O trabalho, primeiro publicado sob um outro nome em 1980, depois sob meu próprio nome em 1999, é este aqui:
“Brasileiros na Guerra Civil Espanhola,
1936-1939: combatentes brasileiros na luta contra o fascismo”, revista Sociologia e Política (Curitiba; ano 4,
n. 12, junho 1999, Dossiê: Política Internacional, pp. 35-66; ISSN: 0104-4478, impressa: 1678-9873, online; links:
http://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/39262; pdf: http://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/39262/24081). Dois anos depois, uma versão resumida
desse artigo foi publicada sob este título: “O Brasil e a Guerra Civil
espanhola: participação de brasileiros no conflito”, Hispanista (vol. II, n. 5, abril/junho 2001; ISSN: 1676-9058; link:
http://www.hispanista.com.br/revista/artigo37esp.htm).
A correspondência que me foi dirigida vai reproduzida abaixo, e logo em seguida transcrevo o início de meu mais recente trabalho, com o link remetendo ao texto integral na plataforma Academia.edu.
Paulo Roberto de Almeida
De: Eliane Dutra Corrêa de Sá
Date: Sáb, 13 de jul de 2019 18:09
Subject: Alguma memória com meu pai
To: Paulo Roberto de Almeida
Caríssimo
embaixador Paulo Roberto,
Há
um ano escrevi-lhe a respeito da possibilidade do senhor me enviar algum
material que porventura ainda tivesse da(s) entrevista(s) feita com meu pai.
Calma! rs. Isso não é uma cobrança. É apenas o gancho para outro assunto.
De
lá para cá, revirando os vários depoimentos que ele deu no final da vida, e
conversando com os seus descendentes, eu me dei conta que os episódios
aventurescos e toda a sua trajetória política, são bem mais conhecidos por
esses descendentes do que a sua figura no ambiente familiar.
Em
suma, a sua vida pública é muito mais conhecida do que a vida privada, até
mesmo no seio da própria família (que já está na 5ª geração depois dele!).
Como
sou a filha mais velha e guardo ainda na memória alguns momentos das minhas
infância e adolescência em que meu pai teve uma participação marcante, decidi
contar alguns episódios que, a meu ver, revelam um pouco da sua personalidade.
O
texto está pronto, não tem cunho comercial pois visa apenas a família, mas o
editor sugeriu incluir uma pequena biografia e algum depoimento de quem o
conheceu pessoalmente.
O
senhor poderia escrever algumas linhas sobre a impressão que ficou do seu
contato com José Corrêa de Sá?
Eu
ficarei muito grata.
Estou
lhe enviando apenas a "Introdução" do meu pequeno trabalho, não quero
tomar o seu tempo com todo o material.
Um
grande abraço,
Eliane
Dutra Corrêa de Sá
==============
Homenagem a José Correia de Sá:
um combatente da liberdade
Paulo Roberto de Almeida
[Objetivo: depoimento pessoal; finalidade: homenagem a um homem digno]
O século XX, na definição
de vários historiadores, foi a era dos extremos ideológicos, uma época de
enfrentamentos de uma terrível violência, entre potências conservadoras, ou de
extrema direita, um regime comunista e as democracias liberais de mercado. Começando
ao final da Grande Guerra, que seria posteriormente chamada de Primeira Guerra
Mundial, o primeiro desafio, praticamente mortal, levantado contra os sistemas
democráticos de mercado foi o bolchevismo, logo materializado na construção do
comunismo na Rússia e na criação de uma organização internacional, o Komintern,
para guiar a ação de outros partidos similares ao redor do mundo, e canalizar
financiamento direto desses outros partidos para objetivos que eram os da então
recém-inaugurada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Pouco depois, ou
praticamente simultaneamente, tomava impulso, primeiro na Itália, depois na
Alemanha, e posteriormente em diversos outros países também, a vertente
fascista das mesmas correntes autoritárias, antiliberais, coletivistas,
estatizantes, apenas que de sinal contrário. Se a vertente comunista se
identificava com o legado jacobino e os setores mais extremados do
igualitarismo radical da revolução francesa, por isso mesmo colocado no terreno
da esquerda, e isso desde meados do século XIX, a tendência fascista passou a
ser caracterizada como o ponto extremo da velha direita conservadora, mas ela
representou também a exacerbação de correntes reacionárias e racistas, ao
apelar para a violência e a eliminação física dos adversários políticos e de
minorias étnicas ou religiosas.
Em uma palavra: o mundo
político ascendeu aos extremos quando tais correntes conquistaram o poder em
países importantes daquela época, isto é, a Rússia comunista, de um lado, e a
Itália fascista e a Alemanha nazista, de outro lado, estes dois logo agregados por
uma outra potência fascista e militarista, o Japão expansionista dos anos 1920-1945.
A oposição, entre um e outro extremo, foi de uma incrível violência, já que
ambas correntes manifestavam apreço pela eliminação física e o esmagamento dos
adversários, e ambas patrocinavam golpes, revoluções e assaltos ao poder
estabelecido. Os comunistas queriam eliminar a burguesia e os grandes
proprietários enquanto classes sociais, os nazifascistas queriam eliminar “raças
inferiores” da simples existência terrena, em primeiro lugar os judeus, e
escravizar literalmente os eslavos e outros povos em favor de um sistema
absolutamente totalitário. A luta contra os comunistas, mas também contra os
liberais e até os socialistas democráticos, era, portanto, uma tentativa de
esmagamento e de submissão total, o que justificativa inteiramente a reação
defensiva e até o engajamento na luta direta contra a extrema direita de todos
os democratas sinceros e dos comunistas e socialistas.
(...) Ler a íntegra neste link:
https://www.academia.edu/40158786/Homenagem_a_Jose_Correia_de_Sa_um_combatente_da_liberdade_2019_
2 comentários:
Seu texto foi esclarecedor até mesmo para mim que tinha como época da sua entrevista com meu pai, o final dos anos '80.
Um grande combatente internacional pela liberdade
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