sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

FFAA: o corpo mais democrático do país, da nação: transmissão de cargo de comandante do Exército

Sem qualquer restrição mental, inclusive porque estive fora do país por sete anos durante o regime militar, não tenho nenhuma hesitação em classificar nossas Forças Armadas como a instituição mais democrática do Brasil, acima de quaisquer outras. Elas foram essenciais numa transição tranquila entre o regime lulopetista – quando uma organização criminosa comandava o país de 2003 a 2016, mas ainda tinha inúmeras alavancas no Estado – e o novo governo iniciado em 1 de janeiro de 2019, depois de uma transição de dois anos e meio de recomposição de novas forças políticas.
Paulo Roberto de Almeida

Após deixar Exército, general Villas Bôas confirma ida para GSI
Ativo no Twitter, militar usou o microblog para anunciar ter sido convidado pelo presidente Bolsonaro para uma nova missão


https://www.metropoles.com/brasil/politica-br/apos-se-despedir-do-exercito-general-villas-boas-confirma-ida-para-gsi


Durou poucas horas o afastamento do general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas do poder federal. Na manhã desta sexta-feira (11/1), o militar chorou ao passar o comando do Exército Brasileiro ao também general Edson Leal Pujol. “O senhor traz a necessária renovação e a liberação das amarras ideológicas que sequestraram o livre pensar”, disse ele ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), durante a solenidade de troca do comando do Exército. No início desta noite, Villas Bôas anunciou no Twitter que só mudou de endereço: agora, a convite de Bolsonaro, ele passa a dar expediente no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Confira a postagem do general:
Gostaria de externar a minha felicidade por receber uma missão do PR @jairbolsonaro ao ser convidado para integrar o Gabinete de Segurança Institucional, no qual poderei continuar contribuindo para o desenvolvimento da nossa Pátria.

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Presente no evento desta manhã, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, afirmou que Villas Bôas enfrentou instabilidade ao longo de sua gestão, o que teria colocado as instituições democráticas brasileiras à prova. “Ele conquistou respeito com as entregas certas nas horas certas. Seus maiores feitos foram o que conseguiu evitar, mantendo a ética. Fez do Exército solução e não parte do problema”, ponderou.
Mais cedo, os militares publicaram texto na página oficial da instituição na internet sobre a “instabilidade política” que Villas Bôas teria enfrentado ao longo da sua gestão. “Em meio à turbulência, o general Villas Bôas foi a voz do Exército Brasileiro, deixando clara a percepção da crise ética vivida pelo país, mas ressaltando a importância da manutenção da estabilidade, da legalidade e da legitimidade, bem como a defesa da Constituição Federal”, diz trecho da publicação.
Carta do ExércitoEm uma espécie de agradecimento ao trabalho de Villas Bôas, o Exército publicou um texto em sua página na internet enaltecendo a “firmeza” do dirigente ao longo de sua gestão e fez referência ao que chamou de “instabilidade política” que o militar teve de lidar à frente das tropas.
A publicação diz que o general aliou “serenidade, característica de sua personalidade, à firmeza na ênfase do papel do Exército, definido na Constituição, especialmente nos momentos de instabilidade política e social”.
Nos quatro anos que Villas Bôas passou à frente do Exército, o Brasil enfrentou o ápice da Operação Lava Jato, que mostrou o envolvimento de boa parte da cúpula política do país em esquemas de corrupção, o impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer na presidência.
De acordo com o texto, o general teve papel “apaziguador” diante dessas crises sociais e políticas, classificadas pela corporação como “turbulência”.
“Em meio à turbulência, o general Villas Bôas foi a voz do Exército Brasileiro, deixando clara a percepção da crise ética vivida pelo país, mas ressaltando a importância da manutenção da estabilidade, da legalidade e da legitimidade, bem como a defesa da Constituição Federal”, diz trecho do texto.
Outro ponto ressaltado pelo Exército em relação à gestão do comandante foi a comunicação do general com as autoridades civis e veículos de imprensa, além do público em geral. O reconhecimento de toda essa trajetória, de acordo com a publicação, está visível nos comentários de internautas nas redes sociais. Villas Bôas é usuário assíduo dessas plataformas, sobretudo do Twitter, onde tem mais de 420 mil seguidores.
Por fim, o texto destaca a manutenção de ações operacionais mesmo num “contexto econômico desfavorável”. As intervenções federais nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Espírito Santo são apontadas como algumas das missões mantidas, mesmo com orçamento limitado, para a garantia da paz social.

Villas Bôas fez o discurso usando aparelho para respiração. Ele enfrenta um quadro de esclerose múltipla, uma doença degenerativa. A forma como o general lida com o delicado estado de saúde também foi citado pelo ministro Fernando Azevedo. “Transformou as dificuldades em oportunidades”, ressaltou. Agora, ele vai colaborar com o ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno.

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