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O Estado de S. Paulo, 24 de novembro de 2013 | 19h 26
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
"Agora tem o Brasil das mulheres e o Brasil dos homens até nos discursos das autoridades, o Brasil dos negros, o Brasil dos brancos e o Brasil dos pardos, o Brasil dos héteros e o Brasil dos gays, o Brasil dos evangélicos e o Brasil dos católicos, Brasil com bolsa família e Brasil sem bolsa família e nem sei mais quantas categorias, tudo dividido direitinho e entremeado de animosidades, todo mundo agora dispõe de várias categorias para odiar! A depender do caso, o sujeito está mais para uma delas do que para essa conversa de Brasil, esquece esse negócio de Brasil, não tem mais nada disso!" João Ubaldo Ribeiro
O fato é que Cabral não tocou direto para as Índias. Tivesse seguido o riscado, o Brasil de hoje seria o paraíso tropical com que sonham alguns ambientalistas, antropólogos e militantes de qualquer tese que possa gerar encrenca. Os índios do mato continuariam disputando território a flechadas com os do litoral, que índio também gosta de praia, e os portugueses, sem quaisquer remorsos, comeriam seu bacalhau no Campo dos Cebolas. Mas os navegadores lusitanos (assim como os espanhóis) eram abelhudos e iniciaram seu turismo pelos sete mares. Os primeiros descobriram o Brasil e os segundos descobriram tudo ao redor do Brasil.
Bem feito, quem mandou? Agora temos que conviver com leituras da história que nos levaram à situação descrita por João Ubaldo Ribeiro. Segundo elas, até o século 15, o zoneamento era perfeito - brancos na Europa, negros na África, índios na América e amarelos na Ásia. Cada macaco no seu galho. No entanto, graças à bisbilhotice ibérica, estamos nós, herdeiros de Caramuru, com contas imensas a pagar porque os justiceiros da história adoram acertos e indenizações promovidos com os bens alheios. Entre elas, a conta dos índios. Como é fácil fazer justiça expropriando os outros!
O princípio segundo o qual o Brasil era dos índios e deles foi tomado pelos portugueses ganhou sensível impulso com os preceitos do artigo 231 da Constituição de 1988. Mas se o princípio estivesse correto e se quaisquer direitos originais de posse pudessem ser invocados, não sei se alguém, no mundo de hoje, ficaria onde está. Não me refiro sequer aos primeiros fluxos migratórios através dos milênios. Refiro-me às mais recentes e incontáveis invasões e guerras de conquista que marcam a história dos povos. E note-se que as guerras de conquista não geravam indenizações aos vencidos, mas espólios aos vencedores.
Faço estas observações diante do que está em curso em nosso país com os processos de demarcação de terras indígenas. É o próprio Estado brasileiro, através de suas agências, reclamando por extensões mais do que latifundiárias e jogando nas estradas e na miséria legiões de produtores e suas famílias. É o braço do Estado gerando novas hostilidades no ambiente rural do país (como se já não bastassem as estripulias do MST). Índios e não índios merecem ser tratados com igual dignidade. Mas não se pode fazer justiça criando injustiça, nem se pode cuidar do país entregando o país. Não existem outras "nações" dentro da nação brasileira. E é exatamente isso que está em curso, sob pressão de uma difusa mas ativa conspiração internacional, conjugada com o CIMI e a FUNAI, que quer o Brasil e os brasileiros longe da Amazônia, por exemplo.
Índio não é bicho para ser preservado na idade da pedra lascada, como cobaia de antropólogos, num apartheid que desrespeita o natural processo evolutivo. Ou armazenado, como garrafa de vinho, numerado e rotulado, com designação de origem controlada.
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* Percival Puggina (68) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.
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Krugman’s Adventures in Fairyland
by William L. Anderson
Mise Daily, November 23, 2013
After studying and teaching Keynesian economics for 30 years, I conclude that the “sophisticated” Keynesians really do believe in magic and fairy dust. Lots of fairy dust. It may seem odd that this Austrian economist refers to fairies, but I got the term from Paul Krugman.
