sábado, 30 de novembro de 2013

Petrobras dos companheiros se afunda em dividas e nos prejuizos: que presente de 60 anos....

A Petrobras passou a maior parte da sua vida útil sem encontrar muito petróleo, mas sendo sugada por políticos, sindicalistas, oportunistas, e toda espécie de aproveitadores conjunturais.
Quando ela começou a melhorar, devido às reformas feitas por pessoas sensatas, e ser administrada como uma companhia comercial que é -- claro, deveria ter sido privatizada desde o início do processo, mas não foi, por causa dos mitos que cercam o petróleo no Brasil, e por causa da ignorância majestosa de políticos e jornalistas -- aí chegaram os companheiros e deram início ao processo de desmonte. Primeiro voltando a sugar a companhia, para alimentar ainda mais aproveitadores do que antes, porque os companheiros são insaciáveis em sua auri sacra fames...
Isso e mais a gestão incompetente de ministros, chefes de gabinete civil e ainda mais alto escalão, fizeram o resto, e a companhia é isso que vocês sabem, estão vendo e acham que algo aconteceu, mas não sabem como.
Eu conto: má gestão, incompetência, inépcia, burrice, desonestidade, e outras coisas mais...
A constatação está na primeira matéria; a incompetência, na segunda.
Paulo Roberto de Almeida

Petrobrás é a empresa com mais dívidas no mundo

Segundo relatório do BofA, a dívida da empresa cresceu muito por causa do programa para elevar a produção offshore


19 de outubro de 2013
FERNANDA GUIMARÃES - O Estado de S.Paulo
A Petrobrás é agora a empresa mais endividada do mundo, segundo relatório divulgado pelo Bank of America Merril Lynch. "A dívida da Petrobrás cresceu rapidamente com a empresa implementando um ambicioso programa de investimento de US$ 237 bilhões para o crescimento de sua produção offshore", informa o documento.
Segundo o BofA, um importante fator para a Petrobrás reverter a tendência de alta da sua alavancagem seria impulsionar o seu Ebitda (geração de caixa), o que ocorreria com um aumento de produção.
"Sem uma produção maior, a alavancagem continuará a crescer a menos que ocorra um forte aumento nos preços da gasolina e uma forte redução no programa de capex (investimento)", segundo o documento. Para a equipe de análise, a produção da estatal deveria crescer para 3,8 milhões de barris por dia para que a alavancagem da empresa comece a cair.
"Os próximos 6 a 18 meses serão, esperançosamente, o início de uma importante virada para a Petrobrás em termos de produção", ainda de acordo com o documento.
Outro ponto relevante é o aumento dos preços. "De acordo com a diretoria, um aumento adicional de preços é possível no curto prazo", afirma a analista que assina o documento, Anne Milne, que julga difícil "dada a fraqueza no crescimento da economia, pressão inflacionária, um real fraco e risco de protestos sociais".
Outro ponto que poderia ajudar na redução do endividamento da petrolífera seria a redução do programa de investimentos. "A empresa identificou US$ 29,5 bilhões em projetos que estão com baixa valorização", destaca a analista. Ela frisa que movimento de venda de ativos e de joint ventures pode ajudar a Petrobrás, além de um amplo programa de redução de custos.

Brazil raises fuel prices holds off changes to subsidies
By Samantha Pearson in São Paulo
Financial Times, November 29, 2013

Brazil’s state-controlled oil company, Petrobras, has agreed to raise fuel prices but failed to deliver a transparent pricing policy for the future, dealing a blow to investors and the country’s struggling ethanol industry.
The Rio de Janeiro-based company said late on Friday that it’s board had agreed to raise petrol and diesel prices by 4 and 8 per cent respectively as of Saturday morning.

Under Brazil’s unofficial fuel subsidies agreement, Petrobras is forced to import fuel and sell it at a loss in the domestic market to help the government control inflation.
The practice has cost its refining unit over R$40bn since the beginning of 2011, raising doubts about its ability to deliver its $237bn five-year investment plan. It has also caused great anger among minority shareholders around the world.
The moderate fuel price increases announced on Friday should help limit losses but investors had been hoping for more after the company had promised greater transparency on fuel subsidies.
Petrobras said in a surprise announcement last month that it had prepared a methodology that would help match domestic prices to international prices. However, the move needed the approval of the board, led by Finance Minister Guido Mantega.
In its statement on Friday, Petrobras said the price increases were part of the “implementation of its diesel and petrol price policy”. However, it said the policy would remain private, prompting criticisms that the company had, in fact, made no significant changes to its practices at all.
Brazil’s ethanol industry body, Unica, said on Friday that the announcement would not help as it gave no clarity on future fuel prices.
Producers of the biofuel have suffered widespread losses over the past few years as they are unable to compete with subsidised petrol prices. In Brazil, almost all cars are built to run on ethanol or petrol, leaving drivers to choose depending on which fuel is cheaper at the pump.
“We continue without any system, without a formula with clear and stable parameters, which would make it possible to understand the basis on which petrol prices are maintained or adjusted,” Unica said in a statement on Friday.
While Petrobras’s management have been keen to push through a transparent methodology, the government is concerned it would boost fuel already high inflation and decided to block the move, according to local media.
Annual inflation in Brazil was last recorded at about 5.8 per cent – below the 6.5 per cent ceiling of the tolerance range but above the 4.5 per cent target.
On Wednesday, the central bank raised the benchmark interest rate by 50 basis points to 10 per cent, adding to what has become the world’s biggest tightening cycle this year.

Anti-OGMs: os reacionarios e retardatarios, os regressistas e anticientificos perdem um aliado de peso

Cientistas sérios submetem suas pesquisas a mais de um experimento, de preferência independente, antes de publicar resultados que já partem de uma hipótese pré-concebida...
Paulo Roberto de Almeida

GM tumors study withdrawn
Shanghai Daily, November 30, 2013, Saturday

The publisher of a controversial and much-criticized study suggesting genetically modified corn caused tumors in rats has withdrawn the paper after a yearlong investigation found it did not meet scientific standards.
Reed Elsevier’s Food and Chemical Toxicology journal, which published the study by French researcher Gilles-Eric Seralini in September 2012, said the retraction was because the study’s small sample size meant no definitive conclusions could be reached.
“This retraction comes after a thorough and time-consuming analysis of the published article and the data it reports, along with an investigation into the peer-review behind the article,” the journal said in a statement.
“Ultimately, the results presented — while not incorrect — are inconclusive, and therefore do not reach the threshold of publication for Food and Chemical Toxicology.”
At the time of its original publication, hundreds of scientists across the world questioned Seralini’s research, which said rats fed Monsanto’s GM corn suffered tumors and multiple organ failure.
The European Food Safety Authority issued a statement in November 2012 saying the study by Seralini, who was based at France’s University of Caen, had serious defects in design and methodology and did not meet acceptable scientific standards.
Within weeks of its appearance in the peer-reviewed journal, more than 700 scientists had signed an online petition calling on Seralini to release all the data from his research.
In its retraction statement, the magazine said that, in light of these concerns, it too had asked to view the raw data.
Seralini “agreed and supplied all material that was requested by the editor-in-chief,” it said.
The journal said that, while it had received many letters expressing concerns about the findings, the proper use of animals and even allegations of fraud, its investigation found “no evidence of fraud or intentional misrepresentation of the data.”
However, it said there was legitimate cause for concern regarding both the number of animals in each study group and the particular strain selected.
Seralini, who works with a group called CRIIGEN, the Committee for Research and Independent Information on Genetic Engineering, said the journal’s criticisms of his work were “unacceptable.”
“Were FCT to persist in its decision to retract our study, CRIIGEN would attack with lawyers, including in the United States, to require financial compensation for the huge damage to our group,” he said in a statement.
Other scientists, however, welcomed the journal’s decision.
“The major flaws in this paper make its retraction the right thing to do,” said Cathie Martin, a professor at the UK’s John Innes Centre. “The strain of rats used is highly susceptible to tumors after 18 months with or without GMO (genetically modified organisms) in their diets.”

