sábado, 26 de maio de 2012

Partidos fortes, partidos ricos, partidos extratores...

Uma democracia representativa funcional se fundamenta, entre outros elementos, em partidos fortes, capazes de juntar setores significativos da opinião pública para representá-los, justamente, no Parlamento, a instituição por excelência de um sistema democrático moderno e, por isso mesmo, colocada no centro do poder político das experiências europeias de parlamentarismo e até do sistema presidencial americano, que é, como se sabe, eminentemente congressual.
Partidos fortes devem ser também transparentes, democráticos em seu funcionamento, e abertos ao escrutínio da sociedade e ao controle de eventuais órgãos que supervisionem a canalização de fundos públicos para eles. Bem, com base nesses critérios, pode-se ler a matéria abaixo, partidária, claro, mas expondo números que são públicos. Os contrastes saltam aos olhos.
O principal partido no poder é hoje um partido rico, ou pelo menos deveria ser, com base no fervor dos militantes, nas contribuições generosas e desinteressadas dos capitalistas amigos de sua causa socialista e, sobretudo, na extração de recursos de setores abnegados, desprendidos, beneméritos, cristãos, digam0s assim.
Paulo Roberto de Almeida 
Para deputados, PT tenta abafar o mensalão quitando dívida com bancos
Site do PSDB, 26/05/2012
O PT nacional arrecadou R$ 50,7 milhões com doações em 2011, fora do período eleitoral, número muito distante aos de outras siglas. O aumento das doações coincide com a quitação, pelo PT, de R$ 55 milhões em dívidas contraídas com os bancos BMG e Rural entre 2003 e 2004. Os dados foram divulgados pela “Folha de S.Paulo” nesta sexta-feira (25).
Para os deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP),Vanderlei Macris (SP) e Walter Feldman (SP), o Partido do Trabalhadores tenta, às vésperas do julgamento do mensalão, abafar o maior caso de corrupção da história do país. Como destacou nesta semana o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), o número das doações é absolutamente desproporcional.
O líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou em plenário que a arrecadação do PT cresceu 353% em comparação a 2009, um ano não eleitoral. Para o senador, o montante revela promiscuidade entre empresas e o poder público, e questionou qual seria a motivação para as doações. “Eu considero essa denúncia um escândalo. São empresas com interesses nos cofres públicos fazendo doações generosas num período sem eleições”, comentou.
A lista de doadores inclui diversas empresas com interesses no governo federal. Uma delas é o frigorífico Friboi, que obteve R$ 16 bilhões com taxas de juros privilegiadas junto ao BNDES. A empresa destinou, em 2011, R$ 2,9 milhões ao PT.
O partido teria feito um acordo para pagar oito empréstimos feitos entre 2003 e 2004. De acordo com a Procuradoria Geral da República, o dinheiro ajudou a irrigar o esquema do mensalão. Segundo a denúncia, as dívidas foram feitas para legalizar o desvio de recursos. Mendes Thame disse que a iniciativa do PT não surpreende. Segundo ele, o pagamento não inocenta os envolvidos no caso. “É uma tentativa de matar um dos argumentos de que esses financiamentos eram fajutos, simplesmente para financiar as atividades de caixa dois do partido”, afirmou.

Na opinião de Macris, causa estranheza a coincidência do pagamento aos bancos. “Meparece que a tentativa é amenizar a possibilidade de condenação do mensalão. Ou então é muita coincidência. Mas esse julgamento haverá de ser feito com a condenação daqueles que praticaram o maior escândalo de corrupção do Brasil”, ressaltou.
Feldman argumenta que o PT age como se tudo já tivesse sido superado, mas o povo espera punição aos responsáveis pelos desvios. “É uma tentativa de se aproveitar de brechas da lei para tentar esconder o sol com a peneira. Esperamos que o Supremo decida favoravelmente a respeito”, disse.
Nesta semana, Bruno Araújo citou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as vultosas contribuições ao fundo partidário do PT. Enquanto o PSDB recebeu doações de R$ 2,3 milhões e o PMDB de R$ 2,8 milhões, a legenda da presidente Dilma recolheu R$ 50,7 milhões. “Esse número faz todos repensarem. Primeiro, quem está na base do governo, por que esse tratamento de captação diferenciado”, questionou o tucano da tribuna.
(Reportagem: Artur Filho com Liderança do PSDB no Senado)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Economia brasileira: um editorial realista da Economist


