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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Brasil no G20 e o constrangimento ucraniano - Caio Blinder

O Lava Jato ucraniano de Dilma
Caio Blinder blog, 6/11/2014 às 12:56

Com Putin, Dilma não repete as palavras do primeiro-ministro canadense Harper

Nenhuma surpresa na atitude ucraniana da presidente Dilma Rousseff. A agressão russa no país vizinho é um escândalo geopolítico. No entanto, a presidente do Brasil lava as mãos. Ela considera prioritário denunciar bombardeios americanos contra os terroristas do Estado Islâmico (precisamos de diálogo, minha gente, vamos colocar a cabeça no lugar).

Já na reunião do G-20, na Austrália, onde Vladimir Putin foi alvo de merecida hostilidade ocidental, Dilma foi pacata, foi anódina, foi omissa, foi uma anestesia quando deveria tocar na ferida.

Como assim, presidente? A senhora não tem posição sobre uma crise crucial no mundo atual? Em entrevista, Dilma afirmou: “O Brasil, no caso da Ucrânia, não tem e nunca definiu uma posição. Nunca nos manifestamos e evitamos sistematicamente nos envolver em assuntos internos.” Pelo menos desta vez, a presidente não denunciou as ações de Israel em Gaza, como é praxe na sua política de  “não intromissão nos assuntos internos” de outros países.

No jargão dilmista, na crise ucraniana, o Brasil não está “nem de um lado nem de outro”. Está, sim senhora. Ao lavar as mãos, o Brasil se posiciona a favor da agressão russa, em função de uma parceria estratégica com Moscou como integrante dos Brics. Outros países, a destacar na Europa, também têm negócios com a Rússia, mas, pelo menos, marcam posição sobre a Ucrânia. Presidente, não precisa adotar sanções contra o Kremlin, mas sancioná-lo?

Falando em mão, o contraste com a atitude de Dilma Roussef, foi a do primeiro-ministro canadense Stephen Harper. Ele cumprimentou o nosso homem em Moscou, mas desferiu o golpe diplomaticamente correto para a ocasião. “Bom, acho que vou apertar sua mão, mas só tenho uma coisa para te dizer: caia fora da Ucrânia.”

Valeu, Mr./Monsieur Harper! Na típica agitprop russa, um porta-voz do Kremlin disse que a resposta de Putin foi: “Impossível, já que nunca estivemos lá.”

Dilma lavou as mãos. Stephen Harper quem sabe tenha feito o mesmo….após apertar a mão do nosso homem em Moscou.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: primeira pesquisa para o 2. turno: inversao das tendencias

Sem comentários, pois tudo é preliminar, e muitas surpresas vão ainda aparecer (sobretudo as mais desagradáveis, sabe-se lá de onde virão, não é mesmo?).
Paulo Roberto de Almeida

Primeira pesquisa de segundo turno mostra Aécio com 54% e Dilma com 46%

InfoMoney. 8/10/2014

Pesquisa foi feita pelo Instituto Paraná, encomendada pela revista Época; em relação a rejeição, Dilma tem 41%, enquanto outros 32% afirmaram que não votariam em Aécio “de jeito nenhum”

SÃO PAULO - Pesquisa do Instituto Paraná, encomendada pela revista Época, divulgada na tarde desta quarta-feira (8) mostrou o candidato do PSDB, Aécio Neves, à frente nas intenções de voto com 54%, enquanto Dilma Rousseff (PT) apresenta 46% dos votos válidos. Considerando os eleitores indecisos e votos em branco - que somaram 10% -, Aécio tem 49% e Dilma 41%.
Na pesquisa espontânea, em que não são citados os nomes de cada candidato, Aécio tem 45%, e Dilma, 39%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O instituto Paraná Pesquisas entrevistou, entre a segunda-feira (6) e esta quarta-feira (8), 2.080 eleitores. Foram feitas entrevistas pessoais com eleitores maiores de 16 anos em 19 Estados e 152 municípios.
“Podemos afirmar que Aécio Neves inicia o segundo turno com uma boa vantagem, porque herdou mais votos de Marina Silva (a terceira colocada). Vamos ver como o eleitor se comportará após o início do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão”, afirmou o economista Murilo Hidalgo, presidente do Paraná Pesquisas, para a revista Época.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Politica Externa: coerencia total e sem falhas - Augusto Nunes

Sem comentários. E precisa?
Paulo Roberto de Almeida 

23/09/2014 às 21:48
Augusto Nunes \ Direto ao Ponto

A defesa do Estado Islâmico é uma prova de coerência: a condutora da política externa da canalhice jamais desperdiçou alguma chance de envergonhar o Brasil