Professor David Spiegelhalter, of Cambridge University, said it was “clear from even a superficial reading that this paper was not fit for publication.”

Era uma vez um BRIC que fez tilt, e depois estilhacou - Marcos Troyjo

Marcos Troyjo
FOLHA DE S. PAULO
Sexta-feira, 29.11.13

Se países não têm boa performance, gestores mudam seu foco para outro grupo e assim por diante

Habita o futuro da economia global grande população de acrônimos. Bric, Brics, Ibas, N-11, Mist. E agora, Mint (conjunto de México, Indonésia, Nigéria e Turquia). É a novasigla elaborada por Jim O' Neill, primeiro formulador da ideia de Bric.
Por que essas siglas surgem aos montes? A aposta nos mercados de maior crescimento no futuro às vezes é jogada de marketing. Sofisticados fundos são montados por bancos de investimento quando um grupo de países está prestes a arremeter. E esses fundos ajudam na decolagem --percebida e real.
Foi o que aconteceu com o Bric a partir de 2001-2003, quando se organizaram os primeiros produtos financeiros agregando numa mesma cesta papéis desses países. Tudo isso é legítimo e faz parte do jogo.
Se países não têm boa performance, gestores mudam seu foco para outro grupo e assim por diante. Aqui, o termo forte é "mercados emergentes", e o desempenho é medido sobretudo em matéria de retorno sobre investimentos.
O "Bri" (Brasil, Rússia e Índia) de Bric tem decepcionado com crescimento baixo e imobilismo político. Excetuando-se a China, a média de crescimento recente do Mint é bem superior à do Bri. E o Mint apresenta ainda melhores perspectivas em termos de bônus demográfico.
Há também o tema da institucionalização de novos agrupamentos político-econômicos. Aqui, ao contrário do que supunham os céticos, os Brics (acrescidos de África do Sul) têm conseguido consistência. No ano que vem, em Fortaleza, realizarão sua sexta cúpula de chefes de governo.
Possuem densa agenda comum --com grupos de trabalho em áreas como saúde pública ou combate ao terrorismo. Lançam em breve o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), com capital de US$ 50 bilhões para infraestrutura. É irreal supor que o Mint venha a percorrer processo de construção institucional semelhante ao dos Brics.
A questão mais importante, no entanto, diz respeito ao conceito de "potências emergentes". É algo mais abrangente do que o critério majoritariamente financeiro com que se abordam "mercados emergentes".
É por isso que, quando surgem novos siglas a denotar o dinamismo das nações, logo se pergunta: "Brics são coisa do passado e serão substituídos pelo Mint?".
O maior risco para os Brics não vem de um outro acrônimo da moda. O perigo é o descolamento da China como superpotência a pactuar-se mais com EUA e Europa do que seus parceiros emergentes.
Pequim e Bruxelas iniciaram conversações para acordo de comércio e investimentos. Prosseguem tratativas entre Pequim e Washington para um acordo bilateral ou algo no âmbito da Parceria Transpacífico, que envolve também outros atores de Ásia, Oceania e América do Sul.
Focalizada em objetivos maiores, a China pode utilizar a plataforma Brics de forma decorativa. Isso será ruim para o Brasil.
Saltará aos olhos nossa ingênua aposta na OMC e na Cooperação Sul-Sul. Seremos cada vez mais percebidos como potência intermediária de crescimento insatisfatório, nenhum apetite para reformas e governo disfuncional.

Argentina: os aliados dos companheiros... na corrupcao

E onde mais seria?
Paulo Roberto de Almeida 

Entrevista - Jorge Lanata

Uma voz contra Cristina Kirchner

O apresentador de TV que mais denuncia a corrupção na Argentina revela que empresas são obrigadas a pagar propinas mensais ao governo. Corajoso, não teme represálias

