terça-feira, 24 de junho de 2014

Cara presidente: mude completamente sua concepcao, de macro para micro - Joao Luiz Mauad

Não preciso acrescentar mais nada. Aliás, já escrevi suficientemente a respeito, mas não à incumbente, e sim aos empresários.
Recomendei-lhes simplesmente uma fronda empresarial, ou seja um revolta contra a exação fiscal e o fascismo burocrático.
Vai acontecer?
Duvido...
Paulo Roberto de Almeida 

Num filme de terror

Prezada presidente Dilma: em entrevista a jornalistas estrangeiros, quando perguntada sobre as causas do persistente baixo crescimento de nossa economia, vossa senhoria, com saudável e corajosa sinceridade, respondeu que não sabe. Com a experiência de quem trabalha há mais de 30 anos como administrador de empresas e vivenciou várias fases da nossa história econômica, venho, humildemente, tentar ajudá-la a entender o problema.

Para começar, esqueça um pouco os agregados macroeconômicos e concentre-se no ambiente econômico que os investidores precisam enfrentar. Dê uma olhada, por exemplo, num relatório divulgado anualmente pelo Banco Mundial, chamado “doing business” (http://www.doingbusiness.org/). Esse estudo minucioso é baseado na análise quantitativa e qualitativa de dez diferentes aspectos ligados ao ambiente institucional de negócios em centenas de países, com destaque para a burocracia envolvida na abertura e fechamento de empresas, licenciamentos governamentais, contratação de mão-de-obra — principalmente os encargos relacionados à admissão e demissão de pessoal —, registros de propriedade, acesso ao crédito, segurança jurídica dos empreendedores, pagamento de impostos, facilidades (dificuldades) de comércio com o exterior e respeito aos contratos. No relatório de 2014, o Brasil ocupa a 116ª posição geral, entre 189 países.

Recentemente, a inauguração do novo aeroporto de Natal foi adiada por conta de problemas com o canil para animais em trânsito

Para abrir um novo negócio por aqui são necessários, em média, 13 procedimentos burocráticos, que podem levar até 107 dias para cumprir. Para obter as 15 diferentes licenças para erguer um prédio ode-se levar até 400 dias. Quanto aos tributos, além de arcar com um peso de impostos que consomem perto de 70% dos lucros, as empresas precisam de, no mínimo, 2.600 horas anuais para lidar com as obrigações acessórias exigidas pelo fisco.

Tocar qualquer empreendimento por estas plagas é algo comparável a um filme de suspense e terror, em que fantasmas e vorazes monstros estão sempre à espreita, ansiosos para abocanhar a maior parte dos lucros e prontos a opor obstáculos no caminho dos empreendedores.

Qualquer novo investimento deve percorrer um labirinto sem fim de controles e processos, além da má vontade de burocratas e, em certos casos, a oposição de grupos ativistas raivosos e barulhento. Cada etapa de um projeto envolve custos indiretos absurdos. Um incauto que pretenda construir um condomínio residencial, explorar uma mina, abrir uma pequena indústria ou mesmo furar um poço para precisa estar disposto a encarar uma burocracia asfixiante, uma intrincada teia de licenciamentos e um sem número de onipotentes agências reguladoras,com autoridade suficiente para paralisar por tempo indeterminado qualquer empreendimento. Recentemente, a inauguração do novo aeroporto de Natal foi adiada por conta de problemas com o canil para animais em trânsito. Pode isso, presidente? E olha que estamos em época de Copa do Mundo…

Como a senhora pode ver, é um verdadeiro milagre que alguém, à exceção daqueles poucos felizardos agraciados pelo dinheiro fácil e barato do BNDES ou beneficiados por contratos públicos superfaturados, ainda pense em investir aqui.

Fonte: O Globo, 23/06/2014.