Instituída no governo Lula, a política externa da canalhice foi encampada com muita animação por Dilma Rousseff. Ao longo de oito anos, o padrinho sempre escolheu o lado errado. Nesta terça-feira, ao baixar em Nova York, a afilhada confirmou que nunca perde alguma chance de envergonhar o país que presta. Ao comentar a ofensiva militar americana contra o Estado Islâmico, Dilma solidarizou-se com a turma da caverna e garantiu que, embora não pareça, até decepadores de cabeças aceitam convites para um diálogo civilizado. “Lamento enormemente os ataques na Síria”, recitou em dilmês primitivo. “Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência: perda de vidas humanas dos dois lados”.
O choro de Dilma depende da nacionalidade do morto. Ela não derramou uma única e escassa lágrima pelas incontáveis vítimas do bando de fanáticos. Não deu um pio sobre a decapitação  ─ em ritos repulsivos filmados pelos carrascos e transformados em programas de TV ─ de dois jornalistas e um agente humanitário. Não emitiu nenhum sinal de desconforto com os massacres intermináveis, os estupros selvagens, a rotina da tortura, a pena de morte por heresia aplicada a quem não se subordina aos dogmas da seita. A presidente só “lamenta enormemente” a perda de aliados na guerra irremediavelmente perdida que move desde a juventude contra o imperialismo ianque.
Erguido durante a entrevista coletiva convocada pela doutora em nada, o monumento ao cinismo foi implodido por uma nota subscrita por Ban Ki-Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas. Além de endossar os bombardeios americanos, Ki-Moon lembrou que os devotos da barbárie só serão contidos por mais operações militares semelhantes às executadas pelos Estados Unidos. Sem ter lido o documento, Dilma avisou que o besteirol seria reprisado em seu discurso na ONU. Caso cumpra a promessa, todos os presentes entenderão por que um representante do governo de Israel, inconformado com o ostensivo apoio do governo lulopetista ao Hamas, qualificou o país de “anão diplomático”
Entre o governo constitucional paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo, Dilma escolheu o reprodutor de batina. Também se juntou aos patifes da vizinhança na conspiração que afastou do Mercosul o Paraguai e permitiu a entrada da Venezuela chavista, fez todas as vontades do bolívar-de-hospício que virou passarinho, arranjou até um estoque de papel higiênico para adiar o naufrágio de Nicolás Maduro, curvou-se aos caprichos do lhama-de-franja que reina na Bolívia, presenteou a ditadura cubana com o superporto que o Brasil não tem e transformou a Granja do Torto em residência de verão de Raúl Castro. Fora o resto.
O apoio enviesado ao Estado Islâmico é também uma prova de coerência. Só poderia agir assim quem fez há pelo menos 12 anos a opção preferencial pela infâmia.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Diplomacia companheira: um inedito na historia do Brasil - Reinaldo Azevedo

Dilma na ONU: nada comparável desde o sapato de Krushev. Ou: A estupidez como categoria de pensamento
Por Reinaldo Azevedo, 24/09/2014

A presidente Dilma Rousseff certamente considerou que o ridículo a que submeteu nesta terça o país não era o suficiente. Resolveu então dobrar a dose. Como sabem, a nossa governanta censurou ontem, em entrevista à imprensa, os EUA e países aliados pelos ataques às bases terroristas do Estado Islâmico.
Dilma, este gênio da raça, pediu diálogo. Dilma, este portento da política externa, quer conversar com quem estupra, degola, crucifica, massacra. Dilma, este novo umbral das relações internacionais, defende que representantes da ONU se sentem à mesa com mascarados armados com fuzis e lâminas afiadas. Nunca fomos submetidos a um vexame desses. Nunca!
Nesta quarta, no discurso que abre a Assembleia Geral das Nações Unidas, uma tradição inaugurada em 1947 por Oswaldo Aranha, Dilma insistiu nesse ponto, para espanto dos presentes. Os que a ouviam certamente se perguntavam: “Quem é essa que vem pregar o entendimento e o diálogo com facinorosos que só reconhecem a língua da morte e da eliminação do outro?”.
Houvesse uma lei que proibisse o uso de aparelhos públicos internacionais para fazer campanha eleitoral, Dilma teria, agora, de ser punida. Sua fala na ONU foi a de uma candidata — mas candidata a quê, santo Deus? A presidente do Brasil desfiou elogios em boca própria, exaltando, acreditem, suas conquistas na economia, no combate à corrupção e na solidez fiscal — tudo aquilo, em suma, que a realidade interna insiste em desmentir.
Não falava para os que a ouviam; falava para a equipe do marqueteiro João Santana, que agora vai editar o seu pronunciamento de sorte a fazer com que os brasucas creiam que o mundo inteiro se quedou paralisado diante de tal portento, diante daquele impávido colosso que insistia em dar ao mundo uma aula de boa governança. Justo ela, que preside o país que tem a pior relação crescimento-inflação-juros entre as dez maiores economias do mundo.
De tal sorte fazia um pronunciamento de caráter eleitoral e eleitoreiro que, numa peroração em que misturou dados da economia nativa com um suposto novo ordenamento das relações internacionais, sobrou tempo para tentar faturar com o casamento gay. Afirmou: “A Suprema Corte do meu país reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, assegurando-lhes todos os direitos civis daí decorrentes”. É claro que queria dar uma cutucadinha em Marina Silva, candidata do PSB à Presidência, que o sindicalismo gay petista tentou transformar em homofóbica numa das vertentes sujas da campanha.
Sem ter mais o que pregar aos nativos; temerosa de que o eleitorado cobre nas urnas os muitos insucessos de sua gestão; sabedora de que boa parte da elite política que a cerca pode ser engolfada por duas delações premiadas — a de Paulo Roberto Costa e da Alberto Youssef —, Dilma elegeu a sede da ONU como um palanque.
Na tribuna, bateu no peito e elogiou as próprias e supostas grandezas, como fazem os inseguros e os mesquinhos. No discurso que abre a Assembleia Geral das Nações Unidas, tratou de uma pauta bisonhamente doméstica — e, ainda assim, massacrando os números. Quando lhe coube, então, cuidar da ordem internacional, pediu, na prática, que terroristas sejam considerados atores respeitáveis.
Desde 12 de outubro de 1960, quando o líder soviético Nikita Krushev bateu com o próprio sapato na mesa em que estava sentado — e não na tribuna, como se noticia às vezes — para se fazer ouvir, a ONU não presencia cena tão patética. Nesta quarta, Dilma submeteu o Brasil a um ridículo inédito.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Eleicoes 2014: o curral eleitoral vai ficando cada vez mais caro

50 reais para ser claque em comício dos mafiosos? Muito pouco...
Paulo Roberto de Almeida 

Eleições 2014

Comício com Lula tem drone, militantes pagos e Dilma 'esquecida'

Em Recife, presidente-candidata virou coadjuvante durante discurso de seu cabo eleitoral. Na plateia, beneficiários do Bolsa Família pagos para estar lá

