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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Inteligencia Menor; Demagogia Maior: o caso terminal do Rio de Janeiro

Leio no blog de uma colega acadêmica, opositora, como eu, das cotas racistas que estão implantando aqui e ali no Brasil, ao sabor da demagogia ambiente:

Cotas para negros e índios em concursos públicos
Blog da Yvonne Maggie: a vida como ela parece ser
quarta-feira, 20/07/11

O governador Sérgio Cabral assinou o decreto 43.007 reservando 20% das vagas de todos os concursos públicos do Estado do Rio de Janeiro para negros e índios. O decreto entrou em vigor no dia 7 de julho de 2011. O § 4 do artigo 1º, diz: “Para os efeitos deste decreto será considerado negro ou índio o candidato que assim se declare no momento da inscrição”. Logo abaixo, o § 5 afirma “A autodeclaração é facultativa, ficando o candidato submetido às regras gerais estabelecidas no edital do concurso, caso não opte pela reserva de vagas.” No artigo 2º salta aos olhos o paradoxo recorrente em quase todos os casos em que se reservam vagas com base na “raça”: “Decretada falsidade na declaração a que se refere o artigo 1º § 5 será o candidato eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação de sua admissão ao serviço público, após procedimento administrativo em que lhe seja assegurado o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.”

Se o candidato negro ou índio é assim considerado por autodeclaração – seguindo o preceito internacional – como pode ao mesmo tempo dizer-se “detectada a falsidade?”. Está faltando uma peça neste quebra-cabeça. Como será avaliada a falsidade da autodeclaração?

O governador eximiu-se deixando para os burocratas a invenção das regras que deverão definir se há verdade ou não nas declarações ou autodeclarações. Há exemplos que me levam a imaginar a solução que se dará aqui. No Paraná reserva-se, desde 2003, 10% das vagas para negros em concursos públicos. No Mato Grosso do Sul, 10% para negros e 3% para índios e, nos dois casos, um tribunal, ou uma comissão, julga por meio de fotos, ou de documento onde esteja inscrita a cor do cidadão, se a autodeclaração está correta. Como farão isso aqui no Rio? Quem definirá o procedimento para julgar o mentiroso?


Comento (PRA):
Eu acredito que se trata mais do que um paradoxo essa condicionalidade de "controlar" a autodeclaração por uma constatação de que o estatuto racial do candidato a uma vaga qualquer em todo concurso público pode ser nulificado.
Existirá, portanto, um tribunal racial, que vai investigar se o candidato se "autodeclarou" corretamente.
Ademais da estupidez da redação defeituosa do decreto, existe o óbvio problema da interpretação do que seja uma "decretação de falsidade".
Decretos estúpidos como o do governador do Rio devem fazer a alegria de advogados espertos, que ali encontrarão uma fonte para rendimentos acrescidos, em virtude dos conflitos evidentes que advirão dessa redação capciosa e de uma interpretação ainda mais ambígua quanto ao que se poderia chamar de estatuto de conformidade racial".
Estamos entrando em plena era nazista, ou seja, retrocedendo para tribunais raciais.
Parece que é essa uma das consequências involuntárias da demagogia e da estupidez. Ou então, é isso mesmo que os novos racistas pretendiam ter: uma "ambiguidade construtiva", de maneira a acomodar as necessidades dos novos promotores do Apartheid.
Paulo Roberto de Almeida

Brasil Maior? Inteligencia Menor? - vamos fazer as contas...

A "crônica" econômica abaixo, bastante instrutiva quanto aos pífios efeitos da política industrial do governo, ainda precisa ser completada pela seguinte informação, que recolho em outro jornal do dia.
Empresas do setor de confecções de SC dizem que a desoneração tributária proposta pelo governo -- de zerar os recolhimentos para o INSS, atualmente de 20% da folha salarial -- que será compensada por uma nova contribuição de 1,5% sobre o faturamento, redundará, ao fim e ao cabo, em uma redução de menos de 1 (UM!)% da carga tributária total suportada pelas empresas. Ou seja, pouco mais do que nada.
Os empresários ainda não se convenceram de que o governo é seu inimigo...
Paulo Roberto de Almeida

Gastança e competitividade
Rolf Kuntz
O Estado de S.Paulo, 3 de agosto de 2011

O governo confirmou mais uma vez sua opção pela gastança improdutiva, em prejuízo da competitividade, do crescimento industrial e de um desempenho econômico semelhante ao dos emergentes mais dinâmicos. A política industrial anunciada pela presidente Dilma Rousseff nem chega a ser um blefe. A medida aparentemente mais audaciosa, a desoneração da folha de salários, será apenas um teste aplicado a quatro setores – confecções, calçados, móveis e software – até dezembro do próximo ano. Dirigentes dessas indústrias podem até aplaudir o governo, porque devem receber uma ajuda para sair do sufoco. Os da indústria automobilística também deverão ficar satisfeitos, se o prometido regime automotivo reeditar os velhos acordos setoriais, financiados por muitos para vantagem de algumas empresas e algumas categorias profissionais. Mas os novos benefícios ainda estão em estudo, segundo informação divulgada no site da Presidência da República. Também esse detalhe mostra como foi preparado o pacotinho.

Prometida há meses, a política industrial só foi lançada nesta terça-feira porque a presidente Dilma Rousseff insistiu em evitar um novo adiamento. Inventou-se um nome, “Plano Brasil Maior”, e improvisaram-se algumas medidas mal ajambradas.

Ainda faltava acordo, obviamente, sobre a desoneração da folha de pagamento. O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, falou muitas vezes sobre o assunto, desde os primeiros meses do governo, mas os ministros envolvidos no debate nunca formularam completamente a mudança. Há poucos dias o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, ainda se mostrou preocupado com a perspectiva de perder arrecadação. Nesta terça, no entanto, ele se declarou tranquilo, diante da promessa do ministro da Fazenda de cobrir qualquer diferença. Qual a perda prevista? Não está calculada, segundo Garibaldi Alves Filho. De qualquer forma, ele cochilou na cerimônia.

A desoneração tributária custará R$ 25 bilhões em dois anos, informou o Ministério do Desenvolvimento. É um cálculo estranho, tanto pelo prazo quanto pelo valor, porque parte das medidas ainda nem foi definida. Até a palavra “desoneração” é obscura, porque parte dos benefícios prometidos vai depender simplesmente do cumprimento de obrigações já assumidas pelo governo – como o pagamento de créditos fiscais acumulados em vários anos pelas empresas. Os créditos em atraso são estimados em cerca de R$ 25 bilhões, mas falta saber se esse dinheiro será restituído nos próximos dois anos. A isso será preciso somar o corte das contribuições previdenciárias dos setores selecionados e outras vantagens menores incluídas no pacote. O Tesouro terá de passar US$ 1,3 bilhão por ano à Previdência, segundo o ministro Pimentel.

Se o governo cumprir todas as promessas, terá alguma dificuldade para alcançar a meta fiscal do próximo ano – especialmente se a economia brasileira perder impulso por causa do quadro internacional. As limitações fiscais obviamente explicam a timidez da impropriamente chamada nova política industrial. Mas essas limitações decorrem da vocação do governo para a gastança e da rigidez do Orçamento federal, um problema cada vez mais grave. A arrecadação continua crescendo em ritmo acelerado. De janeiro a junho foi 20,3% maior do que um ano antes, em termos nominais. Mas a despesa continua a elevar-se muito mais que a quantidade e a qualidade dos serviços.

A rigidez do Orçamento e a incompetência na gestão federal – mais uma vez comprovada pela execução deficiente das obras da Copa – são os principais obstáculos a uma política efetiva de competitividade. Empresários voltam da China encantados com os investimentos em infraestrutura, mas são incapazes de pressionar o governo para ser mais eficiente no gasto, na mobilização de capitais privados e no combate à corrupção (a bandalheira nos Transportes, por exemplo, atrapalha a competitividade).

A política monetária, alvo preferencial dos empresários, foi insuficiente, até agora, para esfriar a demanda. Não basta olhar só para a desaceleração da indústria. A produção nacional perdeu impulso, mas a importação continuou crescendo. De janeiro a junho (último dado), a indústria de bens intermediários produziu 1,2% mais que no primeiro semestre de 2010. A de bens de consumo, 0,6% mais. De janeiro a julho, o País gastou 24,9% mais que um ano antes com a importação de matérias-primas e bens intermediários e 31,9% mais com as compras de bens de consumo. Câmbio é importante, mas é só uma parte do problema. Quanto aos juros, estão vinculados à questão fiscal. Além disso, o desajuste cambial aumentará, se o combate à inflação for relaxado e se ampliar o descompasso entre preços internos e externos.

Não se faz política de competitividade com meia dúzia de remendos e um pouco mais de proteção. O assunto é mais sério e uma resposta eficiente depende, em primeiro lugar, de um compromisso mais firme do governo com a seriedade.

A frase da semana, talvez de todo o governo... - motivos da queda ministerial

A boa notícia

Em toda a confusão do Ministério da Defesa, um fato positivo deve ser ressaltado: até que enfim um ministro cai por motivos outros que não a corrupção.

Jornalista Carlos Brickmann (5/08/2011)

Economistas avestruzes: keynesianos keynesianistas e keynesianófilos...

Interessante o que acabo de ler no jornal de hoje: realizou-se no Rio de Janeiro o 4o. Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira.
Até aí, tudo normal: crentes da mesma igreja devem realmente se encontrar.
Mas o que poderia acontecer num encontro acadêmico?
Convidarem economistas de diversas correntes, para um saudável debate.

Como? Não fizeram isso?
Só keynesianos keynesianistas e keynesianófilos participaram do encontro???!!
Mas que bela oportunidade perdida...

Eles ficam se confortando mutuamente, entre keynesianos, e o mundo à volta pega fogo.
Voltam para casa felizes e contentes, tendo falado para si mesmos e ouvido exatamente aquilo que queriam ouvir.

Bonito, não é?
Teve até um keynesiano brasileiro que recomendou que o governo usasse a sua "mão forte" (mas de "maneira suave", esclareceu ele), para fazer uma "depreciação a frio" do câmbio, ou seja, um pouco como aqueles dentistas de antigamente que arrancavam dente no alicate, ou aqueles médicos do século 19 que mandavam o sujeito tomar uma garrafa de uisque (bourbon, seria o caso), e depois abriam a barriga "a frio", sem anestesia.
Bela recomendação.

Enfim, meus cumprimentos atrasados aos keynesianos avestruzes pelo seu congresso.

Por fim, leio, estarrecido que:
1) uma economista da UniCamp (só podia ser da Unicamp) disse que "O único meio de conter o déficit não é fazer contenção fiscal, é crescer"!!! (vocês entenderam?)
2) o coordenador do encontro disse que (transcrevo do jornal) "é preciso que se abandone a ideia de austeridade fiscal e se busque responsabilidade no investimento do setor público". (que gracinha!: o Estado investindo mais, ou seja, retirando um pouco mais de dinheiro da sociedade.)

Eu me pergunto em qual planeta vivem esses economistas ditos keynesianos??!!
Não deve ser neste meu planetinha aqui, neste meu Brasil com contas públicas em desequilíbrio, deve ser em outro lugar, cujas coordenadas desconheço.

Rápido, vamos fazer uma vaquinha para comprar um GPS para a Associação Keynesiana Brasileira...