Tatiana Gianini, de Buenos Aires
O apresentador de TV Jorge Lanata
As noites de domingo na Argentina são sempre tensas para a presidente Cristina Kirchner. Em abril de 2012, o canal de televisão aberta El Trece, do Grupo Clarín, estreou o programa Periodismo para Todos (PPT), conduzido pelo jornalista Jorge Lanata, de 53 anos. O título já é uma provocação ao discurso populista da presidente, que vive prometendo futebol, habitação e leite “para todos”. Com humor na medida e muita investigação, Lanata revela os mais escabrosos casos de corrupção do governo Kirchner. Sua fama está consolidada. No ano passado, uma pesquisa com 3 000 argentinos mostrou que ele tem o dobro de credibilidade da presidente. Por obra do governo, porém, o futuro do programa está ameaçado. Em outubro último, a Suprema Corte declarou constitucional a Lei de Mídia, que, entre outras implicações, pode forçar o Grupo Clarín a se desfazer do canal El Trece. Lanata recebeu VEJA em seu apartamento no bairro Recoleta, acompanhado de Salsa, uma fêmea de buldogue-francês, fumando sem parar.
As gestões de Néstor e Cristina Kirchner foram as mais corruptas da história recente da Argentina?
Há anos me perguntam qual governo foi pior e qual roubou mais. Sempre respondi que isso não interessa. Importa é quem está roubando agora. Estou convencido, porém, de que a corrupção hoje é até maior do que na gestão do presidente Carlos Saúl Menem (1989 a 1999). Os Kirchner criaram um novo tipo de corrupção. No governo Menem, os políticos pediam propinas para autorizar certas obras públicas ou direcionar licitações. O casal Kirchner foi muito além.
A esta altura, o dinheiro não importa tanto, porque já se acumulou muito. A grande questão é permanecer no poder
De que forma? 
Eles participam das empresas como se fossem sócios. A corrupção é muito mais estrutural. Se uma companhia quer vencer um leilão para construir uma ponte, eles concedem. No entanto, passam a cobrar 10% do lucro corporativo daquele momento em diante. Não basta o empresário pagar propina uma única vez. Todo dia 5, para sempre, um burocrata vai passar na recepção das empresas para pegar uma mala com o pagamento. Na lista de quem tem mais dinheiro na Argentina, além dos ricos de sempre, três nomes do sul do país, a região dos Kirchner, entraram para o grupo recentemente. Todos estão vinculados ao governo. São eles Lázaro Báez, empreiteiro, Cristóbal López, dono de empresas de petróleo, e Gerardo Ferreyra, da Electroingeniería, uma construtora de obras públicas.
Qual foi a denúncia mais grave que seu programa já divulgou? 
Foi a série de revelações que chamamos A Rota do Dinheiro K. Em abril, o Periodismo para Todos exibiu uma reportagem mostrando que Lázaro Báez, amigo e sócio do casal Kirchner e dono de uma empreiteira que realizava obras públicas na província de Santa Cruz, tirou do país 55 milhões de euros de forma ilegal. O dinheiro saía de Río Gallegos, na província de Santa Cruz, fazia escala operacional em Buenos Aires e seguia para ser depositado em contas na Suíça e de empresas em paraísos fiscais, como Belize. Mostramos que Báez está envolvido com lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras públicas e evasão de divisas. Báez, um ex-funcionário do Banco de Santa Cruz, tornou-se nos últimos anos um empresário com investimentos nos setores imobiliário, hoteleiro e de petróleo. Tem 3 bilhões de dólares. Quanto disso é dele, quanto seria de Néstor e quanto é de Cristina? Não tenho ideia, mas estou certo de que uma parte foi para ela.
O enriquecimento pessoal é o principal propósito da corrupção no governo de Cristina Kirchner? 
A esta altura, o dinheiro não importa tanto, porque já se acumulou muito. Não estão nem aí para isso. A grande questão é permanecer no poder. Não duvido que a presidente renunciaria para preservar a mística se encontrasse um jeito de manter influência na Casa Rosada no futuro, já que não pode se reeleger.
O filho da presidente, Máximo Kirchner, pode tentar suceder a ela? 
Máximo é um dos principais conselheiros da presidente. Ele integra a chamada mesa chica, que toma as decisões. Essa cúpula é formada pela mãe, pelo filho, por Carlos Zannini, secretário para assuntos legais, e Héctor Icazuriaga, o secretário de Inteligência. Mas Máximo não tem carisma. É um homem que não fala. Outro dia, por casualidade, ele deu entrevistas sobre a doença da mãe, no aeroporto de Santa Cruz. Era difícil escutar sua voz. Ele não está capacitado para o cargo.
Qual será o legado dos Kirchner para a Argentina? 
Essa foi uma década desperdiçada. Nunca entrou tanto dinheiro na Argentina e nunca se perdeu tanto. O país passou dez anos gastando o que tinha, imaginando que depois alguém virá pagar a conta. Mesmo com os recursos vindos das exportações, a proporção de pobres continua em torno de 30% da população e a de indigentes, em 15%. Há muito clientelismo. A educação não funciona. A política exterior é absurda. Viramos amigos do Irã e brigamos com o Uruguai, nosso vizinho. O controle de câmbio fracassou e as reservas internacionais em dólares estão acabando. Um ajuste é urgente e necessário, mas ninguém quer fazê-lo.
A corrupção é muito mais estrutural. Não basta o empresário pagar propina uma única vez. Todo dia 5, para sempre, um burocrata vai passar na recepção das empresas para pegar uma mala com o pagamento
Qual é o real objetivo da Lei de Mídia, que o governo alega ter sido feita para democratizar os meios de comunicação na Argentina? 
Este governo se sente incomodado com a questão da audiência. Embora seus membros e empresários amigos tenham investido milhões de pesos em veículos de comunicação, nenhum programa chapa-branca consegue mais de 3 pontos de audiência. Eles têm dinheiro, mas não têm talento. O texto da lei limita para os meios privados um máximo de 35% do mercado de televisão aberta. As empresas também não podem alcançar mais de 35% da população em televisão a cabo nem possuir mais de dez licenças de rádio. Mas audiência não é algo que possa ser repartido assim, por decreto. Uma cidade pode ter 400 rádios que ninguém ouve e uma que concentra todo o interesse dos ouvintes. O que determina o público é a qualidade. Meu programa na Rádio Mitre alcança 52% dos ouvintes no seu horário. O que o governo espera que eu faça? Que peça às pessoas que não me escutem? Não posso fazer isso. Se o governo tivesse bons programas, eles teriam 50% da audiência. Não conseguem isso porque o povo não é idiota. O jornalismo oficialista só funciona quando não tem concorrentes. Em Cuba, o Granma vende jornais apenas porque não existem outras opções.
Seu programa dominical Periodismo para Todos vai deixar de existir quando a lei for implementada? 
Não consegui saber ainda quanto a Lei de Mídia vai nos afetar. Num primeiro momento, o governo ameaçou o Clarín com um ultimato. Diziam que as autoridades decidiriam com quais empresas o grupo ficaria. Depois, o Clarín apresentou um plano de adequação, que está sendo analisado. Neste ano, estaremos no ar até 8 de dezembro. A princípio, voltaremos em abril, mas o retorno é uma incógnita. Não sei se o canal continuará existindo ou se vamos sofrer intervenção do governo. Se for assim, eu não ficarei. Espero que eles façam direito as contas, porque neste momento o custo político de nos tirar do ar seria muito grande. Cinco milhões de argentinos nos veem todos os domingos. Temos uma audiência média de 20 pontos, um índice que é um delírio para um dominical jornalístico. Nenhum programa que fala de política na Argentina se compara a isso. O governo até mudou o horário do campeonato argentino de futebol, em maio passado, para que as partidas coincidissem com o início do PPT. Com televisores ligados nos jogos, achavam que perderíamos audiência. Nós levamos a melhor. Das vinte vezes em que competimos com o futebol, o placar foi favorável à nossa equipe em quinze.
O governo argumenta que o Grupo Clarín tem o monopólio das comunicações. Essa acusação faz sentido? 
O Clarín não é um monopólio. Tecnicamente, isso só acontece quando um fornecedor controla o mercado de um produto ou serviço. A Argentina tem vários canais de televisão aberta, centenas de jornais, milhares de rádios. Esses meios de comunicação pertencem a diferentes proprietários e há um cenário plural de opiniões.
Os argentinos concordam com as ações governamentais contra o Clarín?
Pesquisas recentes mostram que apenas uma minoria crê nos propósitos declarados das autoridades (de acordo com a consultoria Management & Fit, 30% creem que a lei busca democratizar os meios). A maior parte dos argentinos acredita que os meios de comunicação devem ter o direito de publicar ou transmitir o conteúdo que quiserem sem o controle do governo. É evidente que a Lei de Mídia foi feita contra um grupo em particular, o Clarín. Essa é a única empresa contra a qual o governo briga atualmente. Se a lei fosse aplicada de forma isenta, outros empresários teriam de se adaptar, mas eles não têm sofrido represálias por causa disso. Uma das cláusulas diz que uma empresa que oferece serviços públicos não pode ter um canal. No entanto, a emissora de televisão Telefé é controlada pela Telefónica da Espanha, que por sua vez provê serviços de telecomunicações. Nenhuma pressão foi feita. A desculpa é que a Telefónica argentina não tem nada a ver com a da Espanha. Outro exemplo: o Canal 9 é de um empresário da América Central, o mexicano Ángel González González, que produz novelas. Esse canal ignora a regra segundo a qual uma porcentagem dos programas deve ser produzida localmente. O governo nada faz. Permite que esse canal viole a Lei de Mídia com um monte de enlatados, contanto que exibam programas pró-governo.
O governo até mudou o horário do campeonato argentino de futebol, em maio passado, para que as partidas coincidissem com o início do meu programa. Achavam que perderíamos audiência. Nós levamos a melhor
Qual foi a pior ameaça pessoal que você já recebeu?
Ultimamente, não tenho recebido tantas. Na época em que eu dirigia o jornal Página/12, a redação recebeu cinco ameaças de bomba. O clima agora está mais calmo, mas não pacífico. Em outubro do ano passado, quando viajei à Venezuela para cobrir as eleições, fui acusado pelos chavistas de fazer espionagem. Nosso grupo tinha sete pessoas. Fomos presos e forçados a apagar toda a filmagem que tínhamos feito. Um desastre. Liguei para o embaixador argentino na Venezuela, mas o diplomata não nos ajudou em nada. Ele fez tudo o que era possível para agradar a Hugo Chávez. Só nos liberaram duas horas depois.
O governo argentino ataca jornalistas diretamente? 
Eles hostilizam os profissionais de uma maneira incrível. Se um jornalista menos conhecido descobre irregularidades no governo, geralmente decide não publicá-las. Tem medo da reação. Além disso, poucos querem brigar com o chefe, pois oito em cada dez veículos argentinos são fiéis à Casa Rosada. Essa situação obviamente gera muita autocensura.
Seu programa faz bastante uso do humor. Isso incomoda o governo? 
Claro! Mais até do que as denúncias. Os políticos querem ser respeitados. São muito solenes. Se alguém ri deles, ficam desarmados. Os gregos, com a sátira, faziam humor político. No Brasil, o Pasquim brigava com a ditadura usando o humor. Na minha carreira, sempre fiz isso. Quando dirigi o jornal Página/12, o então presidente Menem nos chamou de “imprensa amarela”. No dia seguinte, o jornal chegou às bancas todo impresso em páginas amarelas. O humor é essencial para nos aproximar dos jovens. Eles começam a assistir ao nosso programa para se divertir, mas acabam ficando e escutando a parte política. Rir é bom.
Como as denúncias chegam a seu programa? 
De todos os lados. Às vezes, até de funcionários do governo. Quanto mais briga interna há na máquina estatal, mais dados ficam disponíveis para os jornalistas. Em geral, nenhuma informação é inocente. Quando alguém me conta algo, é por algum interesse pessoal. Para mim, o que importa é investigar se a denúncia é verdadeira. Não tenho de proteger ninguém. Temos ainda mais denúncias esperando a hora para entrar no programa.
Quais? 
Espere para ver.

