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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Eleicoes 2014: diretrizes de politica externa de um governo Aecio Neves

O Embaixador Rubens Barbosa, em seu artigo desta terça-feira no Estadão, traça um perfil do que poderia ser a política externa de um governo do PSDB, liderado pelo presidente Aécio Neves. Se eleito, sua política externa deve retornar aos padrões mais usuais do Itamaraty, como foi na era FHC e como sempre foi tradicionalmente nas relações entre a Casa de Rio Branco e a presidência da República, relação totalmente alterada na era lulo-petista, quando algumas transformações redundaram em perda de prestígio para o Itamaraty e um desvio bizarro nas tradições democráticas do Brasil nas últimas décadas, desde a redemocratização.
Minhas poucas observações ao texto abaixo:
1) "Flexibilizar regras do Mercosul" pode querer dizer duas coisas: (a) alterar protocolos que regulam o funcionamento de sua união aduaneira; (b) adotar resoluções do Conselho que autorizem e acomodem negociações individuais prevendo concessões tarifárias por apenas um dos parceiros (digamos, entre o Brasil e a UE, sem a participação dos demais, ou da Argentina). Será preciso maiores esclarecimentos quanto a estes procedimentos alternativos.
2) Os EUA não costumam assinar "acordos preferenciais". Eles preferem acordos clássicos na linha do livre comércio, prevendo aliás várias outras coisas que não apenas o comércio de bens. Estaria o Brasil disposto a engajar esse tipo de exercício com os EUA?
3) Medidas voltadas à redução do “custo Brasil” vão muito além da política externa e do comércio exterior, e implicam uma pequena revolução em toda a estrutura tributária do país e sobretudo uma redução da voracidade estatal, em todos os níveis. O Brasil, ou as lideranças políticas estão prontas para essa revolução?
4) Essa "isonomia entre produtos importados e os produzidos localmente" pode querer dizer duas coisas: ou você eleva o preço dos importados até o nível dos nacionais, ou reduz o preço destes até o dos importados. Até agora, o que se vê -- Cofins dos importados, elevação de tarifas, salvaguardas, antidumping -- é a primeira prática. O Brasil vai passar a adotar a segunda?
Paulo Roberto de Almeida 
 


DIRETRIZES DE POLITICA EXTERNA E DE COMERCIO EXTERIOR
Rubens Antônio Barbosa
O Estado de S.Paulo, 22/07/2014

O candidato Aécio Neves divulgou as diretrizes gerais de seu programa de governo (www.psdb.org.br).
As diretrizes de politica externa e de comércio exterior estão integradas às demais diretrizes visando à criação de um novo ambiente interno e externo fundado na estabilidade das regras e no estímulo aos investimentos.
A nova política externa terá por objetivo restabelecer seu caráter de política de Estado, visando ao interesse nacional, de forma coerente com os valores fundamentais da democracia e dos direitos humanos.
            As diretrizes que nortearão a ação do Itamaraty terão como principais aspectos:
- A política externa será conduzida com base nos princípios da moderação e da independência, com vistas à prevalência dos interesses brasileiros e dos objetivos de longo prazo de desenvolvimento nacional.
- Reavaliação das prioridades estratégicas à luz das transformações no cenário internacional e regional no século XXI. Devem merecer atenção especial a Ásia, em função de seu peso crescente, os EUA e outros países desenvolvidos, pelo acesso à inovação e tecnologia. 
- Deverá ser ampliada e diversificada a relação com os países em desenvolvimento.
- Definição de nova estratégia de negociações comerciais bilaterais, regionais e globais, para por fim ao isolamento do Brasil. Será dada  prioridade à abertura de novos mercados e a integração do Brasil as cadeias produtivas globais.
- Reexame das políticas seguidas no tocante à integração regional para,  com a liderança do Brasil,  restabelecer a primazia da liberação comercial e o aprofundamento dos acordos vigentes.
- Em relação ao Mercosul, paralisado e sem estratégia, recuperar seus objetivos de liberalização comercial e abertura de mercado e flexibilizar suas regras a fim de poder avançar nas negociações com terceiros países
- Nas organizações internacionais, o Brasil deverá ampliar e dinamizar sua ação diplomática nos temas globais, como mudança de clima, sustentabilidade, energia, democracia, direitos humanos, comércio exterior, assim como novos temas, como terrorismo, guerra cibernética, controle da internet, e nas questões de paz e segurança, inclusive nas discussões sobre a ampliação do Conselho de Segurança.
- Ampliação da coordenação da politica externa com a da defesa nacional em todas as suas dimensões.
- Revalorização do Itamaraty na formulação da politica externa, subsidiando as decisões presidenciais. Ao mesmo tempo, serão garantidos o aperfeiçoamento de seus quadros e a modernização de sua gestão.
O grande desafio que a nova política de comércio exterior enfrentará será o de promover a crescente integração do Brasil no comércio internacional. Por meio de uma estratégia de integração competitiva das empresas brasileiras às cadeias mundiais de valor, poderá ser reduzido o hiato tecnológico da nossa indústria e ser aberto caminho para uma estratégia de modernização compatível com a dinâmica do sistema econômico internacional.
            Para responder a esse desafio, as diretrizes que orientarão as politicas internas e externas de comercio exterior são as seguintes:
- A nova política de comércio exterior deverá estar articulada com a política macroeconômica e com a política industrial, voltadas para a recuperação da produtividade, da competitividade e da inovação.
- conclusão das negociações comerciais em curso com a União Europeia e lançamento das bases para um acordo preferencial com os EUA.
- Reavaliação das prioridades estratégicas com a China pela sua importância para a economia brasileira e global .
- Recuperação da competitividade e estímulo a maior e melhor inserção do país no comércio internacional, por meio de medidas voltadas à redução do “custo Brasil”  e dos serviços, com vistas à ampliação das exportações, a retomada das negociações de acordos comerciais e ao apoio ao investimento externo de empresas brasileiras.
- Redução da carga tributária sobre exportações e dos custos acessórios no cumprimento das exigências tributárias e simplificação dos regimes tributários nacionais.
- Simplificação da legislação de comércio exterior e a desburocratização das aduanas e dos portos, através da elaboração de uma abrangente agenda de facilitação de comércio com o exterior, com o engajamento dos diferentes órgãos governamentais relacionados à área.
- Desenho de uma reforma tarifária que confira maior racionalidade à estrutura de proteção. O cronograma de racionalização tarifária será anunciado com antecedência e implantado de forma gradual e a longo prazo.
- Reforço de instituições de regulação técnica e certificação de produtos, como INPI e INMETRO, para a redução dos prazos para a obtenção de patentes e a isonomia entre produtos importados e os produzidos localmente.
 - A defesa comercial e a promoção comercial deverão ser aperfeiçoadas e integradas de forma coordenada na nova política comercial.
- Exame da compatibilização com a legislação nacional das regras, normas e regulamentos técnicos que passaram a fazer parte dos novos acordos de preferências comerciais, afim de permitir a participação dos produtos nacionais em cadeias globais de valor.
Essas diretrizes respondem aos principais desafios internos e externos que o futuro governo deverá enfrentar no médio e longo prazo e criam condições para a restauração da projeção externa do Brasil, perdida nos últimos quatro anos, e para sua reinserção competitiva nas negociações comerciais globais, regionais e bilaterais para a inclusão das empresas brasileiras nas cadeias globais de alto valor agregado.
Em resumo, são mudanças nas ênfases, nas prioridades e nos rumos da política externa e da política comercial em relação ao que ocorreu nos últimos doze anos.

Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington (1999-2004).

O que quer o PT? Monopolio do poder! Para o que? Pelo poder, ora essa! E para ficar rico...

