terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Decreto bolivariano dos sovietes petistas endossado por evangelicos ingenuos (draft de julho de 2014)

Nota em 24/02/2015: A matéria abaixo é de julho de 2014, pouco depois que se desatou a polêmica em torno desse infame decreto, que aliás ainda não foi rechaçado como deveria.
Ainda vai ser, estou certo.
Paulo Roberto de Almeida

Decreto bolivariano dos sovietes petistas endossado por evangelicos ingenuos
Duas hipóteses: ou eles são aliados objetivos dos petistas, em seus propósitos ditatoriais -- e portanto estão agindo de má-fé, mentindo para seus filiados -- ou eles são sumamente ingênuos, achando que, se a política brasileira vai ser determinada a partir das bases, e não da representação parlamentar, ou seja, democracia "direta" e não representativa, os movimentos sociais evangélicos poderão prevalecer sobre os sovietes gramscianos dos petistas totalitários.
Num e noutro caso, é extremamente grave, e o Brasil pode estar no limiar de consolidar um fascismo corporativo, dominado por um partido totalitário, e seus movimentos amestrados, que vão nos levar próximos de cenários orwellianos, administrados não pelo Big Brother, mas pela Máfia, stricto et lato sensi. Os mafiosos vão continuar a expropriar capitalistas, comprar as massas com suas esmolas demagógicas (e mantendo esse curral eleitoral) e intimidando todos os opositores, com métodos de Al Capone.
Em qualquer hipótese, o Brasil parece ter embarcado num cenário extremamente negativo para a democracia e as liberdades, um cenário sombrio, que já é medíocre no plano econômico, e que vai revelar-se lamentável na frente política e social.
Os democratas e amantes das liberdades devem preocupar-se com esse tipo de desenvolvimento...
Paulo Roberto de Almeida

Postado Por: Marcos Paulo Goes

Numa campanha de pressão sobre os deputados e senadores, cada um deles recebeu, nesta primeira semana de julho de 2014, um e-mail contendo manifesto assinado por diversos pastores e líderes evangélicos conhecidos. O manifesto, que tem a intenção de representar a vontade da maioria dos evangélicos do Brasil, dá apoio total ao Decreto 8.243/2014, assinado pela presidente Dilma Rousseff e que foi classificado pelo colunista da revista Veja, Reinaldo Azevedo como um golpe que extingue a democracia no Brasil.

Apesar da grave ameaça, o decreto de Dilma está sendo apoiado pelo manifesto evangélico que foi assinado por Ariovaldo Ramos e representantes de várias entidades evangélicas, inclusive Visão Mundial, CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), Igreja Presbiteriana do Brasil, Editora Ultimato, RENAS, Aliança Bíblica Universitária do Brasil, Rede FALE, Rede Social de Negras e Negros Cristãos e outros. Os nomes completos dos assinantes encontram-se no final deste artigo.

Pelo que indicou o site do jornalista esquerdista Luís Nassif, membros desse grupo estiveram com o ministro Gilberto Carvalho em 24 de junho, para dar apoio ao decreto ditatorial de Dilma. O texto deles acabou virando o manifesto que foi enviado a todo o Congresso Nacional em nome dos evangélicos.

De acordo com denúncia do Dep. Arolde de Oliveira, o decreto ditatorial é um projeto sob o comando de Gilberto Carvalho, que conta até mesmo com a assessoria direta de um teólogo presbiteriano da linha da Teologia da Missão Integral. O teólogo, Alexandre Brasil, é responsável por aproximar as igrejas evangélicas dos objetivos estratégicos do PT.

Numa nota pública que mencionou que o decreto foi assinado na surdina pela presidente Dilma, o Dep. Aroldedisse:

“Isso ameaça a democracia. É o começo de uma ditadura. Essa medida foi feita de maneira similar na Rússia, conhecido como os Conselhos Soviets, em Cuba, na China e também na Venezuela… Cria os conselhos populares usurpando dos representantes legítimos do povo o direito de legislar. É complicado e perigoso. É o grande projeto do PT para amordaçar a Nação, comandado pelo segundo homem mais forte do partido, depois do Lula, que é o Gilberto Carvalho, comunista de carteirinha.”

Ariovaldo Ramos assina o manifesto como representante do EPJ (Evangélicos Pela Justiça), que de forma prática substitui o MEP (Movimento Evangélico Progressista), fundado pelo bispo marxista Robinson Cavalcanti.

Não é de estranhar que Ariovaldo encabece um manifesto reivindicando uma ditadura socialista. Ele já chegou a declarar que por causa do ditador socialista Hugo Chávez, “o mundo ficou melhor.” Ele agora quer para o Brasil a mesma “melhora” que Chávez deu na Venezuela?

Muitos dos que assinaram com ele, inclusive a revista Ultimato, também haviam se juntado num manifesto semelhante um ano atrás contra a presença do Dep. Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, por causa das posturas dele contra o aborto e a agenda gay. A linha desses líderes evangélicos, que seguem a Teologia da Missão Integral, é fazer oposição a evangélicos com posturas conservadoras e dar ao PT e outros partidos esquerdistas apoio evangélico para suas metas ditatoriais.

Aliás, o CONIC, que também endossa o atual decreto ditatorial de Dilma, chegou ao cúmulo de fazer ummanifesto a favor do infame PLC 122 no ano passado.

Todo esse esforço de Ariovaldo Ramos & Cia. apoiando ou fazendo vista grossa a ditaduras socialistas ou campanhas para implantá-las é movido pela Teologia da Missão Integral, que supostamente tem mais preocupação com os pobres do que o próprio Evangelho de Jesus Cristo.