SOBRE JOÃO LUIZ MAUAD

João Luiz Mauad
Administrador de empresas formado pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (EBAP/FGV-RJ), João Luiz Mauad é articulista dos jornais “O Globo” e “Diário do Comércio”. Escreve regularmente para os sites “Midia@Mais” e “Ordem Livre”.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Stalin colaborou ativamente com Hitler, traindo os partidos comunistas - Secret Cables of the Comintern

Leio um dos números recentes da revista britânica History Magazine (vol. 14, n. 4, April 2014), onde na p. 9 encontro uma nota anunciando um novo livro em publicação pela Yale University:

Fridrikh Firsov (arquivista e historiador russo), Harvet Klehr; John Earl Haynes:
Secret Cables of the Comintern, 1933-1943

1943 foi o ano em que o Comintern foi dissolvido, para que Stalin fizesse boa figura junto aos seus novos aliados ocidentais, inimigos comuns do nazismo, que ainda tinha milhares de soldados na União Soviética.

A matéria se chama "Stalin pushed for closer ties with the Nazis, study shows", e relata detalhes até aqui desconhecidos da colaboração voluntária de Stalin para com Hitler, que só queria eliminá-lo da face da terra, junto com o bolchevismo, que era considerado, junto com a "peste judia", o principal inimigo da humanidade, ou pelo menos da concepção que Hitler se fazia da humanidade (para ele com a raça ariana no comando, sendo os eslavos literalmente isso mesmo, escravos).

Stalin chegou ao ponto de pretender se juntar ao Pacto de Aço, com a Itália, e deu ordens aos partidos comunistas sob influência da URSS para que colaborassem ativamente com os nazistas, nos quase três anos durante os quais vigorou o pacto Ribbentrop-Molotov. Ele até empurrou o governo pró-fascista da Bulgária a se juntar ao Pacto, dizendo ao líder do Comintern, o búlgaro Georgi Dimitrov que a própria URSS pretendia se juntar, uma demanda que os nazistas ignoraram.

Quando algum comunista disser que o partido é anti-fascista, não custa nada lembrar essa pequena história. Na verdade, comunismo e fascismo são irmãos siameses, se não irmãos gêmeos em tudo, pensamento e ação.
Paulo Roberto de Almeida

Chamada de artigos para o Workshop ‘Latin America in a Global Context’ (Berna, Suica)

Chamada de artigos para o Workshop ‘Latin America in a Global Context’
13/05/2014

O Centro de Relações Internacionais da FGV, sediado no CPDOC, e o Center for Global Studies, da Universidade de Berna, na Suiça, organizam em parceria o workshop "Latin America in a Global Context", a se realizar nos dias 4 e 5 de dezembro, na Universidade de Berna.
O workshop tem como objetivo explorar novas ideias e novos debates sobre como se dá a escrita da história da América Latina, sob uma perspectiva global.
Para se candidatar a participar, os interessados devem enviar artigos dentro das seguintes chaves:
  • Novas discussões metodológicas;
  • Perspectivas hemisféricas, atlânticas e globais;
  • Perspectivas tranculturais e transnacionais; e
  • Multilateralismo e regionalismo
Os candidatos devem enviar resumos - mais ou menos 250 palavras - junto aos seus currículos para avaliação. As cadidaturas devem ser encaminhadas para Stella Krepp (stella.krepp@hist.unibe.ch) e Alexandre Moreli (alexandre.moreli@fgv.br) até o dia 30 de junho.

Clique aqui para acessar o edital completo.

Oriente Medio: finalmente o fim da Primeira Guerra Mundial? - Foreign Policy

Os militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (também chamado do Iraque e da Síria) anunciam que pretendem eliminar as fronteiras criadas a partir do final do Império Otomano como consequência da Primeira Guerra Mundial e a divisão da região entre as duas grandes potências vencedoras, Grã-Bretanha e França.
Cem anos depois do início do conflito mundial que mudou a face do mundo, para sempre, tanto no plano político, quanto no geográfico e sobretudo no econômico, trata-se de notícia realmente histórica.
Cabe ver se as grandes potências, que são atualmente os Estados Unidos e, num plano bem menor, os aliados da OTAN, e do outro lado a Rússia (como sempre) e ainda mais distante, a China, sem falar do Irã, do Egito e da Arábia Saudita permitirão a ascensão do novo califado anunciado pelo ISIL...
Paulo Roberto de Almeida


Iraq Loses Control of Borders

Foreign Policy morning bulletin, June 23, 2014

Top news: The Iraqi government has abandoned the only legal border crossing with Jordan to Sunni tribal groups. Tribal groups are negotiating to hand the crossing, Turaibil, over to militants from the Islamic State of Iraq and al-Sham (ISIS). ISIS also took control over the two main border crossings with Syria over the weekend.