Paulo Roberto de Almeida

Debate sobre a politica industrial (eu disse industrial?!) - Mansueto de Almeida

Este economista do Ipea, acompanhado do colega José Carlos Cavalcanti, empreende um saudável debate sobre o que o governo pretende seja uma política industrial.
Pelo teor das medidas, eu vi mais do mesmo: mais protecionismo, mais dinheiro para quem já é rico, mais subsídios que distorcem as regras do jogo, mais afastamento dos mercados internacionais, mais dirigismo, mais seletividade, enfim, mais das mesmas políticas de "stalinismo industrial" que vêm caracterizando o Brasil há muito tempo.
Como vêem, não atribuo grande valor a essas medidas que o governo pretende eficientes para dar competitividade a setores da indústria que empregam muita gente. Não creio que elas tenham condições de restabelecer a competitividade, inclusive porque não atuam sobre os fatores reais que destroem a competitividade das empresas brasileiras. Para fazer isso, o governo teria de anular-se a si mesmo, pois é ele o principal responsável pelo estado calamitoso de nossa economia.
Sabem quando isso vai mudar?
Em algum momento do futuro quando: a) o Brasil entrar em forte crise fiscal; b) a economia for abalada por séria crise de transções correntes; c) os empresários pararem de choramingar por proteção e por crédito subsidiado; d) a população em geral parar de pedir "políticas públicas". Tudo isso cumulativamente, de preferência.
Quando isso vai ocorrer?
Aí vocês já estão querendo demais...
Concluindo, eu diria que se o governo quisesse um Brasil verdadeiramente maior, ele anunciaria uma "Política de Serviços", não uma política industrial, uma política inteiramente em linha com o que vai proposto no artigo referenciado abaixo.
Sabem por que o governo não faz isso?
Porque a despeito de toda a aparente modernidade material do Brasil, o país, a começar pelos seus dirigentes e economistas de governo, é atrasado mentalmente. O atraso mental é que leva a esse stalinismo industrial, no qual se refestelam economistas "desenvolvimentistas" e industriais da FIESP.
Acho que vai demorar para conseguirmos ultrapassar esse atraso mental.
Paulo Roberto de Almeida

Sobre a “nova” Política Industrial: Plano Brasil Maior
O Crescimento do Brasil vs o Programa Brasil Maior
Blog Mansueto de Almeida, 05/08/2011

Esta semana, depois de uma troca de e-mails com amigo José Carlos Cavalcanti (UFPE), terminamos escrevendo um pequeno artigo questionando o que limita o crescimento do Brasil e o programa Brasil Maior. É um texto simples de cinco páginas que resolvemos circular.

Tentamos ser o mais claro possível para que não economistas entendam os argumentos do texto. Destacamos quatro teses no artigo: (1) não há porque inovação ficar restrita a alguns setores; (2) o Brasil pode crescer incorporando tecnologias que já existem; (3) o maior gargalo ao crescimento do Brasil não é a baixa taxa de inovação, mas sim o baixo investimento em infraestrutura; e (4) não há como aumentar a produtividade da economia sem que se olhe para o setor de serviços e, aqui, investimento em educação é fundamental.

Achamos que os incentivos à inovação no âmbito do Programa Brasil Maior são positivos e necessários. Mas o Brasil não precisa modificar a estrutura produtiva para aumentar a sua taxa de crescimento. O desafio maior é aumentar a produtividade em todos os setores ao invés de modificar a composição da estrutura produtiva.

Leiam o texto aqui e comentários são bem vindos.

Economia Politica dos Sistemas-Mundo: Unicamp, 8 e 9 de agosto

Economia Politica dos Sistemas-Mundo
Unicamp, 8 e 9 de agosto

Dia 8 de agosto de 2011

Manhã
9h00 – 9h30: Abertura

9h30 – 12h00: Conferência
Continuities and transformations in the evolution of the modern world-system: Terminal crisis or a new systemic cycle of accumulation? - Christopher Chase-Dunn, University of California-Riverside

Tarde

14h00 - 16h15 - Apresentação de Trabalhos - Mesa 1
Limite econômico ou metamorfose do capitalismo? - Eduardo da Motta e Albuquerque, Cedeplar-FACE-UFMG

Crise Estrutural do Capitalismo nas Análises Sistêmico-Prigogineanas de Immanuel Wallerstein e de István Mészáros: crise inexoravelmente termina? - Guilherme Vieira Dias, Instituto Federal Fluminense (IFF); José Glauco Ribeiro Tostes, Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e Colaborador do PGCA/UFF; Marcelo Silva Sthel, Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Notas Comparativas Sobre as Ondas Longas em Kondratiev, Braudel e Arrighi - Luiz Eduardo Simões de Souza, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Uma análise econômica crítica da tese da decadência hegemônica dos Estados Unidos de Giovanni Arrighi - Numa Mazat, Doutorando PEPI/UFRJ e membro do grupo de Economia Política do IE/UFRJ.

Debatedor: Fábio Pádua dos Santos

16h15 - 16h30 - Intervalo

16h30 - 18h45 - Apresentação de Trabalhos - Mesa 2
Confronto, desconfiança e cooperação: percepções teóricas das Relações Internacionais sobre a ascensão da China e sua relação com os Estados Unidos e o sistema-mundo moderno - Bruno Hendler, Mestrando UnB

As conseqüências da Ascensão da China para a Economia-mundo Capitalista: apontamentos de investigação - Helton Ricardo Ouriques, UFSC

O princípio, o meio e o fim do mundo moderno: uma análise comparada de Immanuel Wallerstein, Giovanni Arrighi e José Luis Fiori - Pedro Nogueira Gama, Doutorando PEPI/UFRJ

Debatedor: Jales Dantas Costas

18h45 - 19h00 - Intervalo

Noite
19h00 - 20h30 – Palestra
O Brasil e a Economia-Mundo Capitalista: séculos XVI ao XIX - Pedro A. Vieira, UFSC

Dia 9 de agosto de 2011
Manhã
9h00 – 10h30 – Palestra
Capitalismo e Ilicitude - Antônio Brussi, UnB

10h30 – 12h45 – Apresentação de Trabalhos - Mesa 3

Território e Crises Econômicas sob a visão de Sistemas-Mundo - Tallyta Rosane Bezerra de Gusmão, Graduandas em Ciências Econômicas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

A Economia Política dos Sistemas-Mundo e as Cadeias Mercantis - Rosângela de Lima Vieira, UNESP/ Marília

Do combate à funcionalidade: o protecionismo em diferentes ciclos sistêmicos de acumulação - Guilherme A. Astolphi de Aguiar, Mestrando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista, UNESP/Marília.

O mito da industrialização como desenvolvimento econômico: O comando do excedente na cadeia mercantil da indústria automobilística brasileira - Ricardo Lobato Torres, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Silvio Antônio Ferraz Cário, Universidade Federal de Santa Catarina

Debatedor: Luiz Mateus da Silva Ferreira

Tarde

14h30 – 16h15 – Apresentação de Trabalhos – Mesa 4
O Brasil no sistema-mundo neste início de século - Angelita Matos Souza, Unesp/Marília

O Brasil na economia-mundo do último século (1910 a 2010) - Paulo Roberto de Almeida, Ministério das Relações Exteriores
Programa de Pós-Graduação em Direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub)

Pobreza no Brasil na transição da hegemonia mundial dos Estados Unidos - Jales Dantas da Costa, Doutorando em Ciências Sociais no Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC) na Universidade de Brasília (UnB) e servidor no Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Debatedor: Helton Ricardo Ouriques

16h15 – 16h30 – Intervalo

16h30 – 18h45 – Apresentação de Trabalhos – Mesa 5
Divergências e Convergências entre Giovanni Arrighi e José Luís Fiori - Tiago Maymussi Sales, Mestrando PEPI /UFRJ

"Escola de Campinas": uma contextualização história para seu estudo - Fábio Pádua dos Santos, Mestrando Unicamp; Leonardo Dias Nunes, Mestrando Unicamp

Revisitando a tese do capitalismo tardio: crítica a razão endogenista a partir do conceito de ciclos sistêmicos de acumulação - Marcelo Arend, UFSM

A contribuição da Teoria do Sistema-Mundo para a controvérsia sobre a Revolução Burguesa no Brasil - Tiago Camarinha Lopes, Programa de Pós-Graduação em Economia/UFU, MG; Niemeyer Almeida Filho, UFU, MG.

Debatedor: a confirmar.

Noite
19h00 – 21h00 – Palestra e Encerramento
Fundamentos da Hegemonia dos EUA: tendências gerais - Eduardo Barros Mariutti, Unicamp

O mercantilismo e a mitologia do cambio - Sidney Richard Sylvestre

Uma pequena (talvez grande) aula de economia, por este economista que não se rende ao mercantilismo ambiente na economia brasileira:
Paulo Roberto de Almeida

A mitologia do câmbio
Sidney Richard Sylvestre
Blog Depósito de..., quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Se você pegar um livro sobre economia brasileira, história econômica do Brasil ou se aventurar por textos e artigos teóricos de economistas brasileiros mais velhos, existe uma imensa chance de se deparar com o tema “câmbio”. Durante toda a história econômica brasileira, esse foi um dos temas mais debatidos e controversos da nossa economia. Não sou historiador, mas aparentemente não é tão difícil saber por quê. Boa parte da “elite” econômica nacional sempre teve seus rendimentos atrelados a algum tipo de mercado exportador; no período colonial, exportação de pau-brasil e seus derivados e açúcar para a Europa, depois café e hoje outras commodities adicionais como soja. Como existe certa correlação entre poder econômico e poder politico (principalmente antigamente), era “normal” que um preço tão importante para o bolso desse pessoal fosse alvo de acalorados debates.

Economicamente não há nada de diferente entre o câmbio e outros preços. Teoricamente, o que é chamado de taxa de câmbio é a razão de troca entre duas moedas quaisquer. No Brasil, por razões óbvias, câmbio significa o preço, em reais, do dólar – BRL/USD – dólar que, pelo menos por enquanto, é a “moeda padrão” do mundo. O real valorizado significa um dólar desvalorizado, ou seja, uma taxa BRL/USD baixa (câmbio baixo). O real desvalorizado significa um dólar valorizado, logo uma taxa BRL/USD alta (câmbio alto). O que determina essa razão de troca, como com todos os outros preços é a demanda e oferta pelo bem em questão, nesse caso especifico, a demanda e oferta por dólar. A principal razão para alguém demandar moeda estrangeira é a realização de compras no exterior (embora, em épocas turbulentas, alguém possa procurar refúgio em moeda estrangeira). A principal razão para se ofertar moeda estrangeira é compras no mercado local após alguma venda para o exterior (o ofertante recebeu dólares ou outra moeda estrangeira qualquer, mas essas moedas aqui não servem como meio de troca, então o agente busca reais). Dessa forma, entram dólares no país (são a oferta de dólares “do país”) quando há exportações e empréstimos/financiamentos do exterior (entrada de capitais). Saem dólares do país quando há importações e empréstimos/financiamentos para o exterior (saída de capitais).