Abaixo, transcrevo, conforme me foi enviado hoje oficialmente pela Frente Parlamentar Evangélica, o manifesto mandado a todos os parlamentares do Congresso Nacional.

De: Particição Social Manifesto [mailto:manifesto.pnps@gmail.com
Enviada em: terça-feira, 1 de julho de 2014 16:27

Assunto: EVANGÉLICOS DIVULGAM CARTA DE APOIO Á POLÍTICA NACIONAL DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Prezados deputados e deputadas,

Durante o evento Arena de Participação Social, de 21 a 23 de maio, a Presidência da República lançou a Política Nacional de Participação Social (PNPS), através do Decreto 8.243/2014. Causou estranheza a muitos de nós que temos participado de espaços formais de participação há décadas as tantas manifestações contrárias à PNPS que foram verbalizadas por alguns senadores desta casa. Pastores e lideranças evangélicas comprometidas com as diferentes formas de participação social viemos nos manifestar publicamente sobre tal decreto.

Sem Participação Não Há Democracia!

A capacidade do homem para praticar a justiça torna a democracia possível; mas a inclinação do homem para a injustiça torna a democracia necessária. Reinhold Niebuhr
Nós, membros de diferentes igrejas e organizações cristãs que temos participado de diversos espaços de participação social nas últimas décadas, nos posicionamos em favor do Decreto 8.243/2014 que regulamenta a Política Nacional de Participação Social (PNPS). Consideramos esta regulamentação um importante passo no sentido de institucionalizar a participação social como procedimento de governo. Acreditamos que a democracia brasileira é aperfeiçoada com a garantia da utilização dos mecanismos de participação da sociedade civil na construção de políticas públicas em toda a administração pública federal, conforme define o decreto, proporcionando assim a permanente interação e diálogo entre o poder público e a cidadania tanto na definição das prioridades e critérios na elaboração das políticas como na sua prestação de contas.
É preciso lembrar que a democratização do processo de construção das políticas públicas no Brasil não é nova, e que se constituiu através das demandas da própria sociedade brasileira nas suas lutas democráticas. A Constituição de 1988 veio, por sua vez, consagrar instrumentos de democracia participativa que garante aos cidadãos e cidadãs brasileiros a possibilidade de participação direta.
Nos últimos anos vimos o uso mais regular e sistematizado de diferentes mecanismos de participação social como as conferências e conselhos, além de audiências e mais recentemente as plataformas online, o que corrobora que a sociedade brasileira se apropria cada vez mais dos processos de formulação de políticas públicas no período pós-redemocratização.
Em consonância com esta participação nos mecanismos institucionais, a sociedade brasileira vem demonstrando também recentemente, como nas Jornadas de Junho, que deseja mudanças reais e profundas que levem nosso país a superar problemas estruturais como a desigualdade, a falta de ética na política e transparência na gestão pública, o acesso a serviços sociais básicos etc.
Por isso, surpreende-nos que alguns setores da sociedade brasileira, incluindo lideranças evangélicas, não percebam que a Política Nacional de Participação Social (PNPS) amplia a capacidade da sociedade de incidir para garantir políticas públicas que sejam efetivas.
Afirmamos que a democracia se faz e se constrói no dia a dia com a participação da sociedade civil. Como cristãos e cristãs de diferentes igrejas e organizações que têm contribuído para o fortalecimento de nossa democracia através de diferentes formas de participação social, nos comprometemos e declaramos que não vamos abrir mão dessa prerrogativa assim como continuaremos lutando para que o Estado brasileiro seja cada vez mais democratizado para que atenda aos ideais de dignidade humana, justiça, liberdade e solidariedade, valores evangélicos que decidimos encarnar.
Assinam:
Pr. Ariovaldo Ramos dos Santos, EPJ- Evangélicos Pela Justiça, CONSEA - Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional.
Pr. Welinton Pereira da Silva, secretário nacional do Fórum Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente, Visão Mundial.
Pra. Romi Márcia Bencke, CONIC, Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa.
Pr. Christian Gillis, Igreja Batista - Belo Horizonte.
Pra. Lusmarina Campos Garcia, Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeir - CONIC-Rio.
Rev. Helio Sales Rios, IPB e SINPRO-ABC, CONTEE.
Klênia César Fassoni, Editora Ultimato, Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente.
Daniela Frozi, RENAS, Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional.
Márcia Brandão Rodrigues Aguilar, Aliança Bíblica Universitária do Brasil, Conselho Nacional de Juventude (2009-2011).
Flávio Conrado, Visão Mundial, Diálogos Sociais sobre Rio+20 e Agenda Pós-2015.
Caio Marçal, Rede FALE e Igreja Batista da Redenção (MG), Conselho Nacional de Juventude (2008).
Hiranildes Valentina Lobo, PIB em Santo Hilário, Conferencia Municipal de Mulheres.
Tábata Mori, Igreja Presbiteriana, Conferência de PP de Juventude.
Maria do Carmo Barros de Carvalho, Comunidade Evangélica Vale da Benção em São Roque, CMAS e 3 conferências do mesmo.
Aldo Cardoso, EPJ - Evangélicos pela Justiça, CONSOCIAL.
Ana Maria F. S. de G. Santos, Federação Brasileira de Direitos Humanos, 13º Congresso da ONU sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal.
Gerhard Fuchs, RENAS - Rede Evangélica Nacional de Ação Social, CEDECA-PR.
Emerson Meira da Silva, SINPRO-ABC, CONAE – 2014.
David Fehrmann, Tree of Life, REPAS.
Sueli Catarina de Carvalho, Visão Mundial, Fórum Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro.
Mauri de Carvalho Braga, ISJB/CESAM MG.
Pr. Clemir Fernandes, RENAS.
Rafael Simões Vaillant, Igreja Batista em Guarapari, Conferência Municipal de Educação.
Pr. Reinaldo Vieira Lima Junior, Primeira Igreja Batista em São Paulo, Conferência do Estado de São Paulo sobre Políticas Públicas de Juventude.
Alexandre de Oliveira Demidoff, AGU.
Hernani Francisco da Silva, Afrokut - Rede Social de Negras e Negros Cristãos, Direitos Humanos.
Renan Porto, Rede FALE, 4ª Conferência Municipal de Juventude de Uberaba-MG.
Anivaldo Padilha, Koinonia.
José Carlos Oliveira Costa, Sinpro-ABC.
Luciney Coutinho Luz, Igreja Batista da Graça, Assistência Social.
Ana Elizabete Barreira Machado, Aliança Bíblica Universitária do Brasil, Conselho Nacional de Juventude – CONJUVE.
Luiz Claudio Oliveira dos Santos, PIB Ponto Chic, Conferência de juventudes.
André Luiz da Silva, Cívico, Conferência de Transparência e Controle Social.
Bruno de Souza Ferreira, Igreja Presbiteriana do Brasil.