Felipe Frazão, de Recife
04/09/2014 - A candidata do PT à reeleição, Dilma Roussef, o ex-presidente Lula e o candidato ao governo de Pernamabuco, Armando Monteiro, durante comício em Recife
04/09/2014 - A candidata do PT à reeleição, Dilma Roussef, o ex-presidente Lula e o candidato ao governo de Pernamabuco, Armando Monteiro, durante comício em Recife   (Alexandre Gondim/Folhapress)
O comício que o ex-presidente Lula e a presidente-candidata Dilma Rousseff promoveram na noite desta quinta-feira no Recife (PE) foi o maior evento da campanha petista até o momento. Com ares de superprodução, o ato político teve queima de fogos e foi gravado para a propaganda de Dilma no horário eleitoral gratuito com um drone, que captou imagens aéreas da multidão aglomerada à beira-mar na favela Brasília Teimosa. Apesar de ser reduto petista, o local vive sob influência do PSB de Marina Silva, candidata à Presidência, e Paulo Câmara, candidato ao governo do Estado escolhido pelo ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 13 de agosto. Bandeiras amarelas do partido flamulavam entre as do PT. Era só o primeiro sinal de que a mobilização em prol de Dilma não era tão espontânea.
À tarde, dezenas de ônibus vindos do Agreste, da Zona da Mata e da Região Metropolitana do Recife desembarcaram cabos eleitorais na orla de Brasília Teimosa. Parlamentares e prefeitos de PT e PTB organizaram as caravanas com a missão de levar 20.000 pessoas ao comício. O acesso foi tumultuado. Beneficiárias do Bolsa-Família, as donas de casa Edneuza Alcides, de 42 anos, e Santa Maria da Silva, de 44 anos, disseram ter recebido 50 reais para ir ao comício noturno. Elas relataram ter sido arregimentadas por correligionários de João da Costa (PT), ex-prefeito de Recife e candidato a deputado federal. As duas moram em bairros pobres na periferia da cidade: Casa Amarela, maior favela pernambucana, e Dois Irmãos, e pediram para não serem fotografadas com medo de perder o bico que lhes complementa a renda em época eleitoral. "Aqui veio gente de várias favelas. Pagam 50 [reais]. Dando um 'troquinho' fica mais fácil", disse Edneuza esfregando o indicador no polegar. "Eu quero mudança. Já são 12 anos de PT e nada. Quero ver aumentar o Bolsa-Família", cobrou Santa Maria.
Elas empunhavam bandeiras por João da Costa e contaram que equipes pediram que amarrassem nas costas a bandeira branca de Dilma, como se vestissem uma capa. Admiradoras de Lula, Miguel Arraes e Eduardo Campos, não demonstraram afinidade com a presidente-candidata, que foi a última a discursar para um público já esvaziado e disperso. Não havia mais tanta aglomeração nas janelas e nas lajes das casas, como os que pararam para ouvir o ex-presidente. Lula chegou a ofuscar Dilma no início do ato, que começou com duas horas de atraso. Ele foi aclamado e "convocado" pelo público a vestir um chapéu de sertanejo. Desceu do palco para abraçar eleitores e buscar o chapéu. Quando voltou ao palanque, onde Dilma "esquecida" batia palmas tímidas, deu um jeitinho de colocar a sucessora em evidência: pôs o chapéu nela, em vez de vesti-lo. Lula tentou aproximar Dilma do público. Chamou-a de "essa moça" ou "essa mulher". Apresentou Dilma como uma defensora dos pobres, dentro da retórica do "nós contra eles". "Essa mulher pode fazer o pobre subir mais alguns degraus na escada social desse país. Ela sabe que um quinhãozinho maior tem que ser dado aos mais pobres". O ex-presidente também lembrou de dizer que "pobre vale mais no dia da eleição" e que o "povo sem sabedoria é tangido como se fosse gado".

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mai$$$$ Medico$$$$ = Mais $$$$$ para Cuba, para a Opas, para os companheiros - Leonardo Coutinho (Veja)

Uma matéria de quase um ano atrás, de que tomo conhecimento apenas agora. Não que haja algo surpreendente para mim, praticamente nada, pois já sabia desse programa estarrecedor, mas que apenas confirma que os companheiros estão a serviço, e sob as ordens, dos companheiros cubanos, aos quais eles devolvem agora ajudas prestadas no passado.
Uma coisa, porém, me surpreendeu: os valores envolvidos, que são substanciais. Não imaginava que fosse tanto dinheiro assim. Os montantes são, sim, estarrecedores. Não estamos falando apenas de uns poucos milhões de dólares (o que é isso para os companheiros, não é mesmo?; desde 2003 eles nadam em dinheiro, sobretudo dinheiro da Petrobras, e esse dinheiro dos cubanos é como se fosse uma corrida de taxi, digamos assim), mas de dezenas de milhões de dólares.
Só encontro duas explicações para isso: (1) os ditadores cubanos estão realmente precisando de muito dinheiro, agora que os venezuelanos enfrentam sérias dificuldades para manter o nível do mensalão chavista e fizeram um apelo desesperado aos seus companheiros brasileiros, a quem eles ajudaram no passado, inclusive como investimento...; (2) estes últimos estão fazendo uma operação triangular, dessas clássicas, na qual o dinheiro sai para fins aparentemente legais, e termina alimentando dutos menos legais, ou muito mais legais, dependendo do ponto de vista, claro.
Tenho uma dúvida e ele é absolutamente pertinente, para saber se ainda vivemos em uma democracia normal, ou se já estamos numa ditadura companheira: saber se esse acordo foi formalmente aprovado pelo Senado brasileiro, como compete cada vez que existe uma operação financeira externa. Se não houve aprovação congressual, ou se o dinheiro foi remetido antes que houvesse a ratificação formal pelo Senado, as remessas são claramente ilegais e inconstitucionais, e pode haver neste caso crime de responsabilidade política da parte do ministro da Saúde -- o anterior e o atual -- e provavelmente até da presidente da República. Está na constituição: qualquer acordo gravoso para o país tem de ser submetido à aprovação do Congresso brasileiro.
E não me venham dizer que não se trata de um acordo com Cuba, e sim com a OPAS, que isso não cola e não vale igual. Mesmo que o dinheiro fosse para o Espírito Santo, no Vaticano, ele teria antes de ser aprovado pelo Congresso.
Assusta-me viver num país em que os dirigentes se arrogam o direito de afrontar a Constituição, como se vivêssemos em ditadura. Talvez já seja o caso e ainda não percebemos...
Paulo Roberto de Almeida 
5/08/2014


