terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Fórum de Davos: o piquenique invernal do capitalismo bem-comportado - Paulo Roberto de Almeida (Crusoé)

Fórum de Davos: o piquenique invernal do capitalismo bem-comportado

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Artigo sobre o Fórum Econômico Mundial de 2023.

Publicado em versão revista e editada na revista Crusoé: “O capitalismo bem-comportado de Davos”, revista Crusoé (13/01/2023; https://crusoe.uol.com.br/secao/reportagem/o-capitalismo-bem-comportado-de-davos/).

 

 

Por mais de meio século, o suíço Klaus Schwab tem liderado esses convescotes anuais na atraente estação de esqui de Davos, reunindo centenas das maiores empresas mundiais e líderes políticos para debater temas de grande atualidade econômica e política e até alguns problemas de urgente necessidade de resolução cooperativa, como conflitos militares, crises econômicas ou ameaças ambientais e sanitárias de dimensões mundiais. Em 2023, o tema escolhido, de forma talvez deliberadamente ambígua, foi “Cooperação em um mundo fragmentado”, o que parece ser, na tradicional expressão em inglês, uma clara demonstração de understatement, ou seja, uma minimização da situação atual da política mundial.

De fato, a pandemia da Covid-19 em 2020 e 2021 — que levou o Fórum de Davos a se reunir online —, assim como a guerra de agressão da Rússia contra a vizinha Ucrânia — ex-república federada do finado império soviético- não causaram (ainda?) uma grave alteração da ordem global, a despeito de sobressaltos inevitáveis e de alguns impactos mais graves (como crises de abastecimento energético e alimentar em certas regiões do planeta, na Europa ocidental e na África em particular). A ordem econômica quase global de Bretton Woods continua funcionando, assim com a ordem política quase universal da ONU continua não funcionando em seu modo habitual, isto é, com muita retórica, mas poucos resultados práticos.

Na verdade, falar de “cooperação num mundo fragmentado” parece ser, no nosso próprio linguajar, “chover no molhado”, pois que se existe fragmentação no mundo atual este é claramente o momento, e se inexiste cooperação esta é exatamente a conjuntura sob a qual vivemos, duas situações para as quais o encontro de Davos será ineficaz para qualquer tipo de encaminhamento prático.

Nem sempre foi assim no passado, pois alguns convites a líderes de países em conflito — como no caso de Israel e palestinos, por exemplo — ou, na vertente photo opportunity, a celebridades hollywoodianas permitiram avançar alguns centímetros na direção da minimização de danos, nos temas ambiental, de refugiados de guerras civis ou interestatais e até crises sanitárias graves.

Não parece ser assim nesta edição de 2023, pois inexiste qualquer possibilidade de cooperação no caso do mais grave conflito militar no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial, a invasão e a destruição sistemática da Ucrânia pelo seu poderoso e criminoso vizinho, o que gerou uma das emigrações em massa, num curto espaço de tempo, jamais conhecidas em toda a história mundial. A tragédia ucraniana (e seus impactos externos) é totalmente devida à paranoia e à prepotência arrogante de um dirigente russo que não possui qualquer disposição para o diálogo em termos aceitáveis do ponto de vista do Direito Internacional ou simplesmente no contexto da Carta da ONU, cujas obrigações ele violou deliberadamente diversas vezes, e em relação aos quais já se tornou suscetível de “indiciamento” por crimes de guerra, contra a humanidade e contra a paz, as mesmas acusações que levaram líderes civis e militares nazistas ao Tribunal de Nuremberg em 1946.

Tal situação está muito acima da capacidade do Fórum de Davos de tratar de qualquer possibilidade de minimização de danos, assim como é o caso da própria ONU (congelada em face do inaceitável exercício do direito de veto por qualquer um dos cinco membros permanentes do CSNU, quando um deles é o próprio violador da sua Carta).

O Fórum de 2023 consistirá, portanto, em mais um exemplo de keep talking, continue falando a respeito, mas, sobretudo, perca a esperança de avançar em qualquer solução cooperativa, com fragmentação ou sem. Historicamente, nenhum dos grandes problemas da humanidade — desde o Congresso de Viena de 1815, passando pelas negociações de paz de Paris, de 1919, que levaram à criação da Liga das Nações, nem as conferências diplomáticas entre as grandes potências na Segunda Grande Guerra, que resultaram na fundação da ONU — foram resolvidas pela via multilateral e pacifica, e sim por um próprio arranjo consensual entre elas ou no completo esgotamento de outras possibilidades de resolução, depois de imensos danos acumulados. 

Foi assim nos casos da primeira guerra da Crimeia (1853-55), do tratado impositivo de Versalhes (1919) e da própria conformação iníqua e discriminatória do órgão decisor, em última instância, do Conselho de Segurança na conferência de San Francisco que criou a ONU em 1945.

Naquela ocasião, em nome do fundamento doutrinal central do multilateralismo contemporâneo, que é o princípio da igualdade soberana dos Estados — defendido arduamente por Rui Barbosa, na segunda conferência mundial da paz da Haia, em 1907 —, a delegação brasileira em San Francisco (ainda em pleno Estado Novo varguista) opôs-se formalmente ao direito de veto, justamente por ser iníquo e discriminatório, assim como a diplomacia brasileira do pós-guerra continuou opondo-se durante cerca de três décadas ao Tratado de Não Proliferação Nuclear pelas mesmas razões.

Tais questões, pertencentes ao exercício unilateral de uma espécie de “soberania imperial”, que está restrito ao domínio exclusivo da Realpolitik, exercida de forma arrogante pelas grandes potências, está muito além da capacidade resolutiva de um Fórum de “keep talking” como o de Davos, assim como da própria ONU. Os capitalistas multinacionais, assim como os líderes políticos necessitados de alguma photo opportunity, continuarão a frequentar o convescote criado por Klaus Schwab, mas não conseguirão apor sequer um band-aid à fragmentação atual e persistente do mundo.

Desde os anos 1970, quando foi criado, o Fórum de Davos não teve nenhuma influência sobre a dinâmica da Guerra Fria geopolítica dos anos 1947-1990: esta só veio a termo pela implosão autoinduzida do socialismo realmente existente, não por qualquer vitória do capitalismo triunfante sobre seus inimigos autocráticos e estatistas. Também parece improvável que ele consiga influenciar a dinâmica da atual Guerra Fria Econômica entre os Estados Unidos e a China, e a da presente confrontação militar entre a Otan (indiretamente, pela via da Ucrânia) e a Rússia semi-imperial do neoczar Putin.