Uma outra maldicao do petroleo: barril acima ou abaixo de 100 dolares (draft de 8/07/2014)

As consequências, num e noutro caso, são obviamente diferentes, e não apenas para produtores (rentistas) e consumidores (vítimas?) dessas políticas de transferência de renda para uns e outros.
Um petróleo muito barato, pode, obviamente, derrubar ditaduras populistas e demagógicas, mas também impedir democracias de desenvolver suas próprias fontes de combustíveis fósseis ou alternativas (renováveis), que são, por definição, mais caras.
Mas um petróleo muito caro vai dar, justamente, sobrevida a essas petroditaduras, além de extraordinários lucros para algumas gigantes da área (o que esquerdistas ingênuos sempre acham indecente). Também tem o poder de desenvolver energias alternativas, ou formas mais baratas de desenvolver derivativos e alternativas.
Em todo caso, esta matéria de um administrador de investimentos é interessante pelas informações que contém.
Paulo Roberto de Almeida
PS: esta postagem é de meados de 2014, e por alguma razão ficou parada em meu blog. Desde então, o barril de petróleo despencou a menos de 60 dólares, onde ele se mantem mais ou menos precariamente. Mas a matéria em si é mais importante do que a data deste artigo, aliás bem mais antigo e por isso mesmo resolvo colocar agora como postagem.
Hartford, 24/02/2015

The Hidden Cost of Oil
By Jeff D. Opdyke, Editor of Profit Seeker
The Sovereign Investor, July 8, 2014

Dear Paulo Roberto,

Editor’s Note: This article is the second in our “Best of Sovereign Investor Daily” series. It was originally published on December 18, 2012. All the information below is unchanged from the original publication.

In the early spring of 2011, events unfolded 6,400 miles east of New York City that I am confident most Americans missed. It had the effect of robbing the wallet of everyone reading these words.

During a televised speech to a tense nation, King Abdullah bin Abdulaziz announced to his rapt audience that the kingdom of Saudi Arabia, by royal decree, would give to all civil servants and military personnel two months of salary. University students would receive a two-month stipend. Job seekers would receive the equivalent of $533 a month while hunting for work. Minimum wages were increased; 60,000 law enforcement jobs were created; and 500,000 new houses were to be built across the kingdom at a cost of nearly $70 billion. And that was just the beginning of a $130 billion spending program…

It was all part of a well-orchestrated — and exceedingly expensive — effort by Saudi Arabia to quell months of protests that had roiled the already-anxious kingdom and which were tied to much-broader clashes across the Middle East and North Africa.

King Abdullah had, in effect, bought the peace — for the time being, at least.

For most Americans, the king’s speech seems entirely irrelevant. But it impacts every single one of us every day.

For you see, the costs that King Abdullah imposed on Saudi Arabia that March day suddenly changed the dynamics of the oil market. A new cost structure was added to each barrel of oil pulled from beneath the desert sands — a social cost. And so long as tensions exist across the region between Arabic leaders and local populations that feel oppressed, that social cost is going nowhere but up.

It’s why those who call for lower oil prices are overlooking a crucial piece of the oil market.

I’ve read a lot of jibber-jabber recently about the miniscule costs countries like Saudi Arabia have for lifting oil out of the ground. Some Saudi fields purportedly have lifting costs of just $2 a barrel. Russia’s lifting costs in some instances are said to top no more than $15.

That may be true. But only the addle-brained believe that either of those countries can profitably sell oil anywhere near those levels. They can’t sell oil profitably at $50 a barrel. And it’s because of the social costs.

Buying the peace is how oppressive governments bribe their people and maintain social order — no easy task in parts of the world where religious minorities often rule over very angry majorities comprised of the religious opposition. In many of those countries, human misery is rife and poverty rates range as high as 60% … and hungry, impoverished people are the foot-soldiers of revolution, as Tunisian, Egyptian and Libyan leaders have learned.

Saudi Arabia and Russia are the world’s #1 and #2 oil-producing countries. They’re also political economies that generate lots of animosity and, on occasion, anti-government protests. To assuage the anger that bubbles up — or to keep it below a boil in the first place — both countries throw around huge sums of riyals and rubles.

And the question is: Where does the money come from?