O resto é conversa para enganar os trouxas e os muito ingênuos...
Paulo Roberto de Almeida 
Chico Anysio na pele do professor Raimundo: Dilma chegou ao Palácio sem saber...
Chico Anysio na pele do professor Raimundo: Dilma chegou ao Palácio sem passar pela Escolinha…
Leio uma reportagem muito impressionante na Folha, de autoria de Valdo Cruz. Ela informa que “Dilma promete a aliados que corrigirá erros se for reeleita”. Ah, bom! Entendi! Então o país deveria franquear um segundo mandato a Dilma para lhe dar a chance de consertar as besteiras feitas no primeiro por… Dilma! É um modo de ver as coisas.
O texto informa ainda que os assessores listam aqui e ali os, digamos, errinhos que foram cometidos. Um deles, coisa pouca, é o de setor elétrico, com a redução das tarifas — e suponho que entre no rol de bobagens a antecipação das concessões. Não é nada, não é nada, a nossa governanta praticamente quebrou um setor. E teve de injetar alguns bilhões de recursos púbicos para tentar minimizar o estrago. Mas oram vejam: ela parecia tão segura, não é mesmo? Procurem neste blog os posts que trazem a expressão populismo elétrico. E eu, obviamente, não sou da área! Nove entre dez especialistas alertavam para a bobagem. Mas sabem como é… A ignorância é sempre mais convicta do que a sabedoria porque não tem medo de errar. E Dilma já demonstrou que não tem nenhum.
Ah, claro! O PT agora diz que foi, sim, um erro represar as tarifas. Se Dilma for reeleita, não acontece mais. Ok. Não estivessem, no entanto, represadas, e tudo o mais constante, em que patamar estaria a inflação? Afinal, o governo não avançou contra o caixa da Petrobras, por exemplo, porque repudie aumentos de combustíveis, mas porque estava dando um jeito de conter o índice inflacionário.
E a coisa vai por aí. Há também quem reclame das desonerações, que teriam agredido a saúde fiscal do governo, sem que os incentivos tenham resultado em crescimento da economia. Em suma, Dilma promete não repetir mais as barbeiragens que fizeram o Brasil conjugar uma inflação que flerta com os 7%, um crescimento abaixo de 1% e juros nos cornos da Lua: 11%.
Acho que estou começando a entender. A Presidência da República, para Dilma, nos primeiros quatro anos, foi uma espécie de “Escolinha do Professor Raimundo”. Ela estava lá para aprender a governar. Um errinho bilionário aqui, outro ali… Mas, doravante, ela jura fazer tudo certo. Sempre há o risco de que alguém acredite nisso, não é mesmo?
Os petistas e a própria presidente já deixaram claro que têm também outra agenda caso conquistem mais quatro anos: a reforma política, que o partido quer que seja feita por meio de uma Constituinte Exclusiva, combinada com decisões plebiscitárias. Uma das teses mais caras ao partido é o financiamento público de campanha — o que está para ser concedido, na prática, pelo Supremo, por via cartorial.
Se e quando isso acontecer, grandes partidos, como o PT, terão a grana de que precisam para se financiar fornecida pelo próprio Estado. A legenda nem mesmo precisará fazer suas juras de amor à economia de mercado para conseguir alguns milhõezinhos para a campanha eleitoral. Estará mais livre. E, nesse caso, negociar o quê, com quem e pra quê? O financiamento público permitirá aos partidos atuar como instâncias autocráticas.
Um dos setores que estão na mira da presidente e dos petistas é o empresariado. Ela pretende reconquistá-lo. Bem, quem quiser que caia na conversa, não é mesmo? Estou enganado ou a ação estrepitosa mais recente da nossa soberana foi enviar um decreto que entrega parte da administração pública federal a “conselhos populares”?
Sim, sim… Alguns dirão que o que vai a seguir é um reducionismo, mas tomem como medida as ações dos movimentos de sem-teto ou de sem-terra, por exemplo. Ou bem se governa com a lei, ou bem se governa com os tais “movimentos sociais”. Avaliem vocês com que lado está a chance de um futuro virtuoso para o Brasil, muito especialmente para os pobres. Num caso, tem-se uma sociedade paralisada por minorias radicalizadas e corporações de ofício; do outro, a previsibilidade das regras, democraticamente pactuadas.
Atenção! As disposições subjetivas de Dilma, à boca da urna, não têm a menor importância. A questão é o que ela representa e o que quer o seu partido.

David democratico vs Golias autocratico: a pequena Macau querliberdades, contra a grande China opressora

No final, a liberdade sempre vence, e o próprio povo chinês vai aprender com os minúsculos territórios da Hong Kong e Macau que a democracia também precisa ser imposta aos autocratas de Beijing.
A opressão tem seus dias contados, daí o desespero dos totalitários em conter os movimentos por liberdades democráticas nos dois territórios.
Paulo Roberto de Almeida

Macau Raises Its Political Voice

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Democratic activists in Macau, a Chinese territory, are planning an unofficial referendum next month about holding direct elections for its chief executive. Beijing says Macau — a Portuguese colony handed back to China in 1999 — has no legal authority to hold a referendum, and dismisses any vote as meaningless. But the territory’s newly awakened democratic force is not something Beijing can just wish away.
Macau’s universal suffrage movement follows the unofficial referendum in Hong Kong last month that called for the right to freely elect that city’s chief executive. Some 800,000 people voted, and hundreds of thousands took to the streets calling for democracy.
Macau, like Hong Kong, enjoys a high degree of autonomy, including freedom of speech and press as well as a capitalist economy, under China’s policy of “one country, two systems.” Macau’s chief executive, though, is elected by a commission of 400 people, most of whom are Beijing loyalists. The proposed referendum will ask Macau residents whether universal suffrage should be adopted for the 2019 chief executive election, and whether they have confidence in the current chief executive, Fernando Chui, who is expected to be re-elected by the commission in August for another five-year term.
Macau’s 600,000 residents were politically quiet until recently. Then, in May, 20,000 people protested Mr. Chui’s attempt to legislate a lavish retirement package for top officials and immunity from criminal persecution for the chief executive for any misdeeds committed while in office. What began as a protest against Mr. Chui quickly shaped into a larger democratic movement challenging China.
Beijing promised at the time of the British handover of Hong Kong to preserve “one country, two systems” for 50 years, which leaves 33 more years. During this time, the richer southeastern coastal regions of China are likely to become more like Hong Kong and Macau economically, socially and in political aspiration. Beijing should be thinking about how to accommodate these long-term trends instead of conjuring ways to suppress today’s dissent in the two specially administered cities.

Alemanha desmantela o mais poderoso cartel de todos os tempos...

Poderoso talvez não pelo lado estratégico da coisa, ou talvez sim: o que seria o povo alemão sem a salsicha, o que seria da Oktoberfest, o que seria da democracia?

Alemanha desmonta cartel da salsicha com multa de R$ 1 bi
Investigação do órgão antitruste descobriu que 21 fabricantes de salsicha estavam combinando preços para o varejo desde 2003

Alemania multa a un cartel de salchichas con 338 millones

La Oficina Federal Alemana de Competencia ha anunciado este lunes una multa de 338 millones de euros a 21 fabricantes de salchichas, entre los que se encuentra una filial de Nestlé (Herta GmbH), Böklunder, Wiesenhof o Rügenwalder, y a 33 personas por acordar de forma ilegal los precios de las mismas durante varias décadas, según ha señalado en un comunicado.

Así, la autoridad de competencia del país ha asegurado que existen documentos que prueban un "acuerdo básico" entre estos fabricantes para informarse regularmente sobre los incrementos de precio. En concreto, este organismo afirma que "durante varias décadas fabricantes conocidos de salchichas se reunieron bajo el nombre de Grupo Atlantic", debido al lugar de su primer encuentro, el Hotel Atlantic en Hamburgo, "para debatir sobre el desarrollo del mercado y los precios".

Además, en las reuniones del Grupo Atlantic se cerraban acuerdos, en particular desde 2003, para incrementar los precios de forma conjunta para la venta de salchichas en el comercio minorista.

El presidente de la Oficina Federal de Competencia, Andreas Mundt, ha destacado que la fijación de precios fue practicada "durante muchos años" y ha recalcado que, "aunque la multa total pueda parecer alta en un principio, hay que considerarla en perspectiva, debido al alto número de compañías involucradas, la duración del cartel y los miles de millones de euros de volumen de negocios de este mercado".

