sábado, 17 de novembro de 2018

O novo Gulag no Xinjiang: totalitarismo moderno - Cato Institute

The New Gulag Archipelago: How China “Reeducates” the Uyghurs and Why the World Should Be Alarmed


Policy Forum • Wednesday, November 28, 2018 • 12:00PM - 1:30PM

Featuring Nury Turkel, Chairman, Uyghur Human Rights Project; Sophie Richardson, China Director, Human Rights Watch; and Sigal Samuel, Religion Editor, The Atlantic. Moderated by Mustafa Akyol, Senior Fellow, Center for Global Liberty and Prosperity, Cato Institute.

The Uyghurs, a Turkic Muslim people who primarily live in Xinjiang, a northwestern region in China, have long suffered the repressive regime of the Chinese Communist Party. Since early 2017, however, a new wave of repression began, as Chinese authorities initiated a comprehensive “reeducation” program involving state propaganda, mass surveillance, and the internment of hundreds of thousands of Uyghurs in concentration camps. Using the handful of violent extremists among Uyghurs as a pretext, the Beijing government, as observed by international media and human rights organizations, has embarked on a crusade to erase the identity, religion, culture, and language of a minority.

This story is a major human rights crisis in itself, yet it also signals a broader threat to freedom in other parts of the world. In Xinjiang, Chinese authorities are testing their new products for social control, such as drones disguised as birds to surveil citizens and state-issued tracking devices on human bodies. This cutting-edge totalitarianism can easily be exported to other regimes around the world that are eager to spy on their citizens and persecute their dissidents.

DETAILS & REGISTRATION

Brexit: uma solucao simples, rapida e eficiente: no agreement at all - Gary North

Em 1846, ao abolir as famosas Corn Laws, a Grã-Bretanha fez exatamente isso: aboliu TODAS as tarifas e decretou o livre comércio, o livre intercâmbio universal.
Uma solução, aliás, que deveria servir ao Brasil também: esqueça qualquer negociação de novos acordos comerciais, qualquer um. Decrete o livre comércio: todo mundo estará bem, sobretudo nós, os consumidores...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17/11/2018

An Easy Alternative to the Brexit Agreement

Mises Institute, 11/15/2018

Prime Minister May says that she has reached an agreement with the European Union.
The agreement is 585 pages long. Every time politicians vote to implement a 600-page document that was written by high-level bureaucrats, the liberties of the citizens of that nation decline. The devil is in the details, and there are a lot of details for the devil to get into.
She got it through her cabinet. Now she has to get it through Parliament, which is going to be a challenge. The pro-Brexit people hate conciliation, and the Remainers don't want to agree to anything remotely like Brexit.
She was never a big fan of Brexit. She is going along with the whole thing grudgingly. She has stalled an agreement for almost 2 years.
If Parliament won't vote for her agreement, then Britain will depart from the EU on March 29. It's automatic.
I have a solution. Parliament does not have to accept any agreement. No agreement is necessary.
Here is my Brexit solution. Parliament votes for this law.
Her Majesty's government adopts a policy of zero tariffs and zero import quotas, beginning tomorrow.
That's it? That's it!
There would be no negotiations with foreign countries. There would be nothing to negotiate.
If exporters located in EU countries want to sell something to the Brits, good for them. If there are Brits who like the products and accept them, good for them.
Tariffs are simply sales taxes on imported goods. Anytime a government cuts taxes, that is positive.
Revenues to the government would fall. This is also good.
Import quotas don't generate any revenues. There shouldn't be any import quotas.
Would trade go up between buyers in Great Britain and sellers in the European Union? You bet it would. Everybody likes to be able to sell at a discount, and, overnight, exporters to Great Britain would find that their goods now sell at a discount. No sales taxes are tacked onto the goods.
Would this be good for British buyers? Of course. Who wants to pay sales taxes?
Would financial companies leave Great Britain? No. Why should they? All of a sudden, the whole world would want to sell goods to residents of Great Britain. The doors would be open wide. If it's good for trade, it's good for finance.
If Great Britain did this, its economy would not sink. Other countries in the European Union would figure out that the benefits of staying inside the EU don't compensate for the liabilities associated with the surrender of national sovereignty. Anyway, a substantial minority of voters in those countries would figure this out. All it would take would be a policy of zero tariffs. In other words, all it would take would be a reduction of taxes. "We're outta here!"
No nation needs to sign a 500-page agreement in order to leave the EU profitably. It simply leaves the EU, abolishes tariffs and quotas, and starts trading.
Come one, come all! Let's make a deal!