In Russia, oil generates more than 45% of government revenues. In Saudi Arabia, it’s up near 75%.

Leaders in both countries have no choice but to rely heavily on oil to fund the civic largess … which means they have every incentive to manipulate oil prices through production.

Prior to its $130 billion social-spending spree, Saudi Arabia needed oil prices somewhere north of $70 to balance the kingdom’s budget, according to the International Monetary Fund. Now the per-barrel cost is reportedly approaching $100. Russia needs something close to $120.

To be clear, I am picking on the Saudis and the Russians simply because of the size of their oil industries and the political issues with which those countries struggle. But the reality is that social costs also play a similarly large role in Bahrain, Kuwait, Venezuela, Iran and elsewhere, where oil revenue accounts for up to 90% of domestic income.

The United Arab Emirates, for instance, needs oil prices in the $85 range to balance a budget larded with social programs. Tiny Bahrain needs about $119.

$100 a Barrel is Middle-of-the-Road
This is where the argument goes astray that American energy independence — still a giant question mark — will drop oil prices to $50 or below. Unless America is going to produce enough oil for the world — and, honestly, we will never even produce enough for ourselves — it won’t control prices.

Oil prices sustained at $50 a barrel would crimp the ability of oppressive governments to quiet the angry masses. That would lead to potential revolt or overthrow, which would have the perverse effect of pushing oil prices back up, since the risk exists that a regime intolerant of the West would take power and drastically reduce oil supplies to undermine Western economies.

Thus, any time oil prices get so low that they begin to cause societal tinges wherever governments lean on oil to cover their social costs, those countries will naturally rely on the power of the spigot. All they need do is clamp off production until prices reach a more-adequate level.

$100 is Oil’s New Floor

Take a look at this graph. It’s oil as priced in the Middle East. I’ve highlighted $100 to make the point that it’s clear where the floor for oil rests. It’s not a coincidence that oil is bouncing around the range that leading oil nations need to balance budgets that are overloaded with social costs.

Over the last two years, in fact, Middle Eastern oil has traded below $80 a barrel for just 16 days, and that was largely during the overreaction to European debt woes this past summer. More impressive is the fact that these sustained prices above $100 have occurred even as the top three oil nations have been producing barrels at record levels.

Yes; it’s true that U.S. benchmark crude — West Texas Intermediate — will often trade at cheaper prices, and sometimes down into the $80 or $90 range. But oil is priced regionally all over the world. And if oil in the Middle East were to push continually higher from here as nations pay for their social programs, and then U.S. prices would march higher too.

The Future of Oil
I listen to what the disbelievers write when they say oil prices are headed lower. I think about their rationale for oil at $50 or below. But ultimately, their arguments are simplistic and too often built on the nationalistic hoopla about America’s nascent oil renaissance (and there are so many misconceptions about American oil that even their rationale is seriously flawed).

Even if some fields in America can produce oil at a sub-$50 cost, that oil is still subject to global pricing. And when you have oppressive nations spending money furiously to maintain social order, there’s simply no way oil prices spend any time near $50 a barrel outside of a major, global financial upset.

If you recognize that, and if, in turn, you litter your portfolio with energy-related stocks — oil-field servicers, drillers, rig owners, exploration companies and the energy majors — you will protect your standard-of-living as oil prices inexorably rise over time.

Until next time, stay Sovereign …

Jeff D. Opdyke
Editor, Profit Seeker

Editor’s Note: Cheap oil continues to be little more than a dream for Americans, with crude prices pushing ever higher. In the 18 months that have passed since this article was originally released, we’ve had new civil unrest in Iraq, Russia thumbing its nose at the world as it swallows up Crimea, and Venezuela is struggling through economic collapse — all factors determined to keep oil prices high so these countries can stay afloat.  With Middle East and other oil-producing countries dependent on black gold to keep the wheels of government turning and the people placated, the days of cheap oil are long gone.

Educacao: seriam os professores os principais obstaculos 'a melhoria do ensino? (draft de 9/10/2014)



Recebi esta mensagem: (em 9 de outubro de 2014: e ficou parada como draft em meu blog; acho que vale a pena colocar aqui como documentação de um momento, e de um debate necessário)
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 24/02/2015

Aécio diz por aí que fez uma verdadeira revolução na educação mineira. Mas os professores de Minas são os primeiros a discordar. Beatriz Cerqueira, que é coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), afirma que a educação foi severamente precarizada durante as gestões tucanas. Além de não pagar a remuneração prometida de acordo com as avaliações de desempenho dos docentes, Minas não cumpre o piso salarial e paga um dos piores salários aos professores da rede pública, conforme mostra o levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). E a pauta é antiga. Em 2011, houve uma grande paralisação dos professores de Minas Gerais, que recebiam salários de R$950,00, já com as gratificações. De acordo com o Termo de Ajuste de Gestão, o Estado deveria aumentar os gastos com educação de 23,9% (em 2013) para 25% em 2014, o que ainda não foi cumprido.
Na saúde, o mesmo problema. Pelo descumprimento da Emenda Constitucional nº 29 (que assegura que sejam repassados recursos mínimos para o financiamento de ações e serviços públicos de saúde), durante 10 anos (2003-2013), hoje existe um déficit de mais de R$ 7,6 bilhões. Enquanto isso, um levantamento do IBGE feito no ano passado mostra que Minas Gerais tem a maior taxa de mortalidade infantil da região sudeste, com 14,6 mortes a cada mil crianças.
Por fim, o problema da segurança pública. No lançamento do programa de governo de Aécio Neves pelo Facebook , o coordenador da área de segurança, Cláudio Beato, afirmou que a experiência do IGESP (Integração e Gestão em Segurança Pública) adotada em Minas foi um sucesso, chegando a reduzir em até 45% o número de crimes violentos no estado. No entanto, o Mapa da Violência 2014 mostra que, entre 2002 e 2012, o crescimento de homicídios foi de 52,3%, sendo que 56% das vítimas desse total eram jovens entre 15 e 29 anos. Entre 2010 e 2013, os crimes violentos, ao contrário do que afirma Claudio Beato, cresceram 74% em Minas Gerais – um aumento de 27,3% apenas de 2013 a 2014. Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público, em 2009, Minas Gerais era o estado com o 3º pior índice de solução de inquéritos policiais, com apenas 2,9% dos casos solucionados.