Mundt ha señalado además que la autoridad de competencia del país "ha mantenido un sentido de proporción al establecer las multas, debido a que existen algunas compañías que son pequeñas o medianas empresas". En cualquier caso, el comunicado no detalla cuál ha sido la sanción concreta para cada fabricante, aunque apunta que van "desde unos pocos cientos de miles de euros hasta grandes cantidades de millones".

Finalmente, la Oficina Federal de Competencia ha indicado que recibió las primeras informaciones a través de una filtración anónima y que, durante el procedimiento, once empresas colaboraron en la investigación, por lo que se han visto beneficiadas en el cálculo de sus multas. En todo caso, señala que dichas multas no son fijas y que pueden ser recurridas durante dos semanas en el Tribunal Supremo regional de Düsseldorf.


Argentina: salva (em parte) pela China, deve aprofundar a discriminacaocontra o Brasil

Meu titulo é uma provocação e pura especulação, claro. Mas posso apostar que é isso que vai acontecer.
Paulo Roberto de Almeida 
China lanza un salvavidas económico a Argentina
El presidente de la segunda economía del mundo, el chino Xi Jinping, llegó el viernes a la Casa Rosada acompañado de 250 empresarios de su país, abrió la billetera y dejó una ola de gratitud a sus espaldas. En un momento económico delicado, cuando Argentina se encuentra en recesión y el Gobierno de Cristina Fernández mantiene una batalla jurídica agónica contra los llamados “fondos buitres”, el presidente chino estampó su firma bajo 20 convenios bilaterales.
¿Qué necesita Argentina de forma imperiosa? ¿Inversión extranjera, crédito para infraestructuras? Pues ahí dejó Xi selladas las condiciones para un crédito de 4.700 millones de dólares que se destinarán a construir dos represas hidroeléctricas (una llamada Néstor Kirchner y la otra Jorge Cepernic), en la provincia de Santa Cruz, donde Kirchner ejerció 12 años como gobernador antes de llegar a presidente en 2003. ¿Necesita también dinero para mejorar la maltrecha red ferroviaria? Ahí quedaron comprometidos 2.500 millones de dólares en crédito para comprar nuevas vías, locomotoras y vagones en la línea Belgrano Cargas.
¿Necesita Argentina reforzar las reservas de su Banco Central, que se han desplomado en los últimos tres años hasta la mitad y ahora se sitúan en torno a los 30.000 millones de dólares? Pues para eso vino también Xi Jinping, para conceder un crédito swap -o de intercambio de divisas- por un plazo de tres años y por valor de 11.000 millones de dólares, un tercio de las reservas de divisas argentinas. Además de todo eso, Xi otorgó un crédito de 423 millones de dólares para la compra de 11 barcos, rubricó un principio de acuerdo para construir un reactor de agua pesada en Argentina... Y así hasta firmar 20 convenios que marcan el inicio de una “asociación estratégica integral" entre ambos países.
Había razones para que Cristina Fernández expresara su satisfacción: “Hemos firmado hoy algo más que un convenio: el sueño de muchas generaciones de santacruceños", señaló. "No tengo más que palabras de agradecimiento porque cuando formulé la invitación a Xi Jinping le pedí por dos obras que considero fundamentales como son las represas hidroeléctricas y todo lo que es la primera etapa del [tren] Belgrano Cargas. También firmamos un convenio entre los dos bancos centrales para un pase financiero por 11.000 millones de dólares para lograr estabilidad en los tipos de cambios, justamente en momentos en que sufrimos ataques especulativos de sectores que hacen oscilar las monedas y vuelven al mundo inestable en materia financiera”.
Cristina Fernández ha encontrado en el presidente chino el respaldo ostensible que nunca halló en Estados Unidos. Así como Barack Obama invitó el año pasado a la brasileña Dilma Rousseff a la Casa Blanca, así como recibió en mayo al presidente uruguayo, José Mujica, y le dijo que es “un líder a lo largo de todo el hemisferio”; así como también agasajó el 30 de junio a la presidenta de Chile, Michelle Bachelet, y le dijo que ella era su"segunda Michelle favorita" y que Chile es “un modelo de democracia” muy “atractivo para inversiones"... Cristina Fernández nunca fue recibida en la Casa Blanca.
Y la presidenta poco a poco fue buscando otros horizontes comerciales. La semana pasada el presidente ruso, Vladimir Putin, visitó por primera vez Argentina, firmó un vago acuerdo de cooperación en materia de energía nuclear pacífica y sentó las bases para profundizar las relaciones. Ahora le tocó el turno a Xi, pero su visita fue mucho más sustanciosa que la de Putin. “Es un día que podemos definir como fundacional en las relaciones entre ambos países”, dijo Fernández refiriéndose a China. “Hay un nuevo marco en las relaciones internacionales y la aparición de nuevos actores es provechoso para todos”, añadió.
En cuanto a la batalla que libra Argentina con los llamados “fondos buitres”, el presidente chino solo podía ofrecer “compresión” y apoyo solidario. Y eso fue lo que ofreció: “La patria china comprende y apoya a la Argentina en materia de su reestructuración de deuda y esperamos que se logre una solución adecuada”. Eso eran solo palabras que poco pueden influir en el juzgado de Nueva York donde se dirime el caso de estos fondos. Lo importante, para el Gobierno, eran los 20 convenios comerciales que se acaba de firmar.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Lulismo: um peronismo sem qualquer doutrina - Joao Ubaldo Ribeiro eMarco Antonio Villa

O que é o lulismo?
Nada além do mais puro oportunismo.
É tudo aquilo que o candidato a caudilho da republiqueta sindical-totalitária decidir que ele é.
Como Perón.
Com a diferença que Perón, um militar fascista-oportunista que também criou uma república sindical, tinha lido alguma coisa -- o que Lula nunca fez -- e se dedicou a criar uma doutrina. Daí um movimento que perdura 40 anos depois da morte do caudilho fascista.
Com nosso avatar não vai ocorrer a mesma coisa, pois ele não tem absolutamente nada a dizer, só sobrevivendo na devoção do curral eleitoral que ele criou com a sua esmola estatal para os mais pobres. Ele só vai deixar atrás de si a terra arrasada das instituições e a prostituição da política.
Nosso peronismo de botequim, apenas isso...
Paulo Roberto de Almeida 
Hora da saideira, Lula et caterva.
O jornalista Augusto Nunes recuperou um artigo publicado em há dois anos pelo escritor João Ubaldo Ribeiro, recentemente falecido. Realmente, é pena que ele não tenha conseguido viver o tempo necessário para ver a derrocada do império da canalhice, que já se desenha no horizonte da democracia. Surrupio o texto na íntegra, louvando João Ubaldo por ser um dos raros intelectuais a pensar o mundo com independência, distante da sabujice ideológica que caracteriza essa "raça":

A HORA DA SAIDEIRA

Na semana passada, li um artigo do professor Marco Antonio Villa, que não conheço pessoalmente, mostrando, em última análise, como a era Lula está passando, ou até já passou quase inteiramente, o que talvez venha a ser sublinhado pelos resultados das eleições. Achei-o muito oportuno e necessário, porque mostra algo que muita gente, inclusive os políticos não comprometidos diretamente com o ex-presidente, já está observando há algum tempo, mas ainda não juntou todos os indícios, nem traçou o panorama completo.

O PT que nós conhecíamos, de princípios bem definidos e inabaláveis e de uma postura ética quase santimonial, constituindo uma identidade clara, acabou de desaparecer depois da primeira posse do ex-presidente. Hoje sua identidade é a mesma de qualquer dos outros partidos brasileiros, todos peças da mesma máquina pervertida, sem perfil ideológico ou programático, declamando objetivos vagos e fáceis, tais como “vamos cuidar da população carente”, “investiremos em saneamento básico e saúde”, “levaremos educação a todos os brasileiros” e outras banalidades genéricas, com as quais todo mundo concorda sem nem pensar.

