sábado, 21 de março de 2015

Petrolao: o verdadeiro tesoureiro dos petralhas (nao o oficial) e porque andou solto por ai e fica em silencio

Transcrevendo, para registro da história, uma estória a todos os títiulos deplorável, e não por causa dos dois personagens que ousam desmentir os dois jornalistas, e que até agora se recusam a dar entrevista sobre o caso, mas por um terceiro personagem que, como evidenciado na matéria, não merece a roupa que veste, roupa essa que lhe foi servida para fazer isso mesmo que faz...
Paulo Roberto de Almeida

Primeiro a notícia original de O Antagonista (falta verificar a data, que tenho nomeu computador)

 Matando a cobra e mostrando o pau
O Antagonista

No contexto da Operação Lava Jato, uma das perguntas que permaneciam sem resposta era por que Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, foi solto por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal – e, depois, teve novo pedido de prisão preventiva negado por obra do mesmo Teori, que convenceu Gilmar Mendes e Carmen Lúcia a segui-lo na decisão.

Afinal de contas, está mais do que provado que Renato Duque, homem de José Dirceu e do PT, era um dos principais engenheiros do propinoduto que sangrou a estatal.

O Antagonista apurou com três fontes de alto escalão, para chegar à resposta. Renato Duque não está livre por falha de argumentação do juiz Sergio Moro e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como pensam alguns. Esse foi apenas o pretexto. Renato Duque está livre por causa de Lula.

A prisão de Renato Duque, em novembro do ano passado, fez com que a sua mulher entrasse em desespero. Sem poder contar com José Dirceu, pato manco depois do mensalão, ela recorreu a Paulo Okamotto, o faz-tudo de Lula. Para acalmá-la, Okamotto afirmou que a situação se arrumaria num curto espaço de tempo, mas ela lhe disse que não cairia nessa conversa. Que, se fosse necessário, teria como reunir provas suficientes para provar que Lula sabia e participara do esquema do petrolão.

Diante da ameaça, Okamotto disse a Lula que ele deveria encarregar-se da questão pessoalmente. Lula encontrou-se com a mulher de Renato Duque e tentou persuadi-la de que o seu marido ficaria na prisão menos do que se imaginava. Em vão. Ela voltou a afirmar que implicaria o ex-presidente no escândalo, se Renato Duque não fosse libertado rapidamente.

Acuado, Lula pediu ajuda a um ex-ministro do STF de quem é muito amigo. Ele se prontificou a socorrer o petista. O melhor caminho, disse o ex-ministro do STF a Lula, era procurar Teori Zavascki.

Foi o que o amigo de Lula fez: marcou um encontro com Teori Zavascki, para lhe explicar como era urgente que Renato Duque fosse solto, porque, caso contrário, Lula seria envolvido “injustamente” num escândalo de proporções imprevisíveis para a estabilidade institucional. Teori Zavascki aquiesceu. Avisado pelo amigo ex-ministro do STF, Lula comunicou à mulher de Renato Duque que tudo estava resolvido

Foi assim que Renato Duque, passados pouco mais de quinze dias após a sua prisão, viu-se do lado de fora da carceragem da Polícia Federal em Curitiba

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Carta Aberta de Paulo Okamotto em resposta ao blog O Antagonista

Senhores Diogo Mainardi e Mario Sabino,

Vivemos em um país democrático e, nele, as pessoas podem falar o que quiserem e até ganhar dinheiro com isso. É condenável, porém, que publiquem notícias falsas e deliberadamente caluniosas, como os senhores fizeram no blog O Antagonista em matéria intitulada “Renato Duque está solto a pedido de Lula”.

As informações contidas na matéria são completamente inverídicas, tanto no que me diz respeito quanto ao ex-presidente Lula. O que, aliás, os senhores comprovariam se tivessem tido a dignidade de me perguntarem antes, frente a frente, diretamente, o que queriam saber.

Mas não o fizeram, preferindo publicar injúrias não só contra nós, mas também contra o Supremo Tribunal Federal.

Paulo Okamotto – Presidente do Instituto Lula

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Resposta do blog O Antagonista

Senhor Paulo Okamotto,

Vivemos em um país democrático, apesar das tentativas autoritárias dos governos do PT de cercear a liberdade de opinião e expressão, e, nele, certas pessoas podem falar o que quiserem contra a imprensa independente e até ganhar dinheiro público com isso, proveniente de estatais administradas pelo Partido dos Trabalhadores.

É condenável, porém, que essas pessoas publiquem notícias falsas e deliberadamente caluniosas, como ocorre nos blogs sujos patrocinados tanto pela administração Lula como pela administração Dilma.

As informações contidas na matéria “Renato Duque está solto a pedido de Lula” são completamente verídicas, confirmadas por fontes insuspeitas de quaisquer crimes.

