domingo, 20 de novembro de 2011

O Brasil e o Comércio Internacional - Paulo Roberto de Almeida (2004)

Como ocorre frequentemente, respondo a perguntas colocadas por algum estudante, e depois isso fica inédito, o que não deveria, pois minhas respostas poderiam ajudar outros estudantes.
Segue aqui mais um trabalho.



O Brasil e o Comércio Internacional

Paulo Roberto de Almeida
(Brasília, 17 de novembro de 2004)

1. O Brasil consegue se utilizar da Teoria das Vantagens Comparativas a fim de superar entraves no comercio internacional?
Todo e qualquer país, voluntariamente ou não, se participa do comércio internacional, está atuando de acordo com a teoria ricardiana das vantagens comparativas, pela simples razão de que isto não depende de sua vontade, mas corresponde à situação objetiva. Comércio, se não é estatizado totalmente, é geralmente conduzido por empresas, e estas colocam em destaque suas vantagens comparativas e suas vantagens competitivas.
Sugiro a leitura de um manual de economia, para conhecer exatamente o que é a teoria das vantagens comparativas.

2. Quais as principais vulnerabilidades que o Brasil possui frente à Economia Internacional?
Baixa participação no comércio internacional, baixa abertura econômica e limitada liberalização comercial, composição limitada da pauta exportadora, de maneira geral, baixa interdependência global.

3. As diferenças regionais existentes no ambiente interno brasileiro podem afetar o nível potencial de sua economia? Detalhe e justifique a sua resposta.
Não de modo algum; isto faz parte, justamente, das vantagens comparativas de um país. Algumas regiões terão maiores recursos naturais, outra maior produtividade do trabalho humano, outra ainda energia mais barata e assim por diante.

4. A criação de um bloco econômico (BRIC) formado por Brasil, Rússia, Índia e China será favorável ao Brasil? Detalhe e justifique a sua resposta.
Todo bloco econômico é discriminatório contra os demais participantes do sistema de comércio multilateral, desvia comércio e reduz a interdependência global. Em princípio, os blocos só têm sentido na contiguidade geográfica ou quando o comércio já é naturalmente intenso. Blocos construídos artificialmente constituem o que os economistas chamam de second best, ou talvez até mesmo um third best.

5. Quais são as reformas necessárias para que o Brasil se torne um player de peso na economia internacional? Detalhe e justifique a sua resposta.
Seguir as velhas receitas da economia convencional: estabilidade de preços no terreno macroeconômico, a livre competição na esfera microeconômica, uma grande abertura ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros no plano externo e uma forte ênfase na formação de recursos humanos no plano interno.

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