Santa Ingenuidade II: inteliquituais petistas frustrados com asescolhas neoliberais do governo (draft de 25/11/2014)

Não se pode evitar pessoas estúpidas de serem... estúpidas, obviamente.
A única coisa que podemos fazer é registrar a suprema ingenuidade -- para não repetir o qualificativo de estúpidos -- de culpados inúteis (ou seja, o contrário de inocentes úteis) desse pessoalzinho que acha que o mundo real tem algo a ver com suas crenças estapafúrdias.
Eles vivem de assinar manifestos (inúteis).
Paulo Roberto de Almeida
PS: Como revelado logo abaixo, esta postagem tinha sido preparada em 25 de novembro do ano passado. Por uma razão desconhecida, ficou dormindo no meu blog como draft (certamente eu dormi em cima do teclado). Vai agora publicado como simples registro de um momento de graça e ironia...)

terça-feira, 25 de novembro de 2014


Intelectuais que apoiaram Dilma agora fazem abaixo-assinado pedindo coerência




Imagem: Reprodução / Redes Sociais
Intelectuais de esquerda e representantes de movimentos sociais que tiveram papel decisivo na reeleição de Dilma Rousseff criaram um abaixo-assinado online no qual cobram da presidente coerência entre o discurso de campanha e as práticas de governo. Os principais alvos são a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), possível indicada para o Ministério da Agricultura, e o ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy, virtual ministro da Fazenda. Com mais de 2500 adesões até a tarde desta terça-feira, o texto da petição diz que as escolhas "sinalizam uma regressão".


"Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas", diz a petição, que também exige a participação social na escolha dos novos ministros.
Segundo o texto, no "terceiro turno" das eleições iniciado pela oposição, Dilma é acusada pela falta de diálogo com as forças que a elegeram.

"A oposição não deu tréguas depois das eleições, buscando realizar um terceiro turno em que seu programa saísse vitorioso. A presidenta eleita parece levar mais em conta as forças cujo representante derrotou do que dialogar com as forças que a elegeram", subscrevem os descontentes com as indicações feitas pela presidente.

O manifesto conta com apoio de nomes e entidades que tiveram papel importante na campanha como o teólogo Leonardo Boff, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o coordenador do Movimento dos Sem Terra João Pedro Stédile e o cientista político André Singer, porta-voz da Presidência no governo Luiz Inácio Lula da Silva.  


Fdddddddddd
Veja também: 


Ricardo Galhardo e Ricardo Chapola
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Boletim Mundorama, etc., etc., etc... - felicidades e feliz ano novo... (Draft de 29/12/2014)