No entanto, propomos ao senhor e ao ex-presidente Lula que tenham a dignidade de nos conceder uma entrevista, frente a frente, olho no olho, para que, além de darem a sua versão sobre o fato reportado por nós, esclareçam nossas poucas dúvidas a respeito dos seguintes assuntos: mensalão, a acusação de que o senhor ameaçou Marcos Valério de morte, petrolão, uso abusivo de cartões corporativos da Presidência da República, atuação de Rosemary Noronha como lobista, sucesso empresarial de Lulinha, financiamentos do BNDES a empreiteiras com contratos em países africanos, as ligações com o grupo JBS/Friboi e a ameaça de usar a turma do Stedile para promover um banho de sangue no país.

Agradecemos antecipadamente a atenção,

Diogo Mainardi e Mario Sabino
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Agora a notinha suplementar:

Bomba-relógio prestes a explodir

O Antagonista, 21/03/2015

Renato Duque só rompeu o mutismo na CPI da Petrobras para negar um episódio relatado, duas semanas atrás, em O Antagonista: o de que sua mulher procurou Lula e Paulo Okamotto para exigir a soltura do marido.
Lauro Jardim, na Veja desta semana, publica a seguite nota:
“A mulher de Renato Duque, Maria Auxiliadora, é uma bomba-relógio prestes a explodir, na avaliação de quem conhece o casal”.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Operacao Lava a Jato - Ricardo Bergamini

Operação Lava Jato da Polícia Federal
Ricardo Bergamini, 20/03/2015

Na década de 1980 fui executivo financeiro da IESA - Internacional de Engenharia S/A, empresa onde conheci o meu amigo pensador Paulo Rabello de Castro (palestrante de economia), que é uma das empresas investigadas pela operação lava jato. Posso afirmar que não há nada de novo no que já era feito naquela época, ou seja: fazer parte de um clube de empresas para participar do rodízio, colocar um “over price” nos contratos e a cada recebimento de fatura repassar o valor do “over price” para uma empresa de consultoria indicada pelo contratante (na minha época eram empresas que aprovavam a qualidade da obra denominada de teste de aceitação). Cabe lembrar que: essa prática era adotada por todas as empresas estatais e governos e não existe outra forma de trabalhar já que a regra era institucional.

A regra era tão institucional que o presidente da IESA na época era o Dr. Sérgio Franklin Quintela, que hoje é um dos membros do conselho de administração da Petrobrás.

Quanto a Petrobrás sugiro pesquisar artigos do jornalista Paulo Francis, escritos na década de 90, onde sempre denunciou para o vento a corrupção na Petrobrás. Por isso o CAZUZA foi muito feliz ao afirma que o Brasil era um museu de grande novidade, ou seja: todos diariamente nos indignamos com fatos antigos e repetitivos (anões do orçamente, Carlinhos Cachoeira e a Delta, etc).

Como toda a minha vida profissional foi vivida dentro da área financeira das empresas e dos bancos poderia escrever um livro sobre corrupção.

Temos que admitir que vivemos em um país com deformação cultural do cinismo e da hipocrisia, haja vista que todos criticam a sonegação de impostos, ao mesmo tempo em que todos sabem que não há como manter nenhuma atividade econômica sem sonegar impostos.

Para encerrar o meu depoimento devo dizer que concordo plenamente com senhor Paulo Roberto Costa (ex- Diretor da Petrobrás) quando afirma em seu depoimento que não existe doação legal para partidos e políticos. Inexoravelmente todas tem como origem a corrupção. O resto é debate de bêbados. Diga-se de passagem, não podemos nos esquecer que foram as mesmas palavras ditas pelo Paulo Cesar Faria tesoureiro do Collor m 1992. Mais uma vez o museu de grandes novidades.

