segunda-feira, 4 de junho de 2012

O fim da França (tal como a conhecemos...)

Onde vamos parar? Um órgão do Estado francês preconiza a redução dos empregados públicos e a contenção, até mesmo a redução de despesas públicas!!!
Onde estamos? Às vésperas de uma nova revolução francesa?
O que vão dizer os sindicatos, os partidos de esquerda, o IPEA?




Un rapport de l'Inspection générale des finances dévoilé lundi par le quotidien "Les Echos" préconise notamment une baisse des effectifs de l'Etat et le gel des salaires et des retraites.
L'Etat français doit réaliser 5 milliards d'économies par an afin de ramener les finances publiques à l'équilibre d'ici à 2016, selon un rapport de l'Inspection générale des finances dévoilé par le quotidien économique Les Echos.
Selon l'édition du 4 juin, ce rapport, commandé par l'ancien premier ministre François Fillon et non publié jusqu'ici, préconise notamment une baisse des effectifs de l'Etat et de ses opérateurs et le gel des salaires et des retraites. "L'examen attentif des dépenses d'intervention ne peut plus être différé", selon le rapport cité par Les Echos.
LA FRANCE, "EN DÉFICIT DE CRÉDIBILITÉ BUDGÉTAIRE"
Le nouveau premier ministre, Jean-Marc Ayrault, a lancé la préparation du prochain budget pluriannuel et du projet de loi de finances pour 2013. Il a adressé une lettre en ce sens aux membres du gouvernement. "Ces lettres décrivent la méthode et le calendrier d'élaboration du budget pluriannuel 2013-2015 et du projet de loi de finances pour 2013, qui décline la première 'annuité' de ce budget pluriannuel, ainsi que les objectifs de déficit de 3 % en 2013 et d'équilibre en 2017", précisent les services du premier ministre dans un communiqué.
Le ministre de l'économie et des finances, Pierre Moscovicia déclaré dimanche au "Grand Jury" LCI-RTL-Le Figaro, que la France devait lutter en Europe contre "un déficit de crédibilité budgétaire""Il y a une marche sérieuse à franchir pour être à 3 % l'an prochain", a-t-il déclaré.

Chavez e PT: tudo a ver? TUDO A VER!

Faz sentido, combina, se encaixa, corresponde à natureza essencial de um e do outro: eles se amam, para ser mais exato. Se juraram fidelidade até o fim dos tempos. Se amam e se prometem apoio eterno (pelo menos enquanto não destruírem totalmente a economia do país, claro).

Eleições Presidenciais 2012

Oposição venezuelana lamenta apoio do PT à reeleição de Chávez

Hugo Chávez junto con Dima Rousseff
Infolatam/EFE
Caracas, 31 de maio de 2012
Las claves
  • Para o dirigente opositor venezuelano, essas considerações são "míopes e lamentáveis", segundo um comunicado emitido nesta quinta-feira pela MUD.
A oposição da Venezuela classificou nesta quinta-feira como “míopes” e “lamentáveis” as declarações do presidente do PT, Rui Falcão, sobre dar “apoio total” ao líder do país,Hugo Chávez, para as eleições do dia 7 de outubro.
“O que nós refutamos ao porta-voz do PT é que essa visão não necessariamente reflete a opinião dos setores políticos brasileiros sobre a realidadevenezuelana”, disse à Agência Efe o coordenador adjunto da Área Internacional da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Edmundo González.
González se referiu assim às declarações feitas nesta quarta-feira pelo presidente do PT em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros na qual anunciou que pretende viajar a Caracas para manifestar a “simpatia e apoio” do partido ao presidente Chávez rumo ao pleito de outubro.
Para o dirigente opositor venezuelano, essas considerações são “míopes e lamentáveis”, segundo um comunicado emitido nesta quinta-feira pela MUD.
“Não estamos desqualificando ninguém. O que estamos dizendo é que nós temos um grande respeito pela democracia no Brasil e que as opiniões que o dirigente do PT refletiu não representam as opiniões que os setores majoritários brasileiros devem ter sobre a situação venezuelana”, ressaltouGonzález.
O dirigente opositor louvou o “desenvolvimento político, econômico” e os “avanços em matéria social, de equidade, de incorporação de setores desfavorecidos” que se desenvolveram no Brasil com o “esforço conjunto de seus diferentes governos democráticos”.
“E tudo isso aconteceu em um marco de amplitude, de tolerância, de liberdades democráticas, e essas não são precisamente as condições existentes na Venezuela”, ressaltou González.
O candidato presidencial da oposição e governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, se declarou diversas vezes seguidor do modelo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No dia 7 de outubro, Capriles enfrentará nas urnas o presidente Chávez, que espera conseguir sua terceira reeleição consecutiva e seguir outros seis anos à frente do governo.