Constatacoes de um medico - Milton Simon Pires

AINDA ESTAMOS AQUI, SEUS DESGRAÇADOS

Milton Pires

As 3 frases que um médico brasileiro precisa conhecer para tornar-se chefe de seus colegas no serviço público são: “isso sempre foi assim”, “eu não estava sabendo disso”, e “desde que fique bom pra vocês; por mim tudo bem”. Foi esse tipo de gente que tornou possível o advento de uma aberração como o Programa Mais Médicos. Filiados ao PIP – Partido do Interesse Próprio – mais de uma vez meus chefes garantiram que não tinham qualquer ligação formal com o PT. Acredito piamente no que me disseram! Não tenho qualquer dúvida da sua “independência” e até mesmo aversão ao partido dos petralhas, mas mesmo assim afirmo que são o tipo de gente preferida por esses bandidos para manter a administração pública sob seu controle.
A característica fundamental dos chefes, coordenadores, diretores, gerentes, ou seja lá qual for o nome que tenham essas criaturas que coordenam os serviços públicos brasileiros no governo petista, não é o fanatismo, não é a convicção no socialismo nem a militância política, mas sim a mais completa indiferença, omissão e negligência com o que acontece no seu ambiente de trabalho. Um chefe, para servir ao PT, deve ser alguém completamente “apolítico”...sua integração com os interesses do partido deve dar-se de maneira silenciosa; não ativamente. É calando-se com relação a tudo aquilo que sabe estar errado que esse tipo de mau-caráter sobe na vida chegando aos altos cargos de direção. Sua consciência política é zero! Ele não tem – nem poderia ter – qualquer tipo de opinião a ser defendida perante os seus superiores. Trata-se normalmente de alguém tecnicamente medíocre e moralmente amorfo..de um burocrata que usa frases como “isso chegou até mim”...e “isso veio de cima, infelizmente não posso fazer nada”..
Desde 2003, toda máquina pública brasileira tornou-se refém desse tipo de gente. Nos hospitais brasileiros, mesmo que ocupem os cargos técnicos, essas criaturas curvam-se docilmente às ordens finais da legião de alcoólatras, militantes dos movimentos de minorias e sindicalistas que tem a palavra final em praticamente tudo que vai ser decidido.
Há muitos anos esse processo de aparelhamento vem acontecendo. A tomada de decisões nesse tipo de organograma é feita a partir do conceito de “centralismo democrático”..em outras palavras: uma ordem é dada por alguém que, muitas vezes, sequer é conhecido pelos subordinados e transmitida numa cadeia de hierarquia de forma que só se sabe que “veio de cima”...é a mediocridade, a covardia dos intermediários nesse “telefone sem fio” que garante o cumprimento rigoroso da estratégia do Partido-Religião. O efeito da administração dessa ralé na saúde pública do Brasil está cada vez mais evidente: falta tudo! Desde soro fisiológico até fio de sutura o que se observa dentro dos hospitais é uma carência total no que se refere às mínimas condições de trabalho. Os setores de compras dos hospitais públicos, por exemplo, são administrados (aí sim) por gente de confiança do partido que não saberia a diferença entre um litro de soro fisiológico e um de coca cola. Esse estado caótico de coisas é acompanhado, além do mal-estar, pela sensação terrível de que nada há a ser feito...pela ideia de que “não é culpa de ninguém” e pelo contínuo pavor de ver-se envolvido em sindicância e inquéritos administrativos sem fim...
É fundamental apontar entre os médicos brasileiros a existência de uma classe de canalhas, de um grupo de médicos capazes de fazer qualquer coisa (na prática deixar de fazer) a fim de receber uma “gratificação por cargo de chefia” no contracheque...1500 a 2500 reais por mês são suficientes para que essa ralé esqueça tudo que aprendeu..para que traia tudo que jurou e para que abandone seus colegas de profissão a mercê das patrulhas de “profissionais da saúde” dentro dos hospitais. Verdadeira legião de recalcados, esse último grupo serve para fazer o trabalho sujo do PT....para conduzir abaixo-assinados..para elaborar memorandos e fazer queixas capazes de colocar as notas das avaliações funcionais (dos famosos estágios probatórios) dos seus inimigos políticos em níveis vergonhosos...
Tudo isso que escrevi aqui eu enfrentei, e enfrento até hoje, pessoalmente. Meu caso está longe de ser o único. A guerra que os médicos brasileiros estão enfrentando dentro da administração públicaestá muito longe de ter um fim. Os efeitos todos nós sabemos quais são: tristeza, sensação de impotência, abandono e a já conhecida sensação de que “ser médico não vale à pena”...
Um recado meu e de todos os verdadeiros médicos brasileiros a essa escória que administra a saúde no Brasil: Ainda não desistimos...Ainda estamos aqui, seus desgraçados...

dedicado ao “Dignidade Médica”...rsss..

Porto Alegre, 30 de novembro de 2013

Marco Antonio Villa: "A decada petista e' a decada da falacia" - livro (Revista Epoca)

Marco Antonio Villa: "A década petista é a década da falácia"
Autor de um livro sobre os dez anos do PT no poder, o historiador diz que os êxitos do partido são menores que a propaganda faz crer e que o Brasil é um país de miseráveis
JOSÉ FUCS
Revista Época, 29/11/2013

O historiador Marco Antonio Villa, na sua casa, em São Paulo. “Classe média não mora em favela”


O historiador Marco Antonio Villa, de 58 anos, é uma exceção na academia. Ao contrário da maioria de seus pares nas ciências humanas, Villa é um crítico duro das práticas do PT e dos governos petistas. Em seu novo livro, Década perdida – 10 anos de PT no poder (Editora Record), ele resgata os principais acontecimentos do período e traça um retrato impiedoso dos governos Lula e Dilma. Nesta entrevista a ÉPOCA, Villa critica a gestão econômica do PT e analisa as prisões dos mensaleiros. Ele também critica o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por ter sido contra a abertura de um processo de impeachment contra Lula, em 2005. “Essa é uma dívida histórica que ele tem com o povo brasileiro”, afirma.