Davos continuará a ser um jamboree anual de capitalistas bem-sucedidos, condescendendo em ouvir alguns belos discursos entre uma e outra descida de esqui nos Alpes suíços. Todos eles merecem um pouco de divertimento em meio ao extenuante trabalho de garantir lucros e dividendos para proprietários e acionistas dessas grandes empresas politicamente corretas. Superricos também são humanos…

E o Brasil nisso tudo? Em 2003, Lula (recém-empossado) compareceu, numa imediata sequência, ao Fórum Social Mundial de Porto Alegre, aqueles dos antiglobalistas (hoje praticamente desaparecido, por sua própria contradição nos termos), e ao Fórum Econômico Mundial de Davos, globalista por excelência, falando em cada um aquilo que correspondia exatamente às expectativas das respectivas plateias, o que sempre foi o seu estilo populista. Em 2023, salvo impedimento maior, ele deveria arriscar novamente seu grande prestígio mundial, para tentar atrair alguns bilhões de investimentos externos tão necessitados pela combalida economia brasileira. Como o antigo Fórum “Surreal” Mundial já não apresenta qualquer atrativo midiático, Lula pode exercer o melhor do seu talento na tentativa de “desfragmentar” o mundo e apelar para o aumento da cooperação ao desenvolvimento dos países mais pobres. Apelos desse tipo sempre confortam o ânimo e retiram um pouco do “remorso social” desses capitalistas multinacionais que torram algumas dezenas de milhares de dólares nos poucos dias que passam em Davos. Superricos também têm coração, e um tino especial para novas oportunidades de ganhos. Só não se sabe se o Brasil de Lula III oferece, realmente, oportunidades tão aliciantes quanto aquelas dos anos 2000, quando a economia mundial parecia flutuar em céu de brigadeiro e quando a China e os Estados Unidos ainda pareciam entreter a complementaridade perfeita de uma Chimérica, como sugerida pelo historiador Niall Ferguson.

Os tempos são outros…

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4292: 22 dezembro 2022, 4 p.

 

Israel e a democracia - Tom Friedman (NYT, Estadão)

 Thomas Friedman: Biden envia uma mensagem clara a Israel, em 46 palavras

Por Thomas L. Friedman
NYTimes, Estadão, 14/02/2023

Acordei na manhã de sábado, li as notícias dizendo que em Israel, pelo menos 50 mil pessoas tinham acabado de participar de mais uma manifestação contra os planos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que busca limitar a independência da suprema corte israelense e subjugá-la a si próprio, em um momento em que o próprio Netanyahu é investigado por corrupção, e fiz a mim mesmo uma pergunta simples: “O que o presidente Joe Biden acha disso?”

Instintivamente, Biden é um dos presidentes que mais defendem Israel dentre os que já acompanhei. Ele também tem uma longa relação de respeito mútuo com Netanyahu. Então, posso dizer que qualquer comentário de Biden a respeito de Israel é fruto de uma preocupação sincera.

Uma preocupação com a transformação radical do sistema judiciário de Israel que a coalizão ultranacionalista e ultrarreligiosa de Netanyahu busca aprovar à força na Knesset e a possibilidade de ela danificar seriamente a democracia do país, e consequentemente, seus laços com os Estados Unidos e as democracias de todo o mundo.

Eis a declaração que Biden me enviou na tarde de sábado quando pedi a ele que comentasse a situação: “O que a democracia americana e a democracia israelense têm de genial é o fato de serem ambas alicerçadas em instituições robustas, em sistemas de freios e contrapesos, em um judiciário independente. A formação de consensos para mudanças fundamentais é muito importante para garantir a adesão das pessoas, de modo que tais mudanças sejam sustentadas”.

‘Orbanização’
É a primeira vez que me lembro de ver um presidente americano opinar a respeito de um debate interno israelense envolvendo o próprio caráter da democracia do país. E ainda que sejam poucas palavras, a declaração de Biden é feita em um momento crucial desta importantíssima discussão interna em Israel, podendo energizar e expandir a já significativa oposição àquilo que os adversários de Netanyahu estão chamando de golpe dentro da lei, podendo situar Israel entre os países que vêm se afastando da democracia, como Turquia, Hungria e Polônia.

Eis o motivo de as palavras de Biden serem tão importantes: primeiro, ele se coloca claramente em defesa da abordagem conciliadora pedida pelo presidente israelense Isaac Herzog, e defende claramente a independência do judiciário de Israel, amplamente respeitado.

Ainda que a presidência de Israel seja um cargo principalmente simbólico, atribui-se a ela peso moral. Herzog é um bom homem que tenta afastar o que teme ser o caos civil mais grave já visto na sociedade israelense caso seja aprovada tamanha mudança no judiciário do país, parcialmente inspirada por um centro de estudos estratégicos de extrema-direita.

Herzog pediu a Netanyahu e sua coalizão que recuem e organizem algum tipo de diálogo nacional e bipartidário que possa estudar pacientemente o tipo de mudanças judiciais que poderiam ser saudáveis para Israel, fazendo isso com especialistas em direito e de maneira não partidária, preservando a integridade do sistema judicial que existe desde a fundação de Israel.

Infelizmente, Netanyahu rechaçou o presidente israelense, levando Herzog a dizer no dia 24 de janeiro, a respeito da dita reforma do judiciário: “Os alicerces democráticos de Israel, incluindo o sistema de justiça, os direitos humanos e as liberdades, são sagrados, e devemos protegê-los e os valores expressos na declaração de independência. A reforma dramática, se implementada rapidamente sem negociação, inflama a oposição e as preocupações do público”. Ele acrescentou, “A ausência de diálogo está nos dilacerando internamente, e digo claramente: este barril de pólvora está prestes a explodir. Isso é uma emergência”.

Adversários de Netanyahu estão chamando plano de golpe dentro da lei, podendo situar Israel entre os países que vêm se afastando da democracia, como Turquia, Hungria e Polônia.

Pressão sobre Bibi
Com as palavras de Biden, Netanyahu se vê agora em uma situação na qual, se insistir em seguir no rumo apesar de tudo, estará contrariando não apenas o presidente de Israel, mas também o presidente americano. Não é pouca coisa. Também suspeito que o posicionamento de Biden nessa questão, comedido e claro, incentivará outras lideranças democráticas, lideranças empresariais, senadores americanos e demais representantes a fazer o mesmo, o que vai energizar a oposição.