A ABIN tem algum foco no Brasil, ou vai o mundo inteiro?

Claro, claro, eles sempre poderão dizer que tudo o que ameaça o Estado brasileiro lhes interessa.
E os abineiros passam o tempo a sondar os insondáveis mistérios da galáxia que podem representar perigo para o desenvolvimento e a segurança do Brasil.
Eu não estava pedindo tanto: apenas que eles alertassem o Executivo central, e seus órgãos essenciais, de que um bando de maltrapilhos neobolcheviques se preparavam para invadir, impunes, instalações federais, quebrando vidraças, e saindo ilesos de aventuras de protesto, ou seja, tomando o Estado como refém, sem que este se defenda, sequer se acautele.
OK, não é função deles se infiltrar em grupos que, declaradamente, pretendem a derrubada do Estado burguês e a instalação de um governo comprometido com o socialismo? 
Isso é pouco para os abineiros, daí o interesse pelo universo inteiro.
Então vamos tratar do que fazem os diplomatas, esses rabiscadores pretensiosos que simulam entender do sistema internacional.
Mas eu estava focando, em meu post, numa questão muito simples, pedestre, quase de cavalgadura: defender o Estado, apenas esse ogro que gasta muito consigo mesmo (incluindo abineiros e diplomateiros), e não atende o que é essencial para o desenvolvimento do país.
Volto a dizer: não existe NADA, absolutamente nada, no universo compreendido entre o Big Bang e o fim dos tempos, que se oponha ao desenvolvimento brasileiro; todos os nossos problemas são made in Brazil, e deveriam receber respostas aqui dentro. O mundo tem sido muito generoso com o Brasil, dando-lhe oportunidades de crescimento que este não tem sabido aproveitar.
Será que os abineiros compreendem isto?
Mas volto ao problema suscitado em meus post: seria pedir muito conservar o foco no objeto do meu post?
Paulo Roberto de Almeida 
PRA: Sou incapaz de atirar xícaras na parede, por respeito à xícara, por cuidado com a parede, para não parecer maluco. A única coisa que eu coloco e tiro da parede (em estantes) são livros, apenas livros...

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A ABIN cuida de tudo, menos dos perigos imediatos....": 

Mais duas xícaras de café na parede: "mas esses abinófilos não entendem que eu só quero dar umas bolachas no Zé Rainha?" Ploft - Ploft. "Droga!!! Acertei o café nos meus exemplares de Lanterna na Popa!!!" Paulo, sério, alguns dos problemas do mundo são sim problemas do Brasil. Os direitos humanos, o clima, o crime transnacional, as epidemias, um monte de coisas. Foi o que os diplomatas vociferaram ao longo da década de 90. Nesse tabuleiro, aliás, jogamos bem, pois na zoeira do multilateralismo a gente se sente mais confortável. Multilateralismo abre espaço para bravatas mais irresponsáveis, eu acho. Poder de mentira. Bom, mas se você considera que as comunicações da diplomacia brasileira não merecem proteção, daí eu me preocupo um pouquinho. Por quê? Pior, se você não acha um problema que o mundo saiba de antemão o que a diplomacia brasileira vai fazer semana que vem em seus assuntos mais sensíveis, então eu me preocupo mais ainda. Pior, eu confirmo o que escrevi anteriormente: as autoridades brasileiras têm muita dificuldade em perceber o que é ou não uma ameaça. Mas olha, a coisa fica bem feia quando pensamos assim: se o Paulo Roberto de Almeida não considera um problema imediato a possibilidade de estarem atacando os canais de comunicação diplomática do Brasil, então pode ser que ele esteja tentando nos dizer que por ali não transita nada de útil. Portanto, podem fechar o MRE! Que tal fechá-lo ou pagar uma merreca para eles, como fazem outras chancelarias pelo mundo? As embaixadas são caras, os consulados também, e manter os diplomatas no exterior é muito, mas muito caro. No Brasil eles podem custar quase igual a um "araponga", como você disse, mas eu sei que no exterior eles têm auxílio moradia, ganham em moeda valorizada (Euro, Dólar), quando voltam para o Brasil têm apartamento funcional de graça, o filho tem lugar garantido em universidade pública etc. Só que eu não acho isso necessariamente errado! Eu quero valorizar os meus diplomatas. Quero entender essas regalias. Errada foi a comparação descabida que você fez e o tom de desvalorização que você imprime, apesar de eu saber que esse é só seu estilo, querendo provocar o debate. Todavia, há um momento em que você deve se colocar em seu papel de formador de opinião. Você é um, quer queira ou não. É um papel de responsabilidade, nocivo nas mãos de pessoas mal intencionadas. Imagine quantas centenas de pessoas lêem o que você escreve realmente acreditando que você entende TUDO sobre o que está falando. Mas você não sabia nem que a Abin não podia fazer escuta! E será que você realmente sabe o que a Abin escreve ou deixa de escrever? Ou você escreve essas coisas por outro motivo? Um motivo pessoal, talvez. Sabe aquela época em que derrubamos ícones como os nossos pais, os professores, os pensadores, os diplomatas? É inevitável a decepção não é? Mas você sim poderia ajudar para que ela fosse menor. Ok, é tudo um estilo de se expressar. Deve ser isso. É melhor acreditar nisso. Que pena ... que desperdício.