ÉPOCA – Em seu livro, o senhor chama os primeiros dez anos do PT no poder, entre 2003 e 2012, de “década perdida”. Por quê?
Marco Antonio Villa – Nesses dez anos, o Brasil perdeu uma oportunidade histórica de dar um grande salto. Não só em termos de crescimento econômico, que foi muito baixo nos governos petistas, como também para enfrentar os graves problemas sociais do país. Pela primeira vez na história, tivemos a chance de combinar uma alta taxa de crescimento com um regime de liberdades democráticas plenas. Até a explosão da crise financeira, no final de 2008, as condições externas eram muito favoráveis. A China crescia dois dígitos por ano. Puxava o preço das commodities e gerava uma renda extra ao país, um dos maiores exportadores mundiais de alimentos e minérios. Em vez de aproveitar o momento, a partir da âncora criada nos anos 1990, com a queda da inflação e a estabilidade fiscal e monetária, o governo abriu o baú da história. Desenterrou velhas leituras econômicas, um keynesianismo cheirando a naftalina, e ideias de presença do Estado na economia cheias de teias de aranha, dos tempos do governo Geisel, nos anos 1980, que tiveram um alto custo para o país. Provavelmente, os primeiros três anos do governo Dilma estarão entre os piores da história econômica brasileira, e a perspectiva de melhora no curto prazo é baixa.
ÉPOCA – Nos dez anos do PT no poder, a renda da população subiu, o emprego aumentou, a classe média se tornou maioria, e a economia teve grandes picos de crescimento no governo Lula. Faz sentido falar em década perdida?
Villa – Os êxitos do PT são bem menores do que se propala por aí. Eles são repetidos de forma tão sistemática e tão eficaz, sem nenhuma resistência da oposição, que acabam por adquirir um manto de verdade. Em 2010, o Brasil cresceu 7,5%, mas a partir de uma base muito baixa. Em 2009, houve uma recessão. Nos outros anos, o crescimento foi relativamente tímido. Em média, o Brasil cresceu menos que a América Latina e os países emergentes nesse período. Os argumentos do governo, de que a classe média se tornou maioria no país, são totalmente falaciosos. Classe média não mora em favela nem ganha dois ou três salários mínimos, ou até menos que isso por mês. Aconteceu é que o PT – como se fosse o Ministério da Verdade do livro 1984, de George Orwell – começou a criar novas categorias econômicas para dar êxito a um governo que é um fracasso. Inventou uma nova classe C, que seria uma outra classe média, diferente da classe média tradicional, e construiu a ideia de que o Brasil é um país de classe média. Não é. É um país de miseráveis.
ÉPOCA – O Bolsa Família não é uma saída para reduzir a miséria no país? Esse crédito não deveria ser dado ao governo petista? 
Villa – Ninguém discorda de que precisa haver programas assistenciais, mas não só para a população não morrer de fome. É preciso criar meios para enfrentar a miséria e a pobreza. Não meios que as petrifiquem, como os programas do PT. O governo gasta 0,5% do PIB com o Bolsa Família, mas não consegue transformar a vida das pessoas. Enquanto isso, metade do país não tem saneamento básico, a situação da infraestrutura é lamentável, e o analfabetismo funcional e real não para de subir.
"O PT estabeleceu uma sólida
aliança entre a base da pirâmide
e o grande capital"
ÉPOCA – No livro, o senhor dedica um bom espaço aos casos de corrupção, em especial ao mensalão, e diz que PT não combateu a corrupção como deveria. Só aconteceu coisa ruim nesses dez anos?
Villa – Como historiador, não tenho culpa de que o volume de casos de corrupção tenha sido o maior da história republicana do Brasil. Nunca antes na história deste país houve tanta corrupção quanto na década petista. Gostaria de que não fosse assim, mas a sucessão de problemas nos ministérios, de desvios de recursos, nos dois governos Lula e no governo Dilma, é um recorde. A década petista é a década do discurso, a década da falácia. Não há realização material. Que grande obra pública foi construída nesses dez anos? Que usina hidrelétrica foi construí­da nesses dez anos? Nenhuma. A transposição do São Francisco, um fracasso. Estradas, fracasso. Ferrovias, fracasso. Portos, fracasso. Aeroportos, fracasso. Há apenas a tentativa de construir alguns estádios de futebol, mas não resolveremos problemas sociais com coliseus do século XXI. O PT é bom no palanque, mas um péssimo gestor da economia.
>> Fernando Gabeira: "O Estado se tornou uma extensão do PT

ÉPOCA – Como o senhor explica, então, os altos índices de popularidade de Dilma nas pesquisas?
Villa – Essas pesquisas não servem para nada. Não permitem a compreensão da realidade, até pela forma como as perguntas são feitas pelos institutos de pesquisa e respondidas pelos entrevistados. As pesquisas dão apenas uma noção de como as pessoas veem o debate político. Mesmo tendo uma parcela considerável dos eleitores, o PT nunca venceu uma eleição presidencial no primeiro turno. Em 2002, quando era oposição, ganhou no segundo turno. Em 2006 e 2010, quando era governo, idem. Em 2010, até uma semana antes do pleito, diziam que Dilma teria 54% dos votos no primeiro turno. Teve 46%. Sempre há uma superavaliação da popularidade do governo. Se os índices de popularidade fossem tão altos, o PT teria ganhado as eleições no primeiro turno, especialmente em 2006 e em 2010. Em 2010, apesar da derrota, a oposição recebeu 44% dos votos no segundo turno.
ÉPOCA – Em sua opinião, o que levou o PT a ganhar três eleições seguidas?
Villa – Com o Bolsa Família e o “Bolsa Empresário”, bancado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o PT estabeleceu uma sólida aliança entre a base da pirâmide e o grande capital. Levando em conta que o Bolsa Família tem 13,5 milhões de famílias cadastradas, e cada família tem, no mínimo, três eleitores – o pai, a mãe e um filho com mais de 16 anos –, só aí são 50 milhões de pessoas, o equivalente a quase um terço do eleitorado. Ao mesmo tempo, o governo se aliou a grandes proprietários de terra, construtoras e aos setores mineral e industrial. O BNDES virou um instrumento de enorme eficácia para fortalecer essa aliança entre o PT e o grande capital. Essas alianças, no topo e na base da pirâmide, alcançaram tal solidez que, hoje, é muito difícil rompê-las. A oposição não consegue entender que essa estrutura precisa ser rompida, mas só pode ser rompida fazendo política. A oposição não sabe fazer política. Quer chegar ao poder sem fazer política. Não por acaso, foi derrotada nas eleições de 2002, 2006, 2010. Ao que tudo indica será derrotada em 2014 de novo.
ÉPOCA – A que o senhor atribui essa fragilidade da oposição?
Villa – De um lado, o PSDB, o principal partido de oposição, não é um partido de fato. Está na oposição, mas não é oposição. É curioso. No populismo, o símbolo maior da oposição era a UDN. Nos tempos mais recentes, o PT. Qualquer oposição age diuturnamente criticando o governo e buscando uma aproximação com a sociedade, pensando sempre na próxima eleição, como fazia o PT no governo Fernando Henrique. O PSDB, não. A impressão é que o PSDB se sente constrangido de ser oposição. Parece que executa essa tarefa com desagrado. A oposição tem de ser agressiva. Quando o governo apresentar seus projetos, a oposição tem de se levantar, falar que tudo aquilo está errado, como a gente vê na Inglaterra, na França, em Portugal, na Espanha, na Alemanha, nos Estados Unidos.
ÉPOCA – No livro, o senhor diz que o ex-presidente Fernando Henrique cometeu um erro grave, ao ser contra o impeachment de Lula em 2005, para investigar sua participação no mensalão. Por quê?
Villa – Para mim, Lula é o réu oculto do mensalão. Ele tinha ciência de tudo aquilo, chegou a ter até dois encontros com Marcos Valério. Pode não ter participado da organização do esquema, mas era o principal favorecido. Na estrutura do PT, o chefe da quadrilha, José Dirceu, não faria aquilo sem a concordância de Lula. Agora, o que fez Fernando Henrique? Saiu dizendo que um processo de impeachment de Lula criaria uma crise institucional, afetaria a economia, o crescimento do país. Essa é uma dívida histórica que ele tem com o povo brasileiro. No momento em que o PT estava nas cordas, em vez de levá-lo a nocaute, como o PT faria se estivesse do outro lado, o que o PSDB fez, por meio de seu principal líder, foi deixar Lula sangrando nas cordas, acreditando que o nocautearia facilmente nas eleições de 2006. A oposição teve medo, e esse medo é que deu combustível para que o PT virasse o jogo, estabelecesse uma aliança sólida com o PMDB e partidos satélites e criasse o novo Lula, no último ano do primeiro governo. Esse novo Lula é produto de uma leitura de conjuntura equivocada e danosa para o futuro do país. E essa leitura foi feita por Fernando Henrique e pelo PSDB. 


