O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ha-Joon Chang: um debate sobre suas teses - Ricardo Piccoli vs PRAlmeida

Recebi, hoje (28/12/2012), a correspondência abaixo, cujo autor parece não ter lido sequer a atribuição inicial da transcrição da resenha que fiz em meu blog de resenhas de livros, e que pertence a um outro autor que não este modesto escriba que assina esta nota introdutória.
Como o Ricardo Piccoli se engana de interlocutor, não me cabe responder em nome de outrem.
Sugiro apenas que ele:
1) Compre um óculos de grau, pois deve ter algum problema de miopia;
2) Leia com atenção o que pretende criticar, o que ele não parece ter feito, sequer no título e no autor em destacado, que transcrevo aqui para seu esclarecimento e iluminação:
O Mito do Protecionismo Esclarecido
Rodrigo Constantino
 3) Tente formular ideias com um pouco mais de clareza, coerência e ordem no pensamento, pois não consigo entender qual é o seu ponto, exatamente, ao defender Ha-Joon Chang (que poucos acadêmicos ingleses ou americanos levam a sério), sem articular corretamente seus muitos conceitos e teorias.
4) Cresça mais um pouco, para ser menos afoito em distribuir lições confusas de história econômica; manifestamente ele não conhece a história do desenvolvimento alemão ou americano, ou da própria Coreia, mas pretende criticar Adam Smith.
5) Não misture alhos com bugalhos...
Paulo Roberto de Almeida

Mensagem recebida: 

On Dec 28, 2012, at 08:59 PM, Ricardo Piccoli <piccoli@xxxxxxx.xxx> wrote:
Li no blog do seguinte endereço: http://praresenhas.blogspot.com.br/2009/02/218-desconstruindo-ha-joon-chang-um.html, de 28 Fevereiro de 2009, sua crítica titulada “Desconstruindo Ha-Joon Chang, um samaritano simplesmente equivocado”, escrito por sua pessoa. Já faz quase 4 anos que foi escrito. Não sei se mudaste de ideia, mas, como ainda está lá, criticá-lo-ei.
A despeito do teu extenso currículo, o qual demonstra que és uma pessoa inteligente, tua análise do Chang é pobre e eivada de maus juízos de valores. Desculpe-me, serei direto e franco, sem misericórdia. Nesse quesito, farei uso de uma lógica quase Calvinista e Malthusiana. Por outro lado, já seguindo uma lógica dialética, considero que até uma pessoa inteligente pode se deixar cegar por ideologias defendidas com arraigada paixão. Parece ser esse o teu caso.
No início, utilizas uma pobreza de juízo de valores ao “acusar” (e antes que reclames que é “fato”m a tua colocação tem “cheiro” de acusação) Bresser Pereira de ser o ministro do congelamento da era Sarney. Ora, Senhor Paulo Roberto, tu mesmo sabes que o Bresser Pereira é muito mais do que isso. Seja inteligente na tua crítica. Não diminua o argumento contrário, para engrandecer o teu. E, sempre, lembre-se do seguinte ditado, dito por Vitor Hugo: “palavras amargas indicam causa fraca”. Essa é minha contribuição inicial à tua análise. Aproveite as próximas.
Primeiro
Vou começar por List (Friedrich List) e não por Chang. Tu enxergas List apenas como mercantilista e reduz a importância dele a esse fato (bastante discutível, por sinal). Em poucas palavras, List nunca foi um teórico da economia como Smith, Marthus, Ricardo, Marx, Mill e outros tantos. Talvez esteja mais próximo de Schumpeter no estilo “mais focado”. List nunca quis fazer teoria econômica. O que ele estudava era o seguinte: POR QUE ALGUMAS NAÇÕES SE DESENVOLVEM E OUTRAS NÃO? Respondido isso (ou encontrada uma ideia sobre isso), dedicou-se à próxima questão: O QUE A ALEMANHA TEM QUE FAZER PARA RECUPERAR SEU ATRASO?
Ou seja, List nunca quis fazer nenhuma teoria e buscar algumas verdades universais (de maneiras a contribuir com a ciência) sobre a Economia. Ele buscou a realidade da Alemanha e a ela se dedicou. Assim, defendeu o protecionismo (que os Ingleses fizeram muito, que a Europa faz muito e que os EUA, disfarçadamente, também faz); defendeu o mercantilismo ou a exploração das colônias ou outros países menos avançados (ou seja, tudo que os países centrais fazem) e uma política voltada ao crescimento da indústria em detrimento dos atrasos de um país agrário e sem classe média (os milicos alemães criaram uma classe média “a porrete” e induziram a Aelmanha à modernidade)
E, adivinha o que aconteceu: A ALEMANHA SE TORNOU A POTÊNCIA EUROPÉIA QUE FOI DESTRUÍDA DUAS VEZES E CONTINUA NADANDO DE BRAÇADA NA ECONOMIA MUNDIAL.
Entende, agora, porque o Chang “segue” o List? Com esse entendimento, tens ideia, ainda, de continuar fazendo essa crítica mesquinha e infantil ao List e ao Chang? Entenda um pouco mais de história econômica e do pensamento econômico e extrairás melhores resultados das tuas leituras. Essa é a segunda contribuição. Enjoy it.
Segundo
Chang (ou List) nunca diz que “a privatização, a redução da burocracia, um Banco Central menos politizado, a meta de inflação, a abertura comercial e o equilíbrio orçamentário do governo seriam medidas prejudiciais aos países pobres”.
Primeiramente, há que se avaliar cada um desses itens. Avalie cada variável individualmente, à moda Ricardiana (ou cartesiana, de Renè Descartes). Vá ao individual e, depois, volte ao todo (à moda Marxista).
Privatizações podem ser interessantes, desde que se tenha um horizonte bem claro da economia, tanto ao nível de maturidade de investimento como em prioridade e foco desenvolvimento. Possível isso em países com pouca cultura e em baixo estágio de desenvolvimento (econômico, cultural, social, intitucional)?
Redução da burocracia, Banco Central menos politizado e uma certa dose de controle na meta de inflação é de interesse de todos. Mas, dialeticamente falando, depende do contexto de cada economia. Como sair-se com uma receita (de bolo?) preparada para cada sociedade, independente do seu estágio de desenvolvimento? Oooops... não vais dizer que o que é bom pros EUA é bom pro Brasil, não é?
Abertura comercial deve vir na esteira de uma análise da maturidade da economia doméstica. Equilíbrio orçamentário tem que ser precedido por uma avaliação das condições de investimento e da demanda, à moda Keynesiana, da economia doméstica.
Por favor, leia mais sobre isso. E, principalmente, não empobreça tua análise ao jogar variáveis e dados sem se dar ao trabalho de avaliar.
Terceiro
Veja essa passagem de tua análise, corroborando minha pecha de que tua análise é pobre e infantil:
O desenvolvimentismo de Chang é muito similar ao nacionalismo de List,economista que representava o oposto daquilo que Adam Smith defendia. Contra a “mão invisível” do mercado, seria necessária a “mão benevolente” do governo. O protecionismo de Chang é o mercantilismo com um véu novo. Retirando o eufemismo, resta o velho dirigismo estatal, a crença de que o Estado deve assumir a locomotiva do desenvolvimento econômico.
Friedrich List já dizia que somente onde o interesse dos indivíduos estivesse subordinado ao da nação, haveria desenvolvimento decente. A nação era vista como um ente concreto, com desejos e interesses, que justificavam inclusive o sacrifício dos indivíduos. Quem saberia dizer quais os verdadeiros interesses da nação? Com certeza, os “sábios”, entre eles List. A glória futura da nação valeria mais que tudo. Nesse aspecto ao menos, Hitler não foi
muito criativo.
Em primeiro lugar, acrescentar Hitler à tua análise (mesmo que queiras aproveitar o mote dos “interesses da nação”) é infantil e tendencioso. Muito pobre para uma pessoa inteligente (que é diplomata, por sinal) como tu. Certo?
Na continuação, a defesa neoliberal e a mão-invisível do Adam Smith só existem nos contos da carochinha (ou no Instituto Von Mises) e na tua cabeça. Acorde, pois tua dose de Rohypnol foi forte. Observe que os interesses da nação sempre foram fortes nos países mais liberais (que tu mesmo conheces), como EUA e UK. Onde está o mérito de tua análise?

Bom, o resto da tua análise está pior ainda, com passagens acusativas ao marxismo e outros pontos de vista pobres. Porém, não farei a crítica hoje. Se responderes a esse e-mail, voltarei a ensinar a esse “Doutor em Ciências Sociais” e “Mestre em Planejamento Econômico” a fazer uma melhor análise da História Econômica e uma melhor avaliação do Pensamento Econômico. Assim, clareando um pouco mais sua ideologia neoliberal, distorcida e tendenciosa. Não creio.....

Hasta
Ricardo Piccoli

Carga tributaria brasileira em comparacao internacional

Carga Tributaria Brasil e Comparada 2010
Brasil x Países OCDE Selecionados
Por Ricardo Bergamini

As comparações dos valores de carga tributária nacional com as de outros países devem ser feitas com cuidado, pois algumas espécies tributárias existentes em um país podem não existir em outros. Um exemplo é a previdência, que em alguns países é privada, não fazendo parte da carga tributária. No caso do Brasil, há que se considerar, além da complexidade de um sistema federativo com três esferas de Governo - cada um com sua competência tributária, a magnitude dos serviços que o Estado pretende prover à população. A carga atual está determinada pelo orçamento e, do ponto de vista legislativo, não tem havido medidas no sentido de aumenta-la, pelo contrário, sucessivas medidas de desoneração têm sido aprovadas. O quadro demonstrativo abaixo apresenta, a título ilustrativo, uma comparação da carga tributária nacional com a de alguns países da OCDE.
 