A segunda razão da importância das palavras de Biden é o momento em que ele se manifesta, que não poderia ser mais importante. Na segunda-feira, 13, a primeira leitura no Parlamento de alguns dos aspectos mais controvertidos da reforma judicial de Netanyahu foi feita. Uma proposta de lei deve passar por três leituras antes de se tornar lei, e a coalizão indicou que busca uma aprovação relâmpago do texto no Knesset até abril.

Biden está indicando que, faça o que fizer, Israel não deve se afastar fundamentalmente desses valores compartilhados com os EUA

Um golpe contra o Judiciário
Em terceiro, Biden situou a si mesmo e aos EUA claramente do lado da maioria israelense que se opõe à aprovação apressada das “reformas” de Netanyahu em um episódio que cada vez mais parece um putsch jurídico.

Uma pesquisa de opinião publicada na sexta feira “indica que mais de 60% do público querem que o governo suspenda ou atrase seus esforços legislativos para enfraquecer dramaticamente a Suprema Corte de Justiça e garantir o controle político das nomeações para o judiciário”, informou o Times israelense.

Isso também coloca os EUA claramente ao lado do procurador-geral do próprio Netanyahu quando este ocupou o cargo pela última vez, Avichai Mandelblit — que indiciou Netanyahu em 2020 por acusações de fraude, suborno e quebra de confiança, e que denunciou as alterações judiciais de Netanyahu como tentativa disfarçada de acabar com o próprio julgamento e evitar a prisão.

Falando ao programa “Uvda”, da TV israelense, Mandelblit disse que as amplas reformas propostas por Netanyahu para o judiciário “não são uma reforma”, e sim uma “mudança de governo”.

Como Israel não possui uma constituição e o executivo sempre controla o Knesset, Mandelblit explicou que a única separação entre os poderes — o único contrapeso para o executivo — é o judiciário israelense e a Suprema Corte. E o que Netanyahu está propondo é que uma maioria simples no Knesset — 61 dos 120 assentos — tenha poder para rejeitar qualquer decisão da Suprema Corte. Com a menor das maiorias, o governo seria capaz de aprovar qualquer lei que desejasse.

O plano de Netanyahu também daria ao governo o controle da escolha dos juízes, há muito responsabilidade de uma comissão independente, e removeria também os conselheiros jurídicos independentes (supervisores internos) de cada ministério. Atualmente, estes são nomeados pela comissão de serviços civis e só podem ser afastados pelo procurador-geral. Em vez disso, Netanyahu quer que sejam nomeados por cada ministro, a quem seriam leais.

Somando-se tudo, o resultado seria um governo eleito por 30 mil votos dentre um eleitorado de 4,7 milhões assumindo controle total da Suprema Corte, da escolha dos juízes e dos conselheiros jurídicos de cada ministério.

“Não posso me calar”, concluiu Mandelblit. “Se não houver judiciário independente, será o fim. Teremos um sistema de governo diferente.” O governante “vai decidir”, acrescentou ele. “Terá seus próprios procuradores, seus próprios conselheiros jurídicos, seus próprios juízes. E se as pessoas nesses cargos forem pessoalmente leais a ele, não haverá primazia da lei. É um buraco sem fundo que vai nos engolir a todos.”

Finalmente, o que Biden fez dará credibilidade à voz dos EUA em apoio à democracia global. Vê-se que os EUA não se manifestam somente quando a China esmaga a democracia em Hong Kong. Os americanos se manifestam ao ver a democracia ameaçada em qualquer lugar. Com frequência, os EUA criticaram abusos dos direitos humanos cometidos por Israel no tratamento dos palestinos na Cisjordânia ocupada. Mas não me lembro de um presidente americano ter criticado mudanças propostas na natureza democrática do estado israelense, pois nenhum presidente teve que fazer isso até semanas atrás.

Uma aliança em risco
Se a mensagem de Biden não for clara o suficiente para a coalizão de Netanyahu, vou tentar traduzi-la nos termos mais simples possíveis: os EUA apoiaram Israel militarmente e diplomaticamente, com bilhões de dólares oferecidos como auxílio desde a fundação do país, mas não por partilhar dos seus interesses. Nem sempre seus interesses coincidem. Israel manteve-se neutro no conflito entre Ucrânia e Rússia, mostra-se indiferente aos abusos dos direitos humanos no Egito e na Arábia Saudita, e empresas israelenses às vezes vendem à China tecnologias de defesa que preocupam muito o Pentágono. Oferecemos muito apoio a Israel desde a sua fundação porque acreditamos que o país partilha dos nossos valores.

E mesmo quando, em Gaza ou na Cisjordânia, Israel se comporta de maneiras que não condizem com nossos valores, os israelenses frequentemente os retomam como referência. Eles nos dizem: “Ei, americanos, sejam menos rigorosos. Vivemos em constante conflito violento com os palestinos. Habitamos uma região louca. E ainda assim conseguimos manter a supervisão judiciária de nossas forças armadas, instituições democráticas sólidas, um judiciário independente e uma imprensa livre”.

Essa linha de raciocínio é seriamente ameaçada pelo que Netanyahu está tentando fazer. E, na ausência dessa coincidência de valores, o que resta? Interesses partilhados não serão suficientes, pois estes são transitórios.

É por isso que as palavras de Biden são tão importantes. Com essas palavras, Biden está dizendo a Israel que nossa relação nunca se baseou de fato em interesses compartilhados. Sempre teve como base os valores que partilhamos. É por isso que durou tanto tempo, mesmo quando nossos interesses divergem. Com essa simples declaração, Biden está indicando que, faça o que fizer, Israel não deve se afastar fundamentalmente desses valores compartilhados. Caso contrário, estaremos em um mundo inteiramente novo. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

Acesso livre a grandes obras da cultura mundial - UNESCO

 A *Unesco* teve a grande ideia de fornecer acesso gratuito à biblioteca digital do mundo na Internet.

  Um lindo presente para toda a humanidade!

  Aqui está o link: https://www.wdl.org/fr

 Reúne mapas, textos, fotos, gravações e filmes de todos os tempos e explica joias e relíquias culturais de todas as bibliotecas do planeta, disponíveis em sete idiomas.

  Aproveite e compartilhe com quem está ao seu redor.