Krugman: o keynesiano das causas erradas (mais que a media...)

Paul Krugman ganhou seu Prêmio Nobel supostamente por seus trabalhos em comércio internacional. Seria melhor que ficasse nessa área, pois como comentarista de jornal, ele virou um homem de causas erradas.
Os keynesianos de vez em quando acertam umas e outras: Krugman tem errado todas.
Paulo Roberto de Almeida 
The New York Times
November 3, 2013

Those Depressing Germans



German officials are furious at America, and not just because of the business about Angela Merkel’s cellphone. What has them enraged now is one (long) paragraph in a U.S. Treasury report on foreign economic and currency policies. In that paragraph Treasury argues that Germany’s huge surplus on current account — a broad measure of the trade balance — is harmful, creating “a deflationary bias for the euro area, as well as for the world economy.”
The Germans angrily pronounced this argument “incomprehensible.” “There are no imbalances in Germany which require a correction of our growth-friendly economic and fiscal policy,” declared a spokesman for the nation’s finance ministry.
But Treasury was right, and the German reaction was disturbing. For one thing, it was an indicator of the continuing refusal of policy makers in Germany, in Europe more broadly and for that matter around the world to face up to the nature of our economic problems. For another, it demonstrated Germany’s unfortunate tendency to respond to any criticism of its economic policies with cries of victimization.
First, the facts. Remember the China syndrome, in which Asia’s largest economy kept running enormous trade surpluses thanks to an undervalued currency? Well, China is still running surpluses, but they have declined. Meanwhile, Germany has taken China’s place: Last year Germany, not China, ran the world’s biggest current account surplus. And measured as a share of G.D.P., Germany’s surplus was more than twice as large as China’s.
Now, it’s true that Germany has been running big surpluses for almost a decade. At first, however, these surpluses were matched by large deficits in southern Europe, financed by large inflows of German capital. Europe as a whole continued to have roughly balanced trade.
Then came the crisis, and flows of capital to Europe’s periphery collapsed. The debtor nations were forced — in part at Germany’s insistence — into harsh austerity, which eliminated their trade deficits. But something went wrong. The narrowing of trade imbalances should have been symmetric, with Germany’s surpluses shrinking along with the debtors’ deficits. Instead, however, Germany failed to make any adjustment at all; deficits in Spain, Greece and elsewhere shrank, but Germany’s surplus didn’t.
This was a very bad thing for Europe, because Germany’s failure to adjust magnified the cost of austerity. Take Spain, the biggest deficit country before the crisis. It was inevitable that Spain would face lean years as it learned to live within its means. It was not, however, inevitable that Spanish unemployment would be almost 27 percent, and youth unemployment almost 57 percent. And Germany’s immovability was an important contributor to Spain’s pain.
It has also been a bad thing for the rest of the world. It’s simply arithmetic: Since southern Europe has been forced to end its deficits while Germany hasn’t reduced its surplus, Europe as a whole is running large trade surpluses, helping to keep the world economy depressed.
German officials, as we’ve seen, respond to all of this with angry declarations that German policy has been impeccable. Sorry, but this (a) doesn’t matter and (b) isn’t true.
Why it doesn’t matter: Five years after the fall of Lehman, the world economy is still depressed, suffering from a persistent shortage of demand. In this environment, a country that runs a trade surplus is, to use the old phrase, beggaring its neighbors. It’s diverting spending away from their goods and services to its own, and thereby taking away jobs. It doesn’t matter whether it’s doing this maliciously or with the best of intentions, it’s doing it all the same.
Furthermore, as it happens, Germany isn’t blameless. It shares a currency with its neighbors, greatly benefiting German exporters, who get to price their goods in a weak euro instead of what would surely have been a soaring Deutsche mark. Yet Germany has failed to deliver on its side of the bargain: To avoid a European depression, it needed to spend more as its neighbors were forced to spend less, and it hasn’t done that.
German officials won’t, of course, accept any of this. They consider their country a shining role model, to be emulated by all, and the awkward fact that we can’t all run gigantic trade surpluses simply doesn’t register.
And the thing is, it’s not just the Germans. Germany’s trade surplus is damaging for the same reason cutting food stamps and unemployment benefits in America destroys jobs — and Republican politicians are about as receptive as German officials to anyone who tries to point out their error. In the sixth year of a global economic crisis whose essence is that there isn’t enough spending, many policy makers still don’t get it. And it looks as if they never will.

A farsa da politica energetica petista: caos regulatorio, prejuizos para os brasileiros - Adriano Pires