Países  % do PIB
México 18,1
Chile 20,9
Estados Unidos 24,8
Coréia do Sul 25,1
Turquia 26,0
Irlanda 28,0
Suíça 29,8
Grécia 30,9
Canadá 31,0
Portugal 31,3
Nova Zelândia 31,3
Espanha 31,7
Israel 32,4
Brasil 33,5
Estônia 34,0
República Checa 34,9
Reino Unido 35,0
Islândia 36,3
Alemanha 36,3
Luxemburgo 36,7
Hungria 37,6
Eslovênia 37,7
Áustria 42,0
Finlândia 42,1
Noruega 42,8
França 42,9
Itália 43,0
Bélgica 43,8
Suécia 45,8
Dinamarca 48,2
 – Fonte MF   Base: Ano de 2010      

Carga Tributária Brasileira – Fonte MF Base: De 1989 até 2011
28 Dec 2012

Carga Tributária Brasileira - % PIB
Ano Federal  Estadual Municipal Total
1989 16,05   6,71         0,95         23,71
1992 17,00   6,96        1,00          24,96
1994 19,90   6,98        1,02          27,90
2002 22,08   8,90        1,37          32,35
2010 23,15   8,53        1,85          33,53
2011 24,73   8,63        1,95          35,31
 Por Ricardo Bergamini

1 – Em 1990 o Presidente Collor assumiu o governo com uma carga tributária de 23,71% do PIB, entregando o governo em 1992 com uma carga tributária de 24,96% do PIB. Aumento de 5,27% em relação ao ano de 1989.

2 – Em 1992 o Presidente Itamar Franco assumiu o governo com uma carga tributária de 24,96% do PIB, entregando o governo em 1994 com uma carga tributária de 27,90% do PIB. Aumento de 11,78% em relação ao ano de 1992.

3- Em 1995 o Presidente FHC assumiu o governo com uma carga tributária de 27.90% do PIB, entregando governo em 2002 com uma carga tributária de 32,35% do PIB. Aumento de 15,95% em relação ao ano de 1994.

4 – Em 2003 o Presidente Lula assumiu o governo com uma carga tributária de 32,35% do PIB, entregando o governo em 2010 com uma carga tributária de 33,53% do PIB. Aumento de 3,65% em relação ao ano de 2002.

5 – Em 2011 a Presidente Dilma assumiu o governo com uma carga tributária de 33,53% do PIB aumentando para 35,31% do PIB no seu primeiro ano de governo. Aumento de 5,31% em relação ao ano de 2010.

6 – De 1990 até 2011 a carga tributária brasileira teve um aumento real em relação ao PIB de 48,92%.
6.1 – Aumento da carga tributária federal no período – 54,08%.
6.2 – Aumento da carga tributária estadual no período – 28,61%.
6.3- Aumento da carga tributária municipal no período – 105,25%.

Brasil ja vai 'a guerra... comercial: pela direcao da OMC

Candidatura brasileira à Direção-Geral da OMC

Por instrução da Senhora Presidenta da República, o Governo brasileiro apresentará a candidatura do Embaixador Roberto Azevêdo ao cargo de Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) para o período 2013-2017. O processo de eleição, conduzido pelo Conselho Geral da OMC, ocorrerá a partir do dia 31 de março e deverá concluir-se até 31 de maio de 2013.
28/12/2012 - Por instrução da Senhora Presidenta da República, o Governo brasileiro apresentará a candidatura do Embaixador Roberto Azevêdo ao cargo de Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) para o período 2013-2017. O processo de eleição, conduzido pelo Conselho Geral da OMC, ocorrerá a partir do dia 31 de março e deverá concluir-se até 31 de maio de 2013.
Membro fundador da OMC, o Brasil tem desempenhado papel importante no sistema multilateral de comércio. No âmbito da Rodada Doha do Desenvolvimento, o Brasil tem defendido o crescente engajamento dos membros para o cumprimento dos objetivos da Organização, com vistas à melhoria dos padrões de vida, à garantia do pleno emprego e da renda, à expansão da produção e do comércio de bens e serviços, bem como ao uso dos recursos disponíveis em conformidade com o desenvolvimento sustentável.
O Embaixador Roberto Azevêdo reúne importantes qualificações para o exercício da função de Diretor-Geral da OMC, com amplo conhecimento da Organização, seus mecanismos e potencialidades, estando diretamente envolvido com temas econômicos há mais de vinte anos:
(a) de 1995 a 1997, atuou como Subchefe para Assuntos Econômicos no Gabinete do Ministro de Estado das Relações Exteriores;
(b) entre 1997 e 2001, serviu na Delegação do Brasil junto à ONU e Outros Organismos Internacionais em Genebra, acompanhando contenciosos na OMC na qualidade de membro de painéis e chefe de delegação;
(b) em 2001, participou da criação da Coordenação-Geral de Contenciosos do Itamaraty, unidade que dirigiu por mais de quatro anos, atuando como chefe de delegação em contenciosos como os casos de Subsídios ao Algodão (iniciado pelo Brasil contra os Estados Unidos), Subsídios à Exportação de Açúcar (iniciado pelo Brasil contra as Comunidades Europeias) e Medidas que Afetam a Importação de Pneus Reformados (litígio iniciado pelas Comunidades Europeias);
(c) de 2005 a 2006, chefiou o Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, atuando como chefe da delegação brasileira na Rodada de Negociações Multilaterais da Organização Mundial do Comércio (Rodada Doha);
(e) entre 2006 e 2008, foi Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores;
(e) desde setembro de 2008, é o Representante Permanente do Brasil junto à OMC e outras Organizações Econômicas em Genebra, atuando como negociador-chave para as negociações multilaterais de comércio.
A candidatura brasileira representa a importância atribuída pelo País ao fortalecimento da OMC e procura contribuir para o progresso institucional da Organização e para o desenvolvimento econômico e social mundial.

Retrato do Brasil atual (nao chore, por favor...)

Sim, não tem porque você gastar suas lágrimas de desespero com tanta gente desprezível, no limite da criminalidade (e alguns já cairam nela). Como é final de ano, seria melhor não entristecer o ambiente pensando em coisas ruins, como as que são relatadas (infelizmente, por puro realismo) neste blog (que só pode ser sado-masoquista). Tente pensar em coisas boas, no que você vai empreender em 2013e, por exemplo, mas fora da vida política, porque esta não tem qualquer chance de melhorar no futuro previsível.
Pense em poesia, em crianças sorrindo, nos seus novos projetos, enfim, em qualquer coisa menos nos personagens pouco (ou nada) recomendáveis que são listados abaixo.
Como disse, espaireça neste fnal de ano, coisas leves, descompromissadas.
Mas tenha certeza de uma coisa: não existe a menor chance, a mais mínima hipótese de melhorar. Tudo indica que vai continuar piorando, por um bom tempo ainda...
Paulo Roberto de Almeida

Apesar de tudo, Feliz Ano Novo
Coluna Carlos Brickmann, 29/12/2012

José Genoíno, condenado pelo STF no processo do Mensalão, assume a cadeira de deputado federal como suplente de Carlinhos de Almeida, que se elegeu prefeito de São José dos Campos. A pena de Genoíno é de 6 anos e 11 meses de prisão, em regime semiaberto. Sessões à noite, nem pensar.
A família vai bem, obrigado. O deputado federal José Nobre Guimarães, irmão de Genoíno, é líder da bancada petista. Lembra do cavalheiro preso com cem mil dólares na cueca? Era assessor do Nobre parlamentar.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati, engordou o cofrinho aposentando-se como ex-senadora. Saiu no Diário Oficial do dia 27.

O Governo paulista, forçado pela Lei de Acesso à Informação, revelou que paga pensão vitalícia a 266 políticos ou parentes de políticos. São R$ 33 milhões, para, entre outros, dois ex-ministros, dois ex-governadores, um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, a viúva de um ex-governador e um ex-candidato à Presidência da República. Nomes? Ex-ministros, Almir Pazzianoto e Wagner Rossi; ex-governadores, José Maria Marin - sim, o presidente da CBF - e Alberto Goldman; conselheiro do TCE, Robson Marinho (que acumula a pensão com o salário do tribunal); viúva de ex-governador (Mário Covas), Lila Covas; ex-candidato à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio.

Tudo isso está na lei. E esqueça Chico Buarque: amanhã não vai ser outro dia.

Detalhes...
Uma das pensionistas do Governo paulista é Roseli Fátima Gonzalez, viúva do deputado estadual Nunes Ferreira. Ferreira exerceu o mandato de 1954 a 1962. A Carteira de Previdência dos parlamentares foi criada em apenas em 1976, 14 anos depois. Mas tudo, não se preocupe, está dentro da lei.
Pague, pois.

...tão pequenos
As pensões variam de R$ 10 mil a R$ 19 mil para ex-deputados e de R$ 7.500 a R$ 19 mil para dependentes.
Mas não se preocupe, isso sobe agora em janeiro.

Quem procura acha
Renan Calheiros já teve de renunciar à Presidência do Senado para não ser abatido por um escândalo. Agora é favorito por ter o apoio de Sarney, dos partidos governistas (com raras exceções, como Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon, PMDB, Pedro Taques, PDT, Randolfe Rodrigues, PSOL), mais o do PSDB. E por que os tucanos apoiam Renan? Simples: é o retorno do trabalho de Renan para livrar o governador goiano Marconi Perillo, do PSDB, da CPI do Cachoeira.

Luz não, choque sim
Pode ficar tranquilo, diz a presidente Dilma Rousseff: não há uma crise no setor de energia do Brasil, apesar dos múltiplos apagões que têm ocorrido. "Acho ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento de energia".
A presidente tem razão: racionamento é coisa organizada, em que se distribui da melhor maneira possível um produto insuficiente e se comunica à população como as coisas vão funcionar. Aqui não há racionamento: a luz cai, e volta um dia desses.

