Pode ser que qualquer comparação com a situação do Brasil atual seja exagerada. Pode ser.
Mas do meu ponto de vista o Brasil já vive uma situação de fascismo corporativo, que é uma forma soft do mesmo fascismo que dominou a Alemanha 80 anos atrás. Nossa situação ainda é relativamente benigna, tanto que eu posso escrever o que quero, mesmo sob a ameaça velada de sanções indiretas dos companheiros. Outros países, em nossa região, infelizmente, já enfrentam uma situação de fascismo explícito, que os mesmos companheiros consideram e confundem com um regime progressista, de esquerda, avançado, anti-imperialista, enfim, essas coisas que eles gostam de proclamar como sendo "progressistas" e populares, quando não socialistas. Eles são, na verdade, fascistas, mesmo sem o saber, e sem ter sequer consciência de que tudo o que proclamam, desejam, promovem, é fascismo puro, ou seja, o controle do Estado sobre os cidadãos.
Eu, que não sou sequer um cidadão anarco-libertário, apenas um espírito livro, sei reconhecer quando o fascismo avança. E ele está avançando, pouco a pouco. Não com o meu silêncio ou a minha conivência. Sempre vou denunciar empreendimentos fascistas, onde quer que estejam, e venham de onde vierem, até de certos serviços estatais que consideramos "normais".
Por isso posto o que vai abaixo, não por concordar com todas as posturas do autor, seus argumentos ou afirmação, mas como uma forma de lembrar os perigos que rondam o Brasil, e nossas vidas, quando companheiros comprometidos com a mesma ideologia totalitária dominam o poder, e ameaçam submergir nossas liberdades, minha liberdade de dizer o que penso e de proclamar livremente minhas opiniões.
Paulo Roberto de Almeida
Há exatos 80 anos, ele chegou ao poder. Em nome da reparação e da igualdade, exterminou milhões de vidas. E a marcha do terror se fez no silêncio cúmplice
Reinaldo Azevedo
30/01/2013 13:42:53
Há exatos 80 anos, Adolf Hitler se tornava o chanceler da Alemanha. O resto é horror, perpetrado, em boa parte, sob o silêncio cúmplice do povo alemão e das demais nações.
Antes que se tornasse um homicida em massa, ele já havia atentado contra a ordem democrática, mas o regime o anistiou. Deram a Hitler em nome dos valores democráticos o que ele jamais concederia a seus adversários em nome dos valores nazistas.
Antes que se tornasse um homicida em massa, ele fundiu a chancelaria com a Presidência da República. E se fez silêncio.
Antes que se tornasse um homicida em massa, ele anexou a Áustria e a Renânia. E se fez silêncio.
Antes que se tornasse um homicida em massa, ele já havia ordenado, em 1933, a conversão de uma antiga fábrica de pólvora, em Dachau, num campo de concentração. E se fez silêncio.
Antes que se tornasse um homicida em massa, a França e a Inglaterra aceitaram que anexasse a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia. Assinaram com ele um “acordo de paz”. E se fez silêncio. No ano seguinte, ele entrou em Praga e começou a exigir parte da Polônia. Depois vieram Noruega, Dinamarca, Holanda, França… É que haviam feito um excesso de silêncios.
– Silêncio quando, em 1º de abril de 1933, com dois meses de poder, os nazistas organizaram um boicote às lojas de judeus.
– Silêncio quando, no dia 7 de abril deste mesmo ano, os judeus foram proibidos de trabalhar para o governo alemão. Outros decretos se seguiram — foram 400 entre 1933 e 1939.
– Silêncio quando, neste mesmo abril, criam-se cotas nas universidades para alunos não alemães.
– Silêncio quando, em 1934, os atores judeus foram proibidos de atuar no teatro e no cinema.
– Silêncio quando, em 1935, os judeus perdem a cidadania alemã e se estabelecem laços de parentesco para definir essa condição.
– Silêncio quando, neste mesmo ano, tem início a transferência forçada de empresas de judeus para alemães, com preços fixados pelo governo.
– Silêncio quando, entre 1937 e 1938, os médicos judeus foram proibidos de tratar pacientes não judeus, e os advogados, impedidos de trabalhar.
– Silêncio quando os passaportes de judeus passaram a exibir um visível “j” vermelho: para que pudessem sair da Alemanha, mas não voltar.
– Silêncio quando homens que não tinham um prenome de origem judaica foram obrigados a adotar o nome “Israel”, e as mulheres, “Sara”.