This article originally appeared here at GaryNorth.com.

Ricardo Bergamini: a tragedia fiscal brasileira

Peço desculpas aos leitores por divulgar assuntos sem nenhum interesse para a sociedade brasileira. Mas não sei fazer outra coisa.
No acumulado em doze meses até junho de 2016, registrou-se deficit primário (sem juros) de R$ 151,2 bilhões (2,51% do PIB). No acumulado em doze meses até setembro de 2018, registrou-se deficit primário de R$ 87,8 bilhões (1,29% do PIB), Redução real de deficit primário (sem juros) de 48,61% em relação ao PIB, comparado com os últimos doze meses do governo Dilma. Nesse ritmo o Brasil vai levar mais 2,4 anos para atingir resultado fiscal primário “zero”.

Para se livrar das algemas o presidente Temer (réu confesso, aguardando as algemas) cometeu mais um crime de responsabilidade fiscal ao descumprir o PLOA concedendo renúncia fiscal da ordem de R$ 354,7 bilhões (5,40% do PIB), tendo sido orçado apenas R$ 284,4 bilhões (4,53% do PIB) para o ano de 2017, ou seja: 19,20% acima do orçado em relação ao PIB.
Destaques da matéria da ISTOÉ
Renúncias fiscais para as indústrias de refrigerantes, produtores rurais e automobilísticas.
Descontos de multas dos produtores rurais Congresso autorizou parcelamento de dívidas previdenciárias com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), redução da contribuição previdenciária e anistia de 100% das multas e encargos das dívidas com o governo federal. Prejuízo de R$ 13 bilhões.
Benefício fiscal aos fabricantes de refrigerantes.
Senado restabeleceu benefício fiscal a indústrias de refrigerantes instaladas na Zona Franca de Manaus. O setor voltou a ter um crédito de 20% no IPI que foi reduzido por Temer para 4%. Em 2019, o impacto será de R$ 1,9 bilhão.
Rota 2030
Cria novo regime tributário para o setor automotivo, com incentivos fiscais às montadoras. Impacto de R$ 17,6 bilhões em quatro anos.
Pautas-bomba e o futuro do País
Numa ofensiva irresponsável, parlamentares que sequer se reelegeram legam ao futuro governo despesas bilionárias, que comprometerão o Orçamento do ano que se avizinha e dos próximos. Mais uma vez, quem perde é o Brasil

Ary Filgueira
15/11/18 - 19h00
37
No último dia 7, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), surpreendeu a todos ao tirar da gaveta o projeto que concede aumento de salário aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que estava parado na casa desde 2016. Era só o início de uma queda de braço entre o novo governo e o Congresso em torno do risco de uma mudança na relação entre os poderes Executivo e Legislativo. A equipe de Jair Bolsonaro promete reduzir o toma-lá-dá-cá e esvaziar o modelo de presidencialismo de coalizão que se estabeleceu no país desde a redemocratização. Nos corredores do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), os integrantes do governo de transição falam de um novo sistema no qual perdem força as negociações políticas tradicionais. A nova operação, porém, precisa de calibragem para não parecer uma imposição do Executivo sobre o Legislativo. O problema é que, ao reagir, o Congresso optou pelo pior caminho: uma ofensiva irresponsável, que joga no colo do novo governo de um País que enfrenta uma crise financeira sem precedentes novas despesas bilionárias.