Blog de Ricardo Setti, 18/10/2013
às 15:00 \ Política & Cia

“MAIS MÉDICOS”: Estava tudo combinado — um jeitinho para enviar dinheiro a Cuba

RAPAPÉS -- Carissa Etienne, diretora da Opas, com o ditador Raúl Castro, em Havana, em julho: elogios à obsoleta medicina cubana (Foto: Granma)
RAPAPÉS — Carissa Etienne, diretora da Opas, com o ditador Raúl Castro, em Havana, em julho: elogios à obsoleta medicina cubana (Foto: Granma)
Reportagem de Leonardo Coutinho, publicada em edição impressa de VEJA
ESTAVA TUDO COMBINADO
Documentos oficiais mostram que o Mais Médicos foi concebido para enviar dinheiro à ditadura de Cuba — e que o governo brasileiro escondeu o acordo durante meses
Desde o colapso da União Soviética, no início dos anos 90, Cuba ficou à míngua, sem um padrinho para financiar sua ditadura comunista. Na década passada, esse papel passou a ser desempenhado pela Venezuela de Hugo Chávez e por outros países latino-americanos governados por simpatizantes.
Com o PT no poder, o Brasil tem contribuído sem alarde com empréstimos camaradas do BNDES e, descobre-se agora, com a importação de médicos.
Em maio passado, o então chanceler Antonio Patriota anunciou o plano de trazer 6.000 médicos da ilha para atuar nos rincões do Brasil. O que Patriota não disse é que o “plano” era, na verdade, um fato consumado. O acordo para a importação de médicos cubanos já havia sido assinado no mês anterior, valendo-se de um subterfúgio para não tornar pública a verdadeira natureza do negócio.
O contrato falava, em termos genéricos, de uma “contratação de profissionais temporários” e em nenhum trecho citava Cuba ou médicos cubanos. Isso era possível porque, formalmente, o acordo foi fechado entre o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Na prática, a entidade vinculada à ONU era apenas a intermediária da transferência de recursos dos contribuintes brasileiros para a ditadura cubana (o que também não era dito no acordo original).
Tanto esforço para omitir Cuba do acordo intermediado pela Opas se explica pela reação negativa da opinião pública brasileira, especialmente das associações médicas, ao anúncio feito por Patriota. Afinal, a importação de médicos cubanos viola uma série de leis brasileiras, além de pôr em risco a saúde da população por causa da qualificação duvidosa dos profissionais.
Criticado pelo “plano”, o governo federal deu sinais de que recuaria. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegou a dizer que a prioridade não era trazer médicos cubanos, mas portugueses e espanhóis. Puro diversionismo, pois nos bastidores os trâmites burocráticos para a contratação dos cubanos seguiam em ritmo acelerado.
Em meio aos protestos de junho, a presidente Dilma Rousseff ressuscitou o tema, prometendo na TV “trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS”. Daí nasceu o programa Mais Médicos, sob medida para esquentar o acordo já firmado para importar profissionais cubanos.
A abertura de inscrições para médicos de outros países e de brasileiros que trabalham no exterior foi só uma maneira de legitimar a vinda dos cubanos, pois já se sabia que estes viriam em maior número. O documento assinado por Padilha em 22 de agosto foi apenas um termo de ajuste do acordo assinado em abril na surdina.
ENTROSADO -- O cubano Joaquín Molina, chefe da Opas no Brasil (Foto: ABr)
ENTROSADO — O cubano Joaquín Molina, chefe da Opas no Brasil (Foto: ABr)

Eis por que três dias depois os primeiros 400 médicos cubanos já desembarcavam no Brasil. Uma semana antes, o governo brasileiro havia pago 11,5 milhões de reais à Opas, valor que coincide com o custo das passagens.
Um dos arquitetos da triangulação Brasil-Opas-Cuba foi o dentista Joaquín Molina, ex-coordenador da Cooperação Técnica Internacional, o departamento do Ministério da Saúde de Cuba responsável pela exportação de mão de obra médica. Em 29 de março de 2012, Molina assumiu o posto de representante da Opas no Brasil – um dia antes de a entidade firmar com Cuba um convênio, que ele ajudou a negociar, para intermediar a venda de serviços de saúde da ilha.
A missão de Molina em Brasília era bem definida e servia com perfeição aos planos de Padilha. Em 17 de dezembro, Molina protocolou no Ministério da Saúde o projeto Fortalecimento da Atenção Básica no Brasil, em que a Opas pedia quase 512 milhões reais para ajudar o país a combater “as iniquidades sociais e limites de acesso aos serviços de saúde”.
Antes do Natal, o documento venceu cinco degraus da burocracia, mais rápido do que qualquer outra proposta feita ao ministério na mesma data. Em fevereiro, a diretora da Opas, a dominiquense Carissa Etienne, veio a Brasília para dar mais um empurrãozinho na “cooperação médica” com Cuba, pela qual a Opas viria a receber 24,3 milhões de reais de comissão.
Em meio às mentiras e dissimulações envolvendo a contratação de médicos cubanos, há um dado intrigante: o valor de mais de 500 milhões de reais (dos quais 100 milhões foram pagos no mês passado e os outros 400 milhões já foram reservados no Orçamento federal) pleiteado pela Opas em dezembro de 2012 é rigorosamente o mesmo do contrato-encenação feito por Padilha oito meses depois para a importação de 4 000 médicos.
Patriota, porém, havia anunciado em abril a vinda de 6.000 cubanos. Ou seja, o Brasil está pagando a mesma quantia por menos profissionais. Considerando a má qualidade do ensino médico em Cuba, talvez seja melhor não reclamar.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Censura totalitaria dos petralhas pretende calar simples economistas - Luiz Guilherme Medeiros