Os milhões de mortos do nazismo, muito especialmente os seis milhões de judeus, morreram foi de… SILÊNCIO. Morreram porque os que defendiam a ordem democrática e os direitos fundamentais do homem mostraram-se incapazes de denunciar com a devida presteza o regime de horror que estava em curso.
Nos nossos dias
É pouco provável que aquelas barbaridades se repitam. Mas não se enganem. Oitenta anos depois, a democracia ainda é alvo de especulações as mais destrambelhadas. Cometei aqui a tese delinquente de certa senhora, estudiosa do Islã e aboletada na Universidade Harvard, segundo quem os islâmicos estão dando à luz uma nova democracia, que ela classifica de “iliberal”. Pois é… Em 1938, um ano antes do início da Segunda Guerra, cogitou-se o nome de Hitler para o Nobel da Paz. As leis raciais contra os judeus já estavam em vigência…
Aquela tal senhora — Jocelyne Cesari — escreve, como quem diz “Bom dia!”, que essa forma particular de democracia não implica necessariamente o fim da discriminação religiosa ou de gênero. Dona Jocelyne acha possível chamar de “democrático” um regime que segregue as pessoas por sua religião e gênero…
Um “intelectual” como Salavoj Zizek dedica-se a especular sobre as virtudes do moderno terrorismo, conquista admiradores mundo afora, inclusive no Brasil, e passa a ser uma referência do pensamento de esquerda. Reitero: ele não está a falar na tal “redenção dos oprimidos”. Ele empresta valor afirmativo a ações terroristas.
Mundo afora, direitos individuais são solapados pelo Estado — em nome da igualdade ou da reparação —, e a criação de leis que discriminam homens segundo a cor de sua pele ou sua origem é vista como um avanço.
Programa
Não custa lembrar aqui algumas “exigências” do programa que os nazistas tinham para a Alemanha, que certamente deixam encantados alguns dos nossos esquerdistas ainda hoje — especialmente aqueles que defendem, como é mesmo?, o controle social da mídia. Eis aqui parte do que eles queriam para a Alemanha:
(…)
11. A supressão dos rendimentos a que não corresponda trabalho ou esforço, o fim da escravidão do juro;
12. Levando-se em conta os imensos sacrifícios em bens e em sangue derramado que toda guerra exige do povo, o enriquecimento pessoal graças à guerra deve ser qualificado de crime contra o povo. Exigimos, portanto, a recuperação total de todos os lucros de guerra;
13. Exigimos a nacionalização de todas as empresas (já) estabelecidas como sociedades (trustes);
14. Exigimos participação nos lucros das grandes empresas;
15. Exigimos que se ampliem generosamente as aposentadorias;
16. Exigimos a constituição e a manutenção de uma classe média sadia, a estatização imediata das grandes lojas, e o seu aluguel a preços baixos a pequenos comerciantes, cadastramento sistemático de todos os pequenos comerciantes para atender às encomendas do Estado, dos Länder e das comunas;
17. Exigimos uma reforma agrária apropriada às nossas necessidades nacionais, a elaboração de uma lei sobre a expropriação da terra sem indenização por motivo de utilidade pública, a supressão da renda fundiária e a proibição de qualquer especulação imobiliária;
18. Exigimos uma luta impiedosa contra aqueles cujas atividades prejudicam o interesse geral. Os infames criminosos contra o povo, agiotas, traficantes etc. devem ser punidos com pena de morte, sem consideração de credo ou raça;
19. Exigimos que se substitua o direito romano, que serve à ordem materialista, por um direito alemão;
20. Com o fito de permitir a todo alemão capaz e trabalhador alcançar uma instrução de alto nível e chegar assim ao desempenho de funções executivas, deve o Estado empreender uma reorganização radical de todo o nosso sistema de educação popular. Os programas de todos os estabelecimentos de ensino devem ser adaptados às exigências da vida prática. A assimilação dos conhecimentos de instrução cívica deve ser feita na escola desde o despertar da inteligência. Exigimos a educação, custeada pelo Estado, dos filhos – com destacados dotes intelectuais – de pais pobres, sem se levar em conta a posição ou a profissão desses pais;
21. O Estado deve tomar a seu cargo o melhoramento da saúde pública mediante a proteção da mãe e da criança, a proibição do trabalho infantil, uma política de educação física que compreenda a instituição legal da ginástica e do esporte obrigatórios, e o máximo auxílio possível às associações especializadas na educação física dos jovens;
22. Exigimos a abolição do exército de mercenários e a formação de um exército popular;
23. Exigimos que se lute pela lei contra a mentira política deliberada e a sua divulgação através da imprensa. Para que se torne possível a constituição de uma imprensa alemã, exigimos:
a) que todos os redatores e colaboradores de jornais editados em língua alemã sejam obrigatoriamente membros do povo (Volksgenossen);
b) que os jornais não-alemães sejam submetidos à autorização expressa do Estado para poderem circular. Que eles não possam ser impressos em língua alemã;
c) que toda participação financeira e toda influência de não-alemães sobre os jornais alemães sejam proibidas por lei, e exigimos que se adote como sanção para toda e qualquer infração o fechamento da empresa jornalística e a expulsão imediata dos não-alemães envolvidos para fora do Reich.
