Roberto de Almeida
Itamaraty torna sigilosos documentos que citam Odebrecht
O sigilo cobre o período em que a empreiteira bancou viagens ao exterior do ex-presidente Lula
Apesar do discurso pró-transparência adotado após o recuo na tentativa de impedir a divulgação de telegramas desclassificados, o Itamaraty, apenas no governo Dilma, decretou o segredo por até 15 anos de um conjunto de 141 documentos secretos e 619 reservados que citam a Odebrecht.
A informação foi prestada pelo diplomata João Pedro Costa, Diretor do Departamento de Comunicações e Documentação, após consulta de ÉPOCA por meio da Lei de Acesso à Informação.
Costa é o mesmo diplomata que, na semana passada, sugeriu que fossem colocados em segredo por até dez anos um conjunto de documentos inicialmente classificados como reservados (sigilo de cinco anos) e que, pela lei já deveriam ser públicos, e que citam a Odebrecht durante o governo Lula.
A justificativa para o sigilo era o interesse da revista ÉPOCA, que já produziu reportagem acerca das ligações entre Lula e a empreiteira. A manobra foi divulgada pelo O Globo e o Itamaraty decidiu então liberar os documentos, sem restrições. Mas apenas os documentos reservados (com prazo de sigilo de cinco anos) e que já são de domínio público. Os 760 documentos sigilosos que citam a Odebrecht produzidos no governo Dilma continuarão em segredo.
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