Gargalhe no escuro
A presidente disse também que devemos gargalhar quando alguém atribuir a raios os problemas no sistema elétrico. "É falha humana", assegurou. Mais uma vez, tem razão: quem será a pessoa que falhou ao nomear um político maranhense sarneyzista, cujo conhecimento de energia se limita a acender e apagar a luz da sala, para comandar o abastecimento e distribuição de eletricidade no Brasil?

Imexível
A presidente Dilma garantiu também que seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, só deixa o cargo se quiser. Por ela, fica. E mais uma vez tem razão. Na mitologia grega, Cassandra, princesa troiana, negou-se a dormir com o deus Apolo, e foi condenada a ter o dom da profecia precisa, sem que ninguém nela acreditasse (e, por rejeitar suas previsões, Troia foi vencida pelos gregos). O nome de Cassandra é lembrado até hoje.
E Guido Mantega é superior: ninguém acredita nele, mas como suas profecias nunca estão certas, isso não faz mal a ninguém.

Quem sabe
Triste com as informações desta coluna? Mas este, convencionou-se, é um dia de festa, de alegria, de esperanças no novo ano. Então, colaboremos: o senador José Sarney, do PMDB do Amapá, está dizendo que, ao final de seu mandato (daqui a exatamente dois anos), deixará de se candidatar. Na política, claro, continua, que osso bom não se larga: deve participar da campanha de sua filha Roseana à reeleição para o Governo maranhense, e continuará comandando seu grupo, que inclui o atual ministro das Minas e Energia, Édison Lobão.
Sarney assumiu seu primeiro mandato (deputado federal) em 1955 - há 58 anos. Há 50 anos manda no Maranhão. Esteve em quatro partidos - PSD, UDN, Arena, PMDB - sempre no Governo.
E o Maranhão? Está onde sempre esteve.

(Un)Doing Business: como atrapalhar as empresas e dificultar negocios; adivinhe quem e' o campeao...

Enfim, essa também é covardia: perguntar onde é mais difícil fazer negócios, ganhar dinheiro, viver em paz com sua humilde pequena empresa. Claro que é neste nosso paisinho difícil, neste nosso planetinha que cada vez fica mais integrado e mais market-friendly.

Os 10 países onde MENOS HORAS se dedicou, num ano, ao esforço de se manter em ordem com o órgão arrecadador de tributos.  Ou seja, não se trata de pagar menos impostos, mas do tempo dispendido com a burocracia do setor, em 2011.

1. Maldivas: 0 horas
2. Emirados Árabes Unidos: 12 horas
3. Bahrein: 36 horas
4. Qatar: 36 horas
5. Bahamas: 58 horas
6. Luxemburgo: 59 horas
7. Omã: 62 horas
8. Suíça: 63 horas
9. Irlanda: 76 horas
10.Seicheles: 76 horas

Os 10 países onde MAIS HORAS se trabalhou em um ano para declarar impostos em 2011:

1. Brasil: 2.600 horas ( é mais que o dobro do 2º colocado! )
2. Bolívia: 1.080 horas
3. Vietnã: 941 horas
4. Nigéria: 938 horas
5. Venezuela: 864 horas
6. Bielorrússia: 798 horas
7. Chade: 732 horas
8. Mauritânia: 696 horas
9. Senegal: 666 horas
10.Ucrânia: 657 horas

Fonte: Banco Mundial (Doing Business 2011)

Paraguay: an horrific history - The Economist

Paraguay's awful history
Dec 19th 2012, 23:55 by The Economist online

THE War of the Triple Alliance, fought between Paraguay and a coalition of Argentina, Brazil and Uruguay from 1865-70, was arguably the worst military defeat ever inflicted on a modern nation-state. In the wake of the impeachment of Paraguay's president in June, this week's special Christmas double issue of The Economist explores how the legacy of the war continues to shape and blight the country.

The never-ending war
How a terrible but little-known conflict continues to shape and blight a nation
Dec 22nd 2012 | ASUNCIÓN | from the print edition

He died with his homeland
THE fall of the “father of all Paraguayans” was even more abrupt than his rise. In 2008 Fernando Lugo, a Catholic bishop and liberation theologian who called himself a champion of the poor, won his country’s presidential election and broke the Colorado Party’s chokehold on power. Shortly after his inauguration, however, four women said that he had fathered their children while under a vow of celibacy; Mr Lugo recognised two of them. The Liberal party, whose support had propelled him to the presidency, repudiated him. In June 2012 Congress summarily removed him from office, after he was accused of mishandling a clash between police and landless peasants.

In the eyes of the leftist leaders of Argentina, Brazil and Uruguay, Paraguay’s partners in the Mercosur trade block, the lightning-fast impeachment was a coup. They suspended the country from Mercosur and encouraged the Organisation of American States (OAS) to do the same. On June 26th Hugo Saguier, Paraguay’s ambassador to the OAS, took the floor and lashed out. “If you want to form a new Triple Alliance,” he said, “go ahead.”

Many in the room were puzzled. But Brazil’s representative angrily replied that the comment was “unnecessary and gratuitous”. Mr Saguier had invoked one of the deepest scars in Latin America’s history: the War of the Triple Alliance, a conflict between Paraguay and a coalition of Argentina, Brazil and Uruguay that began in 1865 (just as the American civil war was drawing to a close), and ended in 1870. “I wanted [the speech] to hurt,” Mr Saguier says.

The war, known in Paraguay as the “War of ’70” or the “Great War”, was among the worst military defeats ever inflicted on a modern nation state. According to Thomas Whigham of the University of Georgia, as much as 60% of the population and 90% of Paraguayan men died from combat or, more often, from disease and starvation. Other researchers put the figure considerably lower—but still atrociously high. Federico Franco, Mr Lugo’s successor, recently called the war a “holocaust”. Yet it is little known outside the region. Even in Paraguay its moral ambiguities have caused generations of leaders to shroud it in myth.

But the diplomatic backlash against the impeachment has revived debate about this national trauma. After 142 years Paraguay is grappling with the mixture of hubris and heroism that plunged it into self-immolation, a tragedy that still defines the country.

Modern Paraguay—flat, landlocked and steamy—is a geopolitical pipsqueak. Its foreign influence is limited to two giant dams on its borders, soyabean exports that feed Chinese livestock and the free-for-all bazaar of Ciudad del Este, a border town where vendors of cut-rate electronics and clothes operate in public, and arms dealers and Hizbullah fund-raisers do so in private.

In the mid-1800s, however, Paraguay was a middling regional power. It began a breakneck industrialisation during the presidency of Carlos Antonio López, who imported European experts to build a shipyard, a foundry and one of South America’s first railways. He also beefed up the army to deter Paraguay’s twitchy neighbours: Argentina considered the country a rebel province until 1852, while Pedro II, the Brazilian emperor, claimed lands that Spain and Portugal had disputed.

He died with his homeland
In 1862 López died, and was succeeded by his son Francisco Solano. The younger López demanded absolute deference—he banned people from turning their backs to him, or sitting while he stood—and was eager to make a name for himself as a statesman. In 1864 he saw his chance. To protect its commercial interests, Brazil threatened to intervene in a civil war in Uruguay, a small buffer state between it and Argentina. López feared this would upset the regional balance of power, and announced that Paraguay could not tolerate the presence of Brazilian troops on Uruguayan soil.

Pedro shrugged him off and invaded Uruguay. Soon afterwards López declared war on Brazil and attacked its interior province of Mato Grosso. He later dispatched a force to Uruguay as well. When Argentina refused to let him march troops through its territory, López sent them anyway. Once the Brazilian-backed side won the war in Uruguay, the three governments signed a secret pact. They agreed to annex half of Paraguay’s territory, collect reparations and forbid it from keeping an army—and to fight until López was ousted.

The odds were stacked against Paraguay. The allies’ combined population was 25 times bigger. Paraguay relied on Napoleonic-era kit—muskets, 17th-century cannon and wooden boats—and, being landlocked, could not import modern armaments. Many of its horses were crippled by a spinal ailment. The allies ultimately mustered long-range rifles, artillery and ironclad warships.


Victory or death. It was death

The Paraguayan invaders were soon beaten back from Uruguay and Brazil, and López proposed peace. But Pedro’s honour would not let him quit until his rival was toppled (the Brazilian troops did most of the fighting). Honour similarly prevented López from abdicating, though perhaps no alternative, self-respecting Paraguayan leader could have surrendered on the secret pact’s terms. What began as a capricious escapade became a total war, and a struggle for national survival.

For three years the outgunned, undermanned Paraguayans battled their enemies to a stalemate in the country’s southern marshes. Water mines and obstacles at the fort of Humaitá blocked the Brazilians’ advance by river. But in 1868 heavy rains raised the water level, and their boats quickly reached Asunción, the capital. Paraguay’s army surrendered the next year.

López, however, would not give up. He moved his capital from one town to another, taking the entire state archives in tow. He imagined a vast conspiracy against him, and jailed and tortured thousands of his most loyal backers, including his own mother and sister. His brother was among the 700-800 people he had executed—often by lance to save ammunition.

Because López had drafted every man in Paraguay, there was no labour to work the fields, and starvation set in. Many who subsisted on bitter wild oranges succumbed to cholera, malaria and dysentery. As able-bodied men died, López recruited a new army of wounded and child soldiers. He armed them with sticks painted to look like guns, disguising the youngsters with fake beards. The army’s original red uniforms had dwindled to rags; rain seeped through ponchos made of shredded carpets. Eventually they fought naked. (Today, Paraguay celebrates Children’s Day on the anniversary of a battle in which 2,000 children perished.)

López continued to retreat. In 1870 the Brazilian army cornered him at last at Cerro Corá, in the remote north-east. His ring bore a slogan, “victory or death”, which he honoured by refusing to surrender. “I die with my homeland,” he proclaimed before being shot—though his partisans insist he said “for my homeland”. Elisa Lynch, his Irish consort, buried him next to their son.


My day will come

According to a rough-and-ready post-war census, just 29,000 males over the age of 15 were left in Paraguay. One observer called the survivors “living skeletons…shockingly mutilated with bullet and sabre wounds”. Jaguars roamed freely and feasted on human flesh. Women wandered the streets naked.