QUE DEUS TENHA PIEDADE DA ABISSAL ESCURIDÃO E ESTUPIDEZ COLETIVA REINANTE NO BRASIL

Ricardo Bergamini

Brasil-Venezuela: negocios entre companheiros, com ganhos arriscados... - BBC

Los suculentos negocios que atan a Brasil con Venezuela
BBC News, 18/03/2015

Brasil nunca ocultó que veía en la Venezuela socialista de Hugo Chávez un mercado atractivo para sus empresas.
“La presencia de Venezuela en el Mercosur (…) abre oportunidades a varios emprendimientos”, dijo la presidenta brasileña, Dilma Rousseff, cuando dio la bienvenida al país vecino y rico en petróleo al bloque regional, en julio de 2012.
Y varios números sugieren que la apuesta brasileña rindió sus frutos.
Sólo el año pasado, el gigante sudamericano tuvo en su intercambio comercial con Venezuela un superávit de US$3.450 millones.
Para Brasil ese saldo positivo fue a contramano de su balanza comercial total, que el mismo 2014 registró su primer déficit anual en lo que va de este siglo.
Expertos como Oliver Stuenkel, profesor de relaciones internacionales en la Fundación Getulio Vargas, con sede en São Paulo, calculan que las empresas brasileñas tienen contratos en Venezuela por unos US$20 mil millones.
“Brasil obtuvo muchos beneficios económicos (en Venezuela) a lo largo de los últimos 15 años y el chavismo era un socio comercial confiable. Chávez y (su sucesor Nicolás) Maduro dieron preferencia a las inversiones brasileñas”, indicó Stuenkel a BBC Mundo.
Pero esa relación enfrenta desafíos inéditos ahora que Venezuela pasa crecientes problemas económicos, tensiones políticas y surgen reclamos de una actitud más firme de Brasil ante el gobierno “amigo”.
“Cuestión interna”
Hasta ahora la administración de Rousseff evitó criticar directa y públicamente a Maduro, lo que contrasta con la actitud de Estados Unidos, otro actor clave en el hemisferio y socio comercial importante de Caracas.
El presidente estadounidense, Barack Obama, declaró a Venezuela una amenaza para la seguridad nacional y ordenó sanciones contra siete altos funcionarios de ese país.
En cambio, Brasil ha medido sus palabras sobre Venezuela desde el arresto el mes pasado del alcalde de Caracas, el opositor Antonio Ledezma, acusado por el gobierno de Maduro de participar de un supuesto plan para derrocarlo.
La Cancillería brasileña primero señaló que acompañaba “con gran preocupación la evolución de la situación en Venezuela”. Pero la propia Rousseff calificó el arresto de Ledezma como una “cuestión interna” de ese país.
Unos días después, Itamaraty emitió otro comunicado sobre Venezuela que afirmó que “son motivos de creciente atención medidas tomadas en los últimos días, que afectan directamente partidos políticos y representantes democráticamente electos”.
Al igual que lo hizo el año pasado tras las manifestaciones antigubernamentales que fueron reprimidas en Venezuela, Brasil llamó a retomar “el diálogo” en el país, a través de la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur) y el apoyo del Vaticano.
Grupos defensores de los derechos humanos como Human Rights Watch y Amnistía Internacional han criticado la posición de Brasil —el primero la calificó de “tímida”— ante la “prisión arbitraria” de opositores y otros abusos que afirman que se cometen en Venezuela.
Y opositores brasileños acusaron al gobierno de Rousseff de ser “cómplice” de Maduro y actuar en función de vínculos ideológicos con las autoridades vecinas.
Sin embargo, Stuenkel calificó esta visión como “simplista”.
“La cuestión económica (en Venezuela) es más importante que cualquier factor político”, sostuvo. “El comportamiento brasileño hasta hoy fue principalmente pautado por intereses económicos”.
Pero, ¿cuáles son exactamente esos intereses?
Puentes, usinas y deudas
Las empresas brasileñas tienen un abanico amplio de actividades en Venezuela: desde la colocación de alimentos y otros bienes de consumo en un mercado con serios problemas de escasez, hasta grandes obras de infraestructura.
La constructora Odebrecht, por ejemplo, tiene una docena de proyectos en Venezuela, incluida la ampliación del metro de Caracas, el tendido de un puente de 11,4 kilómetros sobre el Lago de Maracaibo (al oeste del país) y el desarrollo de la central hidroeléctrica Tocoma (al este).
Por otra parte, la lista de productos brasileños exportados a Venezuela es extensa: las carnes bovinas tienen un peso destacado, pero también hay leche, azúcar, medicamentos, maquinarias, champú, afeitadoras…
El propio gobierno brasileño ha buscado empresas brasileñas que abastezcan productos básicos a Venezuela para aliviar la crisis, tras al menos dos pedidos personales de Maduro a Rousseff, informó el diario Folha de S.Paulo el martes.
No obstante, las dificultades de los importadores venezolanos para obtener dólares ha provocado importantes atrasos de pagos a los exportadores brasileños, mientras que empresas brasileñas instaladas en el país vecino también tuvieron problemas para enviar fondos a la matriz.
La Cámara de Comercio Venezuela-Brasil calculaba a comienzos de año que esos atrasos sumaban US$5.000 millones. Pero un funcionario venezolano que habló en condición de anonimato por tratarse de un tema sensible dijo a BBC Mundo que la cifra podría llegar al doble.
Welber Barral, exsecretario brasileño de Comercio Exterior y socio de la consultora Barral M Jorge, señaló que los atrasos varían según del ramo del exportador y que a clientes suyos del área de los alimentos “les están pagando”.
Sin embargo, indicó que los atrasos que hubo en general y los problemas de liquidez que causó a Venezuela el desplome del precio del petróleo provocaron una reciente contracción del comercio bilateral.
Las exportaciones brasileñas a Venezuela cayeron 47% en los dos primeros meses de este año respecto al mismo período de 2014, mientras el superávit del intercambio se redujo 53%.
La situación parece preocupar al gobierno de Rousseff, que estudió plantearle a Venezuela que las exportaciones brasileñas tengan como garantía el petróleo de la estatal PDVSA o sus derivados, para "desmonetizar" el comercio, informó el diario brasileño Valor Económico a fines de enero.
Pero Barral dijo a BBC Mundo que eso sería insuficiente, ya que Brasil produce el mismo tipo de petróleo que su vecino. “Brasil no tiene qué importar” de Venezuela, resumió.
Con crecientes dificultades políticas y económicas también en Brasil —que incluyen un creciente descontento social doméstico, una devaluación de más de 20% del real ante el dólar este año y una inflación a 12 meses que en febrero llegó al máximo en una década— muchos creen que lo último que quiere Rousseff es más inestabilidad en Venezuela.
“No se puede decir que el impacto de un colapso venezolano afectaría apenas algunos sectores de la economía brasileña”, dijo Stuenkel. “En la situación actual, con tantas noticias negativas, sería otro factor que afectaría de manera muy negativa el cuadro”.