  E depois vários links que vão interessar aos amantes de museus, ópera e cinema.

   - A *Fnac* colocou uma seleção de 500 livros gratuitos para download, aqui fica o link:

   https://livre.fnac.com/n309183/Tous-les-Ebooks-gratuits

   Alguns lugares ou shows culturais que você pode visitar de casa:

  - A *Ópera Nacional de Paris* disponibiliza seus espetáculos online gratuitamente em https://lnkd.in/gwdGY8n

  - O *Metropolitan Opera de Nova York* transmitirá seus shows gratuitamente

   https://bit.ly/2w2QXbP

  - A *Cinémathèque Française* oferece suas 800 master classes, ensaios e videoaulas, 500 artigos sobre suas coleções e programação

  https://lnkd.in/ghCcNKn

   - O *Forum des Images* oferece visualização de suas reuniões

   https://lnkd.in/gFbzp5q

   - *Centre Pompidou:* você pode ouvir podcasts dedicados às obras graças ao Centre Pompidou

   https://lnkd.in/gGifD3r

 *- *Museus: 10 museus online* para visitar do seu sofá

  https://lnkd.in/gV_S_Gq

  - *1150 filmes* estão disponíveis em https://lnkd.in/gspcqCm

  Audrey Azoulay, Diretora Geral da UNESCO

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Gelson Fonseca e o definitivo A Equidade como Fonte do Direito - Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy (Embargos Culturais, Conjur)

 Do sempre arguto Arnaldo Godoy, em sua série milenar (ou seja, mais de mil embargos) dedicada a livros com alguma, muito ou mesmo nenhuma, inclinação para o Direito.

Embargos Culturais

Gelson Fonseca e o definitivo A Equidade como Fonte do Direito

Por 

O tema das fontes é central no estudo do direito. Um estudo sério de direito comparado consiste, necessariamente, na avaliação das fontes que se pretende compreender e comparar. Por exemplo, mais importante do que atentarmos para um determinado comando do direito de tradição islâmica seria entendermos o substrato da regra, cuja origem desconhecemos. Quem a determina? Quais poderes detém quem tem força para fazê-la valer? De igual modo, uma compreensão de enciclopédia jurídica é na prática uma projeção operacional dos vários sistemas que identificam as fontes do direito. A pergunta fundamental que a experiência jurídica nos põe é essa: de onde vem a força impositiva de um determinado comando? É o fascinante assunto das fontes do direito.

É o tema mais apaixonante dos antigos manuais de introdução ao estudo do direito e de introdução ao direito civil. Esses livros são importantes na formação do jurista. Não sei se ainda são estudados. Muito já se escreveu sobre a lei, sobre a doutrina, sobre os costumes, sobre os princípios gerais do direito, sobre a jurisprudência. Esta última, enquanto fonte, parece-nos hoje justificativa de um superlativo hebraico: a jurisprudência se tornou a fonte das fontes. A jurisprudência hoje tudo fixa, tudo altera, tudo comanda. Pior. A jurisprudência engole a si mesma, o que pode se inferir em recente decisão do Supremo Tribunal Federal, no rumorosíssimo caso da anulação de decisão tributária definitiva sem modulação de efeitos (Temas 881 e 885).

No contexto do estudo das fontes do direito há um tema hoje esquecido. Refiro-me à equidade. A equidade é um conceito derivado da filosofia de Aristóteles. No Livro V da Ética a Nicômaco, o estagirita mencionou uma régua que havia na Ilha de Lesbos e que media superfícies que não eram planas. Desse modo, metaforicamente, a aferição de uma dada medida levava em conta as características específicas do que se metrificava. Ao contrário das réguas convencionais, que medem apenas superfícies planas, e que, portanto, desprezam características específicas do que se está medindo, a régua de Lesbos permitia uma aferição completa. Era o indicativo de uma medida justa. 

Do ponto de vista da hermenêutica jurídica, a aplicação da equidade resulta na mitigação dos inconvenientes que resultam da aplicação estrita dos textos, que não leva em conta peculiaridades e aspectos muito específicos de um dado problema. Não se confunde com o conceito de equidade do common law, que é uma das variáveis da estrutura jurídica desse modelo. A equidade é instrumento de oposição à aplicação irrestrita de um texto jurídico que resulte em injustiça objetiva, e que a tradição do direito romano identifica no brocardo summum jus, summa injuria, isto é, o máximo de direito, o máximo da injustiça.

Há muitos anos tive notícia de um livro que tratava monograficamente do assunto, e que não conseguia localizar. Em recente evento no Liberty Fund, em São Paulo, conheci o filho do autor do livro. Refiro-me ao livro A Equidade como Fonte do Direito, de Gelson Fonseca, importantíssimo e competentíssimo advogado militante no Rio de Janeiro, nos anos de 1950 e 1960. O livro, que é texto definitivo sobre a equidade, é uma tese para o concurso de livre-docente da disciplina de Instituições de Direito, junto à antiga Faculdade de Ciências Econômicas do Estado da Guanabara. O livro é de 1968.

Eu já conhecia e admirava o filho de Gelson Fonseca. Trata-se do embaixador Gelson Fonseca Júnior, que se destacou como diplomata de carreira entre 1968 a 2016, quando se aposentou. O embaixador Gelson, entre outros postos, foi representante permanente junto à ONU, embaixador no Chile, cônsul-geral em Madrid e no Porto. Em São Paulo, conversamos sobre a trajetória do pai, advogado militante, e sobre o livro. Constatei que havia um único exemplar à venda, na Estante Virtual. A generosidade do embaixador resultou no encaminhamento do exemplar raro, que li numa sentada. Aprendi muito.

O autor trata da equidade primeiramente sob uma perspectiva histórica. É o ponto de partida para o postulado básico da tese: a equidade encontra-se em todos os sistemas de direito. Na primeira parte do livro o autor expõe as linhas gerais da equidade na tradição judaico-cristã. Nesse sentido, explora a equidade no Antigo Testamento (com a aparente iniquidade do julgamento de Deus) e em seguida a equidade no Novo Testamento, cujo sentido é o amor. Essa comparação é também encontrada em Hans Kelsen, em interessante livro sobre a ideia de justiça nas Sagradas Escrituras.