DESFAÇATEZ Legisladores reprovados nas urnas preparam herança maldita para o futuro governo (Crédito:Adriano Machado)
Um dia depois da desfaçatez, a maioria dos senadores voltaria à carga aprovando uma proposta que dá isenção de impostos para o setor automotivo, o Rota 2030. Embora não tire recurso dos cofres da União, como ocorrerá no caso do aumento no pagamento dos magistrados, o governo deixará de arrecadar com a isenção até R$ 1,5 bilhão por ano, que entraria nos cofres públicos em forma de tributos. Enquanto isso, a Reforma da Previdência – essa sim, necessária não somente ao governo, mas ao País – empacou no plenário da Câmara por falta de vontade dos congressistas. Diante do impasse, Bolsonaro desistiu da ideia de vê-la aprovada ainda este ano.
Rombo ignorado
Com esses gestos, o Congresso parece repetir o modelo que ajudou a inviabilizar o governo de Dilma Rousseff: a saraivada de projetos que ficaram conhecidos como pautas-bomba. Se, porém, à época Dilma propunha um ajuste fiscal que negara que faria durante a campanha, desta vez o conjunto de propostas até agora sugerido por Bolsonaro está em sintonia com o que foi aprovado pelo eleitorado. Assim, as pautas-bomba do Congresso explodem na cara do cidadão brasileiro.
Senadores e deputados usam bandeiras alheias para agir em causa própria. Ignoram a atual situação das contas públicas, que amargam um déficit de R$ 149,6 bilhões. Nos últimos sete meses, o Congresso aprovou projetos e propostas que vão causar um impacto de quase R$ 90 bilhões, seja em renúncia fiscal, contratação ou aumento salarial de servidores. E vem mais por aí. O Senado deve pautar para a semana que vem a apreciação de dois vetos presidenciais. Um deles proíbe a reinclusão de empresas devedoras de impostos no Simples Nacional, que unifica oito impostos municipais, estaduais e federais em uma guia de pagamento.
Quando estiver do outro lado da rua, Bolsonaro sentirá na pele o resultado das medidas que a atual legislatura ajudou a aprovar. Em julho, quando o presidente eleito ainda era deputado, o Congresso aprovou propostas que representam um impacto total de R$ 72 bilhões anuais nas contas públicas. Um deles foi em forma de veto. Deputados e senadores derrubaram o impedimento dado por Michel Temer ao projeto que prevê o parcelamento das dívidas previdenciárias de produtores rurais com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) e o desconto de até 100% de multas e juros. O governo deixou de arrecadar R$ 13 bilhões.
Conta salgada
Há outros perigos adiante. É grande o lobby dos governadores para que o Governo Federal compense os estados pelas perdas provocadas com a desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) destinados à exportação, a chamada Lei Kandir. Se isso ocorrer, a conta deve ficar para Bolsonaro. E não será nada barata. Segundo estimativa do Setor de Orçamento da Câmara, a União terá de repassar aos Estados R$ 39 bilhões.
Para sofreguidão de Bolsonaro, é forte a pressão para que o presidente Temer aprove o reajuste do STF antes do dia 15 de dezembro. Esse prazo é o limite para que os presidentes das três casas — STF, Câmara e Senado – consigam incluir o aumento na folha de pagamento do último mês do ano, o que provocaria um efeito cascata a atingir todo o funcionalismo público, incluindo mesmo novo valor sobre férias e décimo terceiro. Ironicamente, boa parte dos senadores que votou as pautas-bomba não estará de volta no ano que vem. Foram rechaçados pelos eleitores. Se programaram vingança, provavelmente se esqueceram de que também são brasileiros e todos vão ter de pagar a conta.
AS BOMBAS JÁ DETONADAS
Aumento do salário dos ministros do STF
Reajuste de 16% no salário dos ministros do STF, elevando para R$ 39,2 mil a remuneração de cada magistrado. A decisão repercute sobre em cascata causando impacto de R$ 6 bilhões.
Reajustes e contratações para servidores LDO prevê que diminuição das despesas com folha de pessoal será de 5% e não 10% como queria o governo. A economia será de apenas R$ 15 bilhões ao ano.
Descontos de multas dos produtores rurais Congresso autorizou parcelamento de dívidas previdenciárias com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), redução da contribuição previdenciária e anistia de 100% das multas e encargos das dívidas com o governo federal. Prejuízo de R$ 13 bilhões.
Benefício fiscal aos fabricantes de refrigerantes.
Senado restabeleceu benefício fiscal a indústrias de refrigerantes instaladas na Zona Franca de Manaus. O setor voltou a ter um crédito de 20% no IPI que foi reduzido por Temer para 4%. Em 2019, o impacto será de R$ 1,9 bilhão.
Rota 2030
Cria novo regime tributário para o setor automotivo, com incentivos fiscais às montadoras. Impacto de R$ 17,6 bilhões em quatro anos.
Ricardo Bergamini