domingo, 3 de junho de 2012

A ABIN cuida de tudo, menos dos perigos imediatos...

Esses arapongas da ABIN deveriam ganhar um prêmio: o de como vencer o tédio sem fazer esforço nenhum.
Ou melhor: como aparentar trabalho sem produzir algo de útil para a humanidade, para o Brasil, para as vidraças do Ministério da Fazenda...
Abaixo a mensagem de um "abineiro" que discorre sobre tudo, do começo dos tempos ao apocalipse final, menos do que eu tinha tratado em dois posts anteriores: a incapacidade de um órgão de inteligência em fazer inteligência, a serviço do Estado.
OK, estou exagerando na castração dos coitados, mas eles podiam ao menos aparentar que estão preocupados com o assunto.
Não: eles estão na alta política mundial, da Guerra Fria à guerra nas estrelas, menos numa simples invasão de prédio público em Brasília por um bando de terroristas tupiniquins (que nunca vão fazer a revolução, está claro, mas que quebram um bocado de vidraças, isso sim, quebram, e de graça...). OK, a viúva paga a conta, e os abineiros continuam fazendo relatórios sobre a política mundial e os perigos dos nossos "competidores" trapaceiros e sorrateiros.
Mas eu não pedi muito: apenas que a ABIN se infiltre nesse bando de neobolcheviques de araque -- mas que recebem dinheiro do exterior, e portanto devem infringir vários capítulos da legislação que rege essas ONGs de fachada -- e contribua para evitar mais perdas patrimoniais ao Estado brasileiro.
E que sobretudo evite a vergonha que consiste em sequer defender o Estado no seu funcionamento corrente.
Ou será que interromper o funcionamento do Ministério da Fazendo não representa uma ameaça ao funcionamento normal do Estado?
Ou a ABIN só fica cuidando da segurança do Palácio do Planalto, e do chefe do Executivo?
Mas então é melhor fechar a ABIN. Sai muito caro para não fazer nada.
Confirmo que conheço o livro desse transfuga do sistema soviético -- já no final do sistema -- e também os casos relativos ao Brasil: qualquer país pode ter embaixadores comprados, chantageados, enganados, dispostos a colaborar por uma série de razões, e nisso não devemos ser exceção.
Mas a ABIN por acaso já fez o levantamento de quantos, atualmente, trabalham ao mesmo tempo para o governo brasileiro e para o governo cubano? Ou, só porque ela tem um "acordo de cooperação" com os arapongas cubanos, evita de se meter nessa história?
Duplamente incompetentes, então, com o perdão da expressão.
Repito: deixemos o mundo em paz, e cuidemos da segurança próxima. Isso eu não tenho visto, com escuta ou sem escuta.
Muito caro para ficar lendo revistinhas estrangeiras e fazendo pesquisas no Google, muito caro. Quase tão caro quanto os diplomatas...
Paulo Roberto de Almeida 