A maioria das pessoas e mesmo economistas fazem um verdadeiro alarde porque “está saindo dólares” do país (ou algo do tipo) e ficam felizes quando “está entrando dólares”. Isso é um erro derivado do “mercantilismo” que considerava que um país estava ficando mais rico quando entrava mais ouro/prata (moedas da época) do que saia. Se entraram dólares é porque alguém deu outra coisa em troca e se você aceitou dólar, como você não come e nem veste dólares, é porque quer se livrar rapidinho deles trocando por algum bem de verdade. Se existir um mercado perfeitamente livre de dólares, o preço do dólar será dado quando a oferta igualar a demanda, ou seja, a entrada de dólares igualar a saída. Não é necessário preocupação alguma em relação a “entradas” e “saídas” de dólar. Sai dólar quando os agentes econômicos querem comprar coisas no exterior (e é muito bom que eles façam isso, afinal, dólar não enche barriga). Entra dólar quando as pessoas vendem produtos para estrangeiros ou emprestam deles, mas elas só fazem isso porque querem dólares para posteriormente manda-los embora, comprando coisas no exterior (obviamente, dada a existência de moeda, toda a cadeia não envolve necessariamente a mesma pessoa. A pode vender para C estrangeiro, pegar os dólares e trocar por reais com B e B só troca porque vai comprar no exterior. De qualquer forma A só aceita dólares porque sabe que existe algum local que quer dólares internamente para comprar no exterior).

Atualmente entre economistas tupiniquins e mesmo entre a população em geral existe uma verdadeira “mitologia do câmbio”. Ora é necessário defende-lo de especuladores, ora é preciso leva-lo a um miraculoso “ótimo”, ora é imperativo intervir no seu valor por algum nobre motivo como “desemprego”, saldos indesejáveis em conta corrente e outros tantos. Nunca podemos tirar o “olho” desse pobre preço. Isso quando não ocorre uma “fatalidade no exterior” que distorce o câmbio “verdadeiro”, o que, infelizmente, nos obriga a defendê-lo mais uma vez. A verdade é que economicamente nada disso faz muito sentido. Tirando aqueles que realmente acreditam nessas coisas (por adoção de alguma teoria econômica equivocada), na maioria das vezes esses argumentos são apenas “cortina de fumaça” para lobbies de determinados grupos que possuem suas rendas altamente relacionadas ao câmbio. Como expliquei em outro texto, se uma atividade é muito exposta ao risco do câmbio, isso é um custo que deve ser levado em conta no momento que se escolhe investir nessa atividade. Não faz sentido econômico que terceiros, contra sua escolha, arquem com esse custo, pois isso altera o incentivo a se buscar o investimento ótimo. Obviamente, o investidor da área não está nenhum pouco interessado em “ótimos sociais” e coisas do tipo. Ele adoraria que esse risco fosse “eliminado” à custa de terceiros.

Por que realmente o governo intervém no câmbio?
(...)

Leiam a íntegra deste longo post neste link.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Economia politica dos sistemas-mundo: textos para um seminário

GPEPSM - Grupo de Pesquisa em Economia Política dos Sistemas-Mundo
V Colóquio EPSM: Campinas, UniCamp, 8 e 9 de agosto de 2011

Textos Completos

LIMITE ECONÔMICO OU METAMORFOSES DO CAPITALISMO?
Eduardo da Motta e Albuquerque

CRISE ESTRUTURAL DO CAPITALISMO NAS ANÁLISES SISTÊMICO-PRIGOGINEANAS DE IMMANUEL WALLERSTEIN E DE ISTVÁN MÉSZÁROS: CRISE INEXORAVELMENTE TERMINAL?
Guilherme Vieira Dias, José Glauco Ribeiro Tostes e Marcelo Silva Sthel

NOTAS COMPARATIVAS SOBRE AS ONDAS LONGAS EM KONDRATIEV, BRAUDEL E ARRIGHI
Luiz Eduardo Simões de Souza

UMA ANÁLISE ECONÔMICA CRÍTICA DA TESE DA DECADÊNCIA HEGEMÔNICA DOS ESTADOS UNIDOS DE GIOVANNI ARRIGHI
Numa Mazat

CONFRONTO, EQUILÍBRIO E COOPERAÇÃO: PERCEPÇÕES TEÓRICAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE A ASCENSÃO DA CHINA E SUA RELAÇÃO COM OS ESTADOS UNIDOS E O SISTEMA-MUNDO MODERNO
Bruno Hendler

AS CONSEQÜENCIAS DA ASCENSÃO DA CHINA PARA A ECONOMIA-MUNDO CAPITALISTA: APONTAMENTOS DE INVESTIGAÇÃO
Helton Ricardo Ouriques

O PRINCÍPIO, O MEIO E O FIM DO MUNDO MODERNO: UMA ANÁLISE COMPARADA DE IMMANUEL WALLERSTEIN, GIOVANNI ARRIGHI E JOSÉ LUIS FIORI
Pedro Nogueira Gama

TERRITÓRIO E CRISES ECONÔMICAS SOB A VISÃO DE SISTEMAS-MUNDO
Tallyta Rosane Bezerra de Gusmão

A ECONOMIA POLÍTICA DOS SISTEMAS-MUNDO E AS CADEIAS MERCANTIS
Rosângela de Lima Vieira

DO COMBATE À FUNCIONALIDADE: O PROTECIONISMO EM DIFERENTES CICLOS SISTÊMICOS DE ACUMULAÇÃO
Guilherme A. ASTOLPHI DE AGUIAR

O MITO DA INDUSTRIALIZAÇÃO COMO DESENVOLVIMENTO: O COMANDO DO EXCEDENTE NA CADEIA MERCANTIL DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA
Ricardo Lobato Torres, Silvio Antônio Ferraz Cário

O BRASIL NO SISTEMA-MUNDO NESTE INÍCIO DE SÉCULO
Angelita Matos Souza

O BRASIL NA ECONOMIA-MUNDO DO ÚLTIMO SÉCULO (1910 A 2010)
Paulo Roberto de Almeida

POBREZAS NO BRASIL NA TRANSIÇÃO DA HEGEMONIA MUNDIAL: DISCURSOS OFICIAIS E INTELECTUAIS
Jales Dantas da Costa

DIVERGÊNCIAS E CONVERGÊNCIAS ENTRE GIOVANNI ARRIGHI E JOSÉ LUÍS FIORI
Tiago Haymussi Sales

“ESCOLA DE CAMPINAS”: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA PARA SEU ESTUDO
Fábio Pádua dos Santos, Leonardo Dias Nunes

REVISITANDO A TESE DO CAPITALISMO TARDIO: CRÍTICA A RAZÃO ENDOGENISTA A PARTIR DO CONCEITO DE CICLOS SISTÊMICOS DE ACUMULAÇÃO
Marcelo Arend

A CONTRIBUIÇÃO DA TEORIA DO SISTEMA-MUNDO PARA A CONTROVÉRSIA SOBRE A REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL
Tiago Camarinha Lopes, Niemeyer Almeida Filho

todos neste link: http://www.gpepsm.ufsc.br/html/textos_completos_coloquio_2011.php

Confirmado: estou sendo pirateado (ou melhor, minha editora...)

Por acaso, tropecei com isto aqui na internet:

Formação da diplomacia econômica no Brasil - Google Books
Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império. Paulo Roberto de Almeida ...
books.google.com/.../Formação_da_diplomacia_econômica_n...

Confirmado: governo é comandado pela imprensa...

Todas, repito TODAS, as crises e demissões do governo Dilma, foram provocadas, induzidas, comandadas, determinadas pela imprensa.
A mais recente, também.
Pode até ser que o ministro Jobim tenha ele mesmo "cavado" sua demissão, ou seja, não foi "denunciado" pela imprensa, mas se utilizou da imprensa para dizer o que pensa deste governo.
Ainda assim foi a imprensa que DETERMINOU sua demissão, pois a presidente só o fez porque suas declarações -- TODAS SINCERAS, TODAS VERDADEIRAS - foram divulgadas pelo que os petistas chamam de Partido da Imprensa Golpista, e assim não havia outra solução a não ser demitir o ministro sincero.
Eu aposto --digamos três livros -- que o próximo ministro também vai ser demitido por causa da imprensa (golpista ou não). Este é o destino de um governo improvisado, contraditório e confuso.
Sorry governistas, vocês estão perdendo para a imprensa...
Que tal se antecipar e demitir o próximo ministro corrupto ou incompetente antes que a imprensa o faça?
Calma, é só uma sugestão...
Paulo Roberto de Almeida

E por falar em catastrofes de trens-bala: um exemplo a ser examinado...

Não, não estou falando da catástrofe do trem-rápido da China, nem do desastre financeiro e de planejamento do (still-to-be) trem-bala brasileiro -- um fantasma muito caro, mesmo antes de começar -- mas de um outro exemplo igualmente desastroso.
Bem, vocês já sabem o que eu penso desses governos irresponsáveis, desses políticos caipiras, desses tecnocratas incompetentes, e desses capitalistas ladrões, que ficam impulsionando projetos megalomaníacos que não melhoram a vida das populações, e só servem para afundar os orçamentos públicos num mar de dívidas impagáveis.
Paulo Roberto de Almeida

High-Speed Train Wreck
CYNTHIA WARD
The City Journal, 3 August 2011

California’s multi-billion-dollar bullet-train boondoggle was predictable—and predicted.

In October 2008, Joseph Vranich, a preeminent authority on high-speed rail in the United States, testified before a hearing of California’s State Senate Transportation and Housing Committee. Vranich, the best-selling author of Supertrains and a 40-year advocate of high-speed rail, had come to offer his thoughts on the state’s plan to build a high-speed rail line from Orange County to San Francisco. “This is the first time I am unable to endorse a high-speed rail plan,” he told the senators, saying that he found the California High Speed Rail Authority’s work to be “the poorest I have ever seen.”

It’s fair to say that the vast majority of California voters never heard what Vranich had to say. Instead, they relied on faulty and unverified information on their ballot statements, where high-speed rail proponents touted the environmental advantages and fiscal benefits of the state’s plan. Less than a month after his testimony, voters approved Proposition 1A, authorizing Sacramento to sell a few billion dollars in bonds for a project most experts, now including the state’s nonpartisan Legislative Analyst Office and the University of California, say will cost tens of billions of dollars more than the official $43 billion estimate.

With his 2008 testimony now posted on YouTube, more people are listening to Vranich, who predicted just about everything that came to pass, including that the trains would be slower than promised, carry fewer people than rail authorities claimed, and cost much more than officials would admit. “I would like to see high speed rail built,” Vranich told senators. “But not this boondoggle.” Almost three years on, the High Speed Rail Authority has spent $630 million—and the project hasn’t even broken ground yet. The vast majority of those dollars went to consultants and studies.

Vranich explained in 2008 that while high-speed rail “holds great promise in certain sections of the country,” the California HSRA’s work was so deficient that “if the current plan is implemented it has the potential of setting back the cause of high-speed rail throughout the United States.” The Authority, Vranich argued, had learned nothing from failed projects in Texas and Florida (with another failure in the making in the Sunshine State), and aborted plans in Los Angeles and San Diego. The L.A. and San Diego projects had been undone by overly optimistic ridership estimates, pie-in-the-sky budgeting, and a callous disregard for local environmental impacts. The HSRA was repeating all of those mistakes, Vranich argued, “as if they never read a single page of history.” His recommendation: dissolve the HSRA and transfer its power to a different state agency.

“High speed rail in California may be salvageable after all of this poor work, but someone else must be in charge,” Vranich said. “If the authority is unable to conduct studies that have credibility, how will they ever effectively deliver a mega construction project on time and within budget?” His argument tracks closely with a May 2011 report from the Legislative Analyst’s Office, which also suggests that the High-Speed Rail Authority be dismantled.

Vranich skewered every aspect of the HSRA’s proposal. He insisted that passenger estimates were wildly inflated—64 percent higher than those developed by the Federal Railroad Administration and by independent studies from the University of California at Berkeley’s Transportation Center, as well as a thorough report by the Reason Foundation. “The authority’s projection of 117 million annual intercity passengers plus commuters is so far from reality that I have to call it what it is—science fiction,” Vranich wrote in his testimony. Most studies use population density to project ridership, but as a story in California Watch noted last month, “if the measure is population density, Florida and Ohio would be fertile ground as well. Both of those states rejected billions in federal aid for bullet trains, fearing they just couldn’t make the projects pencil out.”