Nothing divides Russians quite like the past - Vladimir Kara-Murza (Democracy Post)

Nothing divides Russians quite like the past
DemocracyPost, November 16 at 1:50 PM
November is heavy on historical dates. As world leaders gathered in Paris last week to mark 100 years since the end of the First World War, Russians were remembering the 101st anniversary of the Bolshevik coup d’état that some still refer to as the “great October socialist revolution.”
Two rival commemorations were held in Moscow on Nov. 7. While the Communists rallied on Revolution Square, steps away from the Kremlin, brandishing red flags and the portraits of Lenin and Stalin, activists of the liberal Yabloko party brought flowers and a makeshift commemorative sign to the former Alexander Military Academy that served as the headquarters of the anti-Bolshevik resistance during the fighting in October and November 1917. “Our goal is to overcome the absence of memory and honor those who fought against dictatorship,” said Sergei Mitrokhin, one of Yabloko’s leaders. “A nation cannot forget its past and its heroes. If it does, it will cease to exist as a nation.”
Two thousand miles east, in Russia’s third-largest city of Novosibirsk, the past has also been playing out in political battles. Local Communists are pushing the municipal government to install a bust of Stalin on one of the city’s main streets. The mayor — a Communist himself — is sympathetic. “The very idea of a monument to Stalin is an insult to the memory of the victims of organized terror,” saidAlexander Rudnitsky, the head of the Novosibirsk branch of Memorial, an organization that works to commemorate the victims of Soviet repression. Thousands of Novosibirsk residents have signed a petitionopposing the initiative. The authorities retreated, for now: The city’s Arts Council last week decided against installing the Stalin bust, noting the likelihood of what it called “acts of vandalism.” Supporters of the dictator are vowing to press on.
It is impossible to imagine similar arguments over commemorations for Wladyslaw Gomulka in Poland or Walter Ulbricht in Germany. But unlike its neighbors, Russia only half-completed its de-Communization in the 1990s. While the Soviet Communist Party was banned by President Boris Yeltsin and found by Russia’s Constitutional Court to have been responsible for “repression directed at millions,” full state condemnation of the former regime never came. Most Soviet archives were never opened. And Communist apparatchiks or KGB operatives were never restricted from government positions. Under Vladimir Putin, the tacit public rehabilitation of the Soviet regime — and the open glorification of its security services — has accelerated. One of his first acts in office was reinstating the Stalin-era Soviet national anthem.
The memory of Soviet repression is an uncomfortable subject for a regime that prides itself on its KGB origins. The Russian government has officially branded Memorial a “foreign agent” — itself an insult to the memory of the victims of Communist terror, so many of whom were sent to their deaths on this very charge. Last month, the Moscow government attempted to ban the traditional vigil for the victims of Stalin’s Great Terror held every year near the memorial stone brought from the Solovki concentration camp and placed near the KGB headquarters. Realizing that people will come anyway, City Hall finally issued the permit. Thousands took part in the vigil, waiting in line for hours to read out names and light candles; the lines extended into the underpasses and nearby metro stations. Similar vigils were held in more than 30 cities across Russia.
This month’s historical dates are not yet over. Nov. 16 marks the 98th anniversary of the evacuation of General Pyotr Wrangel’s army from Crimea, the last major defeat of the White forces that all but secured Communist victory in the civil war. For most of 1920, a small White Russian state on the Crimean Peninsula held its ground against the Bolsheviks. The government of South Russia, headed by Prime Minister Alexander Krivoshein and with the prominent liberal statesman and philosopher Pyotr Struve as foreign minister, took steps to implement agrarian, administrative and labor reforms. In August, France officially recognized it as the legitimate government of Russia.
For a while it seemed that an alternative Russia might emerge — a small but determined foothold against the Soviets. (Many years later, this scenario was fictionalized in Vasily Aksyonov’s utopian novel “The Island of Crimea.”) It was not to be. That summer Britain withdrew its support from Wrangel, opening trade negotiations with the Bolsheviks and ordering its military mission and the Royal Navy out of Crimea. Having concluded a ceasefire with Poland, the Red Army moved south to eliminate the last opposition stronghold.
Between Nov. 13 and 16, Gen. Wrangel’s army conducted an ordered evacuation from Crimea; 126 ships sailed across the Black Sea to Constantinople carrying nearly 150,000 military personnel and civilians and leaving the Bolsheviks to claim the whole of Russia. “Three dozen countries in the world have fallen to Communism, and almost none of them managed to maintain a patch of independent territory where the broken national development could continue,” Alexander Solzhenitsyn, the Nobel Prize-winning Russian author and dissident, said on his visit to Taiwan, a rare exception. “In Russia, Wrangel’s Crimea could have held on, but did not receive any outside support and, abandoned by its unfaithful European allies, was crushed by the Communists.”
Read more by Vladimir Kara-Murza:

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Historiografia da politica externa brasileira - IRBr, 22/11


FUNAG / CHDD / IPRI/IRBr
A Historiografia da Política Externa Brasileira
Auditório Araújo Castro , Instituto rio Branco-IRBr, Brasília - DF 
22/11/2018 às 9h00.
9h00min         Abertura:
Embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, Diretora-Geral do IRBr;
Embaixador Gelson Fonseca Júnior, Diretor do CHDD;
Embaixador Marcos Bezerra Abbott Galvão, Secretário-Geral do MRE;
Embaixador Paulo Roberto de Almeida, Diretor do IPRI;

9h20min         Conferência do  Embaixador Rubens Ricupero

10h00min       Painel da Manhã: A historiografia do Império à Primeira República
Moderador: Amado Cervo.
João Daniel de Almeida. “A independência portuguesa: 200 anos de olhar nacionalista sobre o desmembramento de um império global”;
Francisco Doratioto. “O Primeiro Reinado”;
Gabriela Nunes Ferreira. “O Segundo Reinado (1840-1889)”;
Clodoaldo Bueno. “A Primeira República (1889-1930)”.

12:30               Almoço

14h30min       Painel da Tarde: Da Revolução de 1930 à Nova República
Moderador: Matias Spektor.
Fábio Koifman. “Da Revolução de 1930 até o fim de 1945”;
Antônio Carlos Lessa. “A Nova República (1946-1964)”;
Paulo Vizentini. “O Regime Militar (1964-1985)”;
Paulo Roberto de Almeida. “Da redemocratização aos nossos dias (1985-2018)”.

17h30min      Encerramento
Síntese dos trabalhos Professor Amado Cervo.
Embaixador Gelson Fonseca Júnior

Ruben Dario no Brasil - livro de Luis Claudio Villafañe em espanhol

Luis Claudio Villafañe G. Santos, autor da mais recente, e melhor, biografia do Barão do Rio Branco, assina um livro em espanhol sobre as duas visitas do grande poeta nicaraguense Rubén Darío ao Brasil, mais de cem anos atrás.
Paulo Roberto de Almeida

NOVO LIVRO: Rubén Darío no Brasil

Lançado na Nicarágua o livro “Yo Pan-americanicé: Rubén Darío en Brasil” (Manágua, Ed. HISPAMER, 2018, 179 páginas, ISBN 978-99964-42-94-0).
Escrita em espanhol, a obra trata das duas vistas do poeta nicaraguense Rubén Darío ao Brasil em 1906 e 1912. Na primeira oportunidade, o Príncipe das Letras Castelhanas esteve no Rio de Janeiro como membro da delegação de seu país à III Conferência Pan-americana, tendo interagido com Joaquim Nabuco, Graça Aranha, Machado de Assis, Fontoura Xavier, Elísio de Carvalho, entre outros brasileiros.
No Ro de Janeiro, em 1906, Darío escreveu o poema “Salutación al Águila” um hino em favor do pan-americanismo, em contradição com toda sua obra anterior e posterior, de marco tom antiamericano.
Em 1912, já reconhecido pelo público brasileiro, Darío retorna ao Brasil e visita, além do Rio de Janeiro, a cidade de São Paulo.
Além de descrever com detalhes inéditos e corrigir erros factuais e interpretações equivocadas dos mais consagrados biógrafos de Rubén Darío, o livro faz uma resenha da visão de Darío sobre o Brasil e traz o inventário de todas as referências ao Brasil e aos brasileiros na obra do grande poeta e jornalista nicaraguense.
PANAMERICANICE Capa.jpg
SUMÁRIO
Agradecimiento y fuentes
Presentación
Introducción
Identidades: Rubén Darío y la invención de América Latina
Brasil, Río de Janeiro, 1906: identidades en transformación
Rubén Darío en Brasil antes de 1906
Al mare, con Joaquim Nabuco
Encuentros y desencuentros cariocas
La condesa X
Salutación al Águila
La segunda estancia de Darío en Brasil
El Brasil por la pluma de Darío
El ditirambo brasileño
Conclusión