Mensagem recebida em três comentários postados: 



Oi Paulo, aqui é o "Anônimo Abinófilo" rs!!! 
Seu estilo é bem agressivo, mas eu entendo que é apenas um estilo e não um desrespeito. Cá pra nós, tem vez que leio suas críticas e imagino que no meio delas você atirou uma caneca de café na parede! 
Mas deixando a fúria de lado, você tem razão em muita coisa do que escreveu. Para você ver que não sou tão abinófilo assim, acredito em alguns de seus apontamentos e, em parte, nas suas sugestões. Só discordo que a Abin deveria fazer escutas ... porque não pode de jeito nenhum. Não há previsão legal alguma nem para requerer autorização judicial.
Todavia, quero crer que você já sabia disso e que foi uma provocação em busca dessa minha resposta, pois sabe-se que esse tipo de inteligência tática que você propõe, sem escuta telefônica não há como fazer.
Castrada, nesse aspecto, a Abin está, de fato. Mas daí vem o debate sobre o papel dessa instituição no "Estado de Direito". Bem, a própria lei que cria o sistema de inteligência já diz: a Abin coordena o sistema. É o órgão central. Há a necessidade de um órgão central simplesmente porque, supõe-se, existe um monte de organismos produzindo inteligência no Brasil. Cada um voltado para um interesse específico, com uma linguagem técnica específica.
O organismo central atende a outro interesse, ao do alto Executivo, reunindo as informações dos diversos órgãos e, ocasionalmente, produzindo (coletando/apreciando), se for o caso, e "traduzindo" para o "presidencialês". Esse é o papel institucional. As temáticas a serem trabalhadas dependerão da capacidade das autoridades em identificar o que é ou não é ameaça para o Estado.
Para você, o MST é uma ameaça ao Estado. Eu não tenho tanta certeza, a não ser que essa organização tenha ligações com outras entidades esquisitas mundo afora. Caso contrário, é um problema social que, às vezes, torna-se assunto de polícia. O perigo de uma entidade que serve diretamente às altas autoridades do Executivo trabalharem com temáticas sociais internas ou voltadas para corrupção etc. é a deformidade que a politização da informação pode causar.
Por isso que, normalmente, em outros países esses assuntos são criminalizados e passados para a polícia. Inteligência não instrui processo, não é regida pelas regras do Código Processual e, por isso, corre o risco de estragar toda uma investigação bem feita, por exemplo, pela Polícia Federal. Exemplos aqui no Brasil nós já temos, é só procurar.
Resumindo, a inteligência precede o processo criminal.
Voltando para a definição do que é ou não é ameaça ao Estado: eu não sei se você concorda comigo, mas parece que o Brasil é muito voltado para si mesmo. Tem dificuldade em perceber ameaças em seus arredores e principalmente em lidar com as ameaças que percebe. Quanto mais o País se fortalece, contudo, maiores as ameaças ao Estado.
Se nossa diplomacia finge ser a cabeça da sardinha, nossos competidores (porque inimigos parece que não temos) nos veem como rabo de tubarão.
É só ler a "The Economist" Só que nesse jogo das ameaças o que vale é a percepção do competidor ocasional e não o que nós acreditamos, o que queremos passar ou a "verdade". É o que ele, o competidor, acha de nós que guiará suas ações em relação ao País.
Essas são, essencialmente, as ameaças para o Estado. Invariavelmente, por exemplo, o isolamento do Brasil no caso da Síria será conectado com nossa defesa ao programa nuclear iraniano e à nossa postura em relação aos palestinos.
Sem querer julgar o que é certo e o que é errado, mas se o Estado procura uma política externa desse tipo, ameaças serão produzidas, contraposições políticas emergirão. Isso é o que decorre do exercício do poder mais duro. Não dá para ser soft o tempo todo com o tamanho que tem o Brasil.
No caso da Síria e levando-se em conta a capacidade de polarização do Brasil no "sul", eu chutaria que Rússia, China, França, Inglaterra, Israel, EUA e Turquia estão bastante interessados no processo decisório brasileiro em relação ao Oriente Médio. Todos eles, e outros, querem saber do próximo passo do Brasil.
Desses alguns tem grande capacidade de projetar sua "prospecção de informações". Nesse contexto, há possível ameaça ao que ao Estado interessa proteger, principalmente seus canais de comunicação diplomáticos.
Aliás, já leu Vasili Mitrokhin? "The World Was Going Our Way: The KGB and the Battle for the Third World". Lá ele relata como diplomatas da embaixada brasileira em Angola, inclusive um embaixador, foram recrutados por espiões da KGB para fornecer a criptografia que protegia as comunicações do Itamaraty. Isso sim é ameaça ao Estado, se for verdade.
Será que isso não pode acontecer hoje em dia? Será que nesse caso da Síria e do Irã já não aconteceu? Será que a Abin não deveria ajudar na formação dos diplomatas? Será que nisso a Abin poderia atuar?
O que o Itamaraty faz em um caso desses? Finge que é coisa de filme e que não acontece? Foi somente um exemplo do campo externo, que você conhece melhor que eu. Há milhares que posso dar e que, com certeza, você pode imaginar. Exemplos em que o Estado está realmente ameaçado ou em que futuramente poderá ser.
Mas claro, há o MST e suas invasões a prédios públicos. Há os funcionários dos Ministérios correndo como chinchilas desordenadas diante da visão daqueles bárbaros e suas ferramentas rurais em riste. Há os que protegem os criminosos que destroem patrimônio público. E há a polícia, que, além de ficar encarando os manifestantes, não fez nada nem antes, nem durante e nem depois (não sejamos injustos, depois a polícia contabilizou os prejuízos).
Só uma correção. Resolvi pegar o livro do sr. KGB e vi que o recrutamento do(s) embaixador(es) e diplomatas não ocorreu em Angola, foi em um país da cortina de ferro. E esse caso específico, que ele chama de IZOD (codename do embaixador brasileiro), não teve a ver com a questão da criptografia roubada. Acho que li em outro livro dele, não sei ao certo qual no momento, sobre o roubo da criptografia ter se dado na embaixada brasileira em Angola. Mesmo assim, apesar das conexões equivocadas, os fatos preocupantes, verdadeiros ou não, estão realmente descritos no livro a que fiz referência. Desculpe pela confusão.
Fazer quê? Sugestões?