The state’s HSRA assumes a bullet train from Los Angeles to the Bay Area would attract vastly greater ridership among 50 million car-loving Californians than has been achieved in Spain, Germany, France and Japan, where rail travel is commonplace. Perhaps an even better example domestically is Amtrak’s estimated ridership for its Northeast Corridor. “Fifty million people already inhabit the region served by Amtrak’s Northeast Corridor,” Albrecht Engel, Vice-President of Amtrak HSR, told an audience of high-speed rail boosters this spring. “The population is expected to grow to 70 million by 2050.” Even so, Amtrak anticipates carrying just 18 million passengers annually on its high-speed line in the busiest rail-transit corridor in the United States.

Vranich three years ago also dismissed the Authority’s $43 billion cost projection, predicting the real cost to be closer to $60 to $80 billion, not including bond repayment. Since then, costs for the project have escalated far beyond what voters were promised in 2008. “The claims of profitability could not conceivably be credible, under the most optimistic assumptions,” Vranich said. In the unlikely event that the HSRA’s projections were accurate, the trains likely wouldn’t generate enough profit to pay back the bonds anyway—much less build additional rail segments, as planned. The Legislative Analyst verified Vranich’s prediction in its May report, which concluded, “If the cost of building the entire Phase 1 system were to grow as much as the revised HSRA estimate for the 100-mile segment [between Fresno and Bakersfield] construction would cost about $67 billion.” However, the LAO added: “This extrapolation of costs... is based on the cost increase for a relatively straight-forward and uncomplicated segment of the proposed rail line. It is possible that some of the more urban segments could be even more significantly underestimated.”

Finally, Vranich debunked the HSRA’s claim that riders could make the trip from Anaheim to San Francisco in a remarkable two hours and 40 minutes—noting that the required average speed of 197 miles per hour is a feat yet to be accomplished anywhere in the world. In fact, train speeds in urban areas would be limited to around 60 miles per hour, due to safety and noise regulations. “It is unclear that any train redesigned to meet U.S. safety requirements and crashworthiness standards, which will make it heavier, can also meet the CHSRA speed and performance requirements,” Vranich said.

Declaring that voters were deceived in 2008, Republican state senator Doug La Malfa sponsored Senate Bill 22, legislation that would end bond purchases on January 1, 2012—thus reducing the state’s indebtedness to the amount contracted by the High Speed Rail Authority before that date. La Malfa noted that the High Speed Rail Authority still hasn’t submitted an acceptable business plan, despite a legislative requirement to do so before the November 2008 election. Putting an end to bond purchases would help prevent future damage to a fiscally imperiled state.

The Vranich testimony video certainly lends credence to La Malfa’s effort. Sadly, Bill 22 was voted down in committee in May, but it’s eligible for reconsideration. Perhaps it’s time for Joseph Vranich to reprise his appearance in Sacramento.

Cynthia Ward is a writer in Anaheim, California and a regular contributor to Red County.

54. Congresso Internacional de Americanistas - Viena, 15-20 de julho de 2012

Divulgando:

54. Congresso Internacional de Americanistas
Construindo o diálogo nas Américas
Viena, Austria - 15-20 de julho de 2012

Prezados,
o 54º ICA de 15 a 20 de julho de 2012 em Viena, Áustria, está com suas inscrições abertas para palestras nos Simpósios Temáticos, no período de 15 de abril a 31 de agosto de 2011.

Estamos divulgando o Simpósio Temático na área de História

893 - A Análise dos Sistemas-Mundo e América Latina

Coordenador: Vieira Rosângela - Universidade Estadual Paulista - Brazil
Co-Coordenador: Vieira, Pedro Antonio – Universidade Federal de Santa Catarina - Brazil

O Moderno Sistema-Mundial e a América Latina surgiram praticamente no mesmo momento histórico (século XVI) e foram se desenvolvendo juntos ao longo destes 500 anos. Nesta perspectiva, a história da economia-mundo capitalista e de uma de suas regiões, a América Latina, não podem ser entendidas separadamente. Apesar de todas as mudanças ocorridas tanto no todo (a economia-mundo) como na parte (a América Latina), o que chama atenção é uma permanência ou continuidade: a condição periférica da América Latina e a impossibilidade da região aumentar sua participação relativa distribuição mundial do poder e da riqueza, em que pese toda a contribuição que desde o período colonial América Latina tem dado ao desenvolvimento da economia-mundo. Na atual conjuntura de crise (terminal?) do sistema-mundo e quando em alguns países da América Latina (Bolívia, Equador, Venezuela, Brasil) renovam-se as esperanças de alterar as respectivas posições na hierarquia mundial, a análise dos sistemas-mundo parece ser particularmente útil para situar estas experiências na conjuntura do sistema mundial e, a partir daí, chegar a uma avaliação mais precisa das possibilidades de sucessos destas novas experiências. Nesta ordem de idéias, a proposta deste seminário é reunir pesquisadores interessados em analisar a América Latina sob esse prisma, colaborando na construção de uma compreensão mais profunda das relações da América Latina com a Economia-Mundo capitalista, tanto no passado como na atual conjuntura. Deve ser destacado, por último, que esta compreensão parece ser absolutamente importante, num momento que as ciências sociais do século XIX se revelam incapazes de captar as peculiaridades da atual fase do sistema-mundo e, como conseqüência, de uma de suas partes, a América Latina.

Palavras-chaves: Economia-Mundo, América Latina, História

Para inscrever-se use o endereço abaixo
http://ica2012.univie.ac.at/pt/submissao-de-palestras/como-submeter-uma-proposta/

Outras informações
http://ica2012.univie.ac.at/pt/inicio/

Ministros do Supremo vao oficializar racismo no Brasil (e justificar o Apartheid oficial sendo criado...)

Desculpem a crueza do título e a acusação premonitária, mas é o que eu acho que vai ocorrer proximamente no Brasil: racismo oficial, legal, legítimo e estimulado pelos poderes públicos, um novo Apartheid sendo instituído com toda a sanção legal dos supremos magistrados da nação (tudo com letra minúscula, claro) e para regojizo dos novos racistas, brancos, pretos, ou de qualquer outra cor...
Tenho certeza de que com a atual composição do STF -- ministros que mostraram o que pensam (ou não) em julgamentos recentes, notórios, para dizer o mínimo -- a corte suprema deste país que já não é o meu vai decidir que praticar racismo é, sim, legal e legítimo, desde que seja para reparar injustiças históricas advindas de uma situação secular de opressão de toda uma categoria de pessoas que, mesmo não tendo sido escravizadas, padecem ainda hoje de algum mal incurável que faz com que o Estado tenha de vir em seu socorro com esse tipo de medida discriminatória.
Não tenho nenhuma dúvida de que esses ministros que aí estão -- com algumas exceções, que me parecem ser a daqueles que foram indicados antes da era do Guia Genial do Povos -- votarão a favor do racismo no Brasil. Não só isso: eles justificarão, por meio de alguma argumentação abstrusa cuja fundamentação filosófica desconheço agora, mas que saberei dentro em pouco, a sua tomada de decisão como um meio, entre outros, de reparar essas injustiças históricas. Só desejo que eles durmam em paz depois de votarem. Claro, um ou outro podem sempre pensar se não estão se dobrando às conveniências do momento, ao "clamor das ruas", ao Zeitgeist, seja lá o que for, mas acredito que os preclaros ministros dessa corte algo bizarra ratificarão, em sua maioria o regime de cotas raciais, que se encaixa perfeitamente no Estatuto da (Des)Igualdade Racial já aprovado no parlamento (também com letras minúsculas), e que visa as mesmas coisas: ou seja, a construção do racismo no Brasil e a legalização do Apartheid.
Nessas horas sempre penso na minha avó italiana, que veio ao Brasil muito pequena para substituir os escravos de origem africana (alguns já nascidos no Brasil, é verdade) nas fazendas de café, cujas condições de trabalho não diferiam muito daquelas dos seus predecessores. Ela morreu analfabeta, mas tinha orgulho de meus estudos, e sempre me dizia para estudar bastante para "ficar inteligente".
Não tenho certeza, mas acho que alguns ministros do supremo não estudaram bastante...
Paulo Roberto de Almeida

A lei dos juízes
Demétrio Magnoli
O Estado de S.Paulo, 4 de agosto de 2011

Franschhoek, cidade de vinhedos e alta cozinha na província sul-africana do Cabo Ocidental, é o núcleo cultural dos descendentes dos huguenotes franceses que emigraram para a Colônia do Cabo após a revogação do Edito de Nantes, em 1685. Esses refugiados da perseguição religiosa se somaram aos também calvinistas holandeses estabelecidos na região para configurar a colonização bôer na África do Sul. Eles adquiriram escravos, se insurgiram contra a abolição da escravidão promovida pelos britânicos em 1833, participaram do Grand Trek que resultou na fundação das colônias africânderes do interior e ajudaram a sustentar as leis do apartheid, introduzidas a partir de 1949. Desde 1789, até hoje, Franschhoek celebra a Revolução Francesa, que derrubou a monarquia católica dos Bourbons.
Liberdade, para eles, significava as liberdades de falar com Deus segundo suas próprias regras e de possuir escravos. Igualdade significava, exclusivamente, o estatuto de equivalência de direitos religiosos com os católicos consagrado pelo Edito de Nantes. Não se tratava da igualdade dos indivíduos perante a lei, mas da igualdade de direitos entre distintas comunidades religiosas cristãs. Nessa acepção, a igualdade pressupunha a diferença: os nativos africanos não teriam prerrogativas de cidadania, pois não eram cristãos.
Igualdade significa coisas diversas em sociedades diferentes. Breve, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará uma ação contra o programa de cotas raciais na Universidade de Brasília (UnB). O veredicto terá repercussões que transbordam largamente os limites do sistema de seleção de candidatos à UnB: estará em jogo o significado do princípio da igualdade no Brasil. A Constituição é cristalina, traduzindo a igualdade como equivalência de direitos de cidadania, independentemente de cor, raça, sexo ou crença. O sistema de cotas raciais implica a negação disso e sua substituição por um conceito de igualdade entre comunidades raciais inventadas. Mas há indícios consistentes de que o tribunal pode votar pela anulação de um dos pilares estruturais da Constituição.
O regime do apartheid costuma ser descrito como um Estado policial semifascista devotado a promover a exclusão política dos negros. De fato, ele também foi isso, mas seu traço essencial era outro. Os fundamentos doutrinários do apartheid emanaram do pensamento dos liberais Wyk Louw e G. B. Gerdener, da Universidade de Stellenbosch, que propugnaram a segregação de raças como imperativo para a manutenção da liberdade dos brancos e das culturas dos nativos. Louw e Gerdener conferiram forma acadêmica às ideias de Jan Smuts, comandante das forças africânderes na Guerra dos Bôeres de 1899-1902. Smuts promoveu a reconciliação entre os africânderes e os britânicos, antes de se tornar primeiro-ministro do país unificado. Em 1929, numa conferência proferida em Oxford, ele delineou o sentido da "missão civilizatória" dos brancos na África Austral: "O Império Britânico não simboliza a assimilação dos povos num tipo único, não simboliza a padronização, mas o desenvolvimento mais pleno e livre dos povos segundo suas próprias linhas específicas".
Louw e Gerdener devem ser vistos como precursores do multiculturalismo. Eles criticavam as propostas de criação de uma sociedade de indivíduos iguais perante a lei, que representaria a "assimilação dos povos". No lugar da "padronização" política e jurídica, sustentavam a ideia de direitos iguais para grupos raciais separados. O grupo, a comunidade racial, não o indivíduo, figuraria como componente básico da nação. É precisamente esse conceito que alicerça o sistema de cotas raciais.
Na UnB, um candidato definido administrativamente como "negro" por uma comissão universitária tem o privilégio de concorrer às vagas reservadas no sistema de cotas. Mesmo se proveniente de família de alta renda, tendo cursado colégio particular e cursinho pré-vestibular, o candidato "negro" precisa de menos pontos para obtenção de vaga do que um candidato definido como "branco", mas oriundo de família pobre e escola pública. Na lógica da UnB, indivíduos reais não existem: o que existe são representantes imaginários de comunidades raciais. O jovem "negro" funciona como representante dos antigos escravos (mesmo que seus ancestrais fossem traficantes de escravos). O jovem "branco" funciona como representante dos antigos proprietários de escravos (mesmo que seus ancestrais tenham chegado ao Brasil após a Abolição). Se o STF ornar tal programa com seu selo, estará derrubando o princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei.
O apartheid fincava raízes nas diferenças de língua e cultura entre os grupos populacionais sul-africanos. A classificação étnica dos indivíduos, seu requisito indispensável, derivava de realidades inscritas no passado e refletidas na consciência das pessoas. O projeto da "igualdade racial" no Brasil, cujo instrumento são os programas de cotas, exige uma fabricação acelerada de comunidades étnicas. As pessoas precisam ser transformadas em "brancos" ou "negros", a golpes de estatutos administrativos impostos por órgãos públicos e universidades. Todo o empreendimento desafia a letra da Constituição, que recusa a distinção racial dos cidadãos. O STF está perto de escancarar as portas para o esbulho constitucional generalizado.
Seria o STF capaz de corromper escancaradamente o princípio da igualdade dos indivíduos perante a lei? A Corte Suprema é um tribunal político, no sentido de que sua composição reflete as tendências políticas de longo prazo da Nação. Há oito anos o lulismo aponta os novos integrantes da Corte. O STF rejeitou a mera abertura de processo contra Antônio Palocci, que, como agora reconhece a Caixa Econômica Federal, deu ordem para a violação do sigilo bancário de Francenildo Costa. Os intérpretes da Constituição não parecem preocupados com a preservação do princípio da igualdade.