Retratos Sul-Americanos: Perspectivas brasileiras sobre História e Política Externa - Elisa de Sousa Ribeiro e Camilo Negri (coords.)

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RETRATOS SUL-AMERICANOS: PERSPECTIVAS BRASILEIRAS SOBRE HISTÓRIA E POLÍTICA EXTERNA: Camilo Negri e Elisa de Sousa Ribeiro (coordenadores) [eBook Kindle]

Elisa de Sousa Ribeiro , Camilo Negri

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ÍNDICE

A AMÉRICA LATINA NA ORDEM ECONÔMICA MUNDIAL, DE 1914 A 2014
Paulo Roberto de Almeida

AS ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS PARA A AMÉRICA LATINA
Henrique Carlos de Oliveira de Castro e Sonia Ranincheski

“CLÁUSULAS DEMOCRÁTICAS” E TRANSCONSTITUCIONALISMO NA AMÉRICA DO SUL: UMA ANÁLISE BASEADA NA RUPTURA INSTITUCIONAL NO PARAGUAI
Carina Rodrigues de Araújo Calabria e Felipe Neves Caetano Ribeiro

O DESAFIO ESTÁ LANÇADO: O BRASIL EM BUSCA DA INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA SUL-AMERICANA (2000-2010)
Helen Miranda Nunes

PARADIGMAS DA ATUAÇÃO BRASILEIRA NO MERCOSUL
Elisa de Sousa Ribeiro e Felipe Pinchemel Cotrim dos Santos

RECOMPENSA, HONRA, SUBMISSÃO: VERSÕES DA ENTRADA DO BRASIL NA SOCIEDADE DAS NAÇÕES
Mariana Yokoya Simoni

DA HESITAÇÃO À AFIRMAÇÃO: A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA PARA A REGIÃO PLATINA NA 2ª CHANCELARIA DE PAULINO JOSÉ SOARES DE SOUZA (1849-1853)
Hugo Freitas Peres

A INTERVENÇÃO BRASILEIRA DE 1851 NO URUGUAI: CONDICIONANTES, OBJETIVOS E RESULTADOS
Rafael Braga Veloso Pacheco

INTEGRAÇÃO E DIREITO AO DESENVOLVIMENTO NA AMÉRICA DO SUL
Alex Ian Psarski Cabral e Cristiane Helena de Paula Lima Cabral

LISTA DE AUTORES (CURRÍCULO ACADÊMICO RESUMIDO)

Alex Ian Psarski Cabral
Doutorando em Direito Público Internacional pela PUC de Minas Gerais. Mestre em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Portugal.

Carina Rodrigues de Araújo Calabria
Doutoranda pela Universidade de Manchester. Mestre em Direito, Estado e Constituição pela UnB. Graduada em Relações Internacionais (FIR) e em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (UFPE).

Cristiane Helena de Paula Lima Cabral
Doutoranda em Direito Público Internacional pela PUC de Minas Gerais. Mestre em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Portugal.

Elisa de Sousa Ribeiro
Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais com especialidade em Análise Comparativa das Américas pelo Centro de Pesquisa e Pós-Graduação Sobre as Américas da UnB. Bacharel em Direito pelo UniCEUB.

Felipe Neves Caetano Ribeiro
Diplomata. Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília. Graduado em Direito pela PUC de Goiás.

Felipe Pinchemel Cotrim dos Santos
Diplomata. Mestre em Direito Internacional pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia.

Helen Miranda Nunes
Mestre em Relações Internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Graduada em Relações Internacionais pela PUC do Rio de Janeiro.

Henrique Carlos de Oliveira de Castro
Doutor e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Realizou pós-doutorado na École des hautes études en science sociales (Paris, França).

Hugo Freitas Peres
Diplomata. Mestrando em Relações Internacionais na Universidade de Brasília e graduado em Relações Internacionais no Centro Universitário Curitiba.

Mariana Yokoya Simoni
Diplomata. Doutoranda em Relações Internacionais pela UnB, Mestre em Ciências Sociais pelo Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC/UnB), e bacharel em Relações Internacionais pela UnB.

Paulo Roberto de Almeida
Diplomata. Doutor em Ciências Sociais, Mestre em Planejamento Econômico. Foi professor no Instituto Rio Branco e na Universidade de Brasília, diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI).

Rafael Braga Veloso Pacheco
Diplomata. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos, em Belo Horizonte.