Herança maldita

O Estado de S.Paulo, 29 de novembro de 2013
Mercado = intervenção + populismo. É com essa definição que o governo elabora as políticas públicas para o setor de energia. A consequência são o caos e a total desordem pelos quais passa o setor no país.
No petróleo, o governo insiste numa política de preço para a gasolina e o diesel baseada no viés do controle da inflação. Não deixa os preços seguirem a tendência do mercado internacional e, como consequência, a Petrobrás é a única petroleira de capital aberto no mundo que, quanto mais vende gasolina e diesel, mais tem prejuízo. Faz um leilão da maior reserva do pré-sal e só aparece um consórcio. O governo, com seu olhar exclusivamente de curtíssimo prazo e sem nenhuma sensibilidade sobre temas globais como o meio ambiente, prefere desonerar combustíveis poluidores como a gasolina e o óleo combustível em detrimento do etanol e do gás natural.
No gás natural a política não é diferente. A Petrobrás vende gás natural para as térmicas, que são clientes flexíveis – ou seja, não compram o tempo todo -, pela metade do preço pago pelos clientes firmes, no caso as distribuidoras. Com muita intervenção e uma alta dose de populismo, o governo só cria incertezas regulatórias e insegurança jurídica. Isso diminui a atratividade dos investidores privados e a Petrobrás é obrigada a assumir as taxas de retorno patrióticas. Exemplo são as refinarias. Todas as 12 refinarias existentes no Brasil pertencem à Petrobrás e a estatal ainda é obrigada a construir mais 4. Enquanto isso, nos EUA, onde mercado é mercado, existem 144 refinarias, todas privadas, inclusive a famosa Pasadena, da Petrobrás. Faz sentido transportar de caminhão, de São Paulo, a gasolina e o diesel consumidos no Centro-Oeste? Faltam sinais econômicos que atraiam o privado para a construção de dutos.
No setor elétrico, com a publicação da Medida Provisória (MP) 579, em setembro de 2012, o governo tentou revogar a famosa lei da oferta e da procura, e com isso criou enorme bagunça regulatória e jurídica no setor. No que ficou conhecido como o 11 de Setembro do setor elétrico do país, o governo, na hora de renovar as concessões, resolveu, de forma autoritária e populista, reduzir os preços justamente num momento de escassez de energia.
Adriano PiresSe algum cidadão estrangeiro desavisado chegasse ao país no dia11/9/2012 e comprasse um jornal, leria duas notícias. A primeira era que os reservatórios brasileiros estavam com níveis baixos e isso obrigaria o governo a ligar as térmicas, que são mais caras. A segunda notícia era o governo anunciando uma redução no preço da energia. Essa política gerou enormes prejuízos para a Eletrobrás e empresas como Cesp e Cemig, que não aderiram à MP, hoje apresentam resultados positivos. Outra curiosidade: no período úmido, quando chove, os preços da energia são mais caros do que nos períodos de seca. Dá para entender? Se algum de nós andar pelas ruas das principais cidades brasileiras, vai verificar que a maioria dos prédios comerciais e residenciais de luxo tem geradores a diesel. Qual seria a explicação? Falta de confiabilidade no sistema elétrico, afinal, comprar um apartamento de R$ 10 milhões ou mais e se arriscar a ficar sem elevador e ar-condicionado não dá. No caso dos estabelecimentos comerciais, no horário de pico, gerar com diesel é mais barato do que a tarifa da concessionária. É bom lembrar que o diesel é poluente e importado. Esse é o “mercado” elétrico brasileiro.
Ao desafiar as regras de mercado, tentando subvertê-las para controlar a inflação e, ao mesmo tempo, ser um ingrediente para ganhar eleições, o governo transformou as ações da Petrobrás e da Eletrobrás em ações preferenciais de especuladores. As ações das duas principais estatais brasileiras passaram a subir e descer impulsionadas por boatos e suposições, e não pelos seus fundamentos. Ao fim e ao cabo, mercado = intervenção + populismo gera incerteza regulatória, insegurança jurídica e transforma país rico em energia em país dos apagões e dos especuladores. Isso, sim, é herança maldita.

A farsa das privatizacoes petistas: dinheiro publico para gruposprivados - Sergio Lazzarini

Posso apostar que a aposta petista na premiação antecipada dos seus capitalistas favoritos vai ser premiada posteriormente com generosas doações ao partido dos quadrilheiros, antes, durante e depois das eleições.
Paulo Roberto de Almeida 

Subsídios para quem não precisa

O Estado de S.Paulo, 28 de novembro de 2013 
Sergio Lazzarini
Sob a ótica do governo, os recentes leilões de concessão têm mostrado, ao contrário do que dizem os críticos, um imenso interesse do capital privado em projetos públicos. Os aeroportos do Galeão e de Confins, por exemplo, não somente atraíram vários grupos, como o ágio pago pela concessão teria, em tese, superado todas as expectativas.
Mas a verdade é outra. Novamente, para atrair capital privado, o governo se vale de maciços subsídios e capital público. No caso dos aeroportos, o BNDES deverá financiar cerca de 70% dos investimentos do grupo vencedor do leilão. A estatal Infraero, sócia minoritária com 49% do capital, também deve participar dos investimentos, bancada por aportes do Tesouro Nacional.
O curioso é que o próprio ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, havia alertado que a entrada da Infraero nos consórcios seria um “sacrifício” de recursos. Moreira Franco foi prontamente corrigido por Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, que insistiu na presença da Infraero para que a estatal aprenda com os parceiros privados como melhor gerir aeroportos.
Moreira Franco estava certo. Já com dificuldade de fechar as suas contas e enfrentando protestos por melhores serviços, o governo deveria colocar foco em atividades de alto impacto social e com menor interesse pelo setor privado. Mas um aeroporto de grande porte não só tende a atender populações de mais alta renda, como também é, por si só, um ótimo negócio – um monopólio local, com receitas mais ou menos estáveis, incluindo aquelas advindas de atividades acessórias como lojas e restaurantes. Por que, então, subsidiar grupos privados se o projeto, em si, é naturalmente lucrativo?
Em vez de querer que a Infraero aprenda como gerir aeroportos, é o próprio governo que deveria aprender como melhor gerir os nossos recursos


A resposta a essa pergunta reside numa prática muito recorrente em concessões e privatizações no Brasil: o uso de subsídios pela porta dos fundos para inflar o resultado dos leilões. No atual governo, com uma inclinação até mais forte de microgerenciar preços, a prática tem tomado proporções ainda maiores. Empresários têm dito que os subsídios são necessários para compensar a pressão do governo de limitar os lucros dos concessionários privados.
Mas isso é apenas trocar seis por meia dúzia, com a agravante de tornar o processo pouco transparente para a população. Além disso, chegamos a uma situação surreal em que o governo tem de compensar investidores privados pelos riscos de intervenção que ele próprio cria. Isso é ainda mais crítico no caso de projetos naturalmente mais arriscados que os aeroportos. No último leilão de transmissão elétrica, de 13 lotes leiloados, só 10 atraíram interesse, sendo 6 com forte participação de estatais.
Defensores desse modelo dizem que a presença estatal é uma forma de evitar a tão demonizada “privatização” dos serviços públicos. Mas, na prática, o que está sendo feito é simplesmente passar o controle da atividade para grupos privados à custa de subsídio e capital público coadjuvante. Como minoritária, a Infraero terá capacidade limitada de influenciar as operações. No fundo, não deixará de ser uma privatização irrigada por subsídios para quem não precisa.
A estratégia deveria ser outra. No caso de projetos naturalmente lucrativos, como os aeroportos, o governo deveria eliminar o financiamento público e criar um marco para monitorar os investimentos contratados, os preços cobrados e a qualidade dos serviços. Com isso, sobrariam mais recursos para apoiar projetos de maior impacto social e mais difíceis de serem financiados somente no âmbito do setor privado. Transporte urbano barato, saneamento básico, prisões e rodovias em áreas remotas são exemplos.
Em vez de querer que a Infraero aprenda como gerir aeroportos, é o próprio governo que deveria aprender como melhor gerir os nossos recursos, cada vez mais escassos.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Relacoes Internacionais Contemporaneas: visoes brasileiras - Carlos Ardissone, Andre L.P. Sena orgs.) - Ed. Appris

Acabo de tomar conhecimento da publicação de um novo livro na área, onde meu amigo Fabio Koifman tem um um artigo intitulado "A pretensão brasileira por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU", pp. 145 - 184.
Transcrevo o sumário do livro mais abaixo.
Espero lê-lo, dentro de algumas semanas.
Paulo Roberto de Almeida