Os jornais que colidirem com o interesse geral devem ser interditados. Exigimos que a lei combata as tendências artísticas e literárias que exerçam influência debilitante sobre a vida do nosso povo, e o fechamento dos estabelecimentos que se oponham às exigências acima.
(…)
Começando a encerrar
Não, senhores! Qualquer semelhança com um programa de esquerda — e me digam quais esquerdistas não endossariam ainda hoje o que vai acima — não é mera coincidência. O fascismo, também na sua vertente nazista, sempre foi de esquerda nos seus fundamentos mais gerais. Erigiu, sim, uma concepção de poder e de organização de estado diferente daquelas estabelecidas pela Internacional Comunista e repudiava o entendimento que tinha esta do “internacionalismo”. Mas o ódio ao liberalismo econômico, à propriedade privada e às liberdades individuais era o mesmo.
Essa cultura da “engenharia social”, que cassa direitos individuais em nome de um estado reparador, ainda está muito presente no mundo. Como se percebe, ela se estabelece oferecendo o paraíso na terra, um verdadeiro reino de justiça e igualdade. Deu no que deu.
Neste ponto, alguém poderia objetar: “O Reinaldo agora acha que a luta por justiça resulta em fascismo…”. Não! O Reinaldo não acha isso. Pensa, isto sim, que as tentações totalitárias manipulam o discurso da igualdade para criar um ente de razão, estado ou partido, que busque substituir a sociedade.
E não se enganem: oitenta anos é quase nada na história humana. Não faz tanto tempo assim. Em 1933, a humanidade já dispunha de boa parte da literatura que vale a pena, de boa parte do pensamento que vale a pena, de boa parte até mesmo do conhecimento científico que ainda hoje serve de referência.
No entanto, o mundo viveu sob o signo da besta.
Brazil’s economy
Wrong numbers
More inflation, less growth
FOR Brazilians, disappointing economic news just keeps coming.
After weak third-quarter GDP figures shocked market economists and
government at the end of November, both cut their predictions for growth
in 2012 to just 1%. Then the government admitted it would only hit its
closely watched target for the primary fiscal surplus—of 3.1% of GDP—by
omitting some infrastructure spending from the sums, bringing forward
dividends from state-owned firms and raiding the sovereign wealth-fund
it set up in 2008. Now inflation figures have brought more gloom. During
2012 prices rose by 5.84%—above market expectations, and, for the third
year running, close to the ceiling of the range (2.5-6.5%) targeted by
the Central Bank.
In fact, the headline figure underestimates inflationary pressures.
If the federal government had not capped petrol prices, and
municipalities frozen public-transport fares before October’s local
elections, last year’s figure would have been closer to 6.5%. In 2013
both those prices are likely to rise. The end of a sales-tax holiday for
cars will boost inflation, too. Most analysts now think that inflation
will be around 6% this year. Week by week, they are revising down their
forecasts for economic growth in 2013, now at about 3%.
The government’s response to the bad news stoked fears that Brazil may be in for a long spell of high inflation and low growth. Stung by criticism, Dilma Rousseff, the president, pointed out that Brazil is still growing faster than Europe. That is true, but hardly a very illustrious comparison: most other emerging economies, including in Latin America, are doing far better.
The fudging of the fiscal target disappointed, but did not surprise. In 2010 it was only met by a complicated bond swap between the treasury and Petrobras, the state-controlled oil company, which magically added 0.9% of GDP to the surplus. Brazil could probably run a lower primary surplus without risking its hard-won reputation for fiscal sobriety. But changing the target would be a better way to do so than resorting to creative accounting.
More worrying are plans to weaken the Fiscal Responsibility Law of 2000, which completed the job of cleaning up the mess left behind by decades of high inflation. If Congress agrees, as seems likely, the federal government will be able to cut taxes without having to say, as now, how it will make up the revenue shortfall.