Sonia Ranincheski
Doutora em Sociologia com ênfase em Estudos Comparados Sobre As Américas pela UnB, Mestre em Ciência Política pela UFRGS e graduada em História pela mesma universidade. Tem Pós-Doutorado em Sociologia na École de Hautes Études en Sciences Sociales (EHSS), Paris, França.


Detalhes do produto

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  • Idioma: Português
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Revista Meridiano 47: numero especial sobre os 20 anos da OMC, chamada de artigos

Call for Papers – Bulletin Meridiano 47, Special Issue on the 20th Anniversary of the WTO

In the twentieth anniversary of the World Trade Organization (WTO) initial sessions (1995), Boletim Meridiano 47 welcomes submissions to a special edition on the organization and its role in the international economic system firstly designed in Bretton Woods (1944). One of the many products of the Uruguay Round’s multilateral trade negotiations (1987-1994), a process that launched many multi and plurilateral agreements among which stands out the WTO constitutive agreement, the WTO is the successor of the GATT. An agreement that symbolizes also a compromise following the debacle of the International Trade Organization previously designed in Havana’s Conference for Trade and Employment (1947-1948), besides having stemmed from a provisional agreement in Geneva (1947), GATT alone, during roughly half a century, had to play the leading role in the international trade system. Until the downfall of the socialist sphere and the increasing incorporation of new agencies into the international labor division, GATT paved the way for the adoption of Uruguay’s institutional revamp that led to the creation of an entire organizational structure – what originally was not included in Punta del Este’s mandate (1986).
The WTO might be underscored as the single most relevant instrument to the progressive international trade liberalization in non-discriminatory bases, as well as to the emergence of new norms in areas formerly outside the less ambitious GATT, such as the understanding on dispute settlements, trade & investments and intellectual property. Although the Doha Round is yet to be concluded, the WTO, which is currently under the general direction of a Brazilian diplomat, remains one of the main pillars of the liberal order initially conceived in Bretton Woods.
‘The WTO and the challenges of the Multilateral Trade System’, Boletim Meridiano 47’s special edition welcomes articles on manifold aspects of the WTO, its history, its rules, and diverse analytical stances, be them on the institution itself or on themes regarding its operation. The edition counts with guest editors such as Professor Paulo Roberto de Almeida (Brazil’s Ministry of External Relations; Centro Universitário de Brasília, UNICEUB) and Professor Rogério de Souza Farias (University of Chicago), and is to be published in late August, 2015.
The editors welcomes manuscripts to this issue, under the guidelines of the journal http://www.meridiano47.info, which encompasses the limits of 3500-4000 words, in English or Portuguese, to be submitted until July 15th 2015.

Desigualdades na América Latina: licoes da Historia - Seminario no Intal-BID

Um resumo muito interessante, inclusive com gráficos esclarecedores, sobre um problema persistente, que revela todo o fracasso das elites (ou seria um sucesso?) na permanência das iniquidades distributivas, ou seja, a (não) distribuição de renda.
Vale a pena ler o resumo todo e acessar as contribuições individuais.
Paulo Roberto de Almeida 
Desigualdade na América Latina: lições da história
Gabriel Kessler
BID-INTAL, 20/03/2015
Quais são os ensinamentos que uma visão de longo prazo sobre a desigualdade na América Latina nos oferece? [1] Sem dúvida muitos, e vários deles de grande utilidade para pensar os desafios do presente. Estas são algumas das conclusões decorrentes da leitura das apresentações realizadas no seminário “A inequidade na América Latina a longo prazo”, organizado pelo BID, pelo Banco Mundial e pela Cepal no auditório do Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (BID-Intal) em Buenos Aires, de 3 a 5 de dezembro de 2014. Entre outras contribuições, a perspectiva temporal nos permite observar o peso que variáveis como a educação, a política tributária, a propriedade da terra, a configuração das elites, as diferentes estratégias econômicas e os fatores demográficos e naturais tiveram sobre a equidade, ao mesmo tempo que nos permite discernir o que aconteceu com as desigualdades de classe, gênero e étnicas ao longo da história. Neste artigo, baseado nas principais descobertas de um grupo de trabalhos apresentados no seminário, em primeiro lugar se fará referência à controvérsia central sobre a história da desigualdade da região e às mais recentes contribuições apresentadas a esse respeito. A seguir, será analisada em perspectiva temporal a evolução das desigualdades de gênero e étnicas. E, por último, se abordará um exemplo de trajetória de longo prazo da desigualdade, finalizando o artigo com algumas reflexões sobre o uso da história para ajudar a pensar os desafios do presente.
 Ler o artigo em sua integralidade, neste link.







Sauvas freireanas a caminho da extincao? Hummm, nao sei, mas vamos tentar...