Luiz Guilherme Medeiros

Como disse em artigo prévio, 2014 começou a valer apenas no mês de junho. A euforia nacional, o ufanismo e a desilusão que a Copa trouxe já vieram e já se foram. Resta agora nos preparamos para o segundo momento-chave do ano, as eleições de Outubro. A partir de agora, o centro da discussão passará a ser cada vez mais aonde o Brasil se encontra de fato, e para onde queremos que ele siga.
O debate franco e aberto se faz necessário para alcançarmos algum consenso, e a diversidade de opinião, assim como a liberdade de expressa-la, são vitais nesse processo. 
Infelizmente, parece que nosso governo respeita mais as imagens que passam em suas belas propagandas do que o que é dito pela consciência dos brasileiros que vivem no Brasil de verdade.
Como exemplo temos o banco Santander, que tal como toda empresa, tem dois tipos de interesse vitais para sua sobrevivência: os seus e os dos seus clientes. A falha em zelar por eles é a certeza de sua ruína.
Sendo assim, é razoável considerar que uma recomendação do banco aos seus clientes tem como finalidade o benefício mútuo. Lógico, eles podem discordar e  ignora-la.
Existe também a possibilidade da recomendação ser fruto de um grupo que diverge da mentalidade da empresa, justificando o desligamento dele.
Vamos supor, então, que tanto os clientes rejeitam a recomendação como é razoável demitir a equipe responsável por ela.
Sob que base moral a Presidente da República pode intimidar indivíduos, atuando em empregos privados, numa empresa privada, classificando suas opiniões como "inadmissível"? Que legitimidade ela possui para ameaçar uma organização civil de que tomará uma "atitude bastante clara" em relação a ela?
frieza do comunicado divulgado pelo banco indica que ela está sendo realizada mais por temor ao Planalto que convicção do erro do consultor. Ainda que fosse o contrário, o banco não deve desculpa alguma. A conduta de seus empregados é problema seu. Não cabe ao Executivo julgar qual comentário é admissível ou não de ser feito sobre sua gestão.
Fora o fato de que Santander tem direito de se expressar, é absurdo que um banco cale seus funcionários por medo de retaliação governamental em pleno regime democrático, ainda mais quando existem informações públicas que mostram a relevância da recomendação aos seus clientes. Longe de ter sido feita de forma arbitrária ou irracional.
Quem melhor argumentou em favor desta recomendação não foi sequer o Santander, mas a outra empresa hostilizada nesta semana: a agência de consultoria Empiricus.
No relatório "O Fim do Brasil", disponível em texto e em vídeo, Felipe Miranda, um dos fundadores da empresa, demonstra a credibilidade das previsões da companhia e assegura que sua intenção não é aterrorizar o espectador, mas prepara-lo para o que está por vir. O que ele acha que acontecerá? O retorno de condições econômicas anteriores ao Plano Real em um futuro próximo. 
Para ser breve, resumo os dez argumentos principais do analista que indicam o desastre atual:
1- O crescimento do PIB no governo Dilma é o pior desde o governo Collor, que precedeu ao Real. Nas últimas duas décadas, jamais evoluímos tão pouco.
2- A inflação está persistentemente alta e acima do centro da meta. Estimativas apontam que ela ficará precisamente no teto de 6,5% em 2014, sendo elevado o risco de estoura-lo e ferir a credibilidade do Banco Central.
3- As contas públicas estão completamente desajustadas. O superávit primário médio do governo Dilma foi de 1,5% do PIB, enquanto o de Lula foi 3,1%. Os números não fecham, e o governo terá dificuldade em estabilizar a dívida bruta ou líquida. A solução será uma alta dos juros, comprometendo o orçamento familiar e o crédito.
4- O déficit em transações correntes vem crescendo sistematicamente e a níveis alarmantes. Estamos com baixas reservas de dólar, sendo que em 2015 l BC norte-americano elevará sua taxa de juros, resultando numa atração de recursos para os EUA. Vai faltar dólar no Brasil, e a alta do câmbio resultará em impactos sobre a inflação, importação e empresas com dívida em dólar.
5- O mercado de trabalho está enfraquecendo. O último mês de maio teve a pior criação líquida de postos de trabalho desde 1992. O desemprego só aparenta estar controlado porque as pessoas estão desistindo de procurar trabalho, não entrando assim nas porcentagens.
6- Análises do banco Brasil Plural apontam como matematicamente certo (100%) que teremos racionamento de energia este ano. O nível dos reservatórios chegará a 10%, mantendo o ritmo de hoje. A falta de planejamento e a desastrosa MP 579 resultaram de alterações nas regras do jogo do setor elétrico e quebra de contrato explícita no acordo de renovação automática da Cemig.
7- A Petrobrás foi destruída, com suas ações hoje valendo um terço do que valiam em 2010. A poupança do brasileiro está sendo afetada, visto que ocorre a aplicação do FGTS em ações da empresa. O controle do preço da gasolina acarreta em queimas de caixa, e hoje a Petrobrás apresenta a maior dívida corporativa do planeta.
8- A Eletrobrás também está em situação catastrófica, graças a já citada MP 579. Mas diferente da Cemig, ela aceitou projetos que implicavam retornos negativos para a estatal, graças aos interesses da União nesta medida. O resultado foi o derretimento de suas ações na Bolsa e o ultraje dos acionistas com o prejuízo deliberado que o governo permitiu sob o valor da empresa.
9- A indústria brasileira encolhe a cada dia. Nossa relação de investimento sobre o PIB em 2011 era maior que a de 2014. A participação dos produtos manufaturados nas exportações era maior em 2010 do que em 2013. Nossa participação nas exportações mundiais também encolheu no mesmo período.
10- O medo político existe. A liberdade de imprensa vem caindo nos últimos anos, e o partido do governo ter elaborado uma lista de opositores em seu site oficial não ajuda a melhorar as perspectivas. Um agravamento desta situação pode gerar evasão de capitais tanto de brasileros quanto estrangeiros, assim como emigração dos mesmos do país.
O artigo segue em apresentar os problemas das medidas econômicas heterodoxas do governo Dilma, o abandono do tripé econômico, a intervenção estatal na economia, negligência e maquiagem das contas públicas. 
A Empiricus mostrou claramente porque acredita que a reeleição de Dilma iria trazer prejuízo para o Brasil, o Santander e outros economistas também.
Qual foi a reação do PT e o resto da coligação da Presidente? Dizer que a empresa estava fazendo terrorismo econômico com o relatório e suas matérias, dotadas de conteúdo propagandístico favorável à oposição. A Justiça acatou a denúncia e ordenou ao Google que retirasse todas as peças de publicidade da Empiricus do ar. 