Meus cumprimentos ao Prof. Antonio Carlos Lessa, e a todos os "trabalhadores manuais" (no caso, digitais), que colaboram e promivem esse belo instrumento que é Mundorama, bem como meu sincero recinhecimento pela excelência das realizações em todos os demais programas e projetos associados, especialmente a RBPI, o boletim Meridiano 47, e demais iniciativas. Excelente 2015, e mais além, para todos esse magníficos produtos acadêmicos.
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Descobri que meu blog está com um número enorme de "drafts", ou seja postagens que eu estava preparando e que por uma ou outra razão (geralmente dormi em cima do teclado) acabaram ficando sem publicação; vou tentar publicar agora o que ainda pode ser publicado, de aproveitável, o resto eu descarto)
(Draft de 29/12/2014)
 Boletim Mundorama, foi criado em agosto de 2007 como uma atividade de divulgação científica do projeto integrado de pesquisa “Parcerias Estratégicas do Brasil: as experiências em curso e a construção do conceito”, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília e de diversas outras instituições brasileiras e estrangeiras entre 2007 e 2012, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Ele é o herdeiro direto do projeto RelNet – Rede Brasileiro de Relações Internacionais, que foi estabelecido em 1997, quando a internet mal era utilizada nas universidades brasileiras, as conexões eram discadas e o Google ainda nem existia.
A partir de 2012, o Boletim Mundorama (o seu nome de batismo era Mundorama – Iniciativa de Divulgação Científica em Relações Internacionais) passou a ser uma atividade permanente do Centro de Estudos sobre as Relações Internacionais do Brasil Contemporâneo, um dos laboratórios do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília.
Ao longo da sua trajetória o Boletim se constituiu como uma alternativa importante e prestigiada para a veiculação de artigos breves de análise de conjuntura, resenhas de livros e notícias de eventos, que se somam à indexação de revistas científicas da área e a publicação de séries documentais. Nesse último campo de ação, especificamente, temos atuado para preservar o acesso a publicações importantes da área, fazendo um trabalho de indexação constante das edições publicadas (são os casos da  Revista Brasileira de Política Internacional,Revista Contexto Internacional e do Boletim Meridiano 47), ou para revistas e séries documentais extintas ou paralisadas atualmente (como a Revista Cena Internacional, o Boletim Via Mundi, a Resenha da Política Exterior do Brasil e séries de livros, teses de doutorado e dissertações de mestrado).
Temos privilegiado a publicação de artigos de opinião de pesquisadores da área, que se dirigem a uma audiência cativa e influente, em ascensão ano após ano.
Em 2014 o site do projeto atingiu a marca de 376.102 visualizações, o ponto alto de uma evolução consistente, como se observa no gráfico abaixo:
Em seus pouco mais de sete anos de existência, foram publicados em Mundorama, 3.965 artigos, de natureza diversa, incluindo documentos e fichas de indexação.  Somente em 2014, foram publicados 306 artigos. Alguns textos são extraordinariamente populares e demandados – a tabela abaixo lista os 10 documentos mais acessados em 2014, alguns dos quais nem mesmo foram publicados neste ano:
Título
Visualizações
1Brasil, Manifestações Populares e Grandes Eventos: Questões de (In)Segurança e Imagem Internacional, por Bernardo Wahl G. de Araújo Jorge16.784
2O Atual Conflito no Sudão do Sul: Conflito Étnico ou Sintoma dos Problemas estruturais do SPLM/A?, por Paulo Gilberto Fagundes Visentini e Livi Gerbase4.809
3O “Fim da História”, de Fukuyama, vinte anos depois: o que ficou?, por Paulo Roberto de Almeida4.382
4O Papel das Redes Sociais na Primavera Árabe de 2011: implicações para a ordem internacional, por Viviane Brunelly Araújo Tavares.4.181
5Resenha de “Por Que as Nações Fracassam: as Origens do Poder, da Prosperidade e da Pobreza”, de Daron Acemoglu e James Robinson, por Gustavo Resende Mendonça3.564
6Resenha de “Tempos Líquidos”, de autoria de Zygmunt Bauman, por Márcio Pereira Basílio3.550
7A espionagem norte-americana no Brasil e a hegemonia dos Estados Unidos, por Joana Soares3.446
8China e Índia: Perspectivas Acerca da Grande Corrida Econômica Asiática, por Gustavo Resende Mendonça2.718
9Análise das relações entre Cuba e EUA (1961-2011), por Pedro Ernesto Fagundes2.439
10Integração Regional da África – a saída para o desenvolvimento do continente, por João Bosco Monte2.435
A origem das visualizações é diversa, e bastante fragmentada. Obviamente, a grande parte dos leitores do Boletim vem do Brasil, mas Mundorama chegou a ter leitores em 132 países. O site do Boletim tem 4.308 seguidores, dos quais 1.788 recebem os artigos por e-mail ou acessando o canal agregador (feed) e sua página no Google+, 890 seguem o seu perfil no Twitter e 1.630 seguem a sua fan page no Facebook. Abaixo, são listados os países de origem do fluxo de seguidores:


Macroeconomia da America Latina: visao de conjunto - Itau Macro - Ilan Goldfajn

MACRO VISÃO - O que vem pela frente para as economias da América Latina?
Ilan Goldfajn
Itau Macroeconomia
(Draft de 2/02/2015)

Seis anos se passaram desde a última crise financeira global. O pior ficou para trás, mas a normalidade ainda não foi restaurada. Os EUA tem conseguido sustentar taxas robustas de crescimento e criar empregos, mas a expansão de salários e a inflação ainda estão baixas e dúvidas em relação a uma estagnação secular persistem. A Zona do Euro evitou um colapso, mas está apresentando dificuldades para sustentar níveis moderados de crescimento. O Japão renovou esforços para combater a deflação, com resultados mistos até agora. O juro básico segue próximo de zero nos EUA. A expansão monetária ainda está sendo implementada na Europa e no Japão.

A China se recuperou rapidamente da crise financeira global, com forte estímulo do governo, em sua maioria medidas parafiscais. Mas as políticas de estímulo criaram distorções: as taxas de investimento, já acima do desejado, aumentaram ainda mais. A capacidade ociosa se acumulou em diversos setores. Hoje a China cresce bem menos e a desaceleração é estrutural, na medida em que as autoridades buscam reequilibrar o crescimento: menos investimento, mais consumo e, talvez, menos danos ao meio ambiente. Em suma, crescimento econômico menor, porém mais equilibrado.

O banco central americano está removendo gradualmente o estímulo monetário implementado durante a crise. À medida em que os juros sobem nos EUA, os títulos de mercados emergentes ficam menos atraentes. A liquidez vai ficar mais cara e os países latino-americanos enfrentarão condições financeiras externas mais apertadas.

Um novo quadro global desponta no horizonte: os EUA estão prestes a iniciar um ciclo de aperto monetário e o crescimento chinês continuará se desacelerando. O que isso significa para a América Latina? Em alguns aspectos, isso significa um ambiente mais desafiador e arriscado para o crescimento adiante.

Os fundamentos vão distinguir os países

O investimento na região é parcialmente financiado pela poupança externa, como mostram os déficits em conta corrente moderados, porém generalizados. Até agora, investidores em busca de rendimentos mais elevados têm estado dispostos a financiar economias emergentes, mas na medida em que os retornos dos títulos americanos subam, isso pode mudar. A disponibilidade de poupança externa vai diminuir. Para manter os níveis atuais de investimento, a poupança interna precisará aumentar.