O autor também trata do conteúdo da equidade na tradição grega e refere-se, entre outros, ao tema do direito natural, como aparece no teatro (Antígona). Nesse ponto, Gelson Fonseca (pai) concebe a equidade como uma parte efetiva do direito não escrito. O estudo da equidade na tradição romana é o ponto alto do livro. Não nos esqueçamos que os pretores decidiam por equidade, o que também afasta a premissa equivocada de que a tradição do common law seria refratária às estruturas conceituais e práticas do direito romano, em qualquer uma de suas fases.

Quanto ao direito inglês propriamente dito a equidade tem um papel determinante, quanto à função do rei de distribuir justiça, o que se desdobra ao longo da unificação de seu poder. Após 1066, explica-nos Gelson Fonseca (pai) a fixação do direito era da autoridade local. Cuida-se de um traço peculiar do feudalismo (enquanto um tipo ideal), o que se reflete na construção da topografia e das peças do jogo de xadrez. 

Na parte final o autor estuda a equidade entre os autores nacionais, a exemplo de Pontes de Miranda, Vicente Rao, Carlos Maximiliano, Caio Mário, Serpa Lopes e Washington de Barros Monteiro. Com vários exemplos tomados do direito positivo então vigente (o livro é de 1968), o autor concluiu que a equidade é fonte formal do direito, especialmente na sociedade moderna, "em que a lei é concebida sob o império da razão, como norma técnica do governo, em que ela disciplina relações sociais".

Pelo que entendi, o concurso não teria prosperado, por razões de formalidades e de procedimento. Ficou o livro: 150 páginas da mais exuberante forma de doutrina, hoje tão rara e tão macunaímica. 

 é advogado em Brasília (Hage e Navarro), professor livre-docente pela USP, doutor e mestre pela PUC-SP, professor titular mestrado-doutorado na Uniceub (Brasília) e professor visitante (Boston, Nova Déli, Berkeley, Frankfurt e Málaga).


O Brasil e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia - Paulo Roberto de Almeida

 O Brasil e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia (é preciso sempre lembrar a natureza exata do mais cruel atentado contra as leis da guerra e contra o Direito Internacional desde 1939).

Um leitor de minhas postagens me pergunta sobre as soluções à carnificina (não provocada) de Putin contra o Estado soberano e o povo ucraniano. 

“Gostaria de saber a sua sugestão de solução do conflito, de forma realista, que não passe pela negociação com a Rússia e a aceitação de grande parte das demandas de Putin.”

Eu respondi improvisadamente o seguinte:

A única solução ao conflito, sem aprofundar a própria guerra, é o estrangulamento diplomático, econômico e político da capacidade russa de fazer a guerra.

Isto que exigiria a mobilização de um número ainda mais significativo de países, entre os quais Brasil, Índia, Africa do Sul, indonesia, México e vários outros do G20, da OCDE, e via reforço dos mecanismos de sanções dos países que já as aplicam, para isolar completamente a Russia, em setores ainda mais cruciais, o que também passa pela OPEP, por constrangimentos ainda mais fortes contra a China e países da Ásia Central. 

O TPI e a CIJ deveriam ser chamados a julgar as violações e os crimes já cometidos por Putin, pelos generais e pela própria Rússia. 

Em suma, organismos multilaterais deveriam ser confrontados com a EXPULSÃO da Rússia como membro, o que alguns já o fizeram. 

Finalmente, deveria começar um debate na ONU sobre a proibição do direito de veto quando se trata de violações cometidas pelo próprio país; o Brasil, que em 1945 se manifestou contra esse direito abusivo, poderia tomar a iniciativa de propor tal mudança na Carta da ONU. 

Estas são apenas algumas sugestões; tenho outras.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 12/02/2023


Lula e Lênin: dois gênios em política, ignorantes crassos em economia: Lula e Paulo Roberto de Almeida

 Primeiro, os argumentos de Lula contra os mercados, depois a minha contra-argumentação:

Lula em café da manhã com jornalistas progressistas:

Coluna de Tereza Cruvinel - 247

"Eu nunca vi ninguém do mercado elogiar minhas políticas sociais. Eu sinceramente acho que quando falo de responsabilidade fiscal e responsabilidade social, estou chamando a atenção do mercado para o fato de que este país não pode continuar passando fome, as pessoas não podem continuar sofrendo, dormindo nas ruas das grandes cidades brasileiras, as pessoas não podem continuar pedindo esmolas como estamos vendo. Aqui em Brasília vemos o tempo todo pessoas na rua com cartaz na mão pedindo comida. Este país não tem o direito de permitir que isso aconteça. E portanto o mercado precisa ter sensibilidade, não só para ganhar dinheiro mas também para permitir que os outros possam ganhar alguma coisa". 

Sobre as ameaças do mercado

"O mercado às vezes parece ficar esperando que a gente se faça confiar. Muitas vezes parecem esperar que a gente peça: por favor goste de mim, me deixe governar, me deixe fazer as coisas para as quais eu fui eleito. Eu acho que a gente não tem que pedir, tem que fazer. E temos que construir uma narrativa contrária à do mercado. Eu poderia dar como exemplo a privatização da Eletrobrás. Vocês viram. Os diretores aumentaram seus salários de R$ 60 mil para para R$ 360 mil. Sabem quanto ganha um membro do Conselho da empresa? R$ 200 mil para ir a uma reunião por mês. E estamos vendendo estatais para empresa chinesa, para empresa espanhola, para empresas públicas de outros países, numa total irresponsabilidade. Eu não abro mão daquilo em que acredito, não abro mão daquilo pelo qual fui eleito. Fui eleito para tentar melhorar a vida deste povo trabalhador. Para tentar gerar empregos, para tentar acabar com a fome neste país. Fui eleito para tentar melhorar o ensino fundamental, para fazer escolas de tempo integral.  E não quero que ninguém diga que isso é gasto. Isso é investimento. Gasto é quando se vende um gasoduto por R$ 36 bilhões e depois fica pagado R$ 3 bilhões de aluguel por ano para usar o gasoduto que era seu. Isso é gasto. Gasto é privatizar uma empresa como a Eletrobrás e pega o dinheiro para fazer o quê? Para pagar juros da dívida? Isso é gasto. Agora, quando você investe na comida para o povo, na educação do povo, isso não é gasto. Chama-se investimento. É este tipo de investimento que eu quero fazer para que o povo viva mais decentemente neste país."