Jordan is putting its military on alert to protect its 112-mile-long border with Iraq, fearing ISIS militants could spill over. The strategically important airport town of Tal Afar in western Iraq has also fallen out of the Baghdad government's control as ISIS extends its sweep across western Iraq.

ISIS's goal is to create an Islamic state across the Sunni Arab world and has said that it intends to erase the borders drawn by colonial powers after World War I.

Meanwhile, Secretary of State John Kerry is in Baghdad to meet with Iraqi political leaders in an effort to push them toward reconciliation. That might create the confidence in the central government necessary for defeating ISIS.

Consequencias economicas da violencia e dos conflitos - Steve Killelea

Artigo

Um guia econômico para a Guerra e a Paz

Segundo Steve Killelea, os custos globais para conter a violência atingiram 9,5 trilhões de dólares — ou 11% do PIB mundial

Steve Killelea
Veja.com, 22/06/2014
Destruição em Londres após bombardeio alemão durante Segunda Guerra Mundial
Destruição em Londres após bombardeio alemão durante Segunda Guerra Mundial (Bert Hardy/Picture Post/Hulton Archive/Getty Images)
As notícias sobre conflitos enchem as manchetes dos jornais na atualidade: quer seja sobre a guerra civil na Síria, sobre os conflitos internos na Ucrânia, o terrorismo na Nigéria, ou a repressão policial no Brasil; o imediatismo espantoso da violência é realmente muito evidente. Mas, enquanto os comentaristas debatem sobre as questões geoestratégicas, a dissuasão, os conflitos étnicos, a situação desesperada dos cidadãos comuns capturados no meio desses conflitos, raramente o assunto de outro aspecto vital do conflito é abordado objetivamente - o seu custo econômico.
A violência também tem custos financeiros significativos. Os custos globais para conter a violência ou para o tratamento das suas consequências atingiram a incrível soma de 9,5 trilhões de dólares (11% do PIB mundial) em 2012. Este valor representa mais que o dobro do tamanho do setor agrícola a nível global e excede o total de gastos em ajuda externa.
Levando em conta esses montantes colossais, é crucial que os responsáveis políticos analisem devidamente onde e como esse dinheiro é gasto, e considerem maneiras de reduzir essa cifra. Infelizmente, tais questões são raramente analisadas com a devida seriedade. Esta situação deve-se, em grande medida, ao fato de as campanhas militares serem geralmente motivadas por preocupações de natureza geoestratégica e não de lógica financeira. Embora os opositores à guerra do Iraque possam acusar os Estados Unidos de cobiçar os campos de petróleo do país, a campanha foi, no mínimo, antieconômica. A Guerra do Vietnã e outros conflitos também foram verdadeiras catástrofes financeiras.
Existem perguntas semelhantes em termos de gastos em armas em tempo de paz. Poderíamos, por exemplo, questionar a lógica financeira da recente decisão tomada pela Austrália de gastar 24 bilhões de dólares na aquisição de problemáticos aviões de caça enquanto, simultaneamente, prepara o país para os mais rigorosos cortes orçamentários registados em décadas.