The Brazil backlash
Its strengths are real, but the government should worry more about its weaknesses
The Economist, May 19th 2012

NOT long ago, the BRICs were lionised as fast-growing superpowers-in-waiting. These days Russia is portrayed as a corrupt petrostate. India is ensnared in red tape, unable to muster the political will to break free. The mighty Chinese economy has slowed in recent weeks (see article). Even South Africa, which considers itself to be the “S” in BRICs, seems sluggish and hidebound next to the gazelles to its north.
Now it is Brazil’s turn. Much is being made of Brazilian threats of huge fines and prison sentences against executives of Chevron, an American oil company, after a small leak of oil off the coast. Critics have taken to complaining about Brazil’s expensive welfare state and dependence on commodity exports. Its torpid economy ground to a halt in the middle of last year. Admittedly officials say that they deliberately cooled the economy, to drive down an overvalued currency and astronomic interest rates. Yet their expectation of growth of 4.5% this year and a bit more next looks implausible.
Does Brazil deserve the backlash? Some of the criticism is misplaced or inaccurate. Unemployment is low, wages rising and foreign direct investment pouring in ($67 billion in 2011, a record). Most economists reckon that Brazil can continue to grow at around 3.5% without triggering higher inflation. Many countries would love to have Brazil’s highly productive farms and its big new oilfields, two of the sources of its commodity dependence. Compared with Russia, China and even India, Brazil more clearly enjoys the rule of law. Its welfare state represents a defensible political choice for a country of yawning inequalities. Above all, Brazil’s strength is a democracy that has yielded broad political continuity and economic stability.
Even so, its government must start to confront the country’s weaknesses. That 3.5% growth rate may seem lavish by Western standards, but it is below both what Brazil needs to be to continue recent social gains—and what it could be. Some of the sources of the faster growth of recent years may now be exhausting themselves. These included a bonus from the stabilisation, opening and reform of the economy in the 1990s, and a huge lift in the country’s terms of trade, thanks to China’s appetite for commodities. Henceforth Brazil’s labour force will not grow as fast, even as the pension bill rises. Domestic credit cannot go on increasing at today’s rate, as households are starting to struggle with debt (see article).
At the same time, Brazil has turned itself into a very expensive place to do business. The government blames the currency for this; it has gone to great lengths to drive its value down. But the government itself is responsible for much of the “Brazil cost”. Not only has the tax burden risen from 22% of GDP in 1988 to 36% today, but the tax system is absurdly complex. Most of the money goes on over-generous pensions and wastefully big government, rather than transfers to the poor.
The minimum wage is now three times that of Indonesia or Vietnam (no wonder manufacturers are struggling). Businesses face pointless regulation. Lack of investment means freight costs are high. And the state has started messing around with business: a rule that 65% of equipment for the deepwater oil industry must be produced at home guarantees that developing the new fields will be slower and costlier than it need be.
Time for another burst of reform
Dilma Rousseff, the president since January 2011, says she is starting to tackle some of these problems. She wants to eliminate the fiscal deficit, has started to cut taxes for favoured industries, has invited private investors to modernise four airports and is assailing a banking oligopoly that has helped to keep interest rates up. But the picture is uneven: her effort to drive down costs is too timid; she was responsible for the silly new protectionist oil regime; and the impression is that she is prepared to settle for growth of under 4%.
That would hurt Brazil. Investors will start looking for higher-growth markets in Latin America—Peru, say, or Colombia and soon perhaps Mexico. The poor, who supported Ms Rousseff in large numbers, will suffer most. She should treat the backlash as a warning. Brazil cannot run on autopilot.
from the print edition | Leaders

Desindustrializacao: um debate importante

Recebi, a propósito deste meu post:

SEXTA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2012


o seguinte comentário:

Eu sou bastante cético com esse negócio de desindustrialização. Não tenho dúvidas de que é um processo normal de maturidade: depois que vc encheu a pança e comprou seu mobiliário e bagulhos eletrônicos, nada mais natural que suas demandas passem a ser viagens, jantar fora, cuidar dos dentes, da pele, fazer academia e ter um bom corretor para administrar seus investimentos. Como não dá para importar a maioria dos serviços, eles serão produzidos internamente. Então a Finlândia terá uma participação da indústria no PIB menor que a China, que terá uma participação da agricultura no PIB menor que a de Serra Leoa.
Agora, fica essa dúvida com relação ao timing. O Brasil tem uma relação indústria/PIB de 13%. De fato é pouco comparado com a maioria dos países no nosso estágio. Mas existem exceções, certamente. O Chile mesmo é um país de indústria fraca relativamente e commodities puxando a economia já a bastante tempo. E não parece estar fracassando. A Austrália e a Noruega também são grandes exportadores de commodities. Da última vez que chequei a Noruega tinha o maior PIB per Capita e a Austrália um dos maiores. Ambos superiores à Alemanha, que tem uma porção maior de indústria na composição do PIB.
Sei não... acho que o pessoal menospreza demais o potencial econômico do agrobusiness, do petróleo, do ferro, sei lá mais o que... Tenho sérias dúvidas a respeito da ideia de que é ruim ser um fazendão. Obviamente é contra-intuitivo. À primeira vista parece que vender TV é melhor, ou de alguma forma superior, que vender soja, mas vá falar isso para algum produtor de soja do centro-oeste. Vantagens comparativas.
Quanto à questão da qualificação da mão-de-obra, concordo plenamente. Mas isso independe de sermos um fazendão ou uma Manchester. Se formos ser um fazendão, vamos precisar de bons engenheiros agrícolas, "pesquisadores agrícolas", etc, e de bons dentistas, esteticistas, guias de turismo e chefes de cozinha para satisfazer as demandas do dono da fazenda por serviços.
abraços, Zamba



Permito-me comentar, de meu lado.


O debate vem sendo obscurecido por fatores conjunturais, que podem se tornar estruturais. O problema é que os primeiros também são causados por falhas estruturais e requerem remédios sistêmicos, mais amplos.
Existem vários fatores, entre eles a concorrência estrangeira e o câmbio, mas independentemente disso, é um FATO que o Brasil se tornou caro demais, sob qualquer critério.
Se formos na origem dos problemas que afligem a indústria brasileira, encontraremos fatores inteiramente MADE IN BRAZIL, ou seja, de responsabilidade do governo, uma vez que temos recursos, mercado, energia suscetíveis de competir internacionalmente, menos, é claro, a qualidade dos recursos humanos (mas isso também é responsabilidade da sociedade e do governo). Ou seja, todos os fatores que nos afetam negativamente poderiam ser "consertados" com politicas macro e micro, e setoriais, corretas, duradouras, persistentes, que poderiam ser resumidas não num grande "projeto nacional"-- pois isso é bobagem acadêmica -- mas na criação de condições favoráveis ao empreendedorismo, um bom ambiente de negócios, para o investimento privado (se o Estado, claro, não fosse o despoupador líquido que é).


Computado, pois, esse fator de falhas NÃO de MERCADO, mas FALHAS DE GOVERNO, resta a concepção que a sociedade brasileira e suas elites se fazem de uma economia moderna e funcional. Ouso dizer que a maior parte das pessoas defende uma visão industrial que eu chamaria de stalinismo industrial, possuir todas as áreas funcionando, integradas verticalmente, servindo ao mercado interno, o que me parece singularmente atrasado nas condições atuais da globalização.
Mas, mesmo em termos históricos, sem globalização preeminente, países se desenvolveram com base em atividades primárias e agrícolas, como Dinamarca, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e os próprios EUA. Não há nada de errado em ter uma agricultura moderna, competitiva, exportar minérios, recursos naturais, etc, bastando agregar valor em várias etapas da oferta, que não precisa ser totalmente manufatureira (mas acaba sendo, quando existe uma valorização e aproveitamento das vantagens comparativas). A capacitação humana e o adensamento de cadeias se dão, quando o governo faz aquilo que só ele pode fazer -- infraestrutura, recursos humanos, bom ambiente de negócios, etc, -- e deixa o setor privado (nacional ou estrangeiro, não importa muito) fazer o que sabe fazer melhor, produzir e vender com o objetivo de maximizar lucro.