Inflacao de Barao: tem para todos os gostos

O Barão virou nome de Avenida no dia seguinte à sua morte. Desde 1913, invariavelmente, figurou em todas as moedas brasileiras (e elas foram muitas, como vocês sabem, pelo menos seis, sem falar das pequenas variações da mesma moeda). Ele figurou nas notas de 5 cruzeiros, e nas de 1.000 cruzeiros, ou cruzados, ou qualquer outra, até nas moedas de 50 centavos, se não estou enganado.
Tem Barão do Rio Branco em todo o Brasil, cidades, ruas, praças, avenidas, becos sem saída, restaurantes, quem sabe até em casas menos recomendadas?
Enfim, de tudo o que vem sendo visto por aí, e que ameaça nos dar indigestão de barão, esta é uma das melhores matérias que li, bem informativa para nossos estudantes.
Paulo Roberto de Almeida
DIPLOMACIA

Brasil, a obra maior do Barão

Atuação do diplomata Barão do Rio Branco, morto há 100 anos, foi fundamental na definição do desenho atual do país
DEREK KUBASKI, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO
Gazeta do Povo, 02/06/2012
“Dorme, meu grande Rio Branco, o sono da eternidade, que tu foste, da tua pátria, o herói da liberdade”. O estribilho com rima pobre da centenária canção “Morte do Barão do Rio Branco” – do músico Serrano – imortaliza o mito que se criou sobre o “figurão” da diplomacia brasileira cujo verdadeiro nome era José Maria da Silva Paranhos Júnior, morto em fevereiro de 1912. O mito, apesar de alguns exageros, faz jus ao espírito negociador do homem que deu o formato atual de grande parte das fronteiras brasileiras sem apelar para as armas.
Mesmo antes de ser nomeado Ministro das Relações Exteriores do país, em 1902, Rio Branco colecionava participações de peso nas negociações de algumas divisas, como na disputa pelo Território de Palmas, reivindicado pela Argentina, mas que acabou ficando em caráter definitivo para o Brasil em 1895. Se o país platino saísse vitorioso, a extensão Leste-Oeste do estado de Santa Catarina poderia ter aproximadamente um terço do tamanho que tem hoje.
Brasil e Argentina vinham disputando o Território de Palmas (ou “de las Misiones”) desde 1881. Em mais de dez anos de debates, os dois países não chegaram a um acordo. A questão, então, passou para as mãos da arbitragem dos Estados Unidos. Rio Branco, então cônsul do Brasil em Liverpool (Inglaterra), foi chamado para representar os interesses da terra natal. Como ressalta o historiador da Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul, Adelar Heinsfeld, o sucesso do Brasil na questão se deveu, entre outros aspectos, ao grande conhecimento histórico de Rio Branco, o que deu corpo à defesa que apresentou.
“Não fosse isso, teríamos uma ‘cunha’ argentina encravada bem no meio da Região Sul”, sustenta Heinsfeld, que pesquisou a participação de Rio Branco nas questões fronteiriças brasileiras. Ele acredita que, se o Brasil perdesse o território reivindicado pela Argentina, os movimentos que pregam a separação do Sul do restante do país poderiam ter muito mais força. “A distância entre a Argentina e o litoral de Santa Catarina seria de apenas 45 léguas [cerca de 180 quilômetros]. Boa parte da Região Sul ficaria praticamente ‘fora’ do Brasil”, avalia.
Pouco por muito