Sobre o papel do Estado

"Eu sinceramente não acredito, e também não faço questão de que eles me entendam...Se uma pessoa sob um viaduto, e vê um monte de gente, adultos e crianças dormindo junto com os cachorros, e não tem sensibilidade para isso? Se vêm pessoas morando novamente em palafitas no Nordeste e não se incomodam com isso? Vamos ter que voltar a fazer cisternas, vamos ter que o PNAE outra vez, vamos ter que recolocar dinheiro no FIES, vamos ter que refazer o que havíamos feito e foi desmanchado.

Às vezes fico chateado por ter que fazer estes discursos como presidente da República,  porque o mercado fica nervoso. Mas o  mercado ficou nervoso quando o Lehman e sócios quebraram a Americanas, com um desfalque de R$ 40 bilhões? Eu não vi. Agora quando se fala em aumentar R$ 2 no salário mínimo o mercado fica nervoso? Sabe, precisamos construir as nossas narrativas para não termos que abrir mão daquilo que foi a razão pela qual fomos eleitos. Acho que o mercado precisaria perceber que será muito bom para o mercado quando o povo estiver vivendo dignamente, trabalhando e vivendo às custas de seu suor. Isso já foi bom para o mercado de 2003 a 2010, foi muito com a presidenta Dilma Roussef. As pessoas são gananciosas, querem só para eles...Eu nunca vi esta gente falar em política social, falar em acabar com a fome ou preocupada com a educação do povo. Nunca vi. Isso deve ser preocupação só do governo.

Quando houve a pandemia, quem é que resolveu cuidar das pessoas? O Estado. O SUS que era criticado todo dia virou heroi nacional. Na hora da necessidade foi o SUS que enfrentou o problema. Quando houve uma crise econômica como a de 2008, quem foi resolver o problema,  aqui e nos Estados Unidos? Foi o Estado. Se o Estado não tivesse colocado o BNDES para ajudar o setor produtivo, a economia teria afundado naquela crise. Então, se o mercado não tem a mesma sensibilidade que eu, paciência. Não estou pedindo que concordem comigo, mas também não me peçam para concordar com eles. Porque meu objetivo é fazer com que o povo brasileiro volte a trabahar, volte a comer, a estudar, volte a ser feliz. Este é meu objetivo e vou persegui-lo, independentemente das críticas, do mau humor de algumas pessoas. Foi para isso que vim, e já se passaram um mês e oito dias. Estou angustiado porque quero ver as coisas acontecerem logo. Ontem fui lançar um programa de saúde, um centro de imagens no Rio de Janeiro, para pessoas mais pobres que nunca têm direito a fazer uma ressonância, um pet sacan. Pet scan é algo tão sofisticado a que pobre jamais vai ter acesso. Agora o SUS vai financiar Pet Scan. E também já cuida dos dentes das crianças. Fui ver ontem no Rio de Janeiro um centro de tratamento odontológico em que os filhos de pobres poderão fazer ortodondia, corrigir problemas dentários com aqueles aparelhos de metal que só filhos de ricos usavam. Até junho vamos zerar uma filha de 8 mil pessoas que precisam de tratamento de olhos no Rio.  Tudo isso pelo SUS. Então se preparem porque vocês terão que escrever sobre estas coisas que vamos continuar fazendo."

Por que os juros precisam baixar

"Quando criamos o Bolsa Família, lá no começo, em 2003, muita gente escreveu que eu devia fazer estradas em vez de dar dinheiro para os pobres. Demorou muito para reconhecerem que o Bolsa Família era um programa de transferência de renda eficiente, copiado por muitos países. E agora voltará aprimorado, com uma assistência de R$ 150 para crianças de até 6 anos de idade. Logicamente há pessoas que gostariam que não houvesse isso. Que o dinheiro fosse emprestado ou usado para pagar taxa de juros. Mas no meu governo não será assim. Vamos pagar os juros da dívida porque somos responsáveis e vamos cuidar do povo pobre. Por isso os juros não podem ser tão altos. Precisam baixar."

https://www.facebook.com/100084735064383/posts/pfbid0yMeTqz3JvS4h2uNwdfhVNuLq9jxxDHe3zT1u6Sxu8ojA4bcjnxDgkWL8YubfWCrEl/?sfnsn=wiwspwa&mibextid=2Rb1fB 

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Agora eu (Paulo Roberto de Almeida):

Lula se parece muito com Lênin: este era um grande estrategista político, mas uma nulidade em economia, pela sua total incompreensão do que fossem mercados, o que herdou do Marx político, embora fosse mais sofisticado em economia. Lênin criou um sistema que seria o equivalente o de fazer um elefante voar, o que era impossível obviamente, e o equívoco monumental foi denunciado imediatamente por Mises, no panfleto O Cálculo Econômico na Comunidade Socialista (de 1920).

 Lênin quis se corrigir e criou a NEP, em 1921 (talvez aconselhado por Bukharin e Preobajenski, dois bolcheviques que foram eliminados por Stalin), voltando parcialmente à economia de mercado. Mas Lênin morreu em 1924, e Stalin fez o elefante voar à custa de um nefando sistema moderno de economia escravocrata. Não voou, mas sobreviveu 70 anos à custa de repressão e desperdícios.

Lula tem as mesmas concepções erradas de Lênin (pré-1920) sobre os mercados. Não vai tornar o Brasil socialista, mas vai atrasar a economia e continuar alimentando a pobreza.

Fica contente de ser convidado pelo G7, por razões evidentes de megalomania política, mas continua a se opor ao ingresso do Brasil na OCDE, o que é um testemunho de sua ignorância econômica e de sua miopia ideológica.

Paulo Roberto de Almeida 


Lista sintética de trabalhos sobre a independência do Brasil - Paulo Roberto de Almeida

 Lista sintética de trabalhos sobre a independência do Brasil 

Paulo Roberto de Almeida

Relação linear de trabalhos produzidos entre 2000 e 2023.

 

743. “Uma carta de Thomas Jeffferson sobre a América do Sul”, Washington, 10 ago. 2000, 2 p. Artigo sobre carta de Thomas Jefferson a Mme. de Staël, de 1816, na qual ele comenta a situação política e social da América do Sul, às vésperas do movimento de independência. 

1411. “História quase virtual do Brasil”, Brasília, 20 mar. 2005, 2 p. Resenha de Evaldo Cabral de Mello: A outra Independência: o federalismo pernambucano de 1817 a 1824 (São Paulo: Editora 34, 2004, 260 p.). Publicada na revista Plenarium (Brasília: Câmara dos Deputados, a. II, n. 2, nov. 2005, p. 343-344); blog Diplomatizzando (4/10/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/10/resenha-de-outra-independencia-o.html). Relação de Publicados ns. 553, 599 e 640.