Governos intervencionistas costumam fixar objetivos distributivistas que prejudicam os negócios e diminuem o investimento.


Não creio que as elites brasileiras, políticas e econômicas, estejam preparadas para empreender essa pequena revolução mental, que na verdade é grande, dado o volume de true believers no stalinismo industrial.
Acho que vai demorar bastante tempo para o Brasil se educar economicamente, tantas são as deformações de nossas elites...
Paulo Roberto de Almeida 

China denuncia EUA na OMC: dois lutadores de sumo...

No sistema multilateral de comércio tudo pode ser questionado, já que as empresas e os países empreendem práticas comerciais efetivamente questionáveis. O problema é que muitas vezes a iniciativa é tomada por razões puramente protecionistas, ou seja, em face de uma competição impiedosa, que ameaça tirar empresas de um país fora do mercado, e daí se pretende disfarçar a medida "denunciando" dumping, comércio desleal, subsídios e coisas do gênero. De fato, muitos governos concedem subsídios indiretos a suas empresas, para produzir empregos e renda, e nem sempre é fácil provar isso, dados os mecanismos e canais obscuros geralmente empregados nesse tipo de apoio governamental.
Cabe aos árbitros, em última instância, examinar todos os documentos e provas colocadas à sua disposição, por acusadores e demandados, para então decidir quem tem razão. Muitas vezes nenhum dos lados tem razão, mas dependendo das "provas"recolhidas, sempre haverá alguma medida ou política inconsistente com as regras do Gatt.
Vamos aguardar novos desenvolvimentos, do que parece ser um caso relevante na história do sistema de disputas da OMC.
Paulo Roberto de Almeida 

China goes to WTO to challenge US tariffs


Shanghai Daily, May 26, 2012


CHINA filed World Trade Organization cases yesterday challenging US anti-subsidy tariffs on 22 Chinese goods, including steel.

The cases come as a weakening global economy fuels trade frictions as nations try to boost exports and create jobs.

China began its challenge by requesting consultations with the United States through the WTO to resolve the dispute. If that fails, China can request a ruling by a WTO panel, which can order the United States to scrap measures found to violate free-trade commitments or to pay compensation.

Beijing appeared to be challenging Washington's overall approach to subsidies and dumping, as well as its handling of individual cases. 

China's mission to the WTO accused Washington of improperly using anti-dumping measures to shield American companies from competition.

"The relevant practices constitute the abuse of trade remedy measures, which undermines the legitimate interests of China's enterprises," said a statement by China's mission to the WTO.

It complained the United States repeated its "wrongful practice" in the dispute over Chinese-made solar power equipment.

The Chinese statement said the US measures affect Chinese exports to the United States worth US$7.3 billion. 

It gave no details but Xinhua news agency said products included steel, paper and solar cells.

The two governments also have argued over access to each others' markets for poultry, tires and other goods.

On Thursday, China's Ministry of Commerce issued a ruling that the US government paid improper subsidies for six renewable energy projects, violating free-trade rules. 

That ruling came in an investigation launched in November after Washington began a probe into whether Chinese manufacturers were selling solar cells and other equipment in the United States at improperly low prices.

The US Commerce Department issued a preliminary ruling in that case last week that concluded Chinese manufacturers engaged in "unfair practices." It proposed raising tariffs by at least 31 percent to compensate for "improper" Chinese government subsidies.

China earlier accused US investigators of acting unfairly in the solar case by looking at other economies to estimate what Chinese producers' costs should be and how much government support they received.