Os gastos desnecessários relacionados com a violência não são apenas uma questão de guerra ou dissuasão. Por exemplo, as campanhas de “ordem pública”, duras e dispendiosas, embora sejam atrativas para os eleitores, geralmente, têm pouco efeito sobre as taxas de criminalidade subjacentes. Quer seja uma situação de guerra mundial ou de policiamento local, os conflitos envolvem sempre um aumento acentuado nos gastos públicos. A questão é saber se essa despesa vale a pena.
É evidente que gastar dinheiro a fim de conter a violência nem sempre é uma coisa ruim. A presença da polícia, dos serviços militares, policiais ou segurança pessoal são, muitas vezes, uma presença muito bem-vinda e necessária. Se for devidamente aplicada, conduzirá, em longo prazo, à economia do dinheiro dos contribuintes. A questão pertinente é se o montante gasto em cada caso é adequado.
Certamente, poucos países alcançaram um bom equilíbrio ao abordar a questão da violência e o fizeram mediante custos relativamente baixos; isto prova que existem formas de reduzir as despesas desnecessárias. A utilização mais eficiente de fundos pode ser conseguida mediante um trabalho minucioso sobre a prevenção. Sabemos como se sustentam as sociedades pacíficas: a distribuição equitativa de renda, o respeito pelos direitos das minorias, padrões de elevada qualidade no ensino, baixos níveis de corrupção e um ambiente de negócios atrativos.
Além disso, quando os governos gastam demais para conter a violência, desperdiçam dinheiro que poderia ser investido em outras áreas mais produtivas, como a infraestrutura, o desenvolvimento de negócios, ou a educação. A maior produtividade resultará em consequência, por exemplo, com a criação de escolas em lugar de prisões,  melhoraria o bem-estar dos cidadãos e, consequentemente, diminuiria a necessidade de investir na prevenção da violência. A isso eu dou o nome de “ciclo virtuoso de paz”.
Comparemos, por exemplo, os quase 10 trilhões de dólares gastos em 2012 no mundo para conter a violência com os custos globais da recente crise financeira mundial. Mark Adelson, o ex-diretor de crédito do Standard & Poors, estima que a crise tenha originado perdas totais globais no valor de 15 trilhões de dólares no período entre 2007 e 2011, o que representa a metade do valor derivado para fins de contenção da violência durante o mesmo período. Se os responsáveis pelas diretrizes políticas gastam o mesmo tempo e dinheiro para prevenir e conter os  conflitos, o benefício, em termos de menos violência e de um crescimento econômico mais rápido, poderia ser enorme.
Os governos poderiam começar por reavaliar as suas despesas em matéria de auxílio. Em termos globais, o valor gasto em contenção da violência já é 75 vezes maior que em ajuda total combinada para o desenvolvimento. Além disso, não é coincidência que os países com maior despesa com violência (em relação ao PIB) figuram também entre os mais pobres do mundo - a Coreia do Norte, a Síria, a Libéria, o Afeganistão e a Líbia, para nomear alguns entre muitos outros. Poderia esse dinheiro ser melhor direcionado para investimentos destinados a reduzir ou a prevenir conflitos?
Além das razões humanitárias óbvias de que é preciso se investir na paz, especialmente no âmbito de estruturas de desenvolvimento internacionais estabelecidas, tal investimento tornar-se visível também uma das formas mais rentáveis de desenvolver a economia e equilibrar o orçamento. É por essa razão que vale a pena discutir este tema.
Steve Killelea é presidente do Instituto de Economia e Paz
(Tradução: Roseli Honório)
© Project Syndicate 2014