Novo concurso público: medir circunferencias de ministras (talvez alguns ministros, tambem..)

Está aberta nova estação de vida saudável no cerrado central: medir circunferência, e peso, das ministras em função.
Eu pessoalmente acho que seria bem mais interessante do que certos "debates" no parlamente e mesmo no Executivo:

Ministro da Defesa Jobim chamou colega das Relações Institucionais de 'fraquinha' em entrevista à 'Piauí'
'Ideli é fraquinha', disse Jobim
'A Ideli não é fraquinha, é bem gordinha', diz Sarney


Agora precisamos iniciar outros debates relevantes: sobre se o ministro da Pesca anda pescando no litoral de Santa Catarina ou em Mangaratiba, por exemplo...

Ministro da Fazenda do Brasil justifica discriminacao argentina contra produtos brasileiros

Sim, repito: o Ministro Mantega está legitimando o protecionismo argentino e dizendo que eles podem, sim, continuar, e até expandir, o protecionismo que atualmente é exercido no mercado argentino contra produtos brasileiros.
Para o ministro Mantega, a Argentina pode e deve continuar a praticar as mesmas políticas que vem adotando desde vários anos para proteger o mercado argentino contra os aventureiros brasileiros que invadem o seu mercado com produtos mais baratos, prejudicando a indústria local, destruindo empregos e provocando déficit comercial.

Desculpem, leitores, não foi bem isso que disse o ministro da Fazenda do Brasil, mas é isso que se deduz logicamente de suas palavras, se aplicadas a um outro contexto.
Certas pessoas não pensam antes de falar. Aliás, existem pessoas que não pensam, ponto.
Paulo Roberto de Almeida

Mantega quer mercado em mãos brasileiras
Agência Estado, 3/08/2011

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que "o mercado brasileiro deve ser usufruído pela indústria brasileira, não por aventureiros", durante anúncio do programa "Brasil Maior".

Mantega afirmou que o programa é um conjunto de medidas para fortalecer a indústria nacional no momento em que o mundo está em dificuldades.

"A crise se arrasta há mais de dois anos e países avançados não dão sinais de resolução de problemas, ao contrário: os EUA estão à beira de um default, algo histórico", disse o ministro.

Para Mantega, este cenário internacional prejudica o setor manufatureiro brasileiro, que está em crise desde 2008.

"Houve uma compressão dos mercados. Os emergentes que saíram da crise dependem das exportações para cumprirem as metas de seu Produto Interno Bruto [PIB]. A indústria manufatureira está buscando mercado a qualquer custo. Eu diria que a concorrência é predatória", afirmou Mantega, em solenidade no Palácio do Planalto.

O ministro acrescentou que o mercado brasileiro está sendo apropriado por produtos importados em função da guerra cambial promovida por países que manipulam o câmbio.

"O dólar é a moeda que mais se desvalorizou nos últimos meses, e com isso os EUA estão tentando resolver sua crise para fora, por meio de exportações", analisou.

Para Mantega, o governo tem adotado medidas para evitar que o dólar ficasse abaixo deR$ 1,50 no Brasil. "Não aconteceu, mas sabemos que é uma luta difícil", afirmou.

Para o ministro, os países avançados continuarão com as mesmas políticas. Por isso, o Brasil deve adotar medidas para proteger o mercado nacional.

Pacote industrial decepciona - editorial Estadao

Pacote industrial decepciona
Editorial - O Estado de S.Paulo
03 de agosto de 2011

Corajoso, ousado e audaz foram os adjetivos impropriamente escolhidos pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para qualificar a política industrial lançada nessa terça-feira pela presidente Dilma Rousseff. Bem ao contrário, a política industrial anunciada pela presidente Dilma Rousseff é caracterizada principalmente pela timidez das medidas fiscais, algumas provisórias e até em regime de teste.

O pacote inclui políticas de apoio setorial já testadas e já reprovadas em outras circunstâncias, como a concessão de benefícios ao setor automobilístico em troca de investimentos, inovação tecnológica e geração de empregos. Além de tudo, o chamado Plano Brasil Maior tem um forte viés defensivo, embora o real desafio para o produtor nacional seja competir em todos os mercados. Enfrentar o concorrente estrangeiro no mercado interno é apenas uma parte do problema - agravada pela forte perda de competitividade num cenário global especialmente desfavorável.

A desoneração da folha de pagamentos foi apresentada como experiência piloto por tempo limitado - até dezembro de 2012 - e beneficiará poucos setores. O material divulgado pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério do Desenvolvimento menciona somente as indústrias de confecções, calçados, móveis e software. Os quatro segmentos foram escolhidos como representativos dos setores com uso intensivo de mão de obra. Como contrapartida, será cobrada uma contribuição sobre o faturamento, com alíquota "a partir de 1,5% de acordo com o setor". O governo se absteve de maiores esclarecimentos. Se houver perdas para a Previdência, o Tesouro cuidará da compensação.

A timidez é ostensiva em todo o pacote. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado nas compras de máquinas e equipamentos, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves será estendida por 12 meses. Ou seja, um incentivo já em vigor será simplesmente prorrogado, sem se tornar um componente de uma política industrial de longo prazo. Mas também isso é facilmente explicável: política industrial ou de competitividade, no Brasil, é força de expressão.

A desoneração de exportações, tal como apresentada, é quase uma brincadeira. O governo promete apressar o pagamento de créditos devidos a exportadores e acumulados há vários anos. Essa dívida equivale a uns R$ 24 bilhões e as empresas têm levado até cinco anos para receber o dinheiro - quando conseguem vencer os obstáculos burocráticos. Em outras palavras, cumprir a obrigação de pagar dívidas virou item de política industrial. As novas bondades incluirão "maior agilidade" no atendimento aos 116 maiores exportadores.

Mas o pacote inclui um mimo adicional - a restituição de 0,5% do valor da exportação de manufaturados a empresas até agora sem direito à recuperação de impostos pagos em etapas anteriores da produção. A presidente da República poderá elevar a alíquota a até 4%. O benefício, avisa o governo, é compatível com as normas internacionais. O aviso é feito, obviamente, porque o governo se julga exposto à contestação.

As medidas para o setor automobilístico "ainda estão em estudo", segundo a informação oficial, mas a indústria deverá atender a certas condições para merecer o benefício. Políticas desse tipo já foram tentadas e resultaram mais em privilégios do que em benefícios para o País.

O resto é pr0messa de crédito por meio de bancos oficiais. Nos últimos anos, os bancos oficiais foram usados amplamente para beneficiar empresas estatais e grandes companhias privadas escolhidas arbitrariamente.

A política defensiva inclui medidas normais de política comercial, até agora mal aplicadas por incompetência administrativa. Trata-se, mais uma vez, de cumprir a obrigação. Além disso, será concedida preferência de preço de até 25% a empresas brasileiras, em certas concorrências. Muito melhor e mais seguro para todos seria adotar uma efetiva política de competitividade - algo mais sério que o Plano Brasil Maior.

Mas isso envolveria mudanças fiscais para valer - com redução da gastança - e melhor aplicação do dinheiro público. Tudo isso está fora de cogitação.

FMI preocupado com a atividade economica no Brasil

Brasil: FMI ve señales de recalentamiento en el país
Infolatam/Reuters
Sao Paulo, 3 de agosto de 2011

Las claves
El FMI señaló que Brasil necesita mantener "una mayor vigilancia contra los riesgos financieros, dado el ritmo de crecimiento del crédito y la continua dependencia de los préstamos del exterior".
Reafirmó su previsión de un crecimiento del PIB de Brasil del 4,1 por ciento en 2011 y proyectó que los precios al consumidor se acelerarían a un 6,3 por ciento este año.


La economía de Brasil está mostrando señales de recalentamiento pese a una perspectiva ampliamente favorable, lo que aumenta la necesidad de una precisa mezcla de políticas económicas, dijo el miércoles el Fondo Monetario Internacional (FMI).

En su revisión anual de la mayor economía de Latinoamérica, el FMI también instó a las autoridades a reducir el gasto público para ayudar a mantener la inflación a raya sin elevar la ya alta tasa de interés del país.

El FMI también notó que, pese a las señales de solidez financiera, Brasil necesita mantener “una mayor vigilancia contra los riesgos financieros, dado el ritmo de crecimiento del crédito y la continua dependencia de los préstamos del exterior”.

La entidad mundial reafirmó su previsión de un crecimiento del Producto Interno Bruto (PIB) de Brasil del 4,1 por ciento en el 2011 y proyectó que los precios al consumidor se acelerarían a un 6,3 por ciento este año, cerca del techo del rango meta del Gobierno.

La inflación ha sido una gran preocupación para la presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, ya que ha amenazado con deteriorar su imagen pública en su base de votantes de menores ingresos.

Los precios al consumidor en Brasil se aceleraron a un 6,75 por ciento en los 12 meses hasta julio, por sobre la meta del Banco Central de un 4,5 por ciento anual con una tolerancia de más o menos dos puntos porcentuales.

Debido a eso, el Banco Central ya ha elevado la tasa de interés referencial, Selic, en las cinco reuniones que ha tenido el Comité de Política Monetaria (Copom) durante la presidencia de Alexandre Tombini.