The war wiped out Paraguay’s elite. After an eight-year occupation the country was run by Argentine carpetbaggers and exiles who had backed the allies. They branded López a butcher and a tyrant, and excised him from history. He had foreseen what would become of his reputation. “I will be buried beneath the weight of mountains of ignominy,” he said on the day before his death. “But my day will come, and I will rise from the abyss of slander to…take my rightful place in history.”

Time would prove him right. By the 1920s tensions were rising with Bolivia over the Chaco region, wrongly thought to be rich in oil. Eager to whip up nationalist sentiment, the government recast López as a symbol of the country’s bellicose spirit.

From 1932-35 the two countries went to war. This time Paraguay won. The indigenous Bolivian soldiers did not want to fight for their white commanders, and could not understand Paraguayan radio signals in the Guaraní language. Their wool uniforms left them dehydrated in the arid Chaco.

With Paraguay’s pride restored, López’s remains were moved to a domed shrine in central Asunción. Today, el mariscal (“the marshal”) is the country’s improbable icon. A portrait of him atop a stallion hangs in the president’s office in the López Palace, which he built. His sword sits in a display case.

Yet despite this clumsy hagiography, Paraguay has done little to tell the real story of the war. Asunción has no history museum; the main battlefields have been neglected. Humaitá is now a fishing village, accessible only by a dirt road that is often blocked by cattle. The river moves a few feet east every year, taking the border with Argentina with it. It now threatens to flood the ruins of a church destroyed by the invaders. “What they didn’t take in the war, they’re getting from the river,” says Vicenta Mirando, a local schoolteacher.

The war’s worst atrocity occurred in Piribebuy, 80km (50 miles) east of Asunción by road. There Brazilian troops cut the throats of everyone they could find, and locked the doors to a crowded hospital before setting it alight. A gruesome concrete relief, illustrating the horror, has been built on the site; the town has funded a one-room museum, which includes a single tuft of braided hair removed from the mass grave below its 18th-century church. In the church itself, however, there is no sign of the history buried below the red-tiled floor. Speakers blare Christian rock between services.

It isn’t even past

Paraguay’s suspension from Mercosur set off a surge of nationalism. Asunción is plastered with posters trumpeting the country’s sovereignty. “We won’t accept foreign tutelage,” says President Franco. “This is a poor but dignified country. It’s poor as a consequence of an unjust war.” He demands that Brazil return Paraguay’s “Christian Cannon,” cast from melted church bells.

The episode has also increased sympathy for López in some quarters. “I’ve had my re-evaluation of el mariscal,” says Esteban Burt, a lawyer. “The Triple Alliance went out of its way to say [the impeachment] was a disgrace, that Paraguayans should be punished. We haven’t heard that sort of language since 1870.” Mr Burt thinks that Brazil’s wartime archives, the last of which were declassified this year, will reveal that the allies had conspired to destroy Paraguay years before the war began.

But Mr Lugo’s career highlights other aspects of the war’s legacy. His election was widely celebrated because it ended 61 years of unbroken rule by the Colorado Party, 35 of them under Alfredo Stroessner. It was under Stroessner that the cult of López reached its apex. “The emphasis on glory, self-sacrifice, authoritarian models and internal enemies felt very congenial to the stronistas,” says Mr Whigham, the historian. Stroessner’s state “legitimised itself by drawing a straight line between Big Al and the Marshall.”


Wartime depopulation also influenced Stroessner’s policies. Post-war governments distributed brochures offering immigrants a free trip to Paraguay and land. A series of Utopian colonies sprung up, including a “New Australia” and an Aryan-supremacist “Nueva Germania”, co-founded by Friedrich Nietzsche’s sister, where a German flag still flies. In 1931 descendants of that group set up the first Nazi party outside Germany. (At the start of the second world war, Paraguay’s government openly sympathised with Hitler. The national police director named his son Adolfo Hirohito; police cadets wore swastikas on their uniforms.)

Another German who came to Paraguay after the war was Stroessner’s father, a Bavarian. Stroessner himself had no direct ties to the Paraguayan Nazis, but he shared many of their instincts: in 1974 he was accused by the UN of committing genocide against the native Aché people. He also harboured numerous Nazi war criminals, including Josef Mengele.

This autocratic tradition may have influenced Mr Lugo’s dismissive attitude to other politicians—a crucial factor in his downfall. The Liberals abandoned him in part because they felt their support had not been adequately rewarded in policies and jobs. Instead Mr Lugo had packed his cabinet with leftist allies. “You get in with one group and govern with another,” he reportedly said.

“Piribebuy has funded a one- room museum, which includes a single tuft of braided hair removed from the mass grave below its 18th-century church”
But alienating the Liberals cost him his presidency, because the Paraguayan left was far too weak to protect him. That too has roots in the war. “Our economy never overcame the deficiencies the war imposed on us,” says Jorge Rubiani, an architect and author, “so there was never an industrial structure to generate class consciousness.” Brazilian troops destroyed the foundry at Ybycuí, Paraguay’s main industrial asset, so it could never be reused.

The pretext for the impeachment also stems from the conflict. Before 1865 most Paraguayan land was state-owned. To pay reparations, post-war governments sold off huge plots to Argentine landowners. The broad subdivisions of Paraguay in 1880s maps refer to individual possessions, not provinces. Those concentrated holdings still bedevil the country: they include the ranch where police fired on peasant squatters in June.

Even Mr Lugo’s first misstep, his paternity scandal, can arguably be traced to the war. Sexual relations in Paraguay have always been open: in 1545 a Spanish priest called the country “Muhammad’s paradise” after witnessing his compatriots sleeping with numerous native women, behaviour he associated with Muslims. In the mid-1800s most Paraguayan households were led by señoras, often depicted chomping cigars, carrying food on their heads and sporting white cotton dresses. They paired off with a rotating cast of itinerant men.

But even that tradition did not prepare society for the post-war free-for-all. “Men without modesty”, wrote one newspaper, “may be found even in the corridors of the Church and the cemetery, atrociously scandalising even during the day to satiate their brutal passions.” No one knows whether the intercourse in “plazas, streets and meeting places” was rape, prostitution or a result of the privileges men enjoyed because of the distorted sex ratio. Mr Lugo might not have realised quite how far sexual mores had changed. “Lugo was the cultural extension of the idea that we have to populate the country,” says Benjamín Fernández Bogado of 5 Días, a newspaper. “Having children in huge quantities wasn’t a problem. Even priests could have children.”

Sexual violence during the war itself poisoned attitudes to race. In its own way, Paraguay is a melting pot: the countryside is full of blond-haired, blue-eyed peasants who speak fluent Guaraní and halting Spanish. Yet López’s propagandists tried to drum up prejudice against the Brazilian army, which was mostly black, since Pedro promised to free slaves who fought. They called the emperor the “chief of the monkey tribe”. The resentment lingers. “The kambá raped our women,” says Miguel Ángel of the Piribebuy museum, using the Guaraní word for blacks. Legend has it that the resulting black babies were killed.

The would-have-been country

Perhaps the final tragedy of the war is that it is so little known abroad. Mr Fernández Bogado thinks this is no coincidence. “The world isn’t a comfortable place for us,” he says of his country’s insularity. “It’s a scene of danger, conspiracy and death.” For Paraguayans, he explains, success is a prelude to danger: when the national football team scores, “It makes us nervous and we panic.”

Guaraní—still spoken by 80% of the population—renders time differently from Western tongues. The future is uncertain: the word for “tomorrow” means “if the sun rises”. The past is divided between what happened, and what was supposed to but did not. If you quit a seminary, you are a “would-have-been priest”; a broken engagement yields a “would-have-been spouse”. This grammar is “like a backpack you can never take off,” says Alejandra Peña, a former national museum director.

Paraguayans still die in falls and accidents while digging for treasure supposedly buried by their forefathers during the war. Perhaps they can only truly understand the conflict in their mother tongue. They know full well the woes of the country they live in, but never forget the one that might have been.

Ainda precisamos de bibliotecas? Um debate no New York Times

More Relevant Than Ever
Luis Herrera is the city librarian of San Francisco.
The New York Times, December 27, 2012

The public library is a true American invention. Perhaps no other place captures the values of freedom of expression and democracy like this venerable institution. Libraries represent what we should never take for granted: the freedom to read, the freedom to choose and the freedom to share our ideas. The library’s mission to provide free and open access to information in all its myriad formats remains constant.

But libraries across the nation are in a state of transformation. A key issue is the transition of the publishing industry from print to electronic materials, especially as the industry grapples with allowing libraries to buy and circulate e-books to meet the growing demands of readers.

Libraries are a place for personal growth and reinvention, a gathering place for civic engagement.
Libraries are successfully moving from analog to the digital age by providing access to a broad range of digital and multimedia tools that will prepare future generations with 21st-century technology skills. Across the nation, public libraries are the No. 1 point of online access for people without Internet at home, school or work. One hundred percent of public libraries now offer access to the Internet and 90 percent offer technology training. Libraries are finding creative ways to address patrons’ technology demands. Several years ago, San Francisco Public Library began allowing patrons to check out laptop computers to use in the library. This is now the highest-circulating item in our system.

Visit a public library today and you will see a hub of activity. In San Francisco, our computer labs thrive as drop-in resource centers for job seekers and small business entrepreneurs. Librarian-led workshops teach basic computer skills (in Cantonese, Mandarin, Japanese, Spanish and Russian) and help avid readers of all ages to download free library e-books onto tablet computers and other devices.

Libraries are more relevant than ever. They are a place for personal growth and reinvention, a place for help in navigating the information age, a gathering place for civic and cultural engagement and a trusted place for preserving culture. While the technology for accessing library materials has changed and will continue to change, our mission – to inform, to share and to gather – will not.
================
Failing to Close the ‘Digital Divide’
Susan Crawford is a visiting professor at the Harvard Kennedy School and Harvard Law School, and a contributor to Bloomberg View and Wired. She is the author of "Captive Audience: The Telecom Industry and Monopoly Power in the New Gilded Age."