No terreno prático, a luta não é pelo bem público, nem para efetivamente mudar coisa alguma, mas para chegar ao poder pelo poder, não importando se com isso se incorre em traição a ideais antes apregoados com fervor e se celebram acordos interesseiros e indecentes.

A famosa governabilidade levou o PT, capitaneado por seu líder, a alianças, acordos e práticas veementemente condenadas e denunciadas por ele, antes de chegar ao poder. O “todo mundo faz” passou a ser explicação e justificativa para atos ilegítimos, ilegais ou indecorosos.

O presidente, à testa de uma votação consagradora, não trouxe consigo a vontade de verdadeiramente realizar as reformas de que todos sabemos que o Brasil precisa — e o PT ostentava saber mais do que ninguém.

No entanto, cadê reforma tributária, reforma política, reforma administrativa, cadê as antigas reformas de base, enfim? O ex-presidente não foi levado ao poder por uma revolução, mas num contexto democrático e teria de vencer sérios obstáculos para a consecução dessas reformas.

Mas tais obstáculos sempre existem para quem pretende mudanças e, afinal, foi para isso que muitos de seus eleitores votaram nele.

O resultado logo se fez ver. Extinguiu-se a chama inovadora do PT, sobrou o lulismo. Mas que é o lulismo? A que corpo de ideias aderem aqueles que abraçam o lulismo? Que valores prezam, que pretendem para o país, que programa ou filosofia de governo abraçam, que bandeiras desfraldam além do Bolsa Família (de cujo crescimento em número de beneficiados os governantes petistas se gabam, quando o lógico seria que se envergonhassem, pois esse número devia diminuir e não aumentar, se bolsa família realmente resolvesse alguma coisa) e de outras ações pontuais e quase de improviso?

É forçoso concluir que o lulismo não tem conteúdo, não é nada além do permanente empenho em manter o ex-presidente numa posição de poder e influência. O lulismo é Lula, o que ele fizer, o que quiser, o que preferir.

Isso não se sustenta, a não ser num regime totalitário ou de culto à personalidade semirreligioso. No momento em que o ex-presidente não for mais percebido como detentor de uma boa chave para posições de prestígio, seu abandono será crescente, pois nem mesmo implica renegar princípios ou ideais. Ele agora é político de um partido como qualquer outro e, se deixou alguma marca na vida política brasileira, esta terá sido, essencialmente, a tal “visão pragmática”, que na verdade consiste em fazer praticamente qualquer negócio para se sustentar no poder e que ele levou a extremos, principalmente considerando as longínquas raízes éticas do PT. Para não falar nas consequências do mensalão, cujo desenrolar ainda pode revelar muitas surpresas.

O lulismo, não o hoje desfigurado petismo, tem reagido, é natural. Os muitos que ainda se beneficiam dele obviamente não querem abdicar do que conquistaram. Mas encontram dificuldades em admitir que sua motivação é essa, fica meio chato. E não vêm obtendo muito êxito em seus esforços, porque apoiar o lulismo significa não apoiar nada, a não ser o próprio Lula e seu projeto pessoal de continuar mandando e, juntamente com seu círculo de acólitos, fazendo o que estiver de acordo com esse projeto.

Chegam mesmo à esquisita alegação de que há um golpe em andamento, como se alguém estivesse sugerindo a deposição da presidente Dilma. Que golpe? Um processo legítimo, conduzido dentro dos limites institucionais?

Então foi golpe o impeachment de Collor e haverá golpe sempre que um governante for legitimamente cassado? Os alarmes de golpe, parecendo tirados de um jornal de trinta ou quarenta anos atrás, são um pseudoargumento patético e até suspeito, mesmo porque o ex-presidente não está ocupando nenhum cargo público.

É triste sair do poder, como se infere da resistência renhida, obstinada e muitas vezes melancólica que seus ocupantes opõem a deixar de exercê-lo. O poder político não é conferido por resultados de pesquisas de popularidade; deve-se, em nosso caso presente, aos resultados de eleições.

O lulismo talvez acredite possuir alguma substância, mas os acontecimentos terminarão por evidenciar o oposto dessa presunção voluntarista. Trata-se apenas de um homem — e de um homem cujas prioridades parecem encerrar-se nele mesmo.

Decreto bolivariano dos sovietes petistas: os totalitarios ainda querem que paguemos por sua ditadura

Como se ouve frequentemente numa publicidade de presunto: "Nem a pau, Juvenal!"
Ou então: "Por que vocês não vão catar coquinho em Cuba".
Ou como diria um candidato: "Já deu PT!"
Acho que é isso.
Em todo caso, leiam o editorial desse jornal reacionário do Partido da Imprensa Golpista...
Paulo Roberto de Almeida

Teimosia inconstitucional
 Editorial O Estado de S.Paulo, 21/07/2014

Um dia depois de a Câmara dos Deputados aprovar pedido de urgência para a votação do decreto legislativo que revoga o decreto presidencial 8.243, criador do Sistema Nacional de Participação Social (SNPS) e da Política Nacional de Participação Social (PNPS), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, anunciou a intenção do governo de criar, mediante novo decreto presidencial, um fundo para financiar o funcionamento dos conselhos. A mais nova invenção palaciana tem nome: Fundo Financeiro da Participação Social.
O Palácio do Planalto sabe que o Poder Legislativo é contrário ao SNPS e à PNPS. Gilberto Carvalho afirmou em relação ao decreto legislativo que anula o decreto presidencial 8.243: "Se fosse votado ontem (dia 15/7) teríamos uma fragorosa derrota". Ao invés de respeitar o Legislativo - o que seria a atitude correta de um Poder Executivo que compreende o que significa a separação dos poderes num Estado Democrático de Direito -, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência pediu pressão em cima do Congresso: "Queria deixar para vocês (falava aos representantes do Conselho Nacional de Saúde) o desafio de uma ação, porque o governo sozinho não vai conseguir segurar isso. (...) Fica esse desafio para que vocês pensem em forma de mobilização". Tendo em vista a experiência dictatorial prévia, a Constituição de 1988, no seu art. 85, previu como crime de responsabilidade os atos da Presidência da República que atentem contra o livre exercício do Poder Legislativo. Não seria perda de tempo se o Palácio do Planalto relesse esse artigo da Constituição.
A proposta de criação, por decreto, do Fundo Financeiro da Participação Social também fere a Constituição, pois ela impede que a Presidência da República disponha, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal que implique aumento de despesa. Ora, segundo Gilberto Carvalho, a Presidência da República pretende criar, por decreto, novas despesas para financiar os conselhos populares. Especificou, inclusive, que essas despesas seriam para a compra de passagens e a manutenção de uma infraestrutura dos conselhos populares. "Infraestrutura mínima", pontuou o ministro. Quer seja mínima quer seja máxima, a medida, como anunciada, é claramente inconstitucional.
Mais uma vez fica explícito o desejo do Executivo de controlar os movimentos sociais. Ele criou por decreto o sistema de participação social. Ele instituiu por decreto a política de participação social, que está sob a coordenação da própria Secretaria-Geral da Presidência da República. E agora quer por decreto financiar os movimentos sociais. É o itinerário da domesticação dos movimentos sociais, cujo ponto final é o aparelhamento do Estado.
Cada vez se torna mais evidente, apesar dos contínuos sofismas do Palácio do Planalto, que o lulopetismo pretende criar canais paralelos de poder, não legitimados pelas urnas, com o consequente aparelhamento do Estado, para impor a sua vontade sobre os outros Poderes. Não contentes com o sistema representativo, os inquilinos do Palácio do Planalto querem impor, por decreto, uma "democracia direta".
E isso é apenas o começo, conforme informa a candidata Dilma Rousseff em seu programa de governo para o próximo quadriênio. Ela deixa claro que quer avançar neste sistema, sob a alegação de "que o Brasil precisa sempre de mais, e nunca de menos democracia". Só que a democracia preconizada é aquela que os inquilinos do poder - que dela querem se tornar donos incontestes - podem controlar, domesticar, "aumentar".
Ainda que o Palácio do Planalto pareça não entender, aumentar legitimamente a democracia é - em primeiro lugar - respeitar a Constituição, ato soberano de uma nação, que limita o poder do Estado e do governo e garante a igualdade política de todos os cidadãos. Tudo aquilo que não respeite esse mínimo constitucional é retórica de dominação. E, se os defensores dessa perversa lógica estão investidos de poder, a retórica fica a um passo de se configurar como arbítrio. Não é à toa que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência se sente à vontade para falar as maiores barbaridades como se fossem ordinárias medidas de governo.