Os preços das commodities deixarão de jogar a favor dos investimentos nos países latino-americanos. Na última década, os termos de troca na América Latina melhoraram à medida que a urbanização na China impulsionou a demanda por commodities. Termos de troca mais robustos ajudaram a impulsionar o investimento nesta região de baixa poupança. Com o arrefecimento dos investimentos na China, os preços das commodities serão mais baixos do que no passado. A região enfrentará termos de troca menos benignos adiante.


Assim, as condições globais para o investimento serão mais difíceis. Para continuar crescendo, as economias latino-americanas precisarão ganhar produtividade. Chile, Colômbia e Peru se destacam devido ao bom ambiente institucional, à abertura ao comércio internacional e reformas. O processo de reformas e a recuperação dos EUA podem elevar as taxas de crescimento no México. Já a Argentina precisará corrigir políticas micro e macroeconômicas para alcançar taxas de crescimento maiores e controlar a inflação.


No Brasil, há desafios pela frente. A inflação está próxima do teto da meta e os déficits fiscais em termos nominais estão elevados. Além dos desequilíbrios macroeconômicos, persistem os problemas estruturais, como falta de infraestrutura adequada e excesso de burocracia. Restaurar a confiança e implantar reformas é necessário para o País voltar a crescer a taxas altas.


Ambiente mais arriscado para a América Latina

A princípio, a normalização da política monetária nas economias desenvolvidas será suave. Porém, na prática, problemas podem ocorrer — e geralmente são imprevisíveis. A história ensina que longos períodos de política monetária frouxa são frequentemente seguidos por volatilidade financeira e econômica.

Algumas commodities essenciais sofreram recentemente acentuadas quedas de preços, como petróleo, minério de ferro e soja. Os preços mais baixos e voláteis das commodities são uma tendência? Ainda é cedo para tirar conclusões, mas esta certamente é uma possibilidade. A oferta reagiu, com grande defasagem, aos preços elevados praticados nos últimos anos. E agora a China cresce mais lentamente do que no passado.

Independentemente dos fundamentos ou das políticas macroeconômicas domésticas, existe uma tendência comum entre os exportadores de commodities da região: a regra é a desaceleração do crescimento. Isso se aplica à Argentina, Brasil, Chile, Peru e Venezuela. Evidentemente, os fundamentos fazem a diferença: Chile, Colômbia e Peru crescem mais rapidamente do que os outros países. A Argentina enfrenta uma recessão dura e o Brasil está no meio do caminho. O México pertence a outra categoria, por não ser um exportador de commodities e sim um exportador de manufaturados para os EUA.


O ambiente global tornou-se mais arriscado. Os países latino-americanos estão preparados para repentinas fugas de capital? E para preços de commodities mais baixos e possivelmente mais voláteis? A resposta a ambas as perguntas é: mais preparados agora do que no passado. Por quê?

Diversos países da região aproveitaram os anos de ambiente global favorável para aprimorar os fundamentos domésticos. As posições externas ficaram bem mais resistentes. A dívida pública foi reduzida e sua composição se tornou bem mais saudável. Regimes de metas de inflação foram implantados com sucesso, permitindo que as taxas de câmbio absorvam choques vindos de fora. A melhora dos fundamentos macroeconômicos criou espaço para enfrentamento do ambiente externo mais difícil com políticas anticíclicas. Chile, Colômbia, México e Peru se encaixam nessa categoria.

A dívida de curto prazo hoje representa uma parcela pequena das obrigações externas. A maior parte das obrigações é denominada em moeda local, uma vez que investimentos diretos e em carteira representam a maioria dos influxos estrangeiros nos países da América Latina. Além disso, os bancos centrais acumularam reservas internacionais durante o período de bonança, de forma que muitos governos agora são credores líquidos em dólar. As taxas de câmbio retomaram seu papel de garantir o equilíbrio do balanço de pagamentos.


A dívida pública como percentual do PIB recuou significativamente e seu perfil também melhorou: os prazos da dívida se alongaram e a parcela de dívidas denominadas em dólares diminuiu substancialmente. Em alguns países, houve progresso no arcabouço de política fiscal. Os governos começaram a implantar regras fiscais anticíclicas em vez de buscar um nível específico de saldo orçamentário.


Os anos de liquidez global também permitiram aumento da taxa de investimento naqueles países que usaram as condições positivas a seu favor. Nesse contexto, destacam-se Colômbia e Peru, que aumentaram de forma significativa suas taxas de investimento, para níveis maiores do que os observados em seus pares. Ao mesmo tempo, os níveis de investimento na Argentina aumentaram, mas continuam relativamente baixos, enquanto no Brasil a taxa de investimento permaneceu praticamente estável.


A política monetária ganhou mais credibilidade. Os bancos centrais evoluíram de regimes de câmbio fixo para regimes de metas de inflação. As expectativas de inflação são ancoradas na meta de inflação e não na taxa de câmbio. Assim, o repasse da variação cambial à inflação diminuiu bastante. Esses ganhos de credibilidade permitem o uso de política monetária anticíclica.


No entanto, alguns países da região estão em posição pior. Nos anos de bonança, as políticas fiscais e monetárias foram extremamente expansivas e, juntamente com regimes de câmbio fixo, levaram a grandes desequilíbrios internos e externos. Argentina e Venezuela estão nessa categoria.