SUMÁRIO

CARLOS MAURÍCIO ARDISSONE (ORG.)
APRESENTAÇÃO ...............................................................................15
CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
AMADO LUIZ CERVO
CONCEITOS EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS ...............................17
HUSTANA MARIA VARGAS E CARLA MARIA MEDINA
IMPULSOS TEÓRICOS PARA A PRÁTICA DAS ORGANIZAÇÕES
NÃO GOVERNAMENTAIS INTERNACIONAIS: A GLOBALIZAÇÃO
REFERENCIADA ................................................................................45
COMÉRCIO INTERNACIONAL
ARILDA TEIXEIRA
DUAS DÉCADAS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL (1990-2010) ....69
MIRNA LARISSA WACHHOLZ
AS RELAÇÕES BRASIL – CHINA: O CASO DO ETANOL ...................89
SEGURANÇA INTERNACIONAL
CARLOS MAURÍCIO ARDISSONE
REFLEXÕES ÉTICAS SOBRE A VIOLÊNCIA TERRORISTA
TRANSNACIONAL: EM BUSCA DE NOVAS FRONTEIRAS E
ESPAÇOS DE DIÁLOGO PARA O “PROBLEMA DA DIFERENÇA” NO
INTERNACIONAL MODERNO ........................................................121
EMERSON MAIONE DE SOUZA
ORDEM E JUSTIÇA NA SOCIEDADE INTERNACIONAL PÓS-11 DE
SETEMBRO ......................................................................................157
FÁBIO KOIFMAN
A PRETENSÃO BRASILEIRA POR UMA CADEIRA PERMANENTE
NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU ........................183
INTEGRAÇÃO REGIONAL E DIREITO COMUNITÁRIO
JOÃO MARCELO DALLA COSTA
INTEGRAÇÃO POLÍTICA NA UNIÃO EUROPEIA: DE LUXEMBURGO
A LISBOA ........................................................................................241
RICKSON RIOS FIGUEIRA
APROXIMACIÓN AL RÉGIMEN JURÍDICO DE LA CONTRATACIÓN
INTERNACIONAL EN IBEROAMÉRICA CON ESPECIAL REFERENCIA A
LA SITUACIÓN EXISTENTE EN EL MERCOSUR ..............................265
TEMAS DA AGENDA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEA
EMIR BOSNIC
ÉTICA E GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS NO AMBIENTE
INTERNACIONAL ...........................................................................307
LAURO PARENTE (IN MEMORIAM)
RELAÇÕES INTERNACIONAIS NUM MUNDO MIDIATIZADO 331
ESTUDOS DE NAÇÕES ...................................................................357
ANDRÉ LUIS PRUDÊNCIO SENA
POVO PALESTINO: UMA IDENTIDADE NACIONAL EM
CONSTRUÇÃO ...............................................................................357
CLÁUDIO DE ARAÚJO SANTOS FERREIRA
O PARAGUAI DE FERNANDO LUGO: A REVISÃO DO TRATADO DE
ITAIPU E O COMÉRCIO DE REEXPORTAÇÃO .................................371
ROBERTO MOLL NETO
ENTRE O AMOR E O ÓDIO: RELAÇÕES INTERNACIONAIS E A
CONSTRUÇÃO NACIONAL ANGOLANA APÓS A INDEPENDÊNCIA 385
POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS .................409
LEOPOLDO NASCIMENTO COUTINHO
A PARTICIPAÇÃO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS NAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS: O CASO DO INSTITUTO NACIONAL DA

PROPRIEDADE INDUSTRIAL - INPI ................................................409

Macchiavel in Paradise: 500 years of The Prince - Exhibition

Uma exposição que pretendo ver em New York:

Monday, November 11, 2013 - Wednesday, November 27, 2013
ON VIEW NOV 12-27 (by appointment): ( click here )-

EXHIBITION: Niccolò Machiavelli: The Prince and its Era. 1513-2013

EXHIBITION OPENING
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EXHIBITION: Niccolò Machiavelli: The Prince and its Era. 1513-2013
To celebrate the 500th anniversary of the composition of The Prince, this exhibit explores the essential role Niccolò Machiavelli has played in the history of modern political thought, his influence on generations of politicians and intellectuals as well as on popular culture.
Organized by the Italian Ministry of Foreign Affairs and the Embassy of Italy in Washington DC, with the support of the Italian Ministry of Cultural Heritage, Activities and Tourism.
An initiative of the Istituto della Enciclopedia Italiana founded by Giovanni Treccani.
Organization and Production of the Exhibition: Comunicare Organizzando
This exhibition is conceived as a journey both in time and space. It starts in the Renaissance —placing Machiavelli and his work in their historical context — then reaches the modern day —illustrating the different ways the writer and his masterwork have been seen up to today.  It does not intend to offer a definitive or "correct" interpretation of The Prince and its author; rather, it allows visitors to linger on the fascinating facts behind and around this short treaty and to have a glimpse of its persisting presence in our own time. 

 The exhibition is divided into four sections:
  • Machiavelli and his historical context
  • The Prince
  • Fortune and Diffusion of The Prince
  • “Uses” and “Abuses” of Machiavelli and The Prince
It features documents, books, paintings, costumes, videos, manuscripts, and objects which explore not only Machiavelli’s life and some cultural and historical events of his era, but also the impact he has had on popular culture, becoming the star of video games, comic books and much more.
November 12-27, 2013
(Monday to Friday from 10am-12/2pm-4pm)


COVER IMAGE: Antonio Maria Crespi detto il Bustino - Ritratto di Niccolò Machiavelli particolare - olio su tela, 60x51 cm - Milano,Veneranda Biblioteca Ambrosiana, Pinacoteca Ambrosiana, inv. n. 1382
© Veneranda Biblioteca Ambrosiana - Milano/De Agostini Picture Library

Machiavelli and his times. This section outlines the historical context in which Macchiavelli lived, noting the major events and contemporaries of the period. 

The Prince. The centerpiece of the exhibition, this section is dedicated to the celebrated treatise and displays the most important and influential editions and prints, from one of the nineteen manuscript codices that still exist in the world and the first print edition, 1532 Florence, published after Machiavelli’s death by Bernardo Giunta and today conserved at the Biblioteca Augusta in Perugia. One part of this section is dedicated to the major translations of The Prince in various languages. The print and art works are introduced in an inspiring video by Pierfrancesco Favino who reads the letter that Niccolò Macchiavelli wrote to Francesco Vettore on 10 December 1513 announcing that he had composed the celebrated treatise.

The Prince-its fortune and dissemination. The purpose of this section is to evidence how The Princehas come down to us over history, through observations over time, collector’s editions and contemporary translations, but also in plagiarized and manipulated versions.

Machiavelli and our times: uses and abuses. This section is dedicated to uses and abuses of the treatise. Table games, videogames, stamps, postcards, and marketing manuals inspired by Machiavellian ‘theory’. This part is intended to evidence how the finest political mind in contemporary culture has influenced various fields of political thought. In fact, the exhibition will display paintings, medals, stamps, ancient manuscripts and incunabula, alongside table and parlor games, postcards, vinyl records, as well as very bizarre and peculiar Machiavellian paraphernalia. Machiavelli, who was an irreverent spirit but mainly a great innovator, would probably have appreciated this type of corruption and would not have felt at all offended to see his own name or that of his masterpiece linked to a package of cigarettes, a musical group, or a child’s puppet.


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Information
Date: Monday, November 11, 2013 - Wednesday, November 27, 2013
Time: 6PM
Venue: Embassy of Italy
Organized by: Embassy of Italy/Italian Cultural Institute
In collaboration with: Italian Ministry of Cultural Heritage, Activities and Tourism, Comunicare Organizzando