Nos anos 1920, Monteiro Lobato, que lutava contra a "natureza" -- ah, essa madrasta... -- na sua fazenda de Taubaté, e que até abandonou a agricultura para se tornar definitivamente urbano e jornalista, dizia o seguinte:
"Ou o Brasil acaba com as saúvas, ou a saúva acaba com o Brasil".
Claro, nessa época, o Brasil era essencialmente agrícola, e tinha uma agricultura super-hiper atrasada, ainda com aquele Jeca Tatu capinando a roça, com a sua enxada, e tentando se livrar da saúva e do bicho do pé.
Pois bem, o Brasil se livrou das saúvas. Êpa; não o Brasil, só a agricultura.
As saúvas estão belas, ricas, fortes, mais pujantes do que nunca.
Elas se mudaram todas para o MEC e para as faculdades de Pedagogia, e sobrevivem e se disseminam, com esse estupor da desinteligência nacional que é o método Paulo Freire, que não é um método, apenas um panfleto rastaquera, vagabundo e idiota, que está acabando com a educação brasileira.
Pois eu digo: ou o Brasil acaba com as saúvas freireanas, ou vai acabar. A educação já está perdida, e vai demorar décadas para melhorar.
Abaixo, alguém me lembrou uma antiga postagem que vale a pensa relembrar...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Paulo Freire e a miseria educacional brasileira: subsidios para um debate