According to Krugman, too many people place false hopes in what he calls the “Confidence Fairy,” a creature created as a retort to economist Robert Higgs’s concept of “regime uncertainty.” Higgs coined that expression in a 1997 paper on the Great Depression in which he claimed that uncertainty caused by the policies of Franklin Roosevelt’s New Deal was a major factor in the Great Depression being so very, very long.
Nonsense, writes Krugman. Investors are not waiting for governments to “get their financial houses in order” and protect private property. Instead, he claims, investors are waiting for governments to spend in order to create enough “aggregate demand” in the economy to bring about new investments and, one hopes, full employment.
According to Higgs, the “humor columnist for the New York Times, Paul Krugman, has recently taken to defending his vulgar Keynesianism against its critics by accusing them of making arguments that rely on the existence of a ‘confidence fairy.’ By this mockery,” Higgs says, “Krugman seeks to dismiss the critics as unscientific blockheads, in contrast to his own supreme status as a Nobel Prize-winning economic scientist.”
It seems, however, that Krugman and the Keynesians have manufactured some fairies of their own: the Debt Fairy and the Inflation Fairy. These two creatures may not carry bags of fairy dust, but they might as well, given that their “tools” of using government debt and printing money to “revitalize” the economy have the same scientific credibility.
Let us first examine the Debt Fairy. According to the Keynesians, the U.S. economy (as well as the economies of Europe and Japan) languishes in a “liquidity trap.” This is a condition in which interest rates are near-zero and people hoard money instead of spending it. Lowering interest rates obviously won’t spur more business borrowing, so it is up to the government to take advantage of the low rates and borrow (and borrow).
If governments issue enough debt, argue Debt Fairy True Believers, the economy will gain “traction” as government spending, through the power of pixie dust, fuels a recovery. Governments spend, businesses magically gain confidence, and then they spend and invest. (At this point, we are apparently supposed to just overlook the fact that the Keynesians are saying that we need the Debt Fairy to resurrect the Keynesian version of the Confidence Fairy.)
The Inflation Fairy also plays an important role, according to Keynesians, for if bona fide inflation can take hold in the economy and people watch their money lose value, then they will spend more of their savings. In turn, this destruction of savings will, through the power of Keynesian sorcery, revive the economy. Thus inflation undermines what Keynesians call the “Paradox of Thrift,” a theory that says if a lot of people withhold some present consumption in order to save for future consumption, the economy quickly will implode and ultimately will slip into a Liquidity Trap in which no one will spend anything.
These fairies can work their magic if (and only if) one condition exists: factors of production are homogeneous, which means that government spending will enable all lines of production simultaneously. The actual record of the boom-and-bust cycle, however, tells a different story. It seems that the Debt and Inflation Fairies enable booms along certain lines of production (such as housing during the past decade), but as everyone knows, the fairy dust lost its magical powers and the booms collapsed into recessions.
Austrians such as Mises and Rothbard have well understood what Keynesians do not: the structures of production within an economy are heterogeneous and can be distorted by government intervention through inflation and massive borrowing. Far from being creatures that can “save” an economy, the Debt Fairy and the Inflation Fairy are the architects of economic disaster.
Despite Keynesian protestations that the U.S. and European governments are engaged in “austerity,” the twin fairies are active on both continents. The fairy dust they are sprinkling on the economy, however, is more akin to sprinkling ricin on humans. In the end, the good fairies turn into witches.
Note: The views expressed in Daily Articles on Mises.org are not necessarily those of the Mises Institute.
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William Anderson, an adjunct scholar of the Mises Institute, teaches economics at Frostburg State University. Send him mail. See William L. Anderson's article archives.
