O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 29 de junho de 2010

O Leao e o Chacal Mergulhador - Mamede Mustafa Jarouche

Agradeço a meu amigo Vinicius Portella por esta referência de leitura, que vou procurar:

O Leao E O Chacal Mergulhador
Autor: Anônimo
Tradutor: Mamede Mustafa Jarouche
Rio de Janeiro: Globo, 2009
ISBN: 8525047848
ISBN-13: 9788525047847

Sinopse:
'O leão e o chacal Mergulhador' constitui-se numa mescla de tratado político, livro de etiqueta da corte, crítica de costumes e fábulas sapienciais de animais à la Esopo. Encadeando e desencadeando ensinamentos, sentenças, máximas, provérbios e pequenos contos, trama-se uma narrativa, cujas partes vão se urdindo como as figuras de uma tapeçaria oriental. O livro conta com prefácio de Olgária Chaim Féres Matos, e com posfácio e notas, tanto gerais quanto linguísticas, do próprio tradutor.

Mamede Mustafa Jarouche
Professor de língua e literatura árabe na USP. Entre outros trabalhos, preparou e prefaciou uma edição das 'Poesias da Pacotilha'e das 'Memórias de Um Sargento de Milícias'. Atualmente, dedica-se à tradução do 'Livro das 1001 Noites' a partir de seus originais árabes.

Segundo me escreve Vinicius, o livro está em sua primeira tradução mundial completa: possuía uma para o inglês, porém com base em manuscritos que apresentavam lacunas. A descoberta de um novo manuscrito na Índia (os outros manuscritos, 2, são do Egito) possibilitou o preenchimento daquelas e deu mais unidade, coerência e beleza ao texto.
A história trata de um leão (um rei) e da sua relação com um chacal (um conselheiro). É, em verdade, um tratado político sobre a relação entre o poder e o saber, seus benefícios ao bem comum e os perigos que envolve, as artimanhas que se insinuam nela. Eu creio que apreciarás muito sua leitura.

Vinicius fez o favor de me transcrever as seguintes passagens:

"Impus à minha alma a reflexão e a proibi de falar amiúde, deixando as contendas para os outros e buscando para mim o saber; vivi toda a minha vida como cativo dos livros e camarada do pensamento. A língua necessita de uma ocupação que a solte e de um movimento que a exercite e aguce, e o falcão calado é melhor que o corvo de muito crocitar."

Sobre o porquê de seu apelido, assim justifica a personagem:

"Por meu mergulho nos sentidos sutis e minha extração dos segredos dos saberes ocultos. Quem muito faz alguma coisa é por meio dela conhecido."

E esta última passagem:

"Serve ao líder ignorante procurando-lhe a satisfação, e ao líder inteligente oferecendo-lhe argumentos."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Crescimento no e do Brasil: contradicoes oficiais?

Vejam as duas matérias abaixo. A primeira diz que é imprescindível que o Brasil cresça a 7%, para "superar" o subdesenvolvimento e a distância que nos separa do PIB per capita dos países desenvolvidos.
A segunda denota a preocupação das autoridades econômicas com a pressão inflacionária, mas também revela (o que não foi revelado deliberadamente) os estrangulamentos que atingiriam o Brasil no plano das infra-estruturas (transportes, energia, comunicações, portos e estradas sobretudo) e da oferta de mão-de-obra qualificada (já faltam engenheiros para as empresas).
Na verdade, o Brasil não consegue crescer muito pois não tem investimentos suficientes em várias áreas, e ele não tem investimento porque sua poupança é muito reduzida, e esta é muito reduzida porque o Estado "despoupa" demais, ou seja, se apropria de