Ilan Goldfajn
Felipe Salles

Pesquisa macroeconômica - Itaú
Ilan Goldfajn - Economista-Chefe



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O Brasil e a OCDE - Rubens Barbosa (OESP) (Draft de 10/02/2015)

No que depender desse governo, não tem nem papo...
Paulo Roberto de Almeida

O BRASIL E A OCDE
Rubens Barbosa
O Estado de São Paulo, 10 de Fevereiro de 2015

No início dos anos noventa, por iniciativa do Itamaraty, conjuntamente com outros órgãos governamentais e instituições privadas, o Brasil partiu acertadamente para uma aproximação gradual com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Esta estratégia segue sendo aplicada pelo Governo atual, embora de forma reativa e menos coordenada.
O Brasil nunca procurou uma adesão formal à OCDE, que dependeria de reformas e da defesa de interesses nacionais à luz do conjunto de regras da Organização. A estratégia de aproximação sempre visou à participação nos trabalhos da OCDE como mais um instrumento para apoiar o desenvolvimento do País: modernizar a economia, fortalecer os mecanismos de regulação, aprimorar as politicas públicas e promover reformas estruturais e institucionais.
O nosso engajamento na OCDE serviria para enriquecer os processos de reflexão e de formulação de políticas. Permitiria colher lições de experiências de 34 países que em conjunto somam cerca da metade da corrente de comércio do Brasil, a maioria esmagadora dos investimentos diretos estrangeiros no País e da capacitação dos nossos cientistas e engenheiros em pesquisa, doutorado e pós-doutorado no exterior.
Em contraste com outros organismos econômicos (como o BIRD, o FMI, a OIT e a OMC), a OCDE tem um escopo temático mais abrangente. Reúne capacidade para integrar temas de diferentes perspectivas. Atua em várias frentes do G20, tais como: monitorar medidas restritivas do comércio e dos investimentos internacionais; combater a corrupção e outros ilícitos transnacionais; aprimorar a governança corporativa e a responsabilidade social das empresas; revisitar as regras internacionais de tributação contra a erosão fiscal; compreender as relações entre emprego e comércio e o papel das cadeias globais de valor; identificar politicas e reformas estruturais para revigorar o crescimento de cada país de modo sustentado e equilibrado.
O reconhecimento do papel da OCDE na construção da ordem econômica internacional não pode ser passivo, mas ativo e crítico. Deveria estimular a Organização a reconciliar interesses e objetivos de países desenvolvidos e em desenvolvimento – uma missão implícita nos mandatos que lhe atribui o G20. Cabe ao Brasil, membro desse Grupo e tradicional advogado do desenvolvimento, ser um dos líderes nesse processo. Como outras organizações econômicas internacionais, a OCDE não logrou antecipar a crise financeira internacional iniciada nos EUA, tampouco denunciar convincentemente desequilíbrios – mesmo entre países membros. Ao Brasil e à comunidade internacional interessa que a OCDE corrija consideráveis falhas em análises e prescrições, feitas individual ou coletivamente, para países desenvolvidos e em desenvolvimento.
            Hoje a OCDE negocia a adesão da Colômbia e da Rússia, entre outros países e intensifica relações com países do sudeste asiático. Deseja, sobretudo, a participação ampla e regular e, mesmo, se possível, a adesão do Brasil e dos outros BRICS.
Da integração dos BRICS – a OCDE não esconde - dependerão não só o alcance e a credibilidade dos seus trabalhos, mas também a superação de seu déficit de representatividade. São essenciais todas essas condições para que a OCDE continue a desempenhar papel influente e global. Por essa razão, a OCDE já vem incluindo os BRICS sistematicamente em todos os seus principais estudos e relatórios. Ademais, faculta a estes participar de virtualmente todos os 200 Comitês e organismos da OCDE, dedicados a distintos setores e temas.
De sua parte, o Brasil, como outros BRICS, participa, em diferentes modalidades, de cerca de 1/3 desses Comitês e organismos. Essa presença é, porém, ainda discreta, sem que o País exerça a influência correspondente ao seu peso internacional dentro da OCDE, exceto em alguns poucos foros - por exemplo, o encarregado do programa internacional de testes de educação  (PISA).
Tanto diante da internacionalização da economia como para a consecução dos objetivos de desenvolvimento do Pais,  são três as vantagens que se tornam cada vez mais evidentes para o Brasil numa eventual adesão `a OCDE:
1) comparar políticas econômicas e públicas aplicadas por países, muitos dos quais mais desenvolvidos, e aperfeiçoarmos praticas, por exemplo em matéria de eficiência de políticas econômicas em prol do crescimento, de desenvolvimento da capacitação em C&T e da inovação industrial, de aprimoramento das políticas nas áreas de educação, saúde e inclusão social em geral,
2) influenciar, com base em nossa experiência e nossos interesses, inclusive como país em desenvolvimento, a concepção de estatísticas internacionais, bem como a identificação e a difusão de "boas práticas" de políticas econômicas públicas;
3) participar ativamente - e não reativamente - da definição de parâmetros e regras internacionais que, inicialmente aplicadas pelos países membros, acabam tornando-se elementos centrais em negociações multilaterais, (inter-)regionais e mesmo bilaterais, por exemplo nas áreas de tributação, comercio, investimentos, agricultura, finanças (inclusive créditos e garantias à exportação), propriedade intelectual, energia e mudança do clima.
As mudanças comandadas pelo Ministro Joaquim Levy para dinamizar a economia e torná-la mais produtiva e competitiva podem se beneficiar da adesão à OCDE. O Brasil poderia retirar lições comparadas, identificar subsídios para nossas políticas, fortalecer a ação de nossa diplomacia econômica e melhor projetar no mundo nossas experiências e “boas práticas”.
            Novo governo, novas ideias. O ingresso do Brasil na OCDE seria uma estimulante decisão de politica externa com amplos reflexos na economia.

RUBENS BARBOSA, Presidente do Conselho de Comercio Exterior da Fiesp

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