No livro “A Geopolítica do Barão do Rio Branco”, o professor Heinsfeld apresenta um panorama das fronteiras cujas formações dependeram diretamente da intervenção do Barão (ver infográfico). Em alguns momentos, como resgata o pesquisador, o “desenhista” das nossas divisas teve de ceder algumas partes dos territórios disputados como forma de compensação aos países com que o Brasil litigava. Mas foram cessões ínfimas: as concessões feitas à Colômbia e ao Peru perfazem cerca de 42 mil km² de terras, enquanto, nas mesmas negociações, o Brasil assegurou cerca de 600 mil km² para o seu território. “Apesar de ser um grande articulador, ele também foi o artífice de um dos processos de maior modernização nas nossas forças armadas, especialmente da Marinha. É o que podemos chamar de uma “Paz Armada””, afirma Heinsfeld.
Articulação
Diplomata aproximou Brasil e Estados Unidos
Crente na possibilidade de tornar o Brasil uma potência internacional, Rio Branco voltou suas atenções para o país norte-americano que – na transição do século 19 para o 20 – não fazia questão de ocultar a gana imperialista. Para um país como o nosso, ainda muito dependente da Inglaterra na época, essa aproximação com os Estados Unidos tencionada pelo Barão era vista como algo ousado.
“Era o que se pode chamar de um americanismo pragmático, não ideológico”, alerta Bonafé. Segundo o pesquisador, ao invés de um alinhamento com o pensamento norte-americano, o chanceler brasileiro buscou antecipar um bom relacionamento com um país que – como revelou a História – se tornaria a maior potência do cenário internacional.
“Prova disso é que a primeira embaixada brasileira é instalada em Washington, capital dos Estados Unidos, em 1905, quando o Brasil recebe a primeira embaixada daquele país na América Latina”, recorda Bonafé. Segundo ele, uma das maiores preocupações de Rio Branco era que o Brasil fosse visto como um país civilizado pela comunidade internacional.
Trajetória
Rio Branco simpatizava com a Monarquia, mas fez fama na República
Filho do senador do Império e também diplomata Visconde do Rio Branco, o Barão começou suas atividades de cônsul – em Liverpool – com apenas 31 anos, em 1876. Depois de já ter atuado em algumas questões fronteiriças, como advogado da República, representou o Brasil em uma missão em Berlim, na Alemanha, entre 1900 e 1902. Naquele ano, foi convidado para ser Ministro das Relações Exteriores, cargo que ocupou até vir a falecer.
Ao todo, Rio Branco assumiu a pasta durante os mandatos de quatro presidentes brasileiros: Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. O Barão, devido à competência técnica que tinha para o cargo, era benquisto por todos os chefes da República com quem conviveu mesmo sendo um monarquista declarado. Ao contrário de outros diplomatas críticos do governo republicano, Rio Branco não se afastou do regime.
Estudioso do diplomata Joaquim Nabuco e da relação dele com o Barão, o historiador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Luigi Bonafé, acredita que isso contribuiu para a glória e fama que Rio Branco conquistou. “Ele chega a ofuscar outras personalidades da diplomacia brasileira como Oliveira Lima, Félix Pacheco, Lauro Müller, Domício da Gama e o próprio Nabuco, de quem ele foi amigo pessoal.”
Em sua pesquisa, ele analisou cartas trocadas entre Nabuco e Rio Branco. “Eles são contemporâneos, fizeram juntos o curso de Direito. Ambos tiveram uma formação bastante conservadora e rejeitavam a República. A diferença é que o Barão, com o fim da Monarquia, continuou nas suas funções, enquanto Nabuco assumiu uma posição mais política, batendo de frente com o sistema republicano”, explica.