This suggests that with a presidential election due in 2014, officials will do whatever it takes to meet their forecast of 4% growth this year. Further stimulus may come partly in the form of yet more giveaway credits from state banks. But policy is already very loose. The Central Bank’s benchmark interest rate is less than 1.5% in real terms. Any further stimulus is more likely to push up inflation than growth, thinks Carlos Langoni, a former Central Bank governor. “The problem is structural: lack of competitiveness,” he says.
The government has tried to tackle that, but with piecemeal measures. It is cutting payroll taxes. But despite slower growth, unemployment in the six biggest cities is just 4.9%. Employers have hung on to excess workers, partly because firing them is expensive. The tight jobs market has meant that the tax cuts have fed through into higher wages, rather than lower costs for businesses, says Ilan Goldfajn of Itaú BBA, an investment bank. Without faster growth, such hoarding of labour cannot last indefinitely.
The most likely source of business optimism is a successful round of infrastructure auctions, planned for later this year. That would show that the government is serious about tackling bottlenecks—and not too wedded to its statist ways to offer investors an attractive rate of return.
Even so, 2013 looks like uphill going. A further complication is that a drought last year is threatening electricity generation at Brazil’s big hydropower plants. Gas- and oil-fired plants, normally switched on only in the dry season, are running at full tilt. The last time reservoirs fell this low, in 2000, electricity rationing ensued.
Rain might yet come to the rescue. But if it doesn’t? The government is pushing ahead with big cuts in electricity tariffs, promised last year even as the reservoirs were receding. Lower energy prices are a big part of its plans to improve industrial competitiveness, and are politically popular. But ploughing on may be costly too. Gas is much pricier than hydropower (partly because the government has discouraged the private sector from looking for it). If it cuts tariffs, the government will have to pay the difference. And by stimulating demand, cheaper electricity will bring the risk of rationing a bit closer. Ms Rousseff is not an overtly religious person. But she may be praying for rain.
The government’s response to the bad news stoked fears that Brazil may be in for a long spell of high inflation and low growth. Stung by criticism, Dilma Rousseff, the president, pointed out that Brazil is still growing faster than Europe. That is true, but hardly a very illustrious comparison: most other emerging economies, including in Latin America, are doing far better.
The fudging of the fiscal target disappointed, but did not surprise. In 2010 it was only met by a complicated bond swap between the treasury and Petrobras, the state-controlled oil company, which magically added 0.9% of GDP to the surplus. Brazil could probably run a lower primary surplus without risking its hard-won reputation for fiscal sobriety. But changing the target would be a better way to do so than resorting to creative accounting.
More worrying are plans to weaken the Fiscal Responsibility Law of 2000, which completed the job of cleaning up the mess left behind by decades of high inflation. If Congress agrees, as seems likely, the federal government will be able to cut taxes without having to say, as now, how it will make up the revenue shortfall.
This suggests that with a presidential election due in 2014, officials will do whatever it takes to meet their forecast of 4% growth this year. Further stimulus may come partly in the form of yet more giveaway credits from state banks. But policy is already very loose. The Central Bank’s benchmark interest rate is less than 1.5% in real terms. Any further stimulus is more likely to push up inflation than growth, thinks Carlos Langoni, a former Central Bank governor. “The problem is structural: lack of competitiveness,” he says.
The government has tried to tackle that, but with piecemeal measures. It is cutting payroll taxes. But despite slower growth, unemployment in the six biggest cities is just 4.9%. Employers have hung on to excess workers, partly because firing them is expensive. The tight jobs market has meant that the tax cuts have fed through into higher wages, rather than lower costs for businesses, says Ilan Goldfajn of Itaú BBA, an investment bank. Without faster growth, such hoarding of labour cannot last indefinitely.
The most likely source of business optimism is a successful round of infrastructure auctions, planned for later this year. That would show that the government is serious about tackling bottlenecks—and not too wedded to its statist ways to offer investors an attractive rate of return.
Even so, 2013 looks like uphill going. A further complication is that a drought last year is threatening electricity generation at Brazil’s big hydropower plants. Gas- and oil-fired plants, normally switched on only in the dry season, are running at full tilt. The last time reservoirs fell this low, in 2000, electricity rationing ensued.
Rain might yet come to the rescue. But if it doesn’t? The government is pushing ahead with big cuts in electricity tariffs, promised last year even as the reservoirs were receding. Lower energy prices are a big part of its plans to improve industrial competitiveness, and are politically popular. But ploughing on may be costly too. Gas is much pricier than hydropower (partly because the government has discouraged the private sector from looking for it). If it cuts tariffs, the government will have to pay the difference. And by stimulating demand, cheaper electricity will bring the risk of rationing a bit closer. Ms Rousseff is not an overtly religious person. But she may be praying for rain.