DECEMBER 27, 2012

For a growing number of Americans, a library is for Internet access. According to a Pew survey last month, more than a quarter of all adults used the Internet at a library during the past year. The numbers are higher for blacks and Latinos than they are for whites. Indeed, whites may not know or understand how important library Internet access is to minorities: 92 percent of blacks and 86 percent of Latinos said it was very important for libraries to offer free access to computers and the Internet, while only 72 percent of whites did.

Users of public library Internet connections tell surveyors that they're applying for jobs, doing homework, getting information about health care, finding out about government benefits and managing their finances. And because almost a third of Americans (again, more blacks and Latinos than whites) don't subscribe to our country's expensive Internet access at home, librarians say that they're scrambling to fill the gap left by our nation's yawning digital divide.

The demand for libraries’ limited resources has outstripped the supply of both computers and bandwidth.
A recent study by the Information Policy & Access Center at the University of Maryland reports that the demand for libraries’ limited resources has outstripped the supply of both computers and bandwidth: 87 percent of urban libraries report having insufficient computers, and only 17 percent of rural libraries offer broadband speeds greater than 10 Mbps, compared with 57 percent of urban libraries.

In the 21st century, high-speed Internet access is almost as essential as electricity. That libraries serve as the provider for millions of Americans isn't something to celebrate. It's a sign that we're in trouble. We're depriving people of basic information access that is central to every policy we care about – including health, education and national security – even though every American should be able to communicate reliably and access information at any time.
===================
It’s Not Just Story Time and Bookmobiles


Buffy J. Hamilton is a school librarian at Creekview High School in Canton, Ga. In January she will become the learning strategist for the Cleveland Public Library. She is on Twitter.

DECEMBER 27, 2012

Contemporary libraries have shifted from warehouses of books and materials to become participatory sites of culture and learning that invite, ignite and sustain conversations.

The media scholar Henry Jenkins has identified that such participatory sites of culture share five traits:

· Creating learning spaces through multiple participatory media;

· Providing opportunities for creating and sharing original works and ideas;

· Crafting an environment in which novices’ and experts’ roles are fluid as people learn together;

· Positing the library as a place where members feel a sense of belonging, value and connectedness; and

· Helping people believe their contributions matter by incorporating their ideas and feedback.

Modern libraries of all kinds – public, school, academic and special – are using this lens of participatory culture to help their communities rethink the idea of a “library.” By putting relationships with people, libraries can recast and expand the possibilities of what we can do for communities by embodying what Guy Kawasaki calls enchantment: trustworthiness, likability, and exceptional services and products.

Libraries in various communities provide enchantment through traditional services, like story time, bookmobiles, classes and rich collections of books. However, libraries are also incorporating innovative new roles: librarians as instructional partners, libraries as “makerspaces,” libraries as centers of community publishing and digital learning labs.

While libraries face many challenges – budget cuts, an ever-shifting information landscape, stereotypes that sometimes hamper how people see libraries, and rapidly evolving technologies – our greatest resource is community participation. Relationships with the community build an organic library, that is of the people, by the people and for the people.

=====================
For Gathering and for Solitude


Matthew Battles, a fellow at the Berkman Center for Internet & Society at Harvard University, is the author of "Library: An Unquiet History." He is on Twitter.

DECEMBER 27, 2012

The library is very nearly unique in its flexibility both as institution and metaphor. Books and the places that keep them have taken many forms, and yet, whether it’s the rarefied milieu of the Vatican or the sleepy stillness of a small-town reading room, we tend to subscribe to a set of norms: studiousness, solitude and quiet above all. These connect the sense that all these disparate places really are one place, consistent across times and cultures.

But libraries are very different, not only from one institutional context to another, but also over the course of their long history. Throughout that history, the qualities we ascribe to them have shifted and changed as well. Libraries constitute archaeologies of knowledge, reflecting not only cultural memory, but also the changing import of information, learning and literary expression in different times and places.

We still need spaces for making knowledge and sharing change, and some of those, surely, we will continue to call “the library.”
Are books repositories of all that is good and true, or shifting signifiers whose meanings change from one reader to the next? Is reading a means of individual development, ethnic acculturation or the expression of intellectual freedom? These ever-changing values play across the catalogs of standing collections and inspire new institutions to emerge.

In their long history, libraries have been models for the world and models of the world; they’ve offered stimulation and contemplation, opportunities for togetherness as well as a kind of civic solitude. They’ve acted as gathering points for lively minds and as sites of seclusion and solace. For making knowledge and sharing change, we still need such places — and some of those, surely, we will continue to call “the library.”

Join Room for Debate on Facebook and follow updates on twitter.com/roomfordebate.

Pierre Salama: as formigas asiaticas e a grande cigarralatino-americana ( o Brasil, claro...)

Le Brésil face aux autres économies émergentes d’Amérique latine et d’Asie
Paulo Paranagua
Le Monde, 20 Decembre 2012

Un émergent à la mode, le Brésil, peut en cacher d’autres, comme le Mexique, la Colombie, le Chili ou encore l’Argentine. L’ouvrage de Pierre Salama sur Les économies émergentes latino-américaines : entre cigales et fourmis (qui vient de paraître aux éditions Armand Colin) replace dans son contexte l’engouement suscité actuellement par les Brésiliens.

Salama privilégie le comparatisme et la mise en perspective, l’histoire économique au long cours.

Il ne se limite pas à comparer les performances des principales économies d’Amérique latine, il les confronte aux dragons et tigres asiatiques et à l’émergence de la Chine comme une nouvelle puissance, qui bouscule le vieux schéma sur le centre et la périphérie.

En même temps, il ne perd jamais de vue ses lecteurs français, soucieux d’une Europe en crise qui risque d’imiter des expériences latino-américaines révolues depuis deux décennies.

La comparaison entre l’Amérique latine et l’Asie tempère sérieusement l’optimisme des analystes incapables de prendre en compte les ombres et lumières du tableau. La croissance latino-américaine, notamment la brésilienne, reste très modeste par rapport à celles de la Chine et de l’Inde. Il ne faut pas prendre l’acronyme des BRICS (Brésil, Russie, Inde, Chine, Afrique du Sud) pour argent comptant.

Le poids du Brésil dans l’économie mondiale peine à dépasser les 1 %, tandis que la Chine est parvenue à atteindre les 10 %. La compétitivité de l’industrie brésilienne se dégrade, alors que celle de l’industrie chinoise s’améliore. Si les Chinois concurrencent désormais les Américains aux yeux des Latino-Américains, l’inverse n’est pas vrai : l’Amérique latine reste marginale pour Pékin.

Pédagogue, l’auteur discute aussi les théories économiques sur le développement et passe au crible les concepts, les indicateurs, les expressions utilisées couramment par les organisations multilatérales, les organisations non gouvernementales et les Etats. Derrière la critique des mots, il y a des nuances et la recherche de précision, de clarté.

L’engagement latino-américaniste de Pierre Salama n’est plus à démontrer. L’intérêt de son nouveau livre est de concilier le didactisme et la lucidité. Le Brésil et d’autres économies d’Amérique latine résistent plus ou moins bien à la crise internationale, mais elles n’ont pas pour autant surmonté leurs faiblesses. Ainsi, la moindre vulnérabilité, selon les critères traditionnels, a été remplacée par d’autres risques de contagion dus à la globalisation financière ou la dépendance à l’égard des cours des matières premières.

La reprimarisation de l’économie et la désindustrialisation relative précoce ne sont pas une fatalité. La mondialisation, l’ouverture économique peuvent être maîtrisés si l’Etat, déjà très présent par des dépenses publiques (et sociales) en hausse, se dote d’une politique spécifique. Des mesures protectionnistes passagères peuvent diminuer la désindustrialisation, mais le nationalisme qui freine l’intégration régionale n’est pas une solution à moyen ou long terme.

Salama décortique aussi les programmes sociaux et évalue leur contribution à la notable réduction de la pauvreté enregistrée dans la région. Il met en lumière l’importance de la croissance, de la création d’emplois et de la hausse des salaires dans l’amélioration du sort des Latino-Américains au bas de l’échelle. Il pointe du doigt la fiscalité régressive, qui n’aide pas à combler le fossé des inégalités.

Le social étant l’autre face de l’économie, l’auteur aborde un défi autrement plus complexe à comprendre et à relever que la dette des Etats : la montée des violences, avec l’explosion du nombre d’homicides à des niveaux insupportables en Amérique centrale, au Mexique, au Brésil, au Venezuela, alors qu’ils sont en baisse en Colombie, malgré l’absence de règlement du conflit armé interne. Salama avance prudemment sur ce terrain, conscient que les explications socio-économiques restent insuffisantes, mais qu’il n’est plus possible d’éluder l’insécurité dans une évaluation des chances de l’Amérique latine à s’imposer comme un partenaire dans le nouvel ordre économique international.

Pierre Salama, Les économies émergentes latino-américaines : entre cigales et fourmis, Armand Collin, collection U, 2012, 230 pages.

Estado assistencialista do Brasil: so' faz crescer...