Uma historia economica dicotomica dos EUA

Acadêmicos, como sempre, estão sempre procurando uma explicação "racional" para determinados eventos ou processos históricos que, na maior parte das vezes, não tem nenhuma, ou seja, são o resultado de forças contraditórias, não necessariamente coordenadas, tampouco claras aos olhos dos contemporâneos, e que exercem influências não detectadas aos que tomam ou suportam tais decisões. Em última instância, a trama da história, e as forças sociais que a movem, são muito complexas e interconectadas para serem colocadas num modelo dicotômico como o que pretende este historiador (que, na verdade, nem sei se é de verdade um historiador), que divide a história do crescimento econômico (e do desenvolvimento, mais importante) em hamiltonianos e jeffersonianos. Ele pretende que foram os primeiros, ou seja, os estatizantes, que permitiram o progresso fantástico dos EUA, o que me parece muito simplista, pois a força das ideias, à margem e muitas vezes CONTRA o Estado, teve enorme papel no impulso americano para o progresso. Por isso eu entendo a inovação e o investimento privado, não o controle e o investimento público.
Mas, a história nunca será convergente entre desenvolvimentistas e liberais.
Em todo caso, vale ler a resenha...



Market Values

David Leonard

The New York Times Books Review, May 25, 2012



Book

‘Land of Promise,’ by Michael Lind

Whatever their political party, American leaders have generally subscribed to one of two competing economic philosophies. One is a small-government Jeffersonian perspective that abhors bigness and holds that prosperity flows from competition among independent businessmen, farmers and other producers. The other is a Hamiltonian agenda that believes a large, powerful country needs large, powerful organizations. The most important of those organizations is the federal government, which serves as a crucial partner to private enterprise, building roads and schools, guaranteeing loans and financing scientific research in ways that individual businesses would not.