Como o assunto foi aqui levantado, por um interlocutor curioso, e como eu sou curioso o suficiente para pesquisar, e também para indagar, recebi duas contribuições a respeito, que coloco à disposição dos interessados.
Paulo Roberto de Almeida
Vale a pena ler o que é o método Paulo Freire
Blog Tomatadas, maio 2014
Embora muito se fale sobre o dito "Método Paulo Freire" de ensino, a opinião pública sabe bem pouco sobre no que isso consiste. Em grande parte, tal situação se dá pelo fato de que Paulo Freire e os propagandistas desse método não se preocuparam muito em explicá-lo, restringindo-se quase o tempo todo à denúncia da dita "educação bancária" e à repetição do mantra "educar é um ato político". 
Nesse contexto, não deixa de ser proveitoso ler o livrinho O que é método Paulo Freire, de Carlos Rodrigues Brandão. O autor é um discípulo de Freire que participou das primeiras experiências de aplicação desse método, em 1961, no interior do Nordeste. A proposta do livro é explicar tais experiências passo a passo, tendo em vista que "[...] em alguns livros de Paulo Freire e de outros educadores, são poucas as páginas sobre o método e, não raro, elas estão escondidas em algum 'anexo'" (Brandão, 1984, p. 14). Na seção final do livro, o autor explicita que, em realidade, as reflexões metodológicas ocupam um lugar pequeno na obra freiriana: "quem voltar aos livros que Paulo Freire escreveu vai notar que, de propósito, falei muito do que ele fala pouco e pouco do que ele fala muito" (Idem, p. 111).
Ora, essas citações já evidenciam que, como dizem os críticos de Freire, esse autor e seus seguidores não se preocupam muito com a educação em si mesma, e sim em fazer da educação um instrumento de luta política contra o capitalismo. E o livro de Brandão, precisamente por se concentrar na descrição do método, acaba por fornecer elementos que corroboram as críticas lançadas contra as propostas freirianas. Neste texto, vou destacar apenas a crítica relativa à falta de originalidade do tal método.
Como era e como ficou 
O historiador David Vieira sugere, com base numa boa revisão bibliográfica, que os procedimentos que compõem o dito "Método Paulo Freire" eram empregados na alfabetização de adultos, já em 1915, pelo missionário Frank Charles Laubach (1884-1970). Ao ser enviado numa missão religiosa para as Filipinas, Laubach precisava elaborar uma escrita para a língua maranao e, ao mesmo tempo, alfabetizar as pessoas nessa língua para que pudessem estudar a bíblia. Assim, ele "[...] adaptou um antigo método de ensino norte-americano, de reconhecimento das palavras escritas por meio de retratos de objetos familiares do dia-a-dia da vida do aluno, para ensinar a leitura da nova língua escrita. A letra inicial do nome do objeto recebia uma ênfase especial, de modo que o aluno passava a reconhecê-la em outras situações, passando então a juntar as letras e a formar palavras".
Ora, o trabalho de alfabetização realizado por Freire e seus seguidores consistia basicamente nos seguintes passos - embora Brandão repita várias vezes que o método era modificado a cada vez que o empregavam:
    eles faziam uma pesquisa sobre o cotidiano dos alunos para selecionar os "temas geradores" e as "palavras geradoras"
    usavam desenhos e fotos para estimular discussões em grupo sobre esses temas (por exemplo, os problemas de habitação, alimentação e outros na favela onde os alunos moravam)
    apresentavam uma palavra geradora, como "favela", "tijolo" ou "salário", por meio de um slide
    em seguida, eram apresentados slides com as "famílias fonêmicas" de cada sílaba (no caso de "favela", começava-se mostrando "fa - fe - fi - fo - fu", depois "va - ve - vi - vo - vu", etc.)
    posteriormente, os alunos eram estimulados a criar palavras combinando todas as sílabas dispostas numa "Ficha de Descoberta", isto é, num quadro com todas as famílias fonêmicas relacionadas à palavra geradora (Brandão, 1984, p. 70-72).
Qual é a originalidade disso em relação ao que Laubach e outros já faziam desde muitas décadas? Brandão não se detém em discutir o que haveria de original no trabalho realizado com Freire, mas, ao tratar dos critérios empregados para a seleção das palavras geradoras, explica o seguinte:
Ora, no Método Paulo Freire entra um critério que, se não é novo, apareceu repensado. [...] aqui, as palavras não são só um instrumento de leitura da língua; são também instrumentos de releitura coletiva da realidade social onde a língua existe, e existem os homens que a falam e as relações entre os homens. Portanto, as palavras precisam servir para as duas leituras e os seus critérios de escolha são três, dois deles usuais em outros métodos, o outro, novo e renovador:
1º) a riqueza fonêmica da palavra geradora;
2º) as dificuldades fonéticas da língua;
3º) a densidade pragmática do sentido (Idem, p. 30-31).
A novidade do tal método estaria na forma de aplicar o terceiro critério, portanto, já que os dois primeiros, referentes à sintaxe e à semântica, foram importados de outros métodos e aplicados basicamente do mesmo modo. E no que consiste a inovadora maneira freiriana de aplicar o critério pragmático? Brandão esclarece que este diz respeito ao "[...] maior ou menor teor de conscientização que a palavra traz em potencial, ou conjunto de reações socioculturais que a palavra gera na pessoa ou grupo que a utiliza" (Idem, p. 31).
Nesse sentido, Brandão acaba reconhecendo que os elementos propriamente técnicos do tal "Método Paulo Freire" foram herdados de outros que já existiam, e que a grande novidade estava em selecionar as palavras que fossem mais úteis para direcionar as discussões em grupo de modo tal a "conscientizar" os alunos, sendo que "conscientização" deve ser entendida como sinônimo de "compreensão de mundo" (Idem, p. 39 – itálicos no original).
Falando com franqueza, não parece lícito atribuir a Paulo Freire a invenção de um método de ensino que leva seu nome se ele se serviu de métodos já existentes e apenas mudou a forma de aplicar um dos critérios de seleção de palavras geradoras de maneira a combinar o trabalho de alfabetização de adultos com doutrinação ideológica de esquerda! E isso considerando especialmente que o critério pragmático, ao contrário dos dois primeiros (que são totalmente importados), não tem nenhuma relação direta com as operações cognitivas que constituem o ato de ler. Não admira que Freire falasse tão pouco de método em seus livros...
Diálogo enviesado
É claro que alguém poderia objetar que, embora Brandão admita que as palavras geradoras são selecionadas propositalmente pelo seu potencial de uso como instrumentos de "conscientização", não há como predeterminar o resultado das discussões feitas com os alunos, o que invalidaria ou ao menos relativizaria a crítica de que se estaria fazendo doutrinação ideológica disfarçada de diálogo. Contudo, eu expliquei no texto Paulo Freire e a "educação bancária" ideologizada como funcionam de fato essas discussões em grupo: o professor freiriano apresenta uma única via para explicar as situações relatadas pelos alunos, que é a ideologia em que ele acredita. Assim, o aluno é deixado na ignorância sobre a existência de pesquisas que explicam as situações de pobreza, desigualdade, problemas urbanos e ambientais, entre outros, fora do universo teórico e ideológico do professor!
Em suma, é muito forçado dizer que existe um "Método Paulo Freire" de ensino, pois o que esse autor fez foi apenas transformar métodos de alfabetização bastante antigos num processo de doutrinação ideológica que se dá por meio de diálogos nos quais o aluno, deixado na ignorância de explicações alternativas e mais sofisticadas, não tem poder nem espaço para contestar os "novos saberes" que lhe são apresentados.
Paulo Freire: pobreza intelectual, dogmatismo e amor assassino 
Quando o jornalista José Maria e Silva publicou uma crítica contundente ao mal chamado "Método Paulo Freire", na Gazeta do Povo, esse jornal publicou também textos de freirianos para apresentar o famoso "outro lado da questão" - muito embora os freirianos não proponham apresentar visões de mundo diferentes aos seus alunos, conforme se vê pela leitura de Pedagogia do oprimido (Freire, 1987). 
Mas o que chama a atenção nessas respostas é que os seguidores de Freire, na verdade, não respondem! Primeiro, eles usam o argumento de autoridade, dizendo que Freire é o patrono da educação brasileira e que trabalhou nesta e naquela instituição de prestígio. Depois, repetem a velha cantilena de que o método de ensino que leva o nome dele teria tido resultados impressionantes, ignorando o fato de os críticos desse método, como Silva, alegarem que os resultados efetivos ficaram muito aquém da propaganda. Por fim, citam uma ou duas passagens da obra de Freire sobre a educação ser um "ato político" e sobre a importância de tornar o estudante "sujeito de si mesmo". E param por aí! Em nenhum momento eles procuram formular uma resposta específica para as críticas elaboradas contra o, vá lá, "pensamento" de Paulo Freire. Repetem a velha fórmula de propaganda do tal método como se esta já contivesse resposta para qualquer crítica, e está feito. 
  