Os brasileiros, sobretudo os que estão, estarão ou poderão ser beneficiados com esse tipo de medida, não se dão conta de que já estão pagando, pagarão mais e continuarão pagando cada vez mais por essas prebendas estatais feitas com o seu dinheiro, justamente...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

The Economist quer reduzir as desigualdades - Editorial

Inequality and the world economy

True Progressivism

A new form of radical centrist politics is needed to tackle inequality without hurting economic growth


BY THE end of the 19th century, the first age of globalisation and a spate of new inventions had transformed the world economy. But the “Gilded Age” was also a famously unequal one, with America’s robber barons and Europe’s “Downton Abbey” classes amassing huge wealth: the concept of “conspicuous consumption” dates back to 1899. The rising gap between rich and poor (and the fear of socialist revolution) spawned a wave of reforms, from Theodore Roosevelt’s trust-busting to Lloyd George’s People’s Budget. Governments promoted competition, introduced progressive taxation and wove the first threads of a social safety net. The aim of this new “Progressive era”, as it was known in America, was to make society fairer without reducing its entrepreneurial vim.
Modern politics needs to undergo a similar reinvention—to come up with ways of mitigating inequality without hurting economic growth. That dilemma is already at the centre of political debate, but it mostly produces heat, not light. Thus, on America’s campaign trail, the left attacks Mitt Romney as a robber baron and the right derides Barack Obama as a class warrior. In some European countries politicians have simply given in to the mob: witness François Hollande’s proposed 75% income-tax rate. In much of the emerging world leaders would rather sweep the issue of inequality under the carpet: witness China’s nervous embarrassment about the excesses of Ferrari-driving princelings, or India’s refusal to tackle corruption.
At the core, there is a failure of ideas. The right is still not convinced that inequality matters. The left’s default position is to raise income-tax rates for the wealthy and to increase spending still further—unwise when sluggish economies need to attract entrepreneurs and when governments, already far bigger than Roosevelt or Lloyd George could have imagined, are overburdened with promises of future largesse. A far more dramatic rethink is needed: call it True Progressivism.
To have or to have not
Does inequality really need to be tackled? The twin forces of globalisation and technical innovation have actually narrowed inequality globally, as poorer countries catch up with richer ones. But within many countries income gaps have widened. More than two-thirds of the world’s people live in countries where income disparities have risen since 1980, often to a startling degree. In America the share of national income going to the top 0.01% (some 16,000 families) has risen from just over 1% in 1980 to almost 5% now—an even bigger slice than the top 0.01% got in the Gilded Age.
It is also true that some measure of inequality is good for an economy. It sharpens incentives to work hard and take risks; it rewards the talented innovators who drive economic progress. Free-traders have always accepted that the more global a market, the greater the rewards will be for the winners. But as our special report this week argues, inequality has reached a stage where it can be inefficient and bad for growth.
That is most obvious in the emerging world. In China credit is siphoned to state-owned enterprises and well-connected insiders; the elite also gain from a string of monopolies. In Russia the oligarchs’ wealth has even less to do with entrepreneurialism. In India, too often, the same is true.
In the rich world the cronyism is better-hidden. One reason why Wall Street accounts for a disproportionate share of the wealthy is the implicit subsidy given to too-big-to-fail banks. From doctors to lawyers, many high-paying professions are full of unnecessary restrictive practices. And then there is the most unfair transfer of all—misdirected welfare spending. Social spending is often less about helping the poor than giving goodies to the relatively wealthy. In America the housing subsidy to the richest fifth (through mortgage-interest relief) is four times the amount spent on public housing for the poorest fifth.
Even the sort of inequality produced by meritocracy can hurt growth. If income gaps get wide enough, they can lead to less equality of opportunity, especially in education. Social mobility in America, contrary to conventional wisdom, is lower than in most European countries. The gap in test scores between rich and poor American children is roughly 30-40% wider than it was 25 years ago. And by some measures class mobility is even stickier in China than in America.
Some of those at the top of the pile will remain sceptical that inequality is a problem in itself. But even they have an interest in mitigating it, for if it continues to rise, momentum for change will build and may lead to a political outcome that serves nobody’s interests. Communism may be past reviving, but there are plenty of other bad ideas out there.
Hence the need for a True Progressive agenda. Here is our suggestion, which steals ideas from both left and right to tackle inequality in three ways that do not harm growth.
Compete, target and reform
The priority should be a Rooseveltian attack on monopolies and vested interests, be they state-owned enterprises in China or big banks on Wall Street. The emerging world, in particular, needs to introduce greater transparency in government contracts and effective anti-trust law. It is no coincidence that the world’s richest man, Carlos Slim, made his money in Mexican telecoms, an industry where competitive pressures were low and prices were sky-high. In the rich world there is also plenty of opening up to do. Only a fraction of the European Union’s economy is a genuine single market. School reform and introducing choice is crucial: no Wall Street financier has done as much damage to American social mobility as the teachers’ unions have. Getting rid of distortions, such as labour laws in Europe or the remnants of China’s hukou system of household registration, would also make a huge difference.
Next, target government spending on the poor and the young. In the emerging world too much cash goes to universal fuel subsidies that disproportionately favour the wealthy (in Asia) and unaffordable pensions that favour the relatively affluent (in Latin America). But the biggest target for reform is the welfare states of the rich world. Given their ageing societies, governments cannot hope to spend less on the elderly, but they can reduce the pace of increase—for instance, by raising retirement ages more dramatically and means-testing the goodies on offer. Some of the cash could go into education. The first Progressive era led to the introduction of publicly financed secondary schools; this time round the target should be pre-school education, as well as more retraining for the jobless.
Last, reform taxes: not to punish the rich but to raise money more efficiently and progressively. In poorer economies, where tax avoidance is rife, the focus should be on lower rates and better enforcement. In rich ones the main gains should come from eliminating deductions that particularly benefit the wealthy (such as America’s mortgage-interest deduction); narrowing the gap between tax rates on wages and capital income; and relying more on efficient taxes that are paid disproportionately by the rich, such as some property taxes.
Different parts of this agenda are already being embraced in different countries. Latin America has invested in schools and pioneered conditional cash transfers for the very poor; it is the only region where inequality in most countries has been falling. India and Indonesia are considering scaling back fuel subsidies. More generally, as they build their welfare states, Asian countries are determined to avoid the West’s extravagance. In the rich world Scandinavia is the most inventive region. Sweden has overhauled its admittedly huge welfare state and has a universal school-voucher system. Britain too is reforming schools and simplifying welfare. In America Mr Romney says he wants to means-test Medicare and cut tax deductions, though he is short on details. Meanwhile, Mr Obama, a Democrat, has invoked Theodore Roosevelt, and Ed Miliband, leader of Britain’s Labour Party, is now trying to wrap himself in Benjamin Disraeli’s “One Nation” Tory cloak.
Such cross-dressing is a sign of change, but politicians have a long way to go. The right’s instinct is too often to make government smaller, rather than better. The supposedly egalitarian left’s failure is more fundamental. Across the rich world, welfare states are running out of money, growth is slowing and inequality is rising—and yet the left’s only answer is higher tax rates on wealth-creators. Messrs Obama, Miliband and Hollande need to come up with something that promises both fairness and progress. Otherwise, everyone will pay.

Economia brasileira: devagar, quase parando - Leandro Roque

Economia brasileira: um resumo de final de ano
Leandro Roque
Instituto Mises Brasil, 21/12/201
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1489

O frenesi intervencionista 
 O ano de 2012 certamente já tem seu lugar garantido na história econômica brasileira: foi o ano em que o governo mais exacerbou suas intervenções na economia.
Sim, é verdade que a economia brasileira da década de 1980 e da primeira metade da década de 1990, com seus congelamentos de preços, monopólios estatais e hiperinflação, era muito mais estatizada e bem menos livre que a atual.  Porém, mesmo naquela época, havia uma tendência de adoção de medidas de desestatização.  Se, de um lado, o governo congelava preços e hiperinflacionava a moeda, de outro, ele reduzia tarifas de importação, extinguia reservas de mercado e privatizava estatais deficitárias.  Se o governo se intrometia demais em alguns campos, em outros ele dava sinais de que iria se retirar.
Em 2012, só houve notícias ruins.  O estado se agigantou em todos os setores da economia.  Mesmo a única notícia aparentemente positiva — a redução do IPI dos automóveis — veio acompanhada 1) de um aumento sanguinário das tarifas de importação e do IPI para automóveis estrangeiros, fazendo com que seu a carga tributária total sobre eles chegue a soviéticos 340%; 2) da imposição de quotas para a importação de automóveis do México, 3) da proibição de demissões por parte das montadoras, e finalmente 4) da ideia ainda não descartada de que o governo iria supervisionar os balancetes das montadoras, estipulando um teto para suas margens de lucro.
Qual foi a consequência de tamanho protecionismo e intervencionismo no setor automotivo?  Com a palavra, a própria beneficiada: "a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) calcula uma queda de 1,5% na produção neste ano ante 2011. Esta será a primeira queda na produção desde 2002."
Ou seja, ocorreu exatamente o oposto do intencionado pelo governo, que era aumentar a produção e o emprego. 
Com efeito, o mesmo fenômeno pôde ser observado em todo o setor industrial.  Incontáveis medidas intervencionistas e protecionistas foram colocadas em prática, como os seguidos recordes de apreensão de bagagens em aeroportos, o aumento do PIS/COFINS sobre produtos importados, os sucessivos recordes de arrecadação com o imposto de importação contra 'o importado barato', os desembolsos recordes do BNDES para as grandes empresas, a exigência de uma enorme fatia de conteúdo nacional para as produções industriais de todos os tipos, a proteção explícita aos setores têxtil, de calçados, de brinquedos, de artefatos de madeira, de palha, de cortiça, de vime e material trançado e transformados de plástico, além do aumento da taxa de importação sobre lâmpadas e sapatos chineses, pneus, batata, tijolos, vidros, vários tipos de máquinas, reatores para lâmpadas ou tubos de descarga, vagões de carga, disjuntores, cordas e cabos, móveis, triciclos, patinetes, bonecos, trens elétricos, quebra-cabeças, produtos lácteos (leite integral, leite parcialmente desnatado e queijo muçarela) e pêssegos (sério!). 
Adicionalmente, o câmbio em 2012 foi substancialmente desvalorizado em relação a 2011 (de R$1,60/US$ para R$2,10/US$).