O Itamaraty ja nao e' mais o que era? Provavelmente - Mansueto Almeida

Mas, as eventuais falhas na qualidade do material produzido nos últimos tempos não têm a ver, exatamente, com deficiências de serviço da própria institutição, e sim com as novas condições de trabalho, que impõem certas regras bizarras que não costumam, ou não costumavam fazer parte do menu habitual da Casa. Certas coisas só estando dentro para perceber, mas ainda assim seria preciso saber de onde partiram as ordens para fazer, não fazer, deixar de fazer, fazer outra coisa, inverter os processos, alterar procedimentos, deixar coisas sem registro escrito, tratar de certos assuntos por telefones ou mensagens eletrônicas à socapa, apagar os traços, enfim, tem todo um mundo que passa longe de nossa vã filosofia...
Paulo Roberto de Almeida

Diferença de postura
Blog do Mansueto Almeida
21 de julho de 2014

Nos últimos sete dias, o presidente dos EUA, Barak Obama, convocou entrevista coletiva para falar do ataque de terroristas ao voo MH17 na Ucrânia e sobre a crise entre Israel e Palestinos na faixa de Gaza.

Independentemente de concordamos ou não com aspectos da política de defesa e comercial dos EUA, o país tem um papel muito claro na defesa de suas posições e se alia com países com tradição democrática, apesar de o histórico condenável dos EUA no apoio de governos ditatoriais no passado, em especial, na América Latina.

No caso do Brasil, não vejo clareza na nossa política externa. O nosso problema parece ser pelo menos quatro. Primeiro, tem-se a nítida impressão que o país luta por um assento no Conselho de Segurança na ONU sem saber muito o que quer defender. O Brasil tem sido um defensor intransigente da democracia na América Latina? O país tem se destacado no âmbito mundial na defesa das minorias? Nos últimos anos, o governo brasileiro tem tido uma posição dúbia em relação a violação de direitos humanos na América Latina e o mesmo em relação aos grandes conflitos mundiais.

Segundo, o Brasil tem um corpo diplomático de excelente formação, o Itamaraty, instituição do Estado e do serviço público brasileiro que sempre foi respeitado pela sua qualidade técnica, desde a negociação de acordos internacionais até a solução do conflitos militares, como aquele que opunha Peru e Equador há décadas e que foi solucionado com a assinatura do Acordo Global e Definitivo de Paz, no Palácio Itamaraty, em Brasília, em 26 de outubro de 1998. Mas, nos últimos anos, há uma percepção de leigos e de diplomatas aposentados que o Palácio do Planalto passou a ter um consultor que, muitas vezes, parecer ser uma voz mais ativa do que o próprio Itamaraty na definição estratégica da política externa do país. Essa percepção pode ser equivocada, mas existe.

Terceiro, a atuação recente do Brasil na América Latina tem sido marcado por um atuação que parece muito mais ideológica do que voltada para defesa dos interesses do país. Há abundância de exemplos: a suspensão do Paraguai do Mercosul, a forma do ingresso da Venezuela no bloco, a ajuda financeira a Cuba, o tratamento dado à questão do Senador boliviano exilado na embaixada em La Paz e a posição dúbia brasileira em relação à crise política na Venezuela. De acordo com o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal: “…o governo brasileiro está fazendo uma opção pelo que há de mais atrasado e populista”. (clique aqui para ler a entrevista completa do senador a revista Veja).

Quarto e último ponto, tenho uma grande esperança que os esforços do Brasil em construir uma agenda comum com os demais países do BRICS tenha sucesso e que a criação do Novo Banco de Desenvolvimento tenha algum êxito. Sou cético quanto a isso e, no caso dos BRICS, não vejo o Brasil tomando à frente na defesa intransigente da democracia, direitos humanos e, no caso mais recente, condenação das ações da Rússia na Ucrânia.

Enquanto o presidente dos EUA condenava de forma clara o papel omisso da Rússia no episódio que levou à queda do voo MH17 na Ucrânia, a nossa presidenta fez uma declaração infeliz reproduzida nos jornais deste final de semana e desta segunda-feira:

Tem um segmento da imprensa dizendo que este avião… que foi derrubado estava na rota da volta do avião do presidente Putin. Coincidia com o horário e com o percurso. Então, que o míssil poderia ser dirigido ao avião do presidente Putin.

Por onde começar? O “segmento da imprensa” era a mídia russa que afirma também que os corpos poderiam estar lá há meses e a Otan poderia ter derrubado o Boeing para testar lealdades.

O que leva a presidente de 200 milhões de brasileiros a embarcar nesta canoa furada de propaganda? E por que, enquanto escrevo, três dias depois da tragédia, em meio à indignação do mundo civilizado, a líder da sétima economia do mundo não se sente compelida a expressar luto pelo massacre de 298 civis inocentes? Esqueçamos, por um momento, a estadista. A avó do Gabriel não tem ganas de dizer algo sobre as 80 crianças mortas no voo MH17” (ver Lúcia Guimarães, o meridiano do MH17 no Estado de São Paulo).

A impressão que tenho da política externa brasileira é que ainda há uma ênfase excessiva no discurso anti-americano dos tempos da guerra fria e uma excessiva leniência com atitudes não democráticas de governos Latino Americanos ou de alguns dos nossos aliados dos BRICS.

Vamos torcer para que o Itamaraty volte a ser mais relevante no desenho e na condução da nossa política externa e que o nosso empenho nas alianças com países em desenvolvimento dependa cada vez menos de questões ideológicas das afinidades do partido no poder.

(Mansueto Almeida)

Corrupcao companheira: mais um caso exemplar - Venda de terreno do BNDES em Brasilia

O que está por trás disso?
HUGO MARQUES
Revista Veja, 19/07/2014

O TCU suspende a venda de um terreno do BNDES em Brasília. Avaliado em 285 milhões de reais, o imóvel foi negociado por 51 milhões — um prejuízo aos cofres públicos que pode superar 230 milhões de reais

No Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tudo é superlativo, a começar pelas cifras. Para este ano, o banco estatal reservou 150 bilhões de reais para financiar empreendimentos em diversas áreas, da agricultura à indústria de ponta. É dinheiro público, dos cofres do Tesouro Nacional, injetado diretamente em empresas de pequeno, médio e grande porte para fomentar o crescimento do pais. A ideia é fazer com que os empréstimos, a juros mais baixos que os de mercado, banquem iniciativas capazes de girar mais e mais a roda da economia. Mas até mesmo quando erra na mão o portentoso BNDES é capaz de produzir excelentes negócios. No início do ano, o banco decidiu se desfazer
de um valioso terreno no centro de Brasília. Aparentemente, seguiu o protocolo: | contratou um avaliador para fixar o preço,
publicou o edital convocando eventuais interessados e promoveu a licitação pública. As empresas se apresentaram e venceu a que ofereceu o melhor preço. O negócio, porém, é mais complicado do que parece.
Localizado na zona central de Brasília, uma das regiões mais valorizadas do país, o terreno tem 9 000 metros quadrados. No espaço vazio, um dos poucos disponíveis para construção no centro da capital, o BNDES planejou um dia erguer sua sede. O terreno está cercado por prédios importantes da burocracia federal e fica a apenas cinco minutos de carro do Palácio do Planalto. Especialistas no mercado imobiliário brasiliense calculam que a área, do jeito que está, vale no mínimo 285 milhões de reais. O BNDES, porém, vendeu o imóvel por 51 milhões, quase um sexto do valor de mercado. De tão estranha que foi, a operação virou alvo de uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). Por ordem do ministro Augusto Sherman, a transferência do terreno para o novo dono foi embargada até que sejam esclarecidas as condições do negócio.
Os auditores do TCU estão analisando a transação com lupa. Ao decidir pela suspensão da venda, o ministro Sherman chama a atenção para a possibilidade de o negócio representar um prejuízo de mais de 230 milhões de reais aos cofres públicos. O ponto de partida da investigação é um laudo, encomendado pelo próprio BNDES, que estipulou o valor mínimo da transação. No documento, o terreno foi avaliado em 107 milhões. Mas havia nele uma ressalva: se houvesse necessidade de vendê-lo às pressas, o que não era o caso, o preço poderia ser reduzido para 45 milhões. Foi justamente esse valor que o banco adotou como base para a licitação. O lote foi arrematado pela AJS Empreendimentos e Participações, cujo dono é o empresário Álvaro José da Silveira, membro do conselho de administração da Brasil Pharma, conglomerado que reúne algumas das maiores redes de farmácias do país. Uma coincidência, em especial, intriga os auditores: o engenheiro que assina o laudo encomendado pelo BNDES, Ricardo Caiuby Salles, é irmão de uma diretora da mesma Brasil Pharma. "Se o BNDES optou pelo preço menor, é decisão do banco", defende-se o engenheiro. Ele diz ser apenas coincidência o fato de o terreno ter sido comprado pelo chefe da sua irmã. A AJS Empreendimentos informou que está enviando ao TCU todas as explicações sobre o negócio. O BNDES limitou-se a dizer que seguiu a lei e que está prestando todas as informações ao TCU.
"É brincadeira o BNDES vender esse lote por 51 milhões de reais. Quem comprou por esse preço ganhou cinco ou seis vezes na Mega-Sena", diz Antonio Bartasson, diretor da Câmara de Valores Imobiliários de Brasília, entidade acostumada a fazer avaliação de terrenos na capital. Para o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Distrito Federal, Geraldo Nascimento, a transação evidencia um fenômeno que vem ocorrendo em Brasília: por um lado, órgãos do governo se desfazem de imóveis próprios a preços abaixo dos de mercado, em operações muitas vezes obscuras, e por outro o próprio governo gasta milhões comprando ou alugando outros imóveis para abrigar repartições públicas. "O governo vende alguns imóveis a preço de banana e compra e aluga outros a preço de ouro", diz. No terreno vendido pelo BNDES, há espaço suficiente para a construção de quatro prédios de até 21 andares. O lucro de um empreendimento dessa magnitude pode ultrapassar facilmente a casa do bilhão. Quem está por trás da estranha operação ainda é um mistério, mas uma coisa é certa: fomentar bons negócios é mesmo uma especialidade do BNDES — depende, é claro, do ponto de vista do observador.

Eleicoes 2014: Cesar Maia sobre as pesquisas de intencoes de votos

Uma boa análise do ex-futuro candidato ao Senado pelo Rio, infeliz com o TRE, mas muito realista e percuciente na análise dos dados de pesquisas.
Paulo Roberto de Almeida

PESQUISA PRESIDENCIAL: DILMA DERRETE, MAS INTENÇÃO DE VOTO AINDA NÃO MUDA
Cesar Maia, 21/07/2014
           
1. Curiosa situação das pesquisas presidenciais, das quais o último Datafolha é um exemplo. A intenção de voto para presidente da república, no primeiro turno, está basicamente estática há uns 3 meses, com Dilma um pouco acima dos 30%, Aécio nos 20%, Campos nos 10% e os demais somados um pouco abaixo dos 10%. Mas a intenção de voto  no segundo turno é diferente e aproxima tanto Aécio quanto Campos de Dilma. Por quê?
               
2. A avaliação de Dilma segue uma curva sistematicamente declinante, degrau a degrau. Neste momento, em nível nacional, aqueles que marcam para Dilma –ótimo+bom- se igualam àqueles que marcam ruim+péssimo, no entorno dos 30%. É assim no resultado nacional global.
               
3. Mas quando se entra nas avaliações regionais e estaduais, excluindo quase que apenas o Nordeste e ainda e alguma coisa o Norte, a avaliação de Dilma despenca verticalmente. Em alguns casos –como no Rio de Janeiro- Dilma mantém sua intenção de voto no primeiro turno, mas sua avaliação despenca e se torna negativa.
               
4. Em S. Paulo há algum paralelismo entre intenção de voto e avaliação. A intenção de voto equilibra Dilma e Aécio em torno de 25%, mas a avaliação de Dilma a lança num precipício de impossível reversão.
               
5. Como se interpretar este quadro: estável no primeiro turno, com empate ou quase no segundo turno e queda sustentável na avaliação? A resposta é simples. A rejeição a Dilma indica que nas pesquisas de segundo turno –com apenas dois nomes- a rejeição a ela caminha em direção a qualquer nome que a enfrente num segundo turno. É como se o segundo turno fosse –a favor x contra- Dilma.
               
6. A intenção de voto estável no primeiro turno nos informa que as candidaturas de oposição ainda não transformaram o NÃO a Dilma, num SIM enfático a cada uma dessas outras duas candidaturas. Quando, ao lado da rejeição a Dilma, surgir a identificação de seu opositor –hoje Aécio- como a alternativa, a rejeição a Dilma e a intenção de voto produzirão tal sinergia que as extrapolações poderão apontar até uma inversão do resultado no primeiro turno.
               
7. Essa é a tendência. Mas vêm os programas eleitorais, a ficção política na TV e o populismo eletrônico. Ao lado disso, o abuso da máquina pública e da publicidade das estatais. Estas podem continuar durante o processo eleitoral sob alegação que estão em mercado, competindo. Mas não é o conteúdo que importa e sim a distribuição de recursos na busca da “boa vontade” de uma parte da mídia espontânea. O que prevalecerá? Hoje tudo leva a crer que a ‘tendência’ terá mais força que a máquina e a TV eleitoral.

(Cesar Maia)

Heranca maldita dos companheiros: inflessao e desemprego

Parabens aos companheiros: eles conseguiram desmentir o seu querido mestre, Keynes, em pessoa (mas não em carne e osso, para sorte dele).
Keynes sempre esteve associado a essa dupla contraditória: um pouquinho de inflação, para salvar o emprego, mantendo o crescimento positivo.
Essa fórmula começou a ser desmentida nos anos 1970, quando ainda antes do primeiro choque do petróleo se começou a ter aquilo que era julgado impossível no receituário keynesiano: inflação E estagnação, o que foi consagrado na fórmula stagflation (na verdade enganosa, pois primeiro ocorreu inflação, depois veio a estagnação, ou recessão).
Esta a razão de porque classifico a atual situação, produzida inteiramente pelos companheiros no poder, incompetentes tanto em keynesianismo quanto em simples bom-senso econômico, de inflessão, ou seja, uma combinação de inflação com recessão, na qual já estamos de fato...
Paulo Roberto de Almeida

BACEN (21/07/2014) – BOLETIM SEMANAL FOCUS. PREVISÕES DO MERCADO.