A liderança petista parece acreditar de forma firme que a sociedade civil só deve falar o que lhes agrada. A liberdade de expressão tem este nome porque não é controlada pelo capricho de burocratas.
A solução do partido é adotar o ''nós contra eles''  de sempre, o discurso batido de que apenas o PT se importa com as famílias de renda baixa, a despeito da economia brasileira estar ficando para trás em vários quesitos quando comparada à outros países latino-americanos. A negação da realidade é o primeiro passo para a repressão parecer uma solução sedutora. A consciência de que a conduta do governo atual é catastrófica se faz necessária. Entre o fracasso certo e a chance de sucesso, é melhor se arriscar.


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Eleicoes 2014: uma do gênero "acredite se quiser..."

A presidente Dilma Rousseff explica por que guarda ''em casa'' R$ 152 mil em espécie, valor que consta na sua declaração de bens como candidata à reeleição. Ela lembra ainda o período da ditadura, em que durante sete anos ''dormia de sapatos'', enquanto fugia da repressão. A candidata à reeleição presidencial participou nesta quarta-feira (28) de sabatina promovida pelo UOL, pela "Folha de S.Paulo", pelo SBT e pela rádio Jovem Pan. Leia mais sobre a sabatina.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Eleicoes 2014: cai a margem de elegibilidade da favorita - Fernando Rodrigues

Dilma tem 39%, Aécio, 21%, e Campos, 10%, diz Ibope

Fernando Rodrigues
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Pesquisa foi realizada nos dias 13 a 15.jun; margem de erro é de 2 pontos percentuais
Petista teria de enfrentar um segundo turno se a disputa fosse hoje
Aprovação ao governo Dilma caiu 5 pontos percentuais em relação à última pesquisa
A presidente Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida presidencial com 39% das intenções de voto, segundo pesquisa CNI/Ibope realizada nos dias 13 a 15 de junho. Com essa pontuação, a petista teria de enfrentar um segundo turno se a disputa fosse hoje, pois a soma de todos os seus adversários é de 40%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
No Brasil, vence a eleição no primeiro turno quem tem, pelo menos, 50% mais 1 dos votos válidos (aqueles dados aos candidatos).
Em segundo lugar, de acordo com o Ibope, está Aécio Neves (PSDB), com 21%. Depois, vem Eduardo Campos (PSB), com 10%. E os outros: Pastor Everaldo (PSC) tem 3%, Magno Malta (PR), 2%, e José Maria (PSTU), 1%. Os demais candidatos nanicos somam 3% das intenções de voto.
Em relação ao levantamento anterior do Ibope, realizado nos dias 15 a 19 de maio, Dilma oscilou dentro da margem de erro 1 ponto percentual. Ela tinha 40%.
Todos os outros candidatos tiveram também variações dentro ou próximas à margem de erro.
Aécio Neves tinha 20% e agora está com 21%. Eduardo Campos registrava 11% e foi a 10%. Everaldo Pereira (PSC) tinha 3% e manteve o mesmo percentual.
SEGUNDO TURNO
Se Dilma enfrentasse Aécio no segundo turno, a petista venceria com 43% contra 30% do tucano, uma diferença de 13 pontos percentuais.
Em 15 a 19 de maio, no último levantamento Ibope, Dilma teria 43% contra 24% de Aécio, uma vantagem maior, de 19 pontos.
O estreitamento da liderança petista num eventual segundo turno também ocorreu em relação a Eduardo Campos. Antes, a petista venceria com 42% contra 22% do pessebista, vantagem de 20 pontos. Agora, de 43% a 27%, diferença de 16 pontos percentuais.
REJEIÇÃO
A taxa de rejeição de Dilma aferida pela pesquisa CNI/Ibope é de 43% –esse percentual dos eleitores afirma que não votará na petista “de jeito nenhum'' para presidente da República. A taxa de rejeição de Aécio Neves é de 32% e a de Campos, 33%.
A pesquisa Ibope anterior fez uma pergunta formulada de maneira diferente da realizada pelo atual levantamento quando se apurou a rejeição aos candidatos. Eis a diferença:
Pergunta sobre rejeição no levantamento divulgado nesta 2ª feira (19.jun.2014): “Gostaria que o sr. me dissesse qual destas frases melhor descreve a opinião sobre ele''. Uma das respostas era: “Não votaria nele de jeito nenhum para presidente''.
Pergunta sobre rejeição no levantamento anterior (14 a 17 de março de 2014): “E em qual desses possíveis candidatos a Presidente da República o(a) sr(a) não votaria de jeito nenhum? Mais algum? Algum outro?''
Por causa da diferença metodológica, seria um erro comparar os indicadores de rejeição dos dois levantamentos. Para registro, eis o que a pesquisa anterior do Ibope apurou:
Dilma tinha 33% de rejeição, Aécio, 20%, e Campos, 13%.
APROVAÇÃO DE GOVERNO
A taxa de aprovação à administração da presidente Dilma Rousseff caiu 5 pontos percentuais e está em 31% (quem responde que o governo é “bom” ou “ótimo”). Na pesquisa Ibope anterior que fez essa medição, custeada pela CNI, em 14 a 17 de março, o percentual era de 36%.
Para 34%, o governo Dilma é regular. E outros 33% consideram a administração petista ruim ou péssima.
Quando o Ibope pergunta sobre a maneira de governar, 44% dizem aprovar e 50% desaprovar a forma como Dilma conduz o país. Essas taxas eram de 51% e 43%, respectivamente, na pesquisa anterior.
Sobre a confiança na presidente, a taxa agora é de 41% –antes era de 48%.
A pesquisa do Ibope foi custeada pela CNI e entrevistou 2.002 pessoas nos dias 13 a 15 de junho de 2014. Está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR-00171/2014.
Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente,governador e senador.
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sábado, 22 de março de 2014

Voce compraria um carro usado desse sujeito? - Reinaldo Azevedo sobre a gerentona...