================

Resenha do livro sobre Rubén Darío no Brasil, na Folha de São Paulo

FOLHA DE SÃO PAULO
17/11/2018
Impacto das visitas de Rubén Darío ao Brasil é esmiuçado em livro
Diplomata brasileiro lembra passos do poeta e ensaísta nicaraguense, que esteve no país em 1906 e em 1912
Sylvia Colombo
O nicaraguense Rubén Darío (1867-1916), hoje celebrado como um dos grandes poetas em língua hispânica dos dois lados do Atlântico, tem tido agora sua obra ensaística e jornalística rememorada.
Primeiro, em Buenos Aires, onde viveu entre 1893 e 1898, quando escreveu crônicas para o jornal La Nación, há pouco reeditadas, mas também em novas reflexões sobre sua obra realizadas em outros países.
Um desses textos é o livro “Yo Pan-americanicé – Rubén Darío en Brasil” (disponível em https://hispamer.online.com.ni), do brasileiro Luís Cláudio Villafañe G. Santos, diplomata e autor do recente “Juca Paranhos, o barão do Rio Branco” (Companhia das Letras).
No livro, Villafañe relata as duas visitas que Darío fez ao brasil, em 1906 e em 1912. “Contadas muito rapidamente e como algo menor por seus biógrafos tradicionais, são passagens reveladoras de sua personalidade e que impactaram seu modo de pensar”, diz o autor.
Villafañe sustenta a tese de que Darío, ao lado do cubano José Martí (1853-1895) e do uruguaio José Enrique Rodó (1871-1917), formou a tríade de intelectuais que começou a forjar a identidade latino-americana, “não mais em alteridade com a Espanha, mas, a partir de então, em alteridade com os EUA”.
“O Brasil entraria nesse conceito cultural e intelectual de América Latina muito depois, nos anos 1960, e até hoje esse processo não está completo”.
Porém, além da elaboração da tese biográfica, o livro conta algumas anedotas e passagens do autor pelo país que revelam aspectos de sua personalidade. Por exemplo, quando divide uma embarcação para chegar ao pais com Joaquim Nabuco (1849-1910), então uma das principais figuras da intelectualidade brasileira, que num primeiro momento despreza Darío por não saber bem de quem se tratava – embora depois mudasse de comportamento, reconhecendo-o como intelectual. Darío virou fã imediato de Nabuco.
No Rio, Darío transitou entre a elite intelectual de então e terminou por mencionar em seus artigos esse cenário, que incluía Olavo Bilac, Euclydes da Cunha e Machado de Assis. “O que no Brasil é um fato, entre nós são tentativas. O Brasil tem uma literatura, nós não”, escreveria Darío no La Nación.
Para Villafañe, isso era um recado para os argentinos. “Darío estava sempre defendendo que as artes tinham de ter mecenas, e foi isso que ele viu no Brasil, que muitos desses autores eram pagos de alguma forma pelo Estado. No fundo, esse parecia o mundo ideal para ele”, diz o autor.
Sobre Machado de Assis, Darío escreveu um lindo poema (ver íntegra ao final do texto), em que diz: “Doce ancião que vi, em seu Brasil de fogo e de vida e de amor […], aceite esta lembrança de quem ouviu uma tarde, em teu divino Rio tua palavra nobre”.
“Foi de tremendo impacto para ele não apenas o encontro com esses homens letrados do Brasil, mas ficou também muito impressionado com as belezas naturais, como a floresta da Tijuca”, diz Villafañe.
O livro reforça o aspecto cosmopolita deste escritor que se tornaria um dos primeiros latino-americanos verdadeiramente internacionais. “Quando vai viver em Paris, não escreve apenas para os latino-americanos, mas passa a integrar a cena intelectual local, algo que era difícil e em que foi um dos pioneiros”, acrescenta Villafañe.
O cosmopolitismo de Darío começa quando, adolescente, vai viver em El Salvador. Com 19 anos viaja ao Chile, onde escreve algumas publicações e se torna colaborador do La Nación. Por esse diário, é enviado para a Espanha como correspondente, em 1898. Com um pé no mundo diplomático, vira, em 1903, cônsul da Nicarágua em Paris.
A experiência e a vivência em tantas viagens moldaram o poeta e também o cronista e o ensaísta. O que o livro de Villafañe faz é incluir o impacto que o Brasil teve em seu perfil de escritor e pensador de um mundo que vivia um momento de grande transformação e de uma América Latina que buscava desenhar uma nova identidade.
***
15424001075bef286b810b1_1542400107_3x2_md.jpg
Poema de Rubén Darío a Machado de Assis
Doce ancião que vi, em seu Brasil
de fogo e de vida e de amor, todo modéstia e graça
Moreno que da Índia teve sua aristocracia;
aspecto mandarino, língua de sábio grego.
Aceita esta lembrança de quem ouviu uma tarde
em teu divino Rio tua palavra nobre,
dando ao orgulho todos os farrapos que arde,
e à inveja ruim o que apenas a cobre.
Anúncios