Por que fogem do debate? Em parte, é claro, para tirar proveito do fato de que a imagem de Paulo Freire como grande educador e suposto inventor de um revolucionário método de alfabetização de adultos já está fortemente entranhada entre os professores e na opinião pública. Mas a razão oculta está no fato de que qualquer tentativa séria de defender as ideias freirianas implica ter de admitir que estas não têm nenhuma base científica e nem mesmo racional!
Em vez de ciência, fé ideológica
A melhor maneira de constatar isso é ler a obra freiriana, como os livros Pedagogia do oprimido e Pedagogia da autonomia, ambos já citados neste blog, que se caracterizam por um simplismo de ideias constrangedor. Mas quem quiser ganhar tempo e ir direto a um trabalho freiriano que deixa essa falta de fundamentação bem explícita pode recorrer ao livrinho O que é método Paulo Freire, comentado no post anterior. Após descrever os procedimentos que compõem o método de alfabetização de adultos aplicado por Freire e seus seguidores já em 1961, o autor, Carlos Rodrigues Brandão, escreve o seguinte:  
Às vezes é muito difícil falar sobre as ideias que deram origem ao Método Paulo Freire, porque elas são muito simples e algumas pessoas precisam complicá-las.
Na verdade Paulo Freire não tem sequer uma teoria pedagógica definitiva. Ele tem um afeto e a sua prática. Por isso fica difícil teorizar a seu respeito, sem viver a prática que é o sentido desse afeto. Por isso é fácil compreender o que ele tem falado e escrito, quando se parte da vivência da prática do compromisso que tem sido, mais do que sua teoria, a sua crença (Brandão, 1984, p. 102).
O que se vê nessa passagem da conclusão do livrinho é o reconhecimento de que Paulo Freire e seus seguidores não têm como justificar a suposta eficácia do tal método, já que os seus escritos consistem apenas em ideias simples embaladas por palavras atraentes, como "afeto". Nesse sentido, Brandão fornece a melhor comprovação da pertinência das críticas lançadas contra a pobreza intelectual de Paulo Freire. 
De fato, José Maria e Silva, no artigo citado, afirma que Pedagogia do oprimido não passa de um panfleto político e de um "manual de autoajuda marxista" exatamente por causa da pobreza das ideias ali expostas. De modo similar, Sol Stern afirma que essa obra nem ao menos pode ser considerada um trabalho sobre educação, já que ignora todos os temas importantes nessa área do conhecimento ao longo do século XX, tais como avaliações, padrão de ensino, currículo escolar, o papel dos pais na educação, entre outros, e se perde em "platitudes marxistas". E Brandão, ao reconhecer que não há mesmo nenhuma teoria ou argumento racional que fundamente esse ou qualquer outro trabalho de Freire, vê-se forçado a desqualificar críticas como essas da seguinte forma:
Como discutir com os termos complicados da ciência um educador cuja ideia-chave é o amor? 
Procure, leitor, folhear de alma limpa os escritos dele. Aos olhos ferozes dos tecnocratas do poder e da educação, pode ser que tudo aquilo não passe de uma espécie de poesia pedagógica, tão edificante quanto inviável. E aos seus olhos? (Brandão, 1984, p. 103).
Trata-se aí de uma óbvia desqualificação intelectual daqueles que acusam o simplismo dos escritos freirianos mediante a estratégia de associar os críticos ao rótulo odioso de "tecnocratas do poder e da educação". E, pior ainda, Brandão procura manipular as emoções de seus leitores ao enfeitar sua exposição com palavras bonitas, como "amor", e pedir-lhes que folheiem a obra de Freire com "alma limpa", pois assim dá a entender que uma obra edificada sobre o "amor" só pode ser compreendida por quem deixar a razão de lado e se entregar a uma apreciação igualmente emocional do que está lendo! 
As ideias de Paulo Freire são simplistas e dogmáticas, já que não têm justificativa racional, e só podem ser admiradas por quem não leu seus escritos ou por aqueles que leram esse material imbuídos das mesmas ideologias superficiais do autor e do seu mesmo ideal de fazer da educação um instrumento de doutrinação a serviço do socialismo. A quem duvidar disso, proponho que aprecie, de "alma limpa", a seguinte passagem de Pedagogia do oprimido, também citada por Silva, na qual o amoroso Paulo Freire elogia os fuzilamentos praticados pela revolução cubana.
A revolução é biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la, seja obrigada a deter vidas que proíbem a vida (Freire, 1987, localização 99).
Postagens relacionadas
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BRANDÃO, C. R. O que é método Paulo Freire. 7. ed., São Paulo: Brasiliense (Coleção Primeiros Passos, v. 38), 1984.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed., Rio de Janeiro: Paz & Terra, (Coleção O Mundo, Hoje, v. 21), 198

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