A pergunta acima foi feita por um jornalista a propósito da confiança (ou falta de) que despertava o presidente Nixon no auge do escândalo do Watergate, que resultou na sua demissão, como sabemos, pois do contrário seria impedido pelo Congresso americano.
No caso do Brasil, não existe a menor chance disso acontecer.
A esse respeito, o problema da gerentona, está também equivocado pelo lado do câmbio: poucos empresários no Brasil dependem do câmbio.
A maior parte depende mesmo é de sua própria capacidade.
Paulo Roberto de Almeida 
Folha de S.Paulo, 21/03/2014

No dia 29 de agosto de 2010, esta Folha publicou uma reportagem (folha.com/no790511) informando que, entre março de 1995 e julho de 1996, Dilma foi empresária. Montou uma lojinha, que chegou a ter uma filial, de bugigangas importadas do Panamá. Como diz a meninada, era um negócio “tipo” R$ 1,99. Não deu certo. Fechou. Chamava-se “Pão & Circo”. Entendo. Liberais ainda na primeira dentição tendem a achar que bons empresários seriam bons gestores públicos. Não necessariamente. Trata-se de domínios e de propósitos distintos. Ocorre que a então candidata Dilma era oferecida ao país como gerente sem igual e planejadora rigorosa. Como ela era, e ainda é, meio enfezada, esse temperamento se confundia com competência. Gente que está sempre dando bafão, na vida ou no trabalho, recorre aos maus bofes para escamotear com o mau humor as suas deficiências técnicas. A eficiência costuma ser amigável.
Indagada, naquela época, sobre a sua experiência frustrada, depois de um encontro com o presidente da Confederação Nacional da Indústria, a petista explicou: “Quando o dólar está 1 por 1 e passa para 2 ou 3 por 1, ele [o microempresário] quebra. É isso que acontece com o microempresário, ele fecha. A minha experiência é essa e de muitos microempresários desse país”. Epa! Resposta errada! A cotação média do dólar em março de 1995, quando Dilma abriu sua lojinha, foi de R$ 0,884. Aquele ano fechou com a moeda a R$ 0,967. Em julho de 1996, quando ela cerrou as portas, foi de R$ 1,006. Em 17 meses, portanto, houve uma variação de 14%, não de 200%. Sempre lembrando que a moeda local supervalorizada beneficia esse tipo de negócio. Na vitrine dos fatos, a desculpa de Dilma não vale R$ 1,99, filosofaria Gaby Amarantos.
As pessoas, como já escreveu o poeta, não costumam confessar que já levaram porrada, que foram traídas ou que não tiveram paciência para tomar banho. Procuram também esconder a própria incompetência. É normal. Transferir, no entanto, para terceiros as consequências das próprias inabilidades e irresponsabilidades já é coisa mais séria. Na função pública, as consequências podem ser dramáticas.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O que de melhor os companheiros tem para oferecer: uma imagem, um programa...

Não preciso acrescentar mais nada: meu amigo Mario Machado, do blog Coisas Internacionais, já disse tudo, sinteticamente, comme il faut...
Paulo Roberto de Almeida

Coisas Internacionais, 30 Nov 2013 09:26 AM PST
Havia preparado um texto, mas a imagem diz tudo.



segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Araponga arapongado pela aguia e pelo carcara: ah, esse imperio perverso...

Agente suspeito de passar dados para a CIA é exonerado pelo Brasil
Jornal do Brasil, 27/10/2013

Na mesma época em que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) espionava membros do alto escalão do governo Dilma, um funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi investigado e exonerado por suspeita de passar segredos para a Agência Central de Inteligência (CIA). Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o espião da CIA buscou dados sigilosos sobre a atuação nacional na Tríplice Fronteira e tentou rastrear informantes do governo brasileiro na região onde o País faz divisa com a Argentina e o Paraguai. A espionagem só foi descoberta porque durante a operação o agente americano cooptou o analista 008997 da Abin, um alto funcionário do órgão que chefiara a estratégica subunidade da agência em Foz do Iguaçu (PR), antes de assumir, em 28 de julho de 2011, a superintendência em Manaus (AM). O caso não teve abertura de processo administrativo contra o servidor para evitar o desgaste. Conforme documentos de junho de 2012 divulgados pelo ex-agente Edward Snowden, a solução dos Estados Unidos foi abreviar a missão do espião e mandá-lo para outro posto. 
Segundo fontes da área de inteligência consultados pelo jornal nos últimos dois meses, de Manaus, o analista da Abin passou a acessar remotamente documentos protegidos por sigilo do escritório de Foz do Iguaçu que não tinha necessidade de conhecer e aos quais não poderia ter mais acesso. A movimentação funcional do agente brasileiro alertou Brasília e desencadeou uma operação de contraespionagem autorizada pelo diretor-geral Wilson Trezza. Sem abrir inquérito, as provas documentais extraoficiais do comportamento inadequado do agente 008997 foram obtidas em agosto de 2012, quando ele se encontrou para jantar com o espião americano, em um restaurante de Curitiba. Agentes deslocados de outras regionais da Abin se acomodaram próximos à dupla para ouvir o diálogo. Eles foram filmados na ocasião, quando conversaram sobre as regiões de fronteira do Brasil, entre outros temas. O novo encontro, marcado pelos dois para acontecer dentro de um mês, não ocorreu. Subitamente, o americano foi removido. O Itamaraty confirmou que o diplomata deixou o Brasil em 12 de agosto de 2012. A suspeita é que, de alguma forma, os EUA ficaram sabendo que seu agente havia sido descoberto e não poderia mais ficar no País para evitar problemas diplomáticos. A Abin pediu explicações e o americano teria que foi procurado pelo analista brasileiro. O agente 008997 foi exonerado e aconselhado a se aposentar, o que fez em 17 de dezembro do ano passado. 
Espionagem americana no Brasil 
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.
Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA), funcionou em Brasília pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.
Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.
Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.
Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.
Monitoramento
Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.
De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.
O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ricupero: Dilma tem visao estreita da diplomacia