LAND OF PROMISE

An Economic History of the United States
By Michael Lind
586 pp. Harper/HarperCollins Publishers. $29.99.
Illustration by Thomas Porostocky
Today, of course, Republicans are the Jeffersonians and Democrats are the Hamiltonians. But it hasn’t always been so. The Jeffersonian line includes Andrew Jackson, the leaders of the Confederacy, William Jennings Bryan, Louis Brandeis, Barry Goldwater and Ronald Reagan. The Hamiltonian line includes George Washington, Henry Clay, Abraham Lincoln, William McKinley, both Roosevelts and Dwight Eisenhower.
Michael Lind’s “Land of Promise” uses this divide to offer an ambitious economic history of the United States. The book is rich with details, more than a few of them surprising, and its subject is central to what is arguably the single most important question facing the country today: How can our economy grow more quickly, more sustainably and more equitably than it has been growing, both to maintain the United States’ position as the world’s pre-eminent power and to improve the lives of its citizens?
Lind, a founder of the New America Foundation in Washington and the author of several political histories, acknowl­edges from the beginning that his thesis will make some readers uncomfortable. “In the spirit of philosophical bipartisanship, it would be pleasant to conclude that each of these traditions of political economy has made its own valuable contribution to the success of the American economy and that the vector created by these opposing forces has been more beneficial than the complete victory of either would have been,” he writes.
“But that would not be true,” he continues. “What is good about the American economy is largely the result of the Hamiltonian developmental tradition, and what is bad about it is largely the result of the Jeffersonian producerist school.”
Hamiltonian development built the Erie Canal, the transcontinental railroad, the land-grant universities and the Interstate highway system. In the process, the United States became a giant, interconnected market, a place where companies like Standard Oil, General Motors, John Deere and Sears Roebuck could thrive. The government — and the American military in particular — also played the most important role in financing innovation at its early stages. The industries that produced the jet engine, the radio (and, by extension, the television), radar, penicillin, synthetic rubber and semiconductors all stemmed from ­government-financed research or procurement. The Defense Department literally built the Internet.
The United States is like “a gigantic boiler,” Sir Edward Grey, a British foreign secretary during World War I, said, according to Winston Churchill. “Once the fire is lighted under it, there is no limit to the power it can generate.” Lind’s aim is to make Sir Edward’s point in the active voice: the government has often lighted the flame, and big business has often generated the power.
And Lind has a strong case to make. He cleverly notes that Jeffersonians themselves often have a change of heart when they find themselves running the country and responsible for its well-being. As president, Jefferson altered his position on federal support for canals, roads and manufacturers. His successor, James Madison, signed a bill creating a national bank, having previously denounced the idea. The leaders of the Confederacy, after decrying centralized power, realized they needed an economic machine to finance a war and started “a crash program of state-guided industrialization from above that was more Hamiltonian than Hamilton,” Lind writes. Modern Jeffersonians, like Reagan and George W. Bush, have campaigned on spending cuts, only to expand government while in office.
For all its logical rigor, however, the book’s thesis does suffer from one basic flaw. Lind never quite explains how the United States has ended up as the richest large country in the world, with per capita income about 20 percent higher than Sweden’s or Canada’s, almost 30 percent higher than Germany’s and almost 500 percent higher than China’s. If anything, other countries have pursued more Hamiltonian policies in many ways than the United States, without quite the same success.
What, then, can explain American economic exceptionalism? Education plays an important role (and receives only sporadic mention in the book). This country long had the most educated, skilled work force in the world, which, as other economic histories have persuasively shown, helped American workers to be among the best paid.
Beyond education, the United States also has a culture that is arguably different from that of any other power — more individualistic, more risk-taking, more comfortable with the workings of the market. If you were looking for a name for this culture, you might choose Jeffersonian.
Lind, I expect, would dispute that a Jeffersonian culture has played a major role in creating prosperity. Yet readers will emerge from the 586 pages of “Land of Promise,” despite its many charms, without hearing an argument that fully engages with its opponents.
American economic history, in Lind’s telling, has been a series of three revolutions and counterrevolutions, with each revolution tied to an actual war. The economic decision that awaited the victorious founders in the 1780s was whether to create a system that complemented the British economy by providing resources for Britain’s emerging industries and customers for its products, or to create a full-blown national competitor.
Southerners, understandably, preferred a partnership, since they had the resources, particularly cotton. The Southern view was also informed by centuries of history in which global living standards had been largely unchanged. In this zero-sum, Malthusian world, a simple agrarian economy made sense. It seemed to maximize individual freedom and avoid the pollution and concentration of power that industry brought. “While we have land to labor,” Jefferson wrote in 1782, “let us never wish to see our citizens occupied at a workbench.”
Hamiltonians put more faith in economic change and progress. They subscribed to the ideas of John Locke, the pre-­eminent political philosopher of the American Revolution, in which military power stemmed from economic growth and population growth. Hamiltonians encouraged the immigration of inventors and skilled workers (Hamilton himself was an immigrant) and pushed public support for infant industries as well as tariffs to protect them. They also advocated a modern, centralized financial system to pay for the needed investments.
The grander ambitions of the Hamiltonians largely won out, but the victory was temporary. Even as the country benefited enormously, some people did not. The changes also threatened entrenched interests and stoked classically American fears of centralization. Soon Andrew Jackson, more Jeffersonian than the namesake, was on the counterattack, opposing federal road building and closing the national bank.
These cycles have continued, more or less, for 200 years. Lincoln — a state legislator during Jackson’s time who fought for federal investment — was the great Hamiltonian of the 19th century. After the South left the Union, Lincoln, with the backing of Congress, was able to undertake an investment bonanza that Southern representatives had blocked, building rail lines, roads and colleges. Many of these programs would ultimately help industrialize the South.
Hamiltonians, obviously, did not always make the right investments. The first aviator the federal government backed was Samuel Pierpont Langley, the director of the Smithsonian Institution, whose test flights crashed into the Potomac. But the cost of such failures paled next to the returns of the successes. The military soon became the Wright brothers’ first client and allowed them, and American aviation more generally, to flourish before a private market for it existed.
Among the joys of Lind’s book are small, little-known stories like the one about the Wright brothers that have clear relevance today. I expect I will be returning to the index of “Land of Promise” with some frequency. Another joy is Lind’s attempt to rehabilitate figures to whom history has not been kind. McKinley may have had some cronyism problems, yet he also fought to modernize the American economy and was ahead of his time on civil rights. Wall Street tycoons of the 19th century like J. P. Morgan may have been rapacious, yet they also provided crucial financing for inventors like Thomas Edison. Even Herbert Hoover, whom Lind criticizes for the usual reasons, receives praise for creating the (albeit too modest) forerunners of the New Deal and World War II mobilization.
That mobilization provided the most important Hamiltonian victories since Lincoln’s time. A generation of bipartisan presidents afterward, from Harry Truman to Gerald Ford, largely accepted the world Roosevelt left them. Then came the Great Dismantling, to use Lind’s term, when first Jimmy Carter and, much more aggressively, Reagan moved toward a less centralized, more laissez-faire economy. These decades have seen far slower income growth for most Americans than the previous century.
The chapters on the most recent years are a fairly standard liberal version of events, with deregulation and modern finance as the main antagonists. If you think airline deregulation was an abomination because service can be wretched and airline bankruptcies are common, you will like Lind’s telling. If you instead prefer to concentrate on the fact that ­middle-class Americans can now afford to fly regularly or that air travel has never been safer, you will not be persuaded.
But Lind ends on a stronger note. The major problems facing the United States today, he argues, are ones that demand Hamiltonian solutions. True innovation, of the kind that lifts living standards for the masses, cannot come from lone inventors. It requires resources that only large organizations have. It also requires skilled people, be they well-educated natives or immigrants admitted because of the skills they can bring.
The notion that the United States has stopped making many large-scale investments that bring great returns is not, in Lind’s view, surprising. American economic history tends to run in cycles. Yes, our roads and bridges are dilapidated. Our broadband infrastructure is not quite world-class. Our schools, including many colleges, can no longer claim to be the finest. But the economic need for change will eventually create the political will for it. “Land of Promise” ends on as optimistic a note as the title suggests, though it also acknowledges that failure is an option.
David Leonhardt, the Washington bureau chief of The Times, won a Pulitzer Prize last year for his columns on the economy.