Argentina: ciclotimica e recorrente na crise financeira - Carlos Malamud

Argentina y el cambio de ciclo

Los molinos de viento de la deuda Argentina

Cristina aseguró que Argentina "no va a defaultear su deuda reestructurada" y que no se someterá a "la extorsión".
Infolatam
Madrid, 22 junio 2014
Por CARLOS MALAMUD

(Especial Infolatam).- En una semana el humor argentino cambió radicalmente. Si el 9 de junio La Nación de Buenos Aires titulaba en su primera plana que los capitales internacionales volvían a mirar al país, siete días después el fallo de la Corte Suprema de Estados Unidos contra Argentina y su postura sobre los holdouts fue suficiente para recordar lo peor de la crisis de 2001. En pocas horas el precio de los bonos argentinos y de las acciones cotizadas en la Bolsa de Buenos Aires se desplomó a la vez que subían dramáticamente el dólar paralelo, que recuperó la cota de 12 pesos, y el riesgo país, con un aumento del 16%.
La idea de normalidad se basaba en un índice llamado de economías de frontera, unas economías en desarrollo con grandes oportunidades de ganancia, del cual están excluidos países emergentes como Brasil o México con mayor estabilidad e institucionalidad. Esa sensación era producto de una serie de medidas recientes del gobierno kirchnerista, desde la elaboración de un nuevo índice para medir la inflación (demandado por el FMI) hasta acuerdos millonarios para cerrar contenciosos pendientes ante el CIADI (Centro Internacional de Arreglo de Diferencias relativas a Inversiones), el Club de Paris o Repsol.
Si bien estas medidas no solucionaron los problemas económicos de fondo ni relanzaron el crecimiento argentino, bastaron para instalar la idea de que el país se había distanciado del precipicio. Sin embargo, la fuerte inflación, la caída de reservas internacionales, la falta de divisas, el déficit energético, el excesivo peso de los subsidios y el elevado gasto público seguían ahí, aunque Cristina Fernández había logrado su objetivo de comprar tiempo.
Los resultados electorales de 2013 cerraron el camino a la reforma constitucional que hubiera habilitado una nueva reelección. Simultáneamente, el hiperliderazgo presidencial evitó que surgiera ninguna candidatura viable dentro del riñón del régimen, una cuestión agravada por la situación judicial y política del vicepresidente Boudou,que afronta serias acusaciones de corrupción. En el oficialismo, el candidato mejor posicionado es Daniel Scioli,gobernador de la provincia de Buenos Aires, pese a ser rechazado por el kirchnerismo más radicalizado.
El futuro, plagado de dificultades y peligros como la apertura de causas judiciales contra los principales miembros del gobierno, podría ser más llevadero si se concretara el deseo de retornar a la presidencia en 2019. Para que esto ocurra deben cumplirse algunas condiciones nada fáciles. Lo más importante es llegar al cambio de gobierno al final de 2015 sin que una nueva crisis económica estalle en las manos de Fernández y acabe dramáticamente con sus expectativas. Esto explica algunas políticas recientes, como las mencionadas más arriba, pese a su incompatibilidad con el relato político-ideológico del gobierno.
Manifestacion Argentina Fondos Buitres
Nuevamente el discurso para el consumo interno buscó inflamar las pasiones nacionalistas (“¡patria o buitres!”), a tal punto que muchos comenzaron a comparar la Guerra de las Malvinas con esta nueva crisis.
El fallo de la Corte Suprema se llevó por delante el oasis de tranquilidad en que se había instalado la sociedad argentina. La respuesta gubernamental mantuvo la estrategia tradicional: negativa absoluta a negociar con los “fondos buitre” y descalificación de la justicia norteamericana, en un momento en el que ni la política económica ni la diplomacia estuvieron a la altura de lo demandado. Nuevamente el discurso para el consumo interno buscó inflamar las pasiones nacionalistas (“¡patria o buitres!”), a tal punto que muchos comenzaron a comparar la Guerra de las Malvinas con esta nueva crisis.
La malvinización del conflicto se tradujo no sólo en soflamas altivas sino también en la negativa a pagar, a enviar misiones negociadoras a Estados Unidos o a cambiar el tono del discurso contra el juez Griesa, principal responsable de la causa de los holdouts en Nueva York. La sensación de debacle llevó a recapacitar y se comenzaron a llamar a las cosas por su nombre. De este modo los molinos de viento dejaron de ser gigantes para ser simplemente molinos ya que el estallido de una crisis acabaría con Cristina Fernánez, sin un recambio político viable, pero también con el kirchnerismo y, muy probablemente, supondría un golpe durísimo al peronismo.
De una manera u otra Argentina está frente a un cambio de ciclo. Independientemente de la evolución judicial y económica del problema de la deuda vale la pena no perder de vista su componente político, con unas elecciones presidenciales a la vista (octubre de 2015). El fin de la etapa kirchnerista se observa en los detalles más nimios pero de momento nadie tiene las claves del futuro. Faltan 16 meses para las elecciones, un siglo en la política argentina, y 14 para las primarias, simultáneas y obligatorias (PASO), a celebrarse en agosto de 2015, cuando comenzarán a aclararse las cosas. Hasta hace poco la mayor parte de los observadores señalaba que el recambio sólo podría provenir del peronismo.
Pero la coyuntura ha cambiado radicalmente. La dispersión del voto es absoluta y todas las opciones están abiertas. Ninguno de los principales candidatos (el paraoficialista Daniel Scioli, el neoperonista Sergio Massa, el centroderechista Mauricio Macri o alguno de los cuatro precandidatos de UNEN, coalición de radicales, socialistas y otras opciones de centro izquierda) tiene el 30% de la preferencia ciudadana. Actualmente la única certeza es que habrá segunda vuelta, aunque el resultado final dependerá únicamente de quiénes sean sus dos competidores.
Una vez más Argentina se ha perdido en su laberinto. Nuevamente retornan las preguntas de por qué un país tan rico es incapaz de transitar decididamente hacia el desarrollo. Pese a las voces catastrofistas, Argentina no se despeñará esta vez ni volverá a declararse en cesación de pagos. Sin embargo, cualquiera sea el nuevo gobierno, deberá recomponer una economía devastada. Para lograr su cometido el próximo presidente tendrá que deshacer muchas de las medidas que, bien por prejuicios ideológicos, bien por politiquería o bien por incompetencia, se adoptaron en los últimos 12 años. Como los milagros son imposibles, la complicada articulación de equilibrios políticos y económicos sólo se alcanzará con amplios consensos, cuya búsqueda debería ser la tónica dominante a partir de 2015.