cambio.png
Gráfico 1: taxa de câmbio real/dólar; Fonte: Banco Central
Pela lógica dos intervencionistas, tamanha desvalorização cambial em conjunto com toda aquela cornucópia de medidas protecionistas deveria ter colocado a indústria em estado de extrema pujança.  E o que houve?  Tanto a produção industrial quanto o emprego na indústria caíram em relação ao ano passado.
Óbvio: desvalorizar a moeda e encarecer importações serve apenas para reduzir o poder de compra da população, que agora terá de gastar mais dinheiro com produtos de menor qualidade, e consequentemente terá menos dinheiro para gastar em outros bens e serviços.  Isso é um ataque direto ao padrão de vida.  Uma população com menos poder de compra não ativa indústria nenhuma.
O que vimos em 2012 foi mais um exemplo da arrogância fatal de burocratas e planejadores que juram saber exatamente como os indivíduos irão reagir em decorrência de suas intervenções no mercado.  Para eles, empreendedores e consumidores padecem do condicionamento clássico do cão de Pavlov: estão sempre prontos a agir estritamente de acordo com estímulos recebidos do governo.  Porém, quando o plano dá errado e tudo sai exatamente ao contrário do planejado, em vez de humildemente reconhecerem o erro e reverterem suas intervenções, eles simplesmente dizem, com toda a arrogância, que o que fizeram foi certo mas insuficiente, de modo que mais estímulos se fazem necessários.
Curiosamente, nas últimas recessões brasileiras, em 2003 e em 2009, o governo não saiu baixando pacotes e nem recorreu a medidas intervencionistas mais proeminentes.  Em 2003, ele seguiu a cartilha clássica: elevou juros e congelou os gastos.  Adicionalmente, não tentou controlar preços e nem privilegiar nenhuma indústria.  Também não recorreu ao protecionismo.  Por não ter atrapalhado e nem ter gerado incertezas, a economia se recuperou em um ano.  Em 2009, embora tenha havido um pouco mais intervenção do que em 2003, o governo não interveio no câmbio e nem recorreu a políticas protecionistas.  Principalmente, ele permitiu que preços e salários se ajustassem para baixo.  Isso, novamente, permitiu uma rápida recuperação.
O atual governo Dilma, o qual reinstituiu a figura do czar da economia — Guido Mantega é, ao mesmo tempo, Ministro da Fazenda, presidente do Banco Central, ministro do Planejamento e ministro do Desenvolvimento — já é, sem rivais, o mais intervencionista desde a criação do real.  Ela conseguiu a façanha de fazer seu antecessor parecer um moderado.
E não há muitos indícios de que isso será revertido no curto prazo.  Uma das possíveis próximas tragédias desse intervencionismo já está se desenhando no setor elétrico.  Aguardemos.
A estagnação econômica
A principal debilidade da economia brasileira é que ela não se baseia em poupança e nem em investimento, mas sim no fomento ao consumismo puro e simples.  Para o iluminado que comanda a Fazenda, se você estourar o seu cartão de crédito e depois pedir empréstimo no banco para cobrir o rombo em sua fatura e voltar a consumir ainda mais, você está estimulando a economia.
Todo o modelo de crescimento se baseia na expansão do crédito.  E tal modelo possui óbvias limitações.  A mais visível delas é o aumento do endividamento.  Se o governo estimula as pessoas a se endividarem para consumir, não é de se espantar que cheguemos a um momento em que tanto o nível de endividamento quanto os gastos das famílias com o serviço de suas dívidas (pagar juros e amortização) seja intolerável.  De acordo com as últimas estatísticas, o endividamento das famílias (linha azul) é de quase 45% da renda nacional, e os gastos das famílias para cumprirem o serviço de suas dívidas (linha vermelha) é de 22,5% de sua renda.
endividamento.png
Gráfico 2: endividamento das famílias e gastos com serviço da dívida; Fonte: Banco Central
A título de comparação, como é possível ver no gráfico deste artigo, esta mesma variável (linha vermelha) para os americanos é de 11%.
Em um cenário destes, resta óbvio que adicionais estímulos ao consumo não apenas são ineficazes em termos de crescimento econômico, como também são extremamente perigosos.
E esse endividamento explica boa parte da atual estagnação econômica.
Explicando a mecânica da estagnação
Para entender a estagnação, é necessário analisar o que está acontecendo com aquela variável que representa a metade de toda e qualquer transação econômica: o dinheiro.  Dado que o dinheiro é o elo entre todas as atividades econômicas, qualquer alteração na quantidade de dinheiro — e, principalmente, na taxa de crescimento da quantidade de dinheiro — irá inevitavelmente provocar movimentos generalizados em uma economia.  Todo e qualquer ciclo econômico é causado por variações na quantidade de dinheiro na economia.
Portanto, para entender os ciclos de expansão e recessão de uma economia, para entender por que há períodos de crescimento econômico seguidos de períodos de estagnação/recessão, é necessário estudarmos as variações no meio geral de troca, que é o dinheiro.
No atual sistema monetário e bancário, o Banco Central controla a base monetária do país.  Porém, a quantidade de dinheiro produzida pelo Banco Central é insignificante se comparada à quantidade de dinheiro eletrônico que o sistema bancário cria por meio da expansão do crédito através de seu sistema de reservas fracionadas.  Sempre que uma empresa ou um indivíduo qualquer vão a um banco e pedem um empréstimo, o banco cria do nada dinheiro eletrônico na conta-corrente deste tomador de empréstimo.  O dinheiro não foi retirado de nenhuma outra conta.  Ele simplesmente foi criado ex nihilo.  O bancário apertou algumas teclas no computador e dígitos eletrônicos surgiram na conta-corrente do mutuário.  É assim que o dinheiro entra na economia no sistema monetário atual e é assim que a quantidade de dinheiro em uma economia aumenta. (Todo este processo foi explicado em detalhes neste artigo, de modo que, pelo bem da brevidade, ele não será repetido aqui).
Embora toda a concessão de crédito represente criação de dinheiro, existe também a operação inversa, que é a destruição deste dinheiro que entrou na economia.  Por exemplo, quando um banco quer aumentar seu capital, ele vende um papel.  A pessoa ou empresa que comprar este papel irá transferir dinheiro da sua conta-corrente para este banco.  O banco pegará este dinheiro (totalmente eletrônico) e irá contabilizá-lo como 'reservas bancárias', que é um ativo em seu balancete.  Ao final do processo, houve uma redução da quantidade de dinheiro na economia e um aumento das reservas bancárias, que é um dinheiro que não está na economia.  Exatamente o mesmo procedimento ocorre quando um banco vende dólares em sua carteira para algum cliente ou mesmo quando ele toma empréstimos junto a corretoras, distribuidoras, sociedades de arrendamento mercantil e fundos de investimento financeiro.
Fiz essa digressão técnica apenas para explicar por que a quantidade de dinheiro na economia não é idêntica à quantidade de crédito criada pelo setor bancário.  Embora bancos criem dinheiro concedendo crédito, eles também destroem dinheiro quando vendem algum papel para se recapitalizar.
Entendido isso, o gráfico a seguir mostra a evolução da quantidade total de dinheiro na economia.  Trata-se de papel-moeda em posse de indivíduos e empresas, mais o total de dinheiro eletrônico em conta-corrente, em poupança, em depósitos a prazo e em outros depósitos no sistema bancário.  Em suma, o gráfico mostra todo o dinheiro que foi criado via concessão de crédito, e já descontado de todo o dinheiro que foi retirado da economia.  Trata-se de um bom indicador para saber se o ritmo da concessão de crédito está maior, igual ou menor do que o ritmo da retirada de dinheiro da economia, o que, por sua vez, indicaria uma maior cautela dos bancos.
(Infelizmente as duas variáveis não são fornecidas já somadas, de modo que tal operação aritmética será feita no segundo gráfico).
moedas.png
Gráfico 3: papel-moeda em poder do público mais depósitos em conta-corrente (moeda) mais depósitos em poupança, depósitos a prazo e outros depósitos em bancos (quase-moeda); Fonte: Banco Central
Abaixo, a soma das duas variáveis acima, desde janeiro de 2009, ano da última recessão.  Observe que a partir de meados de 2009, começa a haver uma aceleração do crescimento da quantidade de moeda na economia.  Tal aceleração se intensifica em 2010.  Essa foi a época do crescimento econômico forte, porém artificial.  Em 2011, começa a haver uma desaceleração.  Em 2012, o crescimento monetário praticamente se estanca no segundo semestre.
Aceleração.png
Gráfico 4: crescimento da quantidade total de moeda na economia; Fonte: Banco Central
No Brasil, desde 2009, os indivíduos intensificaram seu endividamento (ver gráfico 2) para poder consumir, na crença de que a expansão do crédito continuaria farta e que sua renda futura continuaria aumentando, o que facilitaria a quitação destas dívidas.  Já as empresas embarcaram em investimentos de longo prazo levadas tanto pela redução artificial dos juros criada pela expansão monetária do Banco Central (o que fez com que os investimentos se tornassem mais financeiramente viáveis) quanto pela expectativa de que o aumento futuro da renda possibilitaria o consumo dos produtos criados pelos seus investimentos.
No entanto, tão logo o endividamento foi aumentando, a demanda por mais empréstimos foi se arrefecendo e o modelo de expansão do crédito foi se esgotando.  Consequentemente, a taxa de crescimento da quantidade de dinheiro na economia brasileira começou a desacelerar.  Isso fez com que os projetos das empresas, das indústrias e dos indivíduos se comprovassem irrealizáveis.  No caso dos indivíduos, esta redução na taxa de crescimento da oferta monetária fez com que suas rendas não aumentassem como haviam previsto ainda no ápice do boom econômico, o que tornou suas dívidas difíceis de serem quitadas.  No caso das empresas, tal redução faz com que suas receitas futuras não fossem as previstas (vide o caso das indústrias e, mais recentemente, da Gol e de empresas do setor imobiliário), ao mesmo tempo em que seus custos (com mão-de-obra e bens de capital) seguiram crescendo em decorrência da inflação passada.
Vale ressaltar que não são reduções forçadas nos juros que irão resolver esse problema.  Reduções nos juros estimulam consumismo, mas não estimulam mais poupança, que é justamente do que endividados necessitam. 
Caso não haja reversão da tendência acima, o ano de 2013 promete dificuldades. 
Para mais detalhes e mais dados sobre o mecanismo de expansão do crédito no Brasil e seu efeito direito sobre vários indicadores da economia brasileira, sugere-se este artigo.
O maior problema do Brasil para o longo prazo
Enquanto a imprensa se ocupa em alardear os previsíveis e desimportantes números do PIB (para entender por que o PIB nada diz de concreto ver aqui, aqui, aqui e aqui), fatores realmente importantes e decisivos estão sendo ignorados. 
Por exemplo, a destruição do poder de compra da moeda em conjunto com as proibitivas tarifas de importação.  Temos hoje uma moeda continuamente inflacionada e desvalorizada em relação às outras moedas, o que encarece sobremaneira as importações de bens de capital e bens de consumo.  Além de a unidade monetária comprar cada vez menos, o governo ainda impõe tarifas de importação para encarecer ainda mais as compras do exterior.  Ou seja, ao mesmo tempo em que encarece as coisas aqui dentro, o governo proíbe a população de comprar barato do exterior.
A consequência desse fechamento das fronteiras?  Coube ao Financial Times nos mostrar.  O gráfico abaixo ilustra a produtividade de alguns países em relação aos EUA.
Labour-productivity-the-gap-with-the-US.png
Gráfico 5: produtividade da mão-de-obra em de vários países em relação à mão-de-obra americana
Observe que a produtividade dos trabalhadores brasileiros não apenas está em queda livre, como é a única que vem caindo década após década.  Um trabalhador brasileiro médio tem apenas 20% da produtividade de um americano.  No ano de 1980 (atenção, ano; e não década), ele tinha 30% da produtividade.  (Deve-se levar em conta que toda a década de 1970 foi de estagflação para os EUA, sendo aquela a sua década perdida; daí o salto brasileiro observado entre 1970 e 1980.  Já em 1990, após a década perdida de 1980 para o Brasil, as coisas voltaram a ser como antes).
Por que essa queda contínua?  Meu palpite: porque além de termos uma mão-de-obra pouco instruída, as tarifas protecionistas impostas pelo governo encareceram ainda mais a importação de bens de capital, justamente o que poderia aumentar nossa produtividade no curto prazo.  Alexandre Schwartsman comentou isso recentemente:
Desde o terceiro trimestre de 2011 os preços em dólares dos bens de capital importados recuaram 1%, mas a depreciação da moeda, 24% no período, implicou uma elevação de 23% no preço em reais destes bens (19% descontada a inflação).
Esta não é, provavelmente, a única causa da queda do investimento, mas é difícil comprar a ideia que um aumento desta magnitude no preço dos bens de capital não representa um impacto negativo na decisão de investir...
Com uma mão-de-obra mal instruída e pouco produtiva, dificultar o acesso a bens de capital seria a última coisa que qualquer ser racional defenderia.  Mas estamos falando do governo, que opera em outra dimensão de inteligência.
O padrão de vida de um país é determinado pela abundância de bens e serviços.  Quanto maior a quantidade de bens e serviços ofertados, e quanto maior a diversidade dessa oferta, maior será o padrão de vida da população.  Por exemplo, quanto maior a oferta de alimentos, quanto maior a variedade de restaurantes e de supermercados, de serviços de saúde e de educação, de bens como vestuário, materiais de construção, eletroeletrônicos e livros, de pontos comerciais, de shoppings, de cinemas etc., maior tende a ser a qualidade de vida da população. 
Porém, a quantidade e a diversidade não bastam.  A facilidade de acesso a estes bens e serviços — no caso, quão caros eles são — também é essencial.  Por isso, é de suprema importância termos uma moeda forte.
12273_493509127356490_2092759000_n.jpgNo Brasil, além de a qualidade dos serviços no geral ser ruim, a quantidade e a variedade de bens de consumo é muito baixa, pois além de o governo dificultar ao máximo as importações, nossa desvalorizada moeda não tem poder de compra em relação às principais moedas do mundo.  E não bastasse a pouca oferta e a pequena variedade de bens e serviços, o acesso a eles é caro, justamente porque o governo destrói continuamente o poder de compra da moeda.
Portanto, eis a realidade atual do Brasil: qualidade da mão-de-obra em queda livre, quantidade e variedade de bens e serviços bastante insatisfatória, e acesso a eles cada vez mais caro.  Em vez de facilitar a aquisição de bens de capital, o que poderia remediar a questão da baixa produtividade e da qualidade dos bens e serviços, o governo dificulta o acesso, tanto por meio de tarifas quanto por desvalorizações cambiais.  E, para piorar, não há absolutamente nenhuma tendência de melhora na qualidade da mão-de-obra.  Esse é o nosso padrão de vida
Mais ainda: a julgar pelas políticas adotadas pelo atual governo no que tange a protecionismo, câmbio e inflação, não há nenhuma indicação de que isso irá mudar no futuro próximo. 
Isso sim será definitivo para o futuro do país — e não o acréscimo de meros dígitos artificiais ao PIB.