La tasa Selic, de un 12,50 por ciento, es una de las más altas entre las grandes economías.

Rousseff ha prometido un recorte de alrededor de 30.000 millones de dólares del presupuesto del 2011 para ayudar a enfriar la economía sin tener que depender de la tasa de interés como herramienta para combatir la inflación.

Analistas afirman que el alto gasto público de Brasil pone más presión sobre la tasa de interés para mantenga equilibrada a la economía.

El Banco Central y el Gobierno también han aumentado el uso de medidas macroprudenciales, herramientas diseñadas para estabilizar al sistema financiero, como obligar a los bancos a reservar una mayor porción de depósitos en vez de que otorguen ese dinero en préstamo.

Algunos directores del FMI observaron que podría ser necesario que las medidas macroprudenciales sean “aplicadas más ampliamente para ganar fuerza”, según el informe.

En cuanto a las preocupaciones de Brasil con el tipo de cambio, el FMI calificó de “apropiado” el uso de medidas de flujos de capital.

El real brasileño se ha fortalecido cerca de un 6 por ciento en lo que va del año y alcanzó su mayor nivel frente al dólar en 12 años la semana pasada, lo que llevó al Gobierno a aplicar un impuesto sobre transacciones con derivados cambiarios.

La apreciación de la moneda ha sido una gran preocupación para la industria, que está compitiendo con una ola de importaciones baratas, principalmente desde China.

La producción industrial de Brasil cayó un 1,6 por ciento en junio, más de lo esperado por los analistas, mostraron datos oficiales divulgados el martes, y los expertos apuntaron como culpable al tipo de cambio.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um pequeno retrato da "educacao" (ops) brasileira, ou carioca...

Escola com Criança Esperança e AfroReggae é a pior do Rio. É óbvio: criança precisa aprender matemática; ela já sabe bater lata
Reinaldo Azevedo, 3/08/2011

Escola boa ministra português, matemática, ciências etc, num ambiente de disciplina, de ordem, em que o professor ensina, e o aluno aprende. Trata-se de uma obviedade, de uma tautologia. Mas esse conteúdo tem de ser repetido dia após dia porque poucas áreas estão tão sujeitas à feitiçaria entre modernosa e esquerdopata como a educação. As crianças são pilotos de prova de ONGs que nem sequer são especializadas na área. A reportagem abaixo é um tanto chocante, especialmente porque toca numa das vacas sagradas dos descolados do morro e do asfalto: a tal AfroReggae. Estamos diante de um daqueles casos em que se pode até chutar o traseiro de Jesus Cristo, mas não ouse questionar o “intelectual” e “pensador” José Jr, o chefão da ONG. Ele opinou até sobre os assassinatos no Pará…

Sabem por que a escola em que funcionam o Criança Esperança e o AfroReggae é a pior do Rio? Eu explico: criança precisa aprender português, matemática e ciências. Ela não precisa aprender a bater lata e a dançar. Isso ela faz sozinha, sem a ajuda do professor. Experiências como a que há lá só servem à exibição turística e contentam a tese de alguns descolados. Escola não pode ser campo de concentração, mas também não é clube de recreação. A inversão de valores é tal no Morro do Cantagalo, como vocês verão, que há alunos por lá que acham tudo uma maravilha; só a escola é que atrapalha um pouco…

Por Raphael Gomide:
O Complexo Rubem Braga, no Morro do Cantagalo, em Ipanema, abriga o Espaço Criança Esperança, da Rede Globo, o AffroReggae, o projeto Dançando para não Dançar e o Ciep Presidente João Goulart, da Secretaria Municipal de Educação. Já visitaram o local, inúmeras vezes, o prefeito Eduardo Paes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral. A primeira-dama da França, Carla Bruni já esteve no complexo, que recebe visitas diárias de turistas estrangeiros. O conjunto de favelas Cantagalo/Pavão-Pavãozinho recebeu R$ 71 milhões em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um elevador panorâmico que virou ponto turístico e uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), instalada em 2009.

Paradoxalmente, apesar da permanente atividade cultural, da estrutura, da projeção e da atenção política, a escola municipal de Ipanema foi a que teve pior desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre as 970 avaliadas da rede municipal do Rio, 1,8 nos anos finais do Ensino Fundamental. No ano anterior, a nota havia sido 3,7. Na Prova Rio, feita em 2010, o resultado também foi ruim: 3,6, deixando a João Goulart em 683º, ainda no pior terço das escolas municipais. Nos anos iniciais do Ideb, resultado também decepcionante: é a segunda pior nota, 3,1, entre os colégios do município; no Ide-Rio (Índice de Desenvolvimento de Educação Rio), teve a 960ª posição, com 3,4.

“Os professores não passam muito as coisas. Não me surpreende em nada essa nota. É ruim. Os alunos não prestam atenção, por isso não sabemos nada. Os professores saem da sala quando os alunos estão fazendo bagunça. Só às vezes tem dever de casa. A aula é boa, mas os alunos bagunçam. Depois da refeição, todo mundo joga tangerina, fruta, um no outro, jogam comida debaixo da mesa, pegam a colher e a fazem de catapulta para jogar arroz…”, conta Joice Santos.

A entrada da João Goulart é uma porta de vidro, ladeada por uma bandeira do Brasil em um mastro. Dali, vêem-se uma escada com corrimão e, à direita, andaimes, carrinhos de transporte de material de obra, uma escada desmontável e tapumes - provavelmente restos de uma obra recente. A cinco metros da porta da escola está o projeto Criança Esperança, da Rede Globo; a outros 10 metros, o projeto Dançando para não Dançar; no andar de baixo, o grupo cultural Affroreaggae. Na sexta-feira (29), um grupo de cerca de 30 estrangeiros estava no local, rotina quase diária desde a instalação do elevador.

Caroline Corrêa, 14 anos, estudou na escola João Goulart até a 3ª série, mas saiu porque “não estava aprendendo nada”. Foi para a Escola Municipal Roma, uma das mais bem colocadas no município, com Ideb de 5,4 nos anos finais, o triplo da nota do ex-colégio. “É muita diferença”, disse Caroline.

“É curioso, mas nem tão surpreendente. Há muito preconceito no Brasil, muita desigualdade. O governo não está nem aí para a educação. Se a economia está bem, então está tudo ótimo. Mas educação é chave para um país. Parecem estar fazendo o mesmo que a Austrália: evitam educar os aborígenes para não perderem poder”, disse Ruth Hienna, de origem afro-aborígene.

A secretária de Educação, Cláudia Costin, afirmou ao iG que o mau resultado da João Goulart, divulgado em julho de 2010, também deixou todos no órgão “chocados”, por conta do “ambiente cultural rico” que cerca a escola. A secretaria mudou a direção e a coordenação pedagógica da escola este ano e instituiu uma série de programas de reforço e estendeu o horário de funcionamento para sete horas diárias.

Senado faz audiencia sobre sistema financeiro internacional: dia 8/08, 18hs (TV Senado)

Um debate importante e necessário, do qual vou participar: TV Senado, Segunda-Feira, dia 8, as 18hs.
Paulo Roberto de Almeida

SENADO - COMISSÕES - RELAÇÕES EXTERIORES
Debate sobre sistema financeiro internacional reabre ciclo de audiências da CRE
Comissão de Relações Exteriores do Senado, 3/08/2011

No momento em que diversas economias europeias enfrentam sérias dificuldades e os Estados Unidos acabam de afastar o risco de calote, com a ampliação do teto de sua dívida, a saúde do sistema financeiro internacional será o tema da primeira audiência pública do semestre da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). A partir das 18h de segunda-feira (8) a comissão debaterá o tema "O Sistema Financeiro Internacional: do Pós-Guerra aos dias de hoje".
Entre os convidados para o debate estão o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop; o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva; o diplomata Paulo Roberto de Almeida, professor do Uniceub; e a secretária de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.
Outras audiências
Cinco outras reuniões já estão marcadas pela comissão para as próximas semanas, dentro do ciclo de audiências sobre "Os Rumos da Política Externa Brasileira", iniciado no primeiro semestre. A experiência dos espaços econômicos internacionais, como a União Europeia e a Área de Livre Comércio da América do Norte (conhecida pela sigla inglesa Nafta) será o tema da segunda audiência, no dia 15. Na semana seguinte serão discutidas as negociações comerciais internacionais, com foco na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), com a presença de dois ex-ministros, Celso Lafer e Pratini de Morais.
Nas semanas seguintes os senadores da comissão ainda debaterão temas como a crise econômica mundial de 2008, as dificuldades enfrentadas por economias europeias como as de Grécia e Portugal e o panorama do setor de energia em todo o mundo. Um dos convidados para esta última audiência, prevista para 19 de setembro, é o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Ao longo do primeiro semestre, foram realizadas oito audiências públicas dentro do mesmo ciclo, com a presença de 35 convidados.

Marcos Magalhães / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Ministros viajados: diarias e passagens dos ministros do governo Dilma

Pura transcrição, inclusive porque faltam as informações sobre as trajetórias dos ministros. Gostaríamos de pensar que foram todas viagens a trabalho, por exemplo...

Viagens e diárias dos ministros do governo Dilma
Luciana Marques
VEJA Online, 3/08/2001

Em maio deste ano, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, passou por um constrangimento: por recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU), teve que devolver aos cofres públicos gastos com diárias no Rio de Janeiro durante fins de semana. Nos casos relatados, a ministra não cumpria agenda oficial. Ainda assim, Ana não freou a gastança: ela é a recordista nas despesas com diárias na Esplanada dos Ministérios.

Foram mais de 45.000 reais para pagar hospedagem e alimentação de Ana de Hollanda em viagens no primeiro semestre de 2011. O valor é três vezes superior à média aritmética dos gastos dos ministros para essa finalidade, que é de cerca de 13.000 reais. No total, os 38 ministros do governo federal gastaram 502.222,67 reais com diárias. O levantamento realizado pelo site de VEJA contou com dados repassados pelas assessorias dos ministros e também com informações divulgadas no Portal da Transparência, administrado pela CGU.

Dezessete ministros gastaram acima da média, sendo que sete deles consumiram mais de 20.000 reais em diárias este ano, além de Ana de Hollanda: o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (35.132 reais); o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota (30.649, 02 reais); o presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini (26.248 reais); a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (26.277 reais); o ministro da Defesa, Nelson Jobim (22.220,66 reais); a ministra de Diretos Humanos, Maria do Rosário (21.614,30 reais); e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (20.997,37 reais).

Cabe ressaltar que os gastos com diárias do ministro Patriota disponíveis no Portal da Transparência, de 3.653,07 reais, referem-se apenas às viagens nacionais do ministro. O Itamaraty informou ao site de VEJA que o ministro fez este ano 36 viagens ao exterior, e recebeu para tanto o total de 15.879,97 dólares em diárias. Com base na cotação do câmbio de turismo desta quarta-feira, os gastos do ministro em diárias nacionais e internacionais somam 30.649, 02 reais. Ainda que as despesas sejam elevadas em relação aos demais ministros, elas se justificam diante da natureza do cargo do chanceler.

À exceção de Ideli, que atuava no Ministério da Pesca, os ministros mais próximos da presidente Dilma não costumam inaugurar programas de governo em outros estados - geralmente estão presentes nos lançamentos realizados no próprio Palácio do Planalto, onde trabalham em Brasília. E, em casos de viagens, costumam integram a comitiva da presidente. Entre eles, estão a ministra da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, e o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho.