Marajas do Estado tomam o proprio Estado como refem

Sem dúvida alguma, são assaltantes dos recursos públicos, do contrário não fariam greve.
Mas, nada vai acontecer, pois o Estado brasileiro parece um velho babão, incapaz de qualquer medida coerente em defesa dos seus próprios interesses.
Eu aposto que vão ficar em greve durante dois ou três meses, o que não fará nenhuma diferença para o setor privado, que até vai poder respirar um pouco.
Quem perde é o próprio Estado.
A menos, claro, que os marajás do serviço público resolvam se vingar fazendo operações contra os agentes privados, por excesso de zelo fiscalizatório, tornando a vida de todos e cada um um verdadeiro inferno.
Marajás do serviço público são sempre uma praga pública.
Se eles não tivessem estabilidade, aposto que não parariam tão facilmente, inclusive porque num governo decente, deveriam ter seus dias parados descontados do salário.
Sabem quando isso vai acontecer no Brasil?
No dia 30 de fevereiro, de qualquer ano...
Sabem o que significa o governo apresentar uma proposta? Se render ao Sindifisco e suas propostas maravilhosas (para eles...).
Paulo Roberto de Almeida 
 Sindifisco (Sindicato Nacional dos AFRFBs), 31/05/2012

O resultado parcial da Assembleia Nacional realizada na quarta-feira (30/5) em todo o país já confirma que haverá paralisação dos Auditores-Fiscais por tempo indeterminado a partir de 18 de junho, caso o Governo não se manifeste e apresente uma proposta concreta e discutível à Classe até a data.

Qual o papel da ABIN num Estado de Direito? - um debate com Anonimo Abinofilo

Eu sempre me surpreendo com certas coisas. 
Por exemplo, com a ineficiência do Estado brasileiro.
Que ingênuo que sou: se o Estado brasileiro fosse eficiente, há muito seríamos um país ao estilo da Suíça, não uma mistura de Itália com Gana, como somos, de fato (com o devido perdão aos nacionais desses países, mas eu poderia fazer qualquer outra combinação, também, pois as possibilidades de misturar algumas coisas boas, com outras totalmente ruins, são infinitas).
Mas venhamos ao que interessa.
Eu sempre me surpreendo com a INCAPACIDADE do Estado brasileiro em prevenir ataques às suas próprias instalações (ministérios, agências oficiais, etc). 
Todo ano, no quadro do Abril Vermelho, o MST e outros movimentos neobolcheviques, que fingem que estão brincando de reforma agrária, invadem prédios públicos, constrangem funcionários, quebram o patrimônio público, e não vejo acontecer absolutamente nada, nadica de peteberebas, como diria um caipira.
Ora, suponho que órgãos que se destinam à "defesa do Estado", sabendo disso, deveriam ter alertas preventivos sobre o que está acontecendo. 
E me surpreendo, mais uma vez (mais eu sou ingênuo), que nada acontece.
Pois bem, eu postei o último exemplo dessa ineficiência, aqui, quando fazia também estes comentários iniciais à matéria de imprensa que seguia abaixo:

QUARTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2012


Que tal fechar a ABIN?