"O Mercosul morreu!" - Jorge Battle (mas nao avisaram)

Também acho. Não deixa de ter razão, de um ponto de vista econômico.
Mas, ainda não nasceu o político que vai, uma vez no poder, não apenas declarar morto o Mercosul, como tomar as providências para extingui-lo.
Vai continuar existindo como um zumbi...para os discursos dos presidentes.
Paulo Roberto de Almeida 
Para el ex-presidente uruguayo, 'Mercosur es un muerto!'"
Infobae.com, 24/05/2012

El ex mandatario de Uruguay explicó a Radio 10 de la Argentina cuáles son los desafíos de su país dentro de un Mercosur donde los mercados de sus socios están cerrados
Crédito foto: EFE
"El Mercosur, tal como se pensó hace 25 años, es un muerto. Si uno no puede tener libre acceso a los mercados de los países vecinos, ya sea Argentina o Brasil, y tampoco puede hacer acuerdos con el exterior, es como si le decretaran la muerte", declaró Battle.
De ese modo se refirió a las dificultades que tienen las industrias uruguayas para ingresar en las dos principales economías del bloque regional debido a sus políticas proteccionistas en contra de la crisis global.
Ayer, Battle junto a otros ex presidentes elevaron una propuesta al gobierno de José "Pepe" Mujica para dejar atrás el Mercosur y empezar a evaluar acuerdos comerciales con otras economías como Canadá, los EEUU y Corea del Sur.
Battle evaluó que, antes de "buscar culpables", lo mejor es analizar alternativas. Es por ello que impulsa acuerdos de libre comercio como el que se firmó bajo su gestión con México y como el que finalmente nunca se suscribió con los Estados Unidos por oposición de la gestión de Tabaré Vázquez.
Consultado sobre las políticas adoptadas en la Argentina, el ex jefe de Estado aseguró que imponer trabas a las importaciones no sólo va en contra del funcionamiento del Mercosur sino además en contra "del mundo entero".
 "Yo soy muy viejo. Tengo 84 años y estas cosas en el Río de La Plata ya las he vivido varias veces. El problema de la Argentina no es con la región, es con el mundo", reflexionó.
Y concluyó: "Está en default con el Club de París y tiene varios fallos judiciales sin cumplir en el Ciadi, un tribunal de arbitraje que tanto la Argentina como Uruguay y otros países aceptamos en su momento".

Feliz Dia dos Impostos, para voce... (?!)