Eleitores que ficaram sem candidato - Isabelle Anchieta de Melo

Os “sem-lugar”: os brasileiros que não aderiram à guerra ideológica

Isabelle Anchieta de Melo

O Estado de S. Paulo, 14/11/2018

Como ficam os brasileiros que não se identificam com nenhum dos lados da recente disputa eleitoral e querem construir uma nova face política para o País ‘sem resistência’?


Somos 40 milhões. E isso não é uma força de expressão. Somados os votos brancos, nulos e abstenções. Os “sem-lugar” na última eleição representam cerca de um terço do total dos ‘eleitores’. Desde 1989, não se via algo igual. Destaco ‘eleitores’, porque, ao contrário do que se propaga no senso comum, a suposta não escolha é, sim, uma escolha de um lugar por vir. Um lugar em que o combate à corrupção e à violência possa associar-se, sem contradições, a interações humanas equânimes e à priorização da cultura e da educação ─ setores estratégicos e motivadores para a superação das pobrezas simbólicas e reais de nosso País. Um lugar em que não seja necessário falar grosserias movidas a testosterona para ser forte e que não abuse da ideia de vitimização como estratégia política para manobrar as massas e uma elite de intelectuais e artistas ─ que julgam combater o bom combate.
Os “sem-lugar” são capazes de colocar à prova suas certezas, examiná-las, desconfiando sempre de cartilhas prontas, de ideologias com cheiro de mofo, de palavras de ordem e de salvadores da pátria. Não vestem camisas com frases prontas. Não adotam identidades partidárias. Críticos de si mesmos, riem daqueles que se julgam superiores moralmente por saberem que o homem é processo. “O homem é superável”. 
Não são anarquistas, muito menos deslegitimam os vencedores só porque eles não os representam. Os “sem-lugar” não fazem “resistência a priori”. Irão apoiar e defender as boas decisões do governo para o País, questionar os possíveis retrocessos e não farão oposição por oposição que, no fundo, almeja somente desestabilizar o candidato eleito democraticamente para roubar-lhe poder. Os que agem assim são os verdadeiros inimigos da democracia (e do País), e não o contrário, como tentam fazer crer. 
Nesse mesmo sentido, o teórico franco-búlgaro Tzetan Todorov, sagazmente, afirma que os inimigos da democracia “têm a aparência menos assustadora do que os de ontem, que a atacavam de fora; não projetam instaurar a ditadura do proletariado, não preparam um golpe de estado militar. Eles usam os trajes da democracia e, por essa razão, podem passar despercebidos. Nem por isso deixam de representar um verdadeiro perigo: se não lhes for posta nenhuma resistência, um dia eles acabam por esvaziar esse regime de sua substância”. 
Não sem razão temi quando esses inimigos íntimos da democracia fingiam protegê-la e iniciavam um suposto movimento em sua defesa. Havia um grande risco do esvaziamento do sentido forte dessa palavra. Assim como foi feito com a ideia de “golpe”. Mesmo a ideia de “tortura” foi desvirtuada no momento em que o candidato do PT acusou falsamente o vice de Bolsonaro de torturador. A mentira acaba por macular a força da verdade, a memória e mesmo a legítima resistência daqueles que passaram, sim, por essa barbárie da nossa História. Foi desrespeitoso.   