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O resultado dos leilões dos aeroportos do Galeão no Rio de Janeiro e de Confins em Minhas Gerais foi muito positivo. O governo federal garantiu uma arrecadação de R$ 20,84 bilhões pelos próximos 25 a 30 anos e o valor do ágio foi de 251% acima do lance mínimo de R$ 5,9 bilhões, valor somado dos dois aeroportos.
O resultado deixou o governo feliz e com razão, pois depois de muita teimosia e de anos de relutância, o Partido dos Trabalhadores está abraçando as privatizações de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e até terceirizando parte do planejamento do Estado, pois a elaboração de vários dos projetos do plano de concessões foi repassado para uma empresa PRIVADA, a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP). Será que o setor público não teria pessoal ou competência para fazer o planejamento? Fica a dúvida.
Em resumo, o governo e o seu partido político, o Partido dos Trabalhadores, estão de parabéns por abraçar a agenda liberal das privatizações, recomendada há mais de duas décadas pelo que ficou conhecido na literatura como Consenso de Washington. É fato que o Brasil vai melhorar com essa transformação do PT de um partido de esquerda radical para um partido social democrata. Sim, as concessões poderiam ter começado há pelo menos cinco anos, mas há um “custo de aprendizado” de um partido e de um governo que sempre demonizaram as privatizações e, agora, se agarram a elas como a última tábua de salvação para o crescimento do investimento e redução do custo Brasil.
Do ponto de vista fiscal, no entanto, me desculpem mas não há quase nada para comemorar em relação ao ágio de quase 300%. Primeiro, o valor total arrecadado de R$ 20,84 bilhões ingressará nos cofres públicos ao longo de mais de duas décadas, ou seja, o ingresso dos recursos seria de menos de R$ 2 bilhões ao ano, contribuindo para o aumento do primário em 0,05% ao ano.
Segundo, o ingresso líquido para o setor público não serão os quase R$ 2 bilhões mencionados acima. A Infraero tem 49% dessas concessões e precisará arcar com parcela dos investimento e, logo, o governo federal terá que fazer subsequentes capitalizações desta empresa ao longo dos próximos anos. Isso é despesa primária na veia e, assim, contribui para a queda do resultado primário. Não sei estimar ainda quanto será essa conta, mas não é pequena.
Terceiro, essa receita extra com as concessões será mais do que anulada com programas novos do governo de custo elevado que não existiam antes. Querem exemplos? Vamos lá. O Minha Casa Minha Vida (MCMV), por exemplo, é um programa cujo impacto na despesa primária está por volta de R$ 12 bilhões ao ano. Seria até maior, mas o FGTS tem bancado entre R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões do subsídio do programa nos últimos dois anos. E, neste ano, o gasto do governo federal para bancar a redução da contas de energia e a desoneração parcial da folha de salários significará uma despesa extra de, no mínimo, uns R$ 15 bilhões.
Assim, se somarmos o MCMV com as transferências do Tesouro à conta de desenvolvimento energético (CDE) e a compensação ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social temos uma despesa extra que deve passar de R$ 30 bilhões este ano e que antes não existia. Mesmo que todo o dinheiro da concessão dos aeroportos fosse transformado em receita hoje para o governo junto com a receita do campo de Libra essa montanha de recursos mal daria para bancar a conta, em 2013, dos três programas referidos acima: (i) MCMV; (ii) transferências ao CDE, e (iii) transferências ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social.
Assim, vamos comemorar sim a privatização dos aeroportos, uma medida liberal abraçada pelo mais novo partido social democrata do Brasil. Do ponto de vista fiscal, no entanto, não há concessão que dê jeito ao forte aumento do gasto público frente ao baixo crescimento do PIB que ocorrerá ao longo do governo Dilma. Os quase R$ 36 bilhões da receita de outorga do campo de Libra e dos aeroportos não cobrem nem mesmo a nova emissão de dívida que o governo fará para, mais uma vez, emprestar recursos para o BNDES para emprestar para as próprias empresas que pagarão ao governo por essas concessões.Assim, do ponto de vista fiscal, não há muito o que comemorar. Infelizmente.
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