Eleições 2014: companheiros se apropriaram do Estado e o colocam a seu servico

A tropa de choque digital do ministro
Editoria O Globo, 21/06/2014

A reunião do ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com blogueiros e jornalistas chapas-brancas poderia ser contestada por partidos de oposição pelo fato de ter sido realizada no Palácio do Planalto. O encontro, realizado quarta-feira e transmitido pela internet, tratou de estratégias de defesa do governo Dilma na rede mundial de computadores, com óbvias intenções eleitorais. Logo, um ato de campanha. Portanto, inadequado a um espaço cujo proprietário é o Estado e não o PT, ou qualquer outro partido.
Mas costumam ser tantas as transgressões à legislação eleitoral, e não apenas nesta eleição, que os transgressores parecem vencer pelo cansaço. No caso desse ilustrativo encontro, o mais importante terminou sendo as próprias características da reunião e a agenda discutida.
Talvez pela crescente preocupação com a tendência das pesquisas eleitorais, lulopetistas começam a se descuidar. Escancaram conversas sugestivas entre uma autoridade, blogueiros e jornalistas ligados ao PT, muitos dos quais atuam apoiados financeiramente por meio de anúncios de estatais. Recebem dinheiro público.
Essa reunião reforça a previsão de que a campanha deste ano tende à radicalização. E, como já aconteceu no passado, a internet será campo de uma guerra suja, espaço livre a calúnias e difamações. De lado a lado.
O tom já havia sido dado por Lula, líder máximo do partido, ao acusar a “elite branca” pela vaia e xingamentos a Dilma, no jogo de abertura da Copa, e responsabilizar pela clima oposicionista a “mídia conservadora". Só faltava esta: o PT racializar a disputa eleitoral. No lado oposto, o candidato Eduardo Campos (PSB) conclamara os eleitores a tirar os “ladrões” de Brasília. Enquanto Aécio Neves procurou razões para explicar a inaceitável ofensa pessoal à presidente da República.
O truque de animar a militância petista atiçando-a contra a imprensa profissional e independente não é novo. E o encontro de Carvalho com parte da tropa de choque petista no mundo digital serviu para atiçar ainda mais a militância. A que age muitas vezes sob anonimato na internet. O ministro, setorista de “movimentos sociais” no governo e no PT, quer apoio da tropa à criação da rede de comissões instituída por decreto-lei e sob risco no Congresso, pois ficou evidente seu objetivo de ampliar o aparelhamento da máquina pública e drenar poder do Legislativo. “Temos de comprar esta briga!”, conclamou Gilberto Carvalho. É o que ele chama de “fazer o debate na mídia" (sic).
Em troca, os militantes digitais petistas pediram mais dinheiro público (da verba de publicidade oficial), a “regulação da mídia" (censura à imprensa profissional) e até o uso da TV Brasil como instrumento político. Se podem fazer reunião partidária no Planalto, por que não colocar a TV pública na campanha? Tem uma lógica.
O encontro de quarta ensinou tanto quanto a mais profunda análise da conjuntura política.


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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...