1793. “A formação econômica brasileira a caminho da autonomia política: uma análise estrutural e conjuntural do período pré-independência”, Brasília, 2 setembro 2007, 22 p. + bibliografia e quadros estatísticos. Ensaio histórico sobre o contexto econômico do período joanino. Publicado in Luis Valente de Oliveira e Rubens Ricupero (orgs.), A Abertura dos Portos (São Paulo: Senac-SP, 2007; p. 256-283; ISBN: 978-85-7359-651-9); plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/49127856/A_formação_economica_brasileira_a_caminho_da_autonomia_politica_1808_2007_). Relação de Publicados n. 809.

2354. “Prata da Casa, Boletim ADB 1-2012”, Brasília, 8-11 janeiro 2012; revisão: Paris, 19/03/2012, 3 p. Nota sobre o livro: Alberto da Costa e Silva (coord.): História do Brasil Nação: 1808-2010; vol. 1: Crise Colonial e Independência: 1808-1830 (Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, 280 p.).

3317. “Hipólito da Costa: o primeiro estadista do Brasil”, Brasília, 8 agosto 2018, 25 p. Artigo sobre o primeiro jornalista independente do Brasil como homem de Estado; divulgado no blog Diplomatizzando (3/10/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/10/hipolito-jose-da-costa-o-primeiro.html), em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/23837e7fa3/hipolito-da-costa-o-primeiro-estadista-do-brasil-2018). Publicado em versão abreviada na revista 200 (Brasília: MRE, ano I, n. 1, outubro-dezembro de 2018, ISSN: 2596-2280; pp. 186-211). Revista completa divulgada na plataforma Academia.edu (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/revista-200-n-1-2018-unico-numero-gt-do.html); Informado novamente no blog Diplomatizzando (7/07/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/07/hipolito-da-costa-o-primeiro-estadista.html); Relação de Publicados n. 1298. 

3380. “Mini-resenhas para o Prata da Casa”, Brasília, 19 dezembro 2018, 4 p. Notas sobre o livro: 1) Raffaelli, Marcelo: Guerras europeias, revoluções americanas: Europa, Estados Unidos e a independência do Brasil e da América Espanhola (São Paulo: Três Estrelas, 2018; 380 p.; ISBN: 978-85-68493-54-0).

3412. “Mini-resenhas para o Prata da Casa”, Cardim, Carlos Henrique (editor): Revista 200 do Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independência (Brasília: Ministério das Relações Exteriores, n. 1, outubro-dezembro de 2018, 236 p.).

3388. “Preparando o bicentenário da Independência: uma seleção de projetos”, São Paulo, 29 dezembro 2018, 13 p. Assemblagem de propostas feitas em torno da história diplomática do Brasil, com algum sentido de balanço de 200 anos de história diplomática. Postagem na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/38056093/Preparando_o_bicentenario_da_Independencia_uma_selecao_de_projetos_2016-18_) e informada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/12/preparando-o-bicentenario-da.html).

3479. “História e historiografia das relações internacionais do Brasil: um empreendimento em construção”, Brasília, 23 junho 2019, 43 p. Ensaio de caráter historiográfico, para introduzir uma série de estudos historiográficos sobre a história da diplomacia brasileira, da Independência até nossos dias, originalmente destinado a obra coletiva coordenada por Gelson Fonseca, Rogerio Farias, Paulo Roberto de Almeida. Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/e36c754106/historia-e-historiografia-das-relacoes-internacionais-do-brasil-um-empreendimento-em-construcao-2019). Anunciado no blog Diplomatizzando (08/07/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/07/historia-e-historiografia-das-relacoes.html). Publicada versão resumida, sob o título de “Historiografia das relações internacionais do Brasil”, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (Brasília: IHG-DF, n. 9, 2019, pp. 151-177; ISSN: 2525-6653). Divulgada no blog Diplomatizzando (20/12/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/historiografia-das-relacoes.html); disponibilizado na plataforma Academia.edu (20/12/2019; link: https://www.academia.edu/41376425/Historiografia_das_Relacoes_Internacionais_do_Brasil_Revista_do_IHG-DF_). Relação de Publicados n. 1325.

3493. “A revolução liberal de 1820 como precursora da independência do Brasil: o papel do Correio Braziliense de Hipólito da Costa”, Brasília, 20 julho 2019, 1 p. Proposta de paper a ser apresentado como colaboração ao Congresso Internacional sobre a Revolução de 1820. Painel temático: As revoluções na América do Sul, com base no trabalho 3317: “Hipólito da Costa: o primeiro estadista do Brasil”. Publicado na revista do IHG-DF (n. 12/2022, p. 139-158; ISSN: 2525-6653). Relação de Publicados n. 3493.

3508. “Um “imenso Portugal”? A hipótese de um império luso-brasileiro no contexto internacional do início do século XIX”, Brasília, 5 setembro 2019, 32 p. Texto em colaboração a seminário na Biblioteca Mindlin da USP, em 10-11/09/2019, sobre o tema: “Oliveira Lima e a (Longa) História da Independência”. Disponível no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/09/um-imenso-portugal-hipotese-de-um.html) e em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/085e1aeea0/um-imenso-portugal-a-hipotese-de-um-imperio-luso-brasileiro-no-contexto-internacional-do-inicio-do-seculo-xix). Publicado in: RÊGO, André Heráclio do; NEVES, Lucia Maria Bastos P.; GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal (orgs.). Oliveira Lima e a longa história da Independência. São Paulo: Alameda, 2021, ISBN: 978-65-5966-030-8; p. 283-331. Relação de Publicados n. 1408.

3538. “Um “imenso Portugal”? A hipótese de um império luso-brasileiro no contexto internacional do início do século XIX”, Brasília, 15 novembro 2019, 48 p. Ensaio histórico, elaborado a partir do trabalho 3508, como colaboração livro sobre o tema “Oliveira Lima e a (Longa) História da Independência”, apresentado em primeira versão em seminário na Biblioteca Mindlin da USP, em 10-11/09/2019.