A titular da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que tomou posse há cerca de dois meses, foi a única entre os ministros que não teve gastos com diárias. Gleisi fez viagens na comitiva da presidente Dilma - nas quais não precisou se hospedar - e abriu mão das diárias nas duas vezes que foi para Curitiba (PR), onde tem residência.

India e China: necessidade de reformas estruturais

Protestos contra a inflação dos alimentos abalam os dois países.
Asiáticos do Bric batem no muro
Jaswant Singh
Valor Econômico, 03/08/2011

As credenciais democráticas da Índia não impressionaram Francis Fukuyama - que há 20 anos profetizou o "fim da história" - como catalisadoras para o crescimento econômico do país. Fukuyama vê "ingovernabilidade e política de clientelismo" em excesso na Índia - defeitos que estão em contraste gritante com o sistema político da China, mais ágil, embora não necessariamente mais limpo.
A realidade é, no entanto, um pouco diferente. Os governos locais da China vêm acumulando montanhas de dívidas para financiar sua grande onda de obras, o que traz sérias preocupações quanto a possíveis moratórias. O próprio primeiro-ministro do país, Wen Jiabao, admite a necessidade urgente de resolver o crescimento desigual do país e pede que se encontrem meios de "compartilhar a prosperidade de maneira justa" e, dessa forma, reduzir as diferenças cada vez maiores entre "ricos e pobres, cidades e campo".

O economista Nouriel Roubini previu que a economia da China deverá desacelerar-se entre 2013 e 2015, momento em que seus investimentos em ativos fixos, de quase 50% do Produto Interno Bruto (PIB) exigirão retornos monetários e sociais. Até agora, diz Roubini, o crescimento baseado nas exportações dependeu de "produzir coisas que o resto do mundo quer, a um preço que nenhum outro país pode igualar", como consequência da mão de obra barata e das economias de escala. Essa vantagem de custo vem diminuindo rapidamente.

A Índia também enfrenta várias dificuldades, mas de natureza diferente. Por exemplo, os investimentos no exterior por empresas indianas apresentam forte alta. Alguns acreditam que isso é um desenvolvimento natural de uma potência em ascensão, mas alguns críticos veem o investimento no exterior como reflexo da falta de oportunidades em casa.

Taxas de juros em alta, inflação elevada e graves impasses políticos, em meio a uma série de escândalos de corrupção no governo, vêm obstruindo os investimentos domésticos e externos na Índia e, portanto, desacelerando o crescimento da economia para um patamar abaixo de seu potencial. Os problemas econômicos são agravados pelo ambiente regulador imprevisível, infraestrutura inadequada e um setor agrícola vagaroso e dependente das monções.

Tanto Índia como China precisam de um novo compromisso de reformas estruturais para sustentar seu crescimento econômico. Os trabalhadores dos dois países querem padrão de vida melhor, o que nem o sistema político rigoroso da China pode ignorar.

Claramente, a turbulência econômica agita duas das maiores economias da Ásia, os gigantes do grupo conhecido como Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). Vejamos a inflação. Em 6 de julho, o Banco do Povo da China elevou sua taxa referencial de juros pela primeira vez desde outubro de 2010. Isso gerou apreensão quanto ao mercado de imóveis e medo de que governos locais possam ficar inadimplentes em parte de suas dívidas, que chegam a US$ 1,65 trilhão.

Na Índia, o fracasso do governo em conter a alta dos preços, promover reformas econômicas estruturais vigorosas, atrair investimentos externos diretos, levar adiante projetos de infraestrutura, administrar os gastos e evitar a falta de crédito sinalizam os grandes desafios pela frente. Além disso, a continuidade no impasse entre governo e oposição enfraqueceu a efetividade política, corroendo as perspectivas de crescimento da Índia.

De fato, o principal desafio da Índia continua sendo político. Com os preços dos alimentos em forte alta, os pobres são os mais atingidos, o que provoca pobreza, desigualdade e ressentimento ainda maiores. O mesmo vale, contudo, para a China: protestos contra a inflação abalam os dois países, decorrentes principalmente da alta dos alimentos, fontes de energia e matérias-primas. A comida representa cerca de 30% dos gastos das famílias na China e em torno a 45% na Índia.

O medo agora nos dois países é de que choques inflacionários possam tornar-se espirais ascendentes que se autoalimentem. Como alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI), "o núcleo da inflação - excluindo commodities - subiu de 2% para 3,75%, sugerindo que a inflação está se ampliando".

Um motivo para a alta dos preços indianos é que a expansão da infraestrutura continua lenta. O progresso em estradas, ferrovias e projetos de energia - que poderiam evitar a deterioração de alimentos e outras commodities é essencial para estabilizar os preços.

A China, por sua vez, se encontra em uma conjuntura crítica. O governo mudará em 2012 - em um momento de aumento na desigualdade de renda e de falta de consenso no Partido sobre como interrompê-lo. Tendo em vista que menos de 9% dos membros do Partido Comunista são realmente "trabalhadores" hoje em dia, os líderes do regime devem estar ainda mais incomodados com a crescente iniquidade. Sem reformas políticas sérias, no entanto, a desigualdade de renda aumentará, com o "capitalismo de compadres" fincando raízes mais profundas.

Tanto Índia como China precisam de um novo compromisso de reformas estruturais para sustentar seu crescimento econômico. A mão de obra barata e gestão monetária não serão suficientes. A credibilidade que os dois governos ganharam após evitarem o pior da crise financeira de 2008 começa a desgastar-se. À medida que crescem os receios inflacionários nos gigantes do Bric, as dúvidas quanto à mudança do centro de gravidade da economia mundial começam a ganhar força.

O que os dois países precisam são de correções de curto prazo e mudanças estruturais de longo prazo. A China precisa preparar-se para uma economia cujo desempenho não dependerá das exportações e dos baixos salários domésticos. A Índia precisa encontrar outros motores de modernização econômica além de novas tecnologias da informação (mesmo que estas sejam bem-vindas). Os trabalhadores nos dois países agora querem padrão de vida melhor - exigência que nem o sistema político de controle rigoroso da China pode ignorar.

A Índia, por sua vez, precisa abrir sua economia ainda mais, para aproveitar o crescimento da população, que continua alto, e as mudanças em andamento na estrutura da economia mundial. Precisa assumir o compromisso de alimentar sua população - e, portanto, alcançar seu objetivo declarado de uma "Segunda Revolução Verde" na agricultura.

A China e Índia valeram-se de modelos políticos muito diferentes para alcançar suas ambiciosas metas de expansão do PIB. Ainda assim, com o amadurecimento de suas economias, ambas precisam adotar mudanças estruturais - e lidar com os desafios de reformas políticas que já deveriam ter sido feitas.

Jaswant Singh foi ministro das Finanças, Relações Externas e Defesa na Índia. Copyright: Project Syndicate, 2011.

www.project-syndicate.org

Kyenes vs Hayek, ou Kayek vs Keynes: debate na London School of Economics

Alto nível, imperdível.
Na provocação inicial o animador pergunta quem apóia Keynes ou quem apóia Hayek. Por incrível que pareça, Hayek venceu, pelo menos no entusiasmo dos estudantes presentes, o que eu acho inacreditável, mas talvez atribuível ao estado lamentável da economia atualmente prevalecente no Reino Unido e um pouco em todos os países desenvolvidos, o que pode ser visto como consequência de políticas keynesianas.
Paulo Roberto de Almeida
http://www.bbc.co.uk/programmes/b012wxyg
http://www.bbc.co.uk/news/business-14366054

Keynes Vs. Hayek
Listen Now: http://www.bbc.co.uk/iplayer/console/b012wxyg

SYNOPSIS
What caused the financial mess we're in? And how do we get out of it? Two of the great economic thinkers of the 20th century had sharply contrasting views: John Maynard Keynes believed that government spending could create employment and longer term growth. His contemporary and rival Friedrich Hayek believed that investments have to be based on real savings rather than increased public spending or artificially low interest rates. Keynes's biographer, Professor Lord Skidelsky, will take on modern day followers of Hayek in a debate at the London School of Economics. Paul Mason, economics editor of Newsnight, is in the chair.

Speakers:
Lord Robert Skidelsky, Emeritus Professor of Political Economy at the University of Warwick and author of a three-volume biography of the economist John Maynard Keynes.

George Selgin, Professor of Economics at The Terry College of Business, University of Georgia. Prof Selgin is one of the founders of the Modern Free Banking School, which draws its inspiration from the writings of Hayek.

Duncan Weldon, a former Bank of England economist, works as an economics adviser to an international trade union federation. He has a long standing interest in and admiration for Keynes but also a respect for Hayek. He blogs at Duncan's Economic Blog.

Jamie Whyte, Head of Research and Publications at Oliver Wyman, a strategy consulting firm specialising in the financial services industry. In February 2011 he presented an edition of Radio 4's Analysis series in which he looked at the revival of interest in the economic theories of Hayek.

The debate was recorded before an audience on 26th July at the LSE.

The event has the hashtag #lsehvk.

RELATED LINKS
"Fear the Boom and Bust": A Hayek vs. Keynes Rap Anthem (www.youtube.com)
Radio 4 Analysis: Radical Economics: Yo Hayek!
Radio 4 Analysis: Radical Economics: escaping credit serfdom
Radio 4 The Story of Economics: Gods, cogs and monsters
See more photos of the LSE event (www.facebook.com)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

William Shirer: um reporter das miserias do seculo XX

BOOKSHELF
A Talent for Being There
By BARTON SWAIM
The Wall Street Journal, August 2, 2011
The Long Night
By Steve Wick
Palgrave Macmillan, 264 pages, $27

Before William Shirer wrote 'The Rise and Fall of the Third Reich,' he witnessed the Nazis' rise firsthand.

In the summer of 1933, William Shirer was living with his new wife in Lloret de Mar, a tiny village on the Catalonian coast. For seven years this young man from Cedar Rapids, Iowa, now 29 years old, had been a reporter with the Paris bureau of the Chicago Tribune, and he had flourished. In 1927, he had been on the very spot when Charles Lindbergh landed in Paris—a remarkable feat when nobody knew where, or if, Lindbergh would land—and he had been the "sole representative of the world press" (as the Tribune would boast) at Mohammed Nadir Khan's coronation as shah of Afghanistan. And yet in the fall of 1932, for reasons unexplained by the Tribune's notoriously difficult owner, Robert McCormick, Shirer received a telegram from headquarters: "Shirer this notification your services with Tribune terminates today October sixteenth stop you will be paid one months salary."

In Paris, Shirer had met Hemingway and Fitzgerald, and like many young American expatriates, he thought he had a great novel in him. So he used what money he had saved to rent that seaside cottage and started typing. But a novelist Shirer was not to be. After a year Shirer gave up and started looking for another reporting job. He found a place with William Randolph Hearst's Universal Service at the company's Berlin office—to the great benefit of 20th-century reportage, as Steve Wick documents in "The Long Night," a superb short biography.

"This work is not a scholarly work," Mr. Wick writes. "My goal from the beginning was to write more of an adventure story than a book of history." "The Long Night" is indeed an adventure story, with short chapters and a fast-paced narrative drive. But Mr. Wick has documented the story with scrupulous attention to detail, too, drawing on Shirer's published works as well as his papers and correspondence. Shirer would achieve fame all over the English-speaking world as a historian of the Third Reich, but he was at his best as a reporter. His greatest talent lay, as Mr. Wick shows, in simply being there when big things happened.