PORTAL G1. BACEN. 21/07/2014. 08h33. Mercado financeiro já prevê alta do PIB menor que 1% em 2014. Expectativa de alta recuou de 1,05% para 0,97% na 8ª queda seguida. Analistas do mercado também baixam previsão para o IPCA para 6,44%.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
A economia brasileira deve crescer menos de 1% este ano, segundo os economistas do mercado financeiro. É a primeira vez que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano fica abaixo dessa marca. De acordo com o relatório de mercado, divulgado pelo Banco Central, a previsão para o PIB caiu de 1,05% para 0,97%. Foi a oitava queda seguida.
As previsões do mercado financeiro, coletadas pelo BC por meio de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, confirmam o cenário de desaceleração da economia brasileira. Em 2013, o PIB registrou crescimento de 2,5%. Para 2015, a previsão do mercado de alta do PIB ficou estável em 1,5%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia. Para conter a inflação, o BC subiu os juros entre abril do ano passado e maio deste ano, influenciando também o ritmo de atividade.
No fim de maio, o IBGE informou que a economia do país registrou expansão de 0,2% nos três primeiros meses de 2014, em relação ao quarto trimestre de 2013, com destaque para o bom desempenho da agropecuária.
A expansão do PIB do país previsto para 2014 pelo mercado financeiro, de 0,97%, continua abaixo do estimado no orçamento federal, de 2,5%, e também menor que a previsão divulgada pelo Banco Central na semana passada, de alta de 1,6%.
Menos inflação
O mercado financeiro também previu menos inflação para este ano. Os economistas dos bancos reduziram de 6,48% para 6,44% sua previsão de 2014 para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o valor se distanciou um pouco do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para o ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto em abril, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa dos economistas dos bancos para o IPCA, porém, subiu de 6,10% para 6,12%.
Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Taxa de juros
A previsão do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, por sua vez, foi mantida em 11% ao ano até o fechamento de 2014. Na semana passada, o BC manteve a taxa estável neste patamar pelo segundo encontro seguido do Comitê de Política Monetária (Copom). Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico da economia permaneceu em 12% ao ano.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 recuou de R$ 2,39 para R$ 2,35 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 2,50 por dólar.
A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 permaneceu em US$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial subiu de US$ 9,4 bilhões para US$ 9,8 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou estável em US$ 55 bilhões.



PORTAL UOL. BACEN. Projeção do PIB cai pela 8ª semana seguida e fica abaixo de 1%, diz BC
Do UOL, em São Paulo. 21/07/2014. 08h38.

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer 0,97% neste ano, de acordo com as projeções mais recentes das principais instituições financeiras do país, divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (21). É a primeira vez no ano que a previsão fica abaixo de 1%.

Esta é a oitava semana seguida de recuo das projeções, que são agrupadas pelo BC no relatório Focus, publicado semanalmente. Na semana passada, a previsão para a alta do PIB era de 1,05%.

Na quinta-feira (17), o BC divulgou o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), indicador que é considerado uma prévia do PIB, apontando para um recuo de 0,18% da economia em maio.

A projeção para inflação recuou de 6,48% na semana passada para 6,44% nesta semana. De acordo com o último dado oficial do IBGE, os preços no país subiram 0,4% em junho.

O governo trabalha com uma meta de inflação de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (ou seja, a margem vai de 2,5% a 6,5%).

A Selic, taxa básica de juros, deve fechar o ano nos atuais 11%, segundo os analistas consultados pelo BC. A perspectiva para a cotação do dólar passou de R$ 2,39 na semana passada para R$ 2,35.

Previsão para 2015
Para o ano que vem, os economistas subiram a projeção de inflação de 6,1% para 6,12%, segundo o Focus. A previsão de alta do PIB foi mantida em 1,5%.

A taxa básica de juros deve fechar 2015 em 12%, a mesma projeção da semana passada; e a cotação do dólar deve ser de R$ 2,50.

Entenda o que é o boletim Focus
Toda segunda-feira, o Banco Central (BC) divulga um relatório de mercado conhecido como Boletim Focus, trazendo as apostas de economistas para os principais indicadores econômicos do país.

Mais de cem instituições são ouvidas e, excluindo os valores extremos, o BC calcula uma mediana das perspectivas do crescimento da economia (medido pelo Produto Interno Bruto, o PIB), perspectivas para a inflação e a taxa de câmbio, entre outros.

Mediana apresenta o valor central de uma amostra de dados (desprezando os menores e os maiores valores).

(Com Reuters)


Economistas passam a ver expansão da economia abaixo de 1% em 2014
Reuters. 21/07/2014. 09h34.
Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras passaram a ver expansão econômica no Brasil abaixo de 1 por cento neste ano após novos sinais de fraqueza, ao mesmo tempo em que melhoraram ligeiramente a perspectiva para a inflação e mantiveram o cenário para a política monetária após o Banco Central ter mantido o patamar do juro básico na semana passada mas deixado as portas abertas para eventuais mudanças. Em uma trajetória descendente que já dura oito semanas, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto em 2014 caiu a 0,97 por cento na pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira, contra 1,05 projetado anteriormente. No ano passado, o PIB cresceu 2,5 por cento.As expectativas de que a economia deve ter recuado no segundo trimestre aumentaram na semana passada com a queda de 0,18 por cento em maio do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do PIB.

Um dos maiores pesos sobre a economia é a indústria, e no Focus os agentes econômicos voltaram a piorar sua projeção, vendo agora uma contração da atividade de 1,15 por cento, ante queda de 0,90 por cento na semana anterior. Para 2015, a projeção para o crescimento do PIB foi mantida pela terceira semana em 1,50 por cento, enquanto a estimativa de crescimento da indústria caiu a 1,70 por cento, frente a 1,80 por cento.

INFLAÇÃO

Por outro lado, os agentes econômicos consultados no Focus reduziram a projeção para o IPCA, afastando-a um pouco do teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. A estimativa para a inflação oficial em 2014 passou agora a 6,44 por cento, contra 6,48 por cento anteriormente. Depois de o IPCA ter estourado o teto em junho com 6,52 por cento em 12 meses, o mercado aguarda a divulgação na terça-feira do IPCA-15 de julho. Para 2015, a projeção no Focus para o IPCA foi elevada a 6,12, contra 6,10 por cento. Para os próximos 12 meses, sofreu alta de 0,03 ponto percentual, a 5,95 por cento. Entretanto, o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, continua vendo estouro da meta este ano, mantendo a projeção para o IPCA em 6,51 por cento. Para a política monetária, não houve alterações na perspectiva de que a Selic encerrará o ano no atual patamar de 11,00 por cento, depois de o BC ter decido na semana passada manter a taxa básica de juros nesse nível pela segunda vez seguida.

Diante da atividade fraca e da inflação elevada, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou as portas abertas para eventual mudança na política monetária, e os olhos agora se voltam para a ata da reunião, a ser divulgada na quinta-feira. Por enquanto, os economistas continuam vendo que novo ciclo de aperto monetário só começará em janeiro de 2015, com alta de 0,25 ponto percentual, sem alteração sobre a semana anterior, segundo o Focus.


Focus: Projeção para o dólar ao fim de 2014 cai pela segunda semana
Valor
21/07/2014. 09h20.
Os analistas de mercado veem o dólar menos valorizado ao fim deste ano e agora estimam que a moeda americana deve fechar 2014 valendo R$ 2,35. Na semana passada, a projeção era de R$ 2,39. Para o fim de 2015 a estimativa mediana segue em R$ 2,50.

O dólar tem estado bastante volátil. Na quinta-feira, subiu 1,67% e, na sexta, devolveu boa parte dessa alta ao cair 1,35%. Essa desavalorização foi intensificada pela queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais. Mas a cotação ainda segue bem abaixo do que os analistas veem no fechamento do ano, em R$ 2,2279.

Ainda no setor externo, os analistas aumentaram ainda mais a estimativa para o déficit em conta corrente neste ano; a mediana passou de US$ 80,75 bilhões para US$ 81,5 bilhões. A estimativa para o saldo da da balança comercial ficou praticamente inalterada em US$ 2 bilhões.


Projeção para alta do IPCA em 2014 sai de 6,48% para 6,44%, traz Focus
Valor
21/07/2014. 09h20.
Os analistas do mercado financeiro reduziram suas expectativas para a inflação neste ano, embora tenham aumentado as apostas para 2015 e na leitura em 12 meses, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC).

A mediana das projeções para o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 6,48% para 6,44% em 2014. A estimativa para a inflação no próximo ano, por sua vez, passou de 6,10% para 6,12%. Em 12 meses, os analistas estimam agora elevação de 5,95% no IPCA, ante 5,92% na pesquisa antecedente. A projeção para a inflação em julho foi de 0,24% para 0,22%.

O mercado também vê a inflação medida por outros indicadores menos pressionada neste ano. Para o IGP-M, por exemplo, a projeção cedeu de 5,04% para 5,01%. A mediana das projeções para o IGP-DI caiu de 5,04% para 4,49%. No caso do IPC-Fipe, a expectativa se reduziu de 5,69% para 5,56%. 