Mamatas estatais para ratos magros (alguns gordíssimos, balofos, já...)

A situação descrita pelo jornal Zero Hora, válida apenas para o RS, precisa ser multiplicada centenas de vezes, para todas as mamatas federais, várias estaduais e algumas centenas municipais, embora aqui desiguais em número e importância. Mas, no plano federal, nem podemos calcular ou se fazer uma ideia aproximada de todas as prebendas capturadas pelos companheiros e usadas como fonte de renda para consumo conspícuo, como diria Thorsten Veblen.
Paulo Roberto de Almeida 

Zero Hora lista políticos petistas aboletados nos Conselhos de Administração das estatais
Coluna diária do jornalista Políbio Braga, 27/12/2012

Tem dimensões oceânicas  a lista levantada pelo jornal Zero Hora, relativamente aos políticos do PT e seus aliados do RS que ocupam funções remuneradas nos Conselhos dos chamados órgãos colegiados do Estado, sobretudo empresas estatais. São 99 colegados e 1.386 vagas de livre nomeação.

. Alguns poucos abriram mão dos ganhos, como o ex-governador Olívio Dutra, que integra o Conselho de Administração do Banrisul, onde faturaria  6.837,00 por mês. Olívio fatura R$ 24 mil como ex-governador e R$ 5 mil como ex-funcionário do próprio Banrisul.

. 23 secretários de Tarso Genro aboletaram-se em Conselhos, inclusive a jornalista Vera Spolidoro, que recebe R$ 3.220,00 mensais da Corsan.

. Estes valores suplementam os salários mensais normais de cada um.

.  Os pagamentos mensais de conselheiros gaúchos são modestos quando comparados com os valores pagos na área federal (Alceu Collares, na Itaipu, recebe R$ 19,4 mil por mês), mas alguns políticos acumulam várias vagas, como Claudiomiro Bragagnolo, PSB, que integra cinco Conselhos, recebendo R$ 12,8 mil por mês. Nas vagas existentes, onde o trabalho exige uma tarde por mês, quando muito, estão nomes conhecidos como Ivar Pavan, Flávio Koutzi, Fabiano Pereira, Vinicius Wu, Carlos Pestana (o chefe da Casa Civil fatura R$ 6,8 mil apenas na CEEE), Stela Farias e Luiz Mainardi. O governo gasta R$ 500 mil por mês para garantir todas as boquinhas.

China: capitalismo com caracteristicas chinesas... (WSJ)

Defying Mao, Rich Chinese Crash the Communist Party 

Wall Street Journal, December 27, 2012

When the Communist Party elite gathered last month to anoint China’s new leaders, seven of the nation’s richest people occupied coveted seats in Beijing’s Great Hall of the People.
Wang Jianlin of Dalian Wanda Group, worth an estimated $10.3 billion and the recent buyer of U.S. cinema chain AMC Entertainment Holdings, took one of the chairs. So did Liang Wengen, with an estimated fortune of $7.3 billion, whose construction-equipment maker Sany Heavy Industry Co. 600031.SH 0.00% competes with Caterpillar Inc. CAT +0.22% Zhou Haijiang, a clothing mogul with an estimated $1.3 billion family fortune, also had a seat. As members of the Communist Party Congress, all three had helped endorse the new leadership.
Political Fortunes
For years the Communist Party in China filled key political and state bodies with loyal servants: proletarian workers, pliant scholars and military officers. Now the door is wide open to another group: millionaires and billionaires.
An analysis by The Wall Street Journal, using data from Shanghai research firm Hurun Report, identified 160 of China’s 1,024 richest people, with a collective family net worth of $221 billion, who were seated in the Communist Party Congress, the legislature and a prominent advisory group called the Chinese People’s Political Consultative Conference.
China’s legislature, called the National People’s Congress, may boast more very rich members than any other such body on earth. Seventy-five people with seats on the 3,000 member congress appear on Hurun Report’s 2012 list of the richest 1,024, which Hurun says it calculates using public disclosures and estimates of asset values. The average net worth of those 75 people is more than $1 billion.
By comparison, the collective wealth of all 535 members of the U.S. Congress was between $1.8 billion and $6.5 billion in 2010, according to the most recent analysis of lawmakers’ asset disclosures by the nonpartisan Center for Responsive Politics.
China has been grappling of late with political and social tension over its murky policy-making process and its growing income disparity. The party has been especially sensitive this year during the leadership change about revelations about fortunes amassed by the offspring of political leaders, known as “princelings,” by leaders of state businesses and by other politically connected people. Many ordinary Chinese blame high prices, poor quality food and pollution on guanshang guojie—meaning, roughly, officials in bed with businessmen.
via Defying Mao, Rich Chinese Crash the Communist Party – WSJ.com.