A matéria já tinha sido postada aqui, na forma original publicada pelo jornal Valor Econômico, no próprio dia. Reproduzo apenas trecho destacado pelo político Cesar Maia, em sua coluna de 23/10/2013, já que ela precisa ser reafirmada.
Paulo Roberto de Almeida


EMB. RUBENS RICUPERO: DILMA TEM UMA VISÃO ESTREITA DA DIPLOMACIA!
        
(Trechos da longa e excelente matéria no Valor, 21) 1. Ao demitir, há pouco mais de dois meses, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, Dilma decidiu que havia chegado a hora de mudar. Mas não apenas o titular da pasta. A presidente, segundo interlocutores, quer arejar o estilo e as práticas de uma das mais antigas instituições brasileiras. Na última formatura, Dilma perguntou a um assessor: "Quantos são engenheiros?" Nenhum era. Engenheiros, acredita a presidente, teriam uma visão mais objetiva e direta para solucionar os problemas e desafios apresentados por um mundo tão complexo como o do século XXI.
        
2. As provas são rigorosas, exigem conhecimentos sólidos de história, relações internacionais, inglês avançado, francês e espanhol razoável. Mas agora, se depender da vontade da presidente, exames e curso terão mais exigências. Ela acha que os futuros representantes do país no exterior devem aprender e saber expressar-se em árabe, mandarim e russo, além dos imprescindíveis inglês, francês e espanhol. A presidente defende também que os jovens estudantes intensifiquem o conhecimento de relações comerciais e negócios e que reforcem o domínio do uso das redes sociais.
        
3. Dilma mandou cortar os orçamentos das representações no exterior destinados a almoços, jantares, coquetéis, aluguéis de carros. Ela, dizem seus assessores, acha que esses eventos são desperdício de tempo. Os diplomatas discordam e afirmam que os eventos constroem relações que resultam em negócios e oportunidades.  Se o temperamento de Dilma não se casa com os costumes da diplomacia, servidores reclamam de sua impaciência e cobranças ríspidas.
        
4. Diz o Embaixador Rubens Ricupero: "A presidente Dilma tem uma visão estreita do dia a dia da diplomacia. Ela não entende que é impossível separar diplomacia e política externa". Diz o ex-Ministro de FHC Celso Lafer: "Isso é um assunto de Estado. A política externa é de Estado. O presidente da República conduz a política externa e dará ênfase aos assuntos que considerar mais importantes. Mas essa política não pode ser resumida aos objetivos de um partido".

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Petrobras: os companheiros destroem a empresa, alegremente... - Rodrigo Constantino


28/09/2013
 às 8:55 \ InvestimentosPrivatização

“O valor de mercado da Petrobras hoje não é justo”, diz Graça Foster. E eu concordo!


Fonte: Folha
Prezado leitor, imagine que você possui uma empresa que vende uma commodity cujo preço é definido em dólares no mercado internacional. Agora pergunto: se esse preço sobe, seja pelo preço do produto em si, seja pelo fator cambial, você acharia isso bom ou ruim?
A Petrobras deve ser, hoje, a única empresa do mundo que reclama se o preço de seu produto subir! Isso ocorre, naturalmente, porque ela não é uma empresa privada que visa ao lucro, e sim um braço político-partidário utilizado pelo governo para fins eleitorais. A presidente da estatal disse:
De três dias para cá deu uma piorada. No nosso plano de negócios, a gente trabalhava com o dólar a R$ 1,98, depois foi para R$ 2. Hoje, antes de eu vir para cá (na entrevista coletiva) estava R$ 2,26. A gente torce que ele (o dólar) volte ao patamar mais próximo de R$ 2 até segunda-feira (quando termina o terceiro trimestre e a companhia tem que fechar seu balanço trimestral).
A Petrobras prefere ver o preço do seu produto mais baixo! Pode isso? Pode, quando lembramos que a defasagem de preço, imposta pelo governo, acaba transferindo o ônus do consumidor para os acionistas da estatal. Em vez de quem consumir o petróleo e seus derivados arcar com o preço mundial maior, a própria Petrobras “mata no peito” o aumento, ainda que apresentando bilhões de prejuízo na operação.
E a presidente da empresa ainda disse que foi a Brasília se reunir com a presidente da República e o ministro do setor, mas não tratou do assunto. Vejam:
Tive uma agenda em Brasília com o ministro Lobão (Edison Lobão, ministro de MInas e Energia) e a presidenta Dilma e eu não pude vir. Não discutimos aumento de combustível.
Pergunto: que CEO agiria assim em uma empresa privada? Por acaso Graça Foster está lutando pelos melhores interesses dos acionistas da Petrobras? Claro que não! Qualquer um que estivesse minimamente preocupado com a rentabilidade da empresa colocaria esse assunto como prioridade na pauta.
Por fim, disse Graça Foster: “O valor de mercado da Petrobras hoje não é justo”. Finalmente concordo! Apesar de uma constante deterioração em seu valor de mercado, ano após ano, decepção após decepção, acho que esse valor ainda é alto demais!
Muitos investidores ainda não acordaram para o fato duro da realidade, de que esse governo e essa gestão não ligam a mínima para o retorno financeiro sobre os investimentos realizados. A Petrobras é um instrumento político. Qual o valor econômico disso para seus acionistas? Pois é. Boa sorte para quem achar que é muito alto. Vai precisar…