Os arapongas se destinam, supostamente, a defender o Estado de Direito, as instituições públicas, prevenindo ataques e desmantelando ameaças ao funcionamento normal do aparelho de Estado.
Nos últimos dez anos (e mesmo antes), e provavelmente no futuro também, os inimigos do Estado fazem o que querem, sem que haja, como deveria haver, prevenção, desarticulação, identificação dos líderes.
Curiosamente isso nunca ocorreu, seja com MST, com CUT, ou outros movimentos que poderiam ser chamados de terroristas.
Acho melhor fechar a ABIN, um órgão notoriamente castrado e sem qualquer função aparente, menos a de gastar o nosso dinheiro inutilmente...
Paulo Roberto de Almeida 


A notícia era esta aqui: 

Prédio do Ministério da Fazenda é invadido por trabalhadores rurais





Pois bem, recebo o comentário seguinte de um Leitor Anônimo:
Anônimo disse...
Oi Paulo, deve ter alguém na ABIN de quem você não gosta muito ... todo ano você solta uma dessas. Antes de pregar o fechamento da coisa, todavia, talvez fosse mais produtivo discutir a institucionalização desse tipo de atividade, por exemplo. Falar de controles efetivos. Com relação à perpetuação das ameaças ao Estado, temos três hipóteses fortes: 1- os serviços de inteligência não trabalham com essa temática (vários motivos, inclusive políticos) 2- os serviços de inteligência trabalham mal e não cumprem sua função 3- o trabalho é feito, mas o usuário não o utiliza (o que é uma forma de utilizar). Se a hipótese 1 é mais palatável para você, acho que deveria criticar o governo (por este não fortalecer o caráter "de Estado" da atividade). Se for a 2, então você está certo (mais ou menos, porque, se for por falta de eficiência, o certo seria fechar o Brasil!!!). Sendo a 3, deveria, novamente, criticar o governo, pois a falta de controle externo permite que o governo incremente a politização da atividade de inteligência. Eu desconfio, pelos governos que tivemos nas últimas décadas, que as informações sobre MST não foram utilizadas. No caso de um presidente com bases esquerdistas, é tiro no pé. Ora, o assessoramento é direto à Presidência da República, o usuário principal é esse! Só que por conta da natureza da atividade, ela é unicamente informacional. O que uma instituição de inteligência pode fazer além de informar? Acho que a ABIN não tem como impedir uma invasão e talvez nem devesse ter como. Já as polícias ... têm divisões de inteligência e capacidade de agir. Sendo assim, se você não critica os atores de peso e prefere chutar cachorro (semi)morto, sugiro que vá ao oftal, porque a miopia está fazendo mal à sua crítica! :-)

02/06/12 22:03
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Ao que respondi o seguinte: 

Blogger Paulo R. de Almeida disse...
Caro Anônimo Abinófilo,
Não conheço ninguém na ABIN, nunca estive com alguém da ABIN, e não tenho por que gostar ou desgostar desse serviço, que é um pouco híbrido, segundo o que sei: metade velhos arapongas do SNI (que já devem estar quase todos aposentados) e o material jovem recrutado por concurso, gente capacitada, sem ideologia ou com a ideologia do momento, digamos assim.
Quanto às hipóteses, eu ficaria com as três, com uma incidência maior daquela que diz que o usuário não as utiliza, o que é propriamente um outro escândalo político.
O fato é o seguinte: se a ABIN não tem gente infiltrada no MST, não faz escutas de um movimento terrorista (com a devida autorização judicial), então é muito incompetente, e não faz o seu dever, pois os gajos estão atacando propriedades do Estado. Se a ABIN não previne -- não agindo, mas alertando -- então não serve para muita coisa.
Se alerta, previne, avisa antecipadamente, e não ocorre nada, pois a autoridade deixa os terroristas agirem, então o comando da ABIN deveria fazer uma NOTA, informativa, para as autoridades de controle (TODAS ELAS) deixando claro que não foi por falha sua que as invasões de prédios públicos ocorreram, que avisou, tal data e tal local, que iriam ocorrer essas invasões.
Se os responsáveis da ABIN não são capazes de preservar sua honra e seu DEVER de ESTADO, aliás inscritos no seu mandato, presumivelmente, então que se demitam, e informem ao Congresso, a Corregedoria, ou quaisquer outros órgãos, do que vem ocorrendo.
Se não o fazem pode ser: (a) ineficiência; (b) incompetência; (c) covardia; (d) conivência; (e) corporatismo; (f) preguiça; (g) deixa-prá-lá; (h) todas as hipóteses acima...

Como disse e repito: não tenho nada a ver com a ABIN, mas acho que o Estado brasileiro, e o próprio Estado de direito estão sem defensores.
Devemos concluir que vivemos sob um bando de mafiosos?
Paulo Roberto de Almeida

03/06/12 06:13
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Está aberta a temporada de caça aos responsáveis pela ineficiência...

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