Sim, eu sei, deveria ser "dia da libertação dos impostos", ou seja, o dia do ano em que você para de trabalhar para o Estado, e passa a ganhar o seu próprio dinheiro, no Brasil, a cada ano, um pouco mais longe do começo do ano, caindo, portanto, em 2012, em 25 de maio (ou seja, 157 dias sobre 365, o que dá 43% do total), mas na verdade, não é um dia feliz, já que existem efeitos indiretos da carga fiscal que não estão efetivamente computados, como aqueles serviços públicos que de fato você não usa -- por medíocres ou praticamente inexistentes -- e que o obrigam a comprar no mercado o equivalente privado (e pagando mais impostos por isso).
Na verdade, o ogro estatal brasileiro deve ficar com mais da metade da sua renda, seja você pobre (e portanto gastando em produtos correntes quase toda a sua renda), seja você de classe média, como o que me lê (e submetido a uma transferência "clandestina", ou não computada, de renda).  
Os brasileiros parecem terem se acostumado ao fascismo econômico que caracteriza a situação atual, se submetendo passivamente ao ogro estatal. Isso vai dificultar a tarefa de tornar o sistema econômico mais racional e sobretudo mais propenso ao investimento e ao crescimento. Numa situação ideal, o peso da carga fiscal não deveria ultrapassar 25% da renda nacional.
Paulo Roberto de Almeida 



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O imposto sobre o consumo que acaba sendo o mais danoso (Reprodução/Veja)
ECONOMIA

Boa parte de tudo que você compra é imposto

O dia de hoje marca o momento em que você para de trabalhar para pagar impostos e passa a usufruir do seu próprio dinheiro

por Elisa Lucena Martins
fonte | A A A
Parabéns, brasileiro! O dia de hoje marca o momento em que você para de trabalhar para pagar impostos e passa a usufruir do seu próprio dinheiro. Os mais de cinco meses desde o início do ano até agora são o tempo que o cidadão brasileiro precisa para juntar o dinheiro necessário para pagar por todos os impostos a que está sujeito durante o ano de 2012.
Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra os impostos absurdos que o brasileiro paga quando compra uma série de produtos. Não são apenas produtos que podem não ser considerados essenciais, como o iPod (49%) ou o Playstation (72%), que acabam encarecendo com a incidência dos impostos. Produtos básicos como o óleo de cozinha (26%), uma camisa (34%) e o papel higiênico (39%) também têm o seu preço inflado. Você adquire um carro, paga todos os impostos na compra, paga anualmente os impostos necessários para mantê-lo e, ainda por cima, mais da metade do preço que você paga pela gasolina – 53% – serve apenas para cobrir os impostos!
No Brasil, não estamos acostumados a saber quanto pagamos para o governo cada vez que compramos algo. E é justamente o imposto sobre o consumo que acaba sendo o mais danoso para as populações mais pobres. É provavelmente por não saberem a proporção do preço do produto que vai direto para os cofres do governo que muitas pessoas vêem empresários como seres mesquinhos e maldosos. Mal sabem que o Brasil é um país hostil ao empreendedorismo.
Pelas enormes dificuldades que o cidadão encontra para abrir e manter o seu próprio negócio, ser empreendedor no Brasil é tarefa difícil e pouco atraente . Os altos impostos pagos para a abertura e manutenção de uma empresa – além do longo tempo de espera até que o empresário possa, de fato, iniciar as suas atividades – e custosos encargos trabalhistas que obrigatoriamente deve pagar aos seus empregados, criam uma barreira difícil de ser atravessada.
Mas não somos o único país a sofrer com a alta carga tributária. Um estudo da organização americana Tax Foundation mostra que nos Estados Unidos, onde o Dia da Liberdade de Impostos aconteceu mais de um mês atrás (17 de abril), os americanos em 2012 gastarão mais em impostos do que em alimentação, vestuário e moradia juntos.
A data de hoje nos ajuda a lembrar e refletir a respeito do custo para sustentar o governo. Pagamos muito e pouco recebemos em troca. Aproveite para visitar um dos pontos de protesto em todo o país e desfrute, mesmo que por um dia, da sensação de se ver livre do pesado fardo dos impostos.

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