Nem a esquerda, nem a direita, esse lugar sem nome e sem rosto, mira um futuro comum em que o equilíbrio e a imparcialidade sejam uma busca inquietante, nunca uma parada. Uma busca em nada pacífica. Exige um esforço para não se deixar levar; por ter autonomia; por criar seu próprio juízo após a apreciação dos contrários. Reconhece e apoia as conquistas de lado a lado, sem, no entanto, deixar de manter um distanciamento crítico de seus excessos. Mas não se trata somente de uma exigência racional. Ela requer, sim, a paixão pela busca da verdade, por uma aproximação possível dela.   
É a paz depois de um longo período de guerra. 
Esse lugar que os “sem-lugar”, hoje, ocupam não é o da indecisão ou de uma postura reticente. Trata-se apenas de um movimento não nomeado e que terá de ser construído. Criado. “São sujeitos sem predicados. Mas, certamente, estão em processo de autocriação como sujeitos políticos. Em algum momento, acabarão por encontrar com uma ideia com a força de nomeá-los”.
São pessoas cansadas dos ‘ismos’ e de suas armadilhas retóricas, que intuem haver algo além do já conhecido e apontando para a autossuperação histórica. Mesmo que esse ‘algo’ seja um híbrido do que já existiu, combinando a liberdade econômica com a responsabilidade social. Sim, responsabilidade social. É preciso ter coragem de dizer que “a solidariedade humana não é um palavrão. As pessoas precisam de proteção e isso é um direito. O trabalho, a educação, a saúde e a aposentadoria”.  Entenda-se: trabalho e aposentadorias mais dignas do que as existentes hoje no país, além de uma educação de excelência, com professores selecionados, avaliados e bem remunerados. 
Um Estado atuante no que é necessário ser, inclusive como sendo aquele que detém o ‘monopólio da violência’ para coibir a ‘guerra de todos contra todos’ e a justiça feita pelas próprias mãos, típicos de uma barbárie social à qual não queremos retornar.  Mas ao mesmo tempo em que possamos construir uma sociedade fluída em termos de comportamento e afetos, que valorize a meritocracia, a livre concorrência, o empreendedorismo, a pesquisa e a educação. Em outras palavras, uma sociedade que desse conta de somar “a inovação da sociedade com a proteção social”, escapando tanto de um populismo hipócrita como de um capitalismo sem freios. 
Os “sem-lugar” são pessoas que se deram conta de que os seus desejos não estavam representados por ‘nenhuma alternativa acima’ e resolveram correr o risco de apostar no vazio. Se toda mudança pressupõe risco, quanto mais se fizer necessária a mudança, maior terá de ser a nossa aposta, já que “toda produção de um novo sujeito político é também a produção de sua sombra e de novos riscos”.
Por isso, enganam-se profundamente os que pensam que os “sem-lugar” saíram do jogo político. Ao contrário. Eles serão o futuro, são os que abrirão o caminho para a mediação e a conciliação social e política. Ao não assumirem um lado, são livres para apoiar e mesmo compor o que há de bom e mesmo apresentar elementos que escapam a mirada dos partidários. Costumo dizer que estar “em cima do muro” é a melhor posição estratégica para ver as coisas por cima. Para não se envolver em brigas desnecessárias, mas, sobretudo, para indicar aos que não conseguem enxergar de seu ângulo de visão que há, sim, um caminho comum no horizonte. 

Isabelle Anchieta de Melo é doutora em Sociologia pela USP, jornalista, mestre em Comunicação Social pela UFMG. Recebeu prêmio como Jovem Socióloga brasileira pela Associação Internacional de Sociologia com apoio da UNESCO

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...