He was there, in March of 1935, when Joseph Goebbels announced that the Reich would disregard the Treaty of Versailles. He was in the Kroll Opera House one year later when Hitler announced that German troops had already begun to march into the Rhineland. In his diary Shirer recorded that Gen. Werner von Blomberg, the commander-in-chief of the armed forces looked pale during Hitler's speech. Later Shirer was told by a high-ranking source that German troops had orders not to engage if they were opposed, so unprepared were they to meet the French army.

When Universal Service went under and Shirer again found himself on the job market, he was approached by Edward Murrow, who persuaded him to take a job with CBS in the incipient field of radio journalism. Americans could now hear the news as it was happening. Shirer was in Vienna in 1938, when German troops crossed the Austrian border and crowds of emboldened Nazis could be seen taunting Jews and forcing them to clean sidewalks with toothbrushes. Later Shirer followed German troops through Belgium on their way to France; he arrived in Paris to find the city deserted, German troops cautiously wandering the streets and a Nazi flag adorning the Eiffel Tower. Shirer witnessed Parisians' bewildered outrage when, in June 1940, news spread that Marshal Petain himself would ask the Germans for an armistice, and Shirer broadcast live from just outside the famous railroad car in Compiègne where, a few days later, the French signed away their country.

By then Shirer's German censors had become perversely difficult. Mr. Wick, a journalist himself, is alert to the dilemma faced by reporters working inside closed countries: Does one tell the story as one sees it and risk ejection, or does one abide by the censorship and hope that the world can exegete the truth from hints and suggestions? For Shirer, as his diaries show, the dilemma was a constant source of anxiety and self-reproach. "For the last few months," he wrote in September 1940, near the end of his time in Berlin, "I've been trying to get by on my wits, such as they are; to indicate a truth or an official lie by the tone and inflexion of the voice, by a pause held longer than is natural. . . . But the Nazis are on to me."

When Shirer returned to the United States, he hosted his own Sunday news show with CBS, but he was forced out in 1947 and blamed Murrow. He spent the next decade living off income earned by memoirs and reviews, but it wasn't enough. "To keep the family afloat," Mr. Wick writes, Shirer undertook a book based on his own wartime reporting but deepened by research into Reich documents. Published at last in 1960, "The Rise and Fall of the Third Reich" was a massive and impressive work of history. He made a fortune from it.

The work's most controversial argument, that Nazism was the inevitable outcome of German history from the Reformation forward, is not a serious one. Shirer's brief and breezy treatment of pre-20th-century German history amounts to little more than a false extrapolation from a truism—like saying that, since Chinese communism is a distinctly Chinese form of communism, it was the inevitable culmination of Chinese history.

Yet Shirer's motivation was honorable. He wanted to squash the idea that Germany had been hijacked by a few extremists. He knew otherwise. "I have still to find a German," he writes in a typical diary entry, "even among those who don't like the regime, who sees anything wrong in the destruction of Poland." That Shirer's most famous book failed to explain the origins of German Nazism is no great mark against him. It is probably beyond the capacity of human reason to explain how a noble, civilized people succumbed to a homicidal delusion. Shirer narrated the events of that descent and did so with integrity. That is enough to earn our gratitude.

Mr. Swaim is the author of "Scottish Men of Letters and the New Public Sphere, 1802-34."

Economia politica da confusao mental: destruindo a coerencia...

Acho que o Brasil está abandonando o pouco de racionalidade econômica que ainda restava da fase anterior -- ou seja, a política econômica herdada e mantida pelo governo maluco que se seguiu ao que fez o Plano Real -- e está ingressando numa fase de improvisações descoordenadas, de medidas intempestivas, iniciativas não pensadas, bobagens construídas com certo voluntarismo infantil.
Enfim, vamos pagar um alto preço por isso, mas ainda não se vêem exatamente as consequências.
Eu já vi, e acho que esse filme vai terminar mal...
Paulo Roberto de Almeida

O ERRO FATAL DA POLÍTICA CAMBIAL DO GOVERNO DILMA!
(Affonso Celso Pastore - Estado de SP, 31) 1. O governo resolveu taxar as posições vendidas de câmbio. Há alguns meses o governo tentou conter o aumento da posição vendida de câmbio com um recolhimento compulsório, mas o real continuou se valorizando. Antes disso já havia elevado o IOF sobre ingressos em renda fixa, sem conter a valorização. Ainda quando no início do ano o real estava um pouco acima de R$ 1,60, estendeu a incidência do IOF para ingressos de curto prazo, mas teve a surpresa de ver o real quebrar a barreira de R$ 1,60, valorizando-se ainda mais.

2. No Brasil os juros são extremamente elevados, o que atrai capitais que ajudam a valorizar o real. Mas isso não é tudo. Em um momento de lucidez o ministro da fazenda reconheceu que a causa mais importante da valorização do real é o enfraquecimento do dólar nos últimos anos intensificando-se a partir do afrouxamento da politica monetária dos EUA, (QE2). A partir de 2010, o dólar vem se depreciando com relação a praticamente todas as moedas, inclusive o real. Por exemplo, há fortes valorizações: do peso chileno; do dólar australiano e do dólar canadense, moedas de países com taxas de juros muito mais baixas do que o Brasil.

3. O mais grave é que não há perspectivas de que esse quadro se altere em um futuro próximo, porque a depreciação do dólar é um dos caminhos para minimizar as consequências da crise de 2008 sobre a economia americana. Por vários anos, antes de 2008, ocorreu a ilusão de que havia uma simbiose entre Estados Unidos e China, que o professor Niall Ferguson jocosamente batizou de Chimerica, segundo a qual os Estados Unidos poderiam permanentemente continuar consumindo acima de seus próprios meios, estimulado por taxas de juros baixas sem que a inflação fosse um problema, porque a China exportava deflação para os Estados Unidos, e ao mesmo tempo financiava seus déficits em contas correntes com compras de títulos do tesouro.

4. A combinação desse erro de política econômica, com a ausência de supervisão bancária levou à crise de 2008, da qual Wall Street foi rapidamente salva pela pronta ação do governo e do Federal Reserve. Mas deixou sem solução à vista o mercado imobiliário, e nem criou condições para um crescimento acelerado do consumo das famílias. A opção inicial foi pela política fiscal expansionista com a realização de déficits públicos enormes, mas isso gera o aumento acelerado da dívida pública.

5. A perspectiva óbvia, em um caso como este, é a continuidade de pressões para a valorização de todas as moedas com relação ao dólar, inclusive o real. É esta a força predominante por trás da valorização do real. O Brasil pode colocar band-aids no câmbio, mas isso não cura uma hemorragia. Nesta situação, tudo o que puder ser feito para reduzir a taxa de juros no Brasil ajuda a minorar o problema, embora não o solucione completamente.

6. Há uma única combinação de instrumentos de política econômica que teria uma eficácia muito maior neste caso, que é uma política fiscal suficientemente contracionista, fazendo com que ocorra uma contração forte da demanda agregada, permitindo trabalhar com juros reais mais baixos. O país ganharia no controle da inflação, e reduziria o estímulo ao ingresso de capitais derivado dos juros domésticos muito elevados.

7. Mas o governo prefere os band-aids, porque politicamente é muito mais atraente conseguir notoriedade combatendo supostos especuladores no mercado futuro de câmbio, do que tomando medidas que reduzam os gastos públicos contraindo a demanda agregada. A novidade agora é que o grau de irritação do governo contra essa valorização cresceu, abrindo as portas para intervenções muito mais pesadas. Nas operações de mercado futuro não predominam os especuladores, e sim os que realizam operações de hedge, que devem ser preservadas, porque esta é a forma como empresas se defendem de riscos.

8. Ao entrar para a "guerra cambial" com armas com um elevado poder de destruição que afetam operações de hedge relevantes para a economia, mas com pouco poder de reduzir a apreciação cambial, o governo se arrisca a iniciar uma nova guerra. Nesta, ele tende a elevar exageradamente os riscos e a reduzir a previsibilidade das variáveis essenciais para a tomada de decisões econômicas. Deveria fazer um esforço para agir com grande racionalidade no campo econômico, mas aparentemente tem mais dividendos políticos no curto prazo se atirar contra supostos especuladores sem, contudo, resolver o problema.

* * *

JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA DO BRASIL SÃO MAIS QUE O DOBRO DOS EUA!
(Folha de SP, 02) Neste ano, pelas projeções de analistas, União, Estados e municípios brasileiros gastarão o equivalente a 5,5% da renda nacional com juros. Nos EUA, a conta pode nem chegar a 2% -apesar de eventuais variações na metodologia de apuração dos números, a diferença é eloquente o bastante.
* * *

FINANCIAL TIMES: ARTIFÍCIOS ECONÔMICOS DO BRASIL ESTÃO CHEGANDO AO FIM!
(BBC, 02) O modelo de crescimento econômico brasileiro estabelecido no governo de Lula pode estar chegando ao seu limite, segundo adverte reportagem publicada pelo Financial Times. O 'lulismo' é definido pela reportagem como o modelo que combinou a concessão de benefícios sociais, aumentos salariais generosos, fácil acesso ao crédito e a manutenção de uma economia estável. A reportagem lista sinais de alerta levantados por analistas, como o risco de uma bolha de crédito, a baixa taxa de investimentos, o fortalecimento do real ou a forte dependência da exportação de commodities a cotações elevadas. "Lula entregou a Dilma uma economia fragilizada por desequilíbrios", como o crescimento acelerado das importações, financiadas pelo fluxo de divisas gerado pela venda de commodities ao exterior a preços inflados. Outro problema apontado é o risco de inflação, controlado por meio do aumento das taxas de juros, que por sua vez ajudam a pressionar pela valorização da moeda brasileira, reduzindo a competitividade da indústria nacional.

Chineses decretam falencia americana: vao afundar juntos...

O único problema dessa medida "chinesa" é que isso prejudica os próprios chineses.
Acho que os "rankeadores" vão acabar num campo de reeducação na Mongólia interior...

Agência chinesa rebaixa nota dos EUA, mas Moody’s e Fitch mantêm “Triplo A”…
Agência France Presse, 2/08/2011

A agência de classificação de risco chinesa “Dagong” rebaixou o rating do crédito dos EUA depois do acordo do Congresso americano para elevar o teto da dívida, informou a imprensa estatal chinesa.

A “Dagong Global Credit Rating” anunciou na manhã de quarta-feira no horário chinês que rebaixou a qualificação creditícia dos EUA de “A+” para “A”, com perspectiva negativa, segundo indicou a agência de notícias Nova China.

MOODY´S
Mais cedo, a agência de rating Moody’s manteve a nota “AAA” para os Estados Unidos nesta terça-feira, depois de o Congresso ter aprovado uma nova legislação para elevar o limite da dívida, evitando um possível default.

Mas a Moody’s acrescentou uma “perspectiva negativa” para a nota, afirmando que o rebaixamento ainda pode ocorrer se a disciplina fiscal enfraquecer ou o crescimento econômico se deteriorar significantemente.

FITCH
A agência de classificação de risco Fitch também manteve o rating de “AAA” dos EUA. A entidade, no entanto, alertou que a maior economia do mundo precisa reduzir sua dívida, ou enfrentará uma piora na nota.

A Fitch informou que, embora o acordo signifique que o risco de uma moratória é extremamente baixo, os EUA “precisam enfrentar difíceis escolhas quanto aos impostos e gastos contra um cenário econômico fraco para que o déficit orçamentário e a dívida governamental sejam reduzidos para níveis mais seguros no médio prazo.”

O voto de confiança do Fitch, no entanto, não dissipará o temor de que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduza o rating do país.