Os analistas veem no enfraquecimento da atividade um dos motivos pelos quais a inflação deve ficar menos pressionada e que fariam o BC a manter a taxa de juros inalterada neste momento. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 11% ao ano. O Focus mostra que o mercado espera a manutenção dessa taxa até dezembro. Até o fim de 2015, a Selic subiria para 12%. 

Entre os analistas Top 5, os que mais acertam as previsões, as projeções de inflação seguiram as mesmas - 6,51% neste ano e 6,75% em 2015 -, mas eles elevaram a aposta para o juro no ano que vem, de 11,50% para 12,25%. Todas as estimativas são medianas de médio prazo.


FOLHA DE SÃO PAULO. PORTAL UOL. Mercado estima pela primeira vez PIB abaixo de 1% em 2014
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
21/07/2014 09h07

Pela oitava semana consecutiva, os analistas de mercado cortaram suas estimativas para a expansão da economia brasileira neste ano.

Desta vez, a projeção de alta do PIB (Produto Interno Bruto) ficou em 0,97%. É a primeira vez que o Boletim Focus, do Banco Central, traz expectativa abaixo de 1% para este ano.

Na semana passada, a estimativa era de alta de 1,05%.

A revisão para o PIB acompanha a redução nas projeções para a produção industrial. Agora, os analistas esperam queda de 1,15% nesse setor, ante retração de 0,90% na semana passada.

Há um mês, o mercado via o PIB crescendo 1,16% e a produção industrial caindo 0,16%.

Para 2015, a estimativa para o PIB foi mantida em expansão de 1,50%, mas a da indústria caiu pela quarta semana consecutiva, de alta de 1,80% para 1,70%.

As notícias mais recentes sobre a atividade econômica em geral e industrial têm mantido o sinal negativo.

Na semana passada, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) informou que o índice de confiança do setor atingiu em julho o menor patamar desde janeiro de 1999.

O indicador de produção de junho despencou para 39,6 pontos, contra 48,4 em maio.

O Banco Central, por sua vez, mostrou que seu IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) teve contração de 0,18% em maio ante abril, refletindo especialmente a forte queda da indústria naquele mês.

Embora o resultado tenha sido um pouco melhor que o esperado, analistas não viram no número um sinal de reversão das expectativas negativas. O dado, afirmaram, aponta atividade mais fraca no segundo trimestre.

A estimativa para o IPCA –a inflação oficial do país– d este ano passou a 6,44%, frente a 6,48% na pesquisa anterior.

A meta do governo é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

MERCADO DE TRABALHO

Outros números mostraram que o enfraquecimento da atividade chegaram ao mercado de trabalho.

O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) decepcionou novamente em junho ao registrar a criação de 25,3 mil vagas no mês. O resultado foi o pior para os meses de junho desde 1998 e, como em maio, foi puxado pelo fechamento de 28,5 mil vagas na indústria.

Em função da criação menor de vagas, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, reduziu para 1,1 milhão a estimativa de novas vagas este ano. A estimativa anterior era de 1,4 milhão a 1,5 milhão de empregos novos.

DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/R20140718.pdf
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
CNI. 18/07/2014. Produção e emprego caem e estoques estão acima do planejado. Sondagem da CNI mostra que desaquecimento da atividade se agravou em junho e cresceu a preocupação dos empresários com a falta de demanda, a inadimplência dos consumidores e a dificuldade com capital de giro.

O indicador de evolução da produção da indústria caiu para 39,6 pontos e o de número de empregados recuou para 45,2 pontos. As informações são da Sondagem Industrial, divulgada nesta sexta-feira (18), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores de evolução da pesquisa variam de zero a cem. Valores abaixo de 50 indicam queda na produção e no emprego.

Conforme a pesquisa, o aumento dos estoques em relação ao planejado completou o cenário de desaquecimento da atividade em junho. O nível de estoque efetivo em relação ao planejado subiu para 52,1 pontos. O indicador varia de zero a cem, acima de 50 revela excesso de estoques. "Certamente há aspectos atípicos em junho e a realização da Copa afetou de forma excepcional os resultados do mês. Todavia, os resultados da Sondagem nos últimos meses indicam que o quadro negativo é antigo e o agravamento de junho deverá ter consequências mais duradouras. É pouco provável a possibilidade de uma recuperação rápida e sustentada da indústria no curto prazo", analisa a CNI.

O índice de evolução da produção ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos pelo oitavo mês consecutivo e alcançou o menor valor desde 2010. O número de empregados caiu em todos os portes de empresas e na maioria dos setores da indústria extrativa e de transformação. A utilização média da capacidade instalada caiu para 68%, o menor percentual da série histórica mensal que começou em 2010.


OBSTÁCULOS - A falta de demanda foi apontada como um das principais dificuldades enfrentadas pela indústria no segundo trimestre. Assinalado por 40,7% das empresas, o problema subiu da quarta para a segunda posição no ranking e só é superado pela elevada carga tributária, que teve 54,5% das menções dos empresários. O problema da falta de demanda ganhou importância para as empresas de todos os portes. No entanto, foi mais significativo para as grandes empresas. No primeiro trimestre do ano, a falta de demanda foi mencionada por 21,6% das indústrias de grande porte. Esse número aumentou para 41,6% no segundo trimestre.

Também estão no topo da lista dos problemas, a competição acirrada, com 31,3% das menções, e o alto custo das matérias-primas, com 25,4% das assinalações. A Sondagem observa ainda que a inadimplência dos clientes, com 18,6% das respostas, e a falta de capital de giro, com 18,9%, ganharam importância entre os obstáculos ao crescimento das empresas.

SITUAÇÃO FINANCEIRA - A pesquisa revela que, no segundo trimestre, aumentou a insatisfação da indústria com as margens de lucro e com a situação financeira. O índice de satisfação com a margem de lucro operacional caiu para 39,3 pontos, o menor desde o segundo trimestre de 2009. O indicador de satisfação com a situação financeira recuou para 44,6 pontos. Ambos os indicadores se afastaram ainda mais da linha dos 50 pontos, que separa a satisfação da insatisfação. Além disso, os preços das matérias-primas aumentaram e o acesso ao crédito continua difícil.

A pesquisa destaca que o agravamento das condições da indústria afetará toda a economia. "A superação desse quadro exige medidas efetivas, amplas e permanentes, capazes de reverter o ciclo negativo de falta de confiança, baixo investimento e queda na produção", recomenda a CNI.

Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 11 de junho com 2.115 empresas, das quais 849 de pequeno porte, 770 médias e 496 grandes.

SONDAGEM INDUSTRIAL

A Sondagem Industrial tem como objetivo identificar a tendência passada e futura da indústria brasileira. Essa pesquisa de opinião empresarial é realizada desde 1998, e conta com aproximadamente 2.000 empresas das indústrias extrativa e de transformação. Inicialmente com periodicidade trimestral, a Sondagem Industrial passou a ser realizada mensalmente a partir de janeiro de 2010.

A Sondagem abrange o Distrito Federal e os 26 Estados brasileiros e é realizada em parceria com as federações de Indústria. São divulgados resultados por setor de atividade, região geográfica e porte de empresa. Resultados estaduais são divulgados pelas Federações de Indústria.

A amostra é probabilística, feita a partir de uma população de empresas com 10 empregados ou mais. A cada fim de trimestre do ano calendário (março, junho, setembro e dezembro) o questionário de coleta é ampliado, incluindo outras variáveis e o relatório de divulgação apresenta análises econômica, setorial e por porte da empresa.

Os resultados são divulgados na forma de indicadores de difusão.

DOCUMENTO: http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_24/2014/07/18/4/SondagemIndustrialJunho20141.pdf

A frase da semana: Zbigniew Brzezinski, sobre o Brics e o Brasil

Apenas reproduzindo, não uma, mas duas frases, ambas provocadoras, e talvez verdadeiras...

O BRIC não existe como bloco. 
É apenas um amontoado de letras e o Brasil precisa parar de pensar que é o país do futuro.
Zbigniew Brzezinski, geopolítico americano