3954. “Hipólito da Costa, a censura e a independência do Brasil”, Brasília, 1 agosto 2021, 16 p. Introdução ao livro de José Theodoro Mascarenhas Menck: Hipólito José da Costa, o Correio Braziliense e as Cortes de Lisboa de 1821: a Imprensa no processo de independência do Brasil; Obra Comemorativa dos Duzentos Anos da Imprensa Brasileira e sua Contribuição ao Processo da Independência do Brasil na coleção do Bicentenário da CD; Brasília: Câmara dos Deputados, 2022. Publicado in: José Theodoro Mascarenhas Menck: A imprensa no processo de Independência do Brasil (Brasília: Câmara dos Deputados, 2022, 228 p.; p. 19-41). Relação de Publicados n. 1433.

3963. “A revolução liberal de 1820 como precursora da independência do Brasil: o papel do Correio Braziliense de Hipólito da Costa”, Brasília, 26 agosto 2021, 15 p. Paper apresentado como colaboração ao congresso Internacional sobre a Revolução de 1820; Painel temático: As revoluções na América do Sul; disponível no blog Diplomatizzando (13/10/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/10/a-revolucao-liberal-de-1820-como.html) e na plataforma Academia.edu (links: https://www.academia.edu/57571213/Revol_Porto_Independ_Brasil e https://www.academia.edu/57571213/3963_A_revolução_liberal_de_1820_como_precursora_da_independência_do_Brasil_o_papel_do_Correio_Braziliense_de_Hipólito_da_Costa_2021_).

4018. “A diplomacia brasileira da independência: heranças e permanências”, Brasília, 15 novembro 2021, 26 p. Ensaio preparado especialmente para Aula Magna na Universidade Federal Fluminense (dia 29/11.) Preparada apresentação sob n. 4023. Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62641768/4018_A_diplomacia_brasileira_da_independencia_heranças_e_permanencias_2021_), anunciado no blog Diplomatizzando (28/11/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/11/a-diplomacia-brasileira-da_28.html).

4023. A diplomacia brasileira da independência: Apresentação”, Brasília, 24 novembro 2021, 30 slides. Apresentação em formato de PowerPoint, seguindo o trabalho n. 4018, preparada para Aula Magna na Universidade Federal Fluminense (dia 29/11, de 9 a 11h); divulgado em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62644789/4023_A_diplomacia_brasileira_da_independencia_Apresentacao_2021_); divulgado no blog Diplomatizzando (28/11/2021, link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/11/a-diplomacia-brasileira-da_28.html). 

4081. “Trabalhos de Paulo Roberto de Almeida sobre a independência do Brasil e a evolução histórica da nação brasileira”, Brasília, 14 fevereiro 2022, 11 p. Lista de todos os meus trabalhos que guardam conexão com a história da independência do Brasil, feita com base na lista geral de trabalhos, a partir de 1996. Feita versão reduzida; na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/71427797/Trabalhos_sobre_a_independencia_do_Brasil_e_a_evolucao_historica_da_nacao_brasileira_2022_).

4228. “Bicentenário da Independência: os fundadores do Estado”, Brasília, 3 setembro 2022, 3 p. Notas para palestra em seminário do IAB, em 5/09/2022, 10:30hs. Para assistir, canal do IAB no YouTube (link: www.youtube.com/user/tviab); texto disponível no blog Diplomatizzando (5/09/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/09/bicentenario-da-independencia-os.html).

4229. “Os fundadores do Estado: Bicentenário da Independência”, Brasília, 3 setembro 2022, 12 slides. Apresentação em PP para o seminário do IAB, em 5/09/2022, 10:30hs. Apresentado no canal do IAB no YouTube (link: www.youtube.com/user/tviab).

4233. “A Independência do Brasil e a formação da diplomacia brasileira”, Brasília, 8 setembro 2022, 10 p. Notas para evento da Confraria Conservadora, coordenado por Alex Catharino, com a participação de Guilherme Diniz, do curso Ubique; dia 14/09, 20:00hs. Via Instagram. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/09/a-independencia-do-brasil-e-formacao-da.html). Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/86550759/4233_A_independencia_do_Brasil_e_a_formacao_da_diplomacia_brasileira_2022_ ).

4234. “Historiografia da independência: síntese bibliográfica comentada”, Brasília, 9 setembro 2022, 19 p. Seleção de obras sobre o processo da independência, para os Cadernos do CHDD. Publicado em número especial dos Cadernos do CHDD (ano 21, número especial, segundo semestre de 2022, p. 127-150; ISSN: 1678-586X; disponível: https://funag.gov.br/biblioteca-nova/produto/1-1200); artigo PRA neste link da plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/91952768/4234_Historiografia_da_independencia_s%C3%ADntese_bibliografica_comentada_Cadernos_CHDD_2022_); apresentação geral, com sumário e apresentação do embaixador Gelson Fonseca Jr., em postagem no blog Diplomatizzando(30/11/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/11/cadernos-do-chdd-numero-especial-do.html). Relação de Publicados n. 1476.

4239. “Relação de trabalhos sobre diplomacia e independência do Brasil”, Brasília, 18 setembro 2002, 3 p. Relação seletiva de trabalhos sobre a independência do Brasil, de agosto de 2021 a setembro de 2022, em complemento ao trabalho 4081, de fevereiro de 2022. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/09/relacao-de-trabalhos-sobre-diplomacia-e.html); disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/86854199/4239_Relacao_de_trabalhos_sobre_diplomacia_e_independencia_do_Brasil_2022_).

4288. “O reconhecimento internacional da independência do Brasil”, Brasília, 15 dezembro 2022, 13 p. Colaboração a obra digital sobre o bicentenário, coordenado por José Theodoro M. Menck. 

4318. “Lista sintética de trabalhos sobre a independência do Brasil”, Brasília, 12 fevereiro 2023, 4 p. Relação puramente linear de todos os trabalhos relativos ao processo de independência produzidos entre 2000 e 2023. Blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/lista-sintetica-de-trabalhos-sobre.html).

4319. “O processo de reconhecimento da independência da ótica do Brasil”, Brasília, 12 fevereiro 2023, 37 slides. Apresentação feita para participação em seminário USP-Fapesp, no quadro da Escola São Paulo de Ciência Avançada Bicentenário da Independência do Brasil, no dia 13/02/2023, no auditório da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da USP (Avenida Professor Luciano Gualberto, 315).

 


Brasília, 4318: 12 de fevereiro de 2023, 4 p; rev. 13/04/2023.

 

Brasília, 12 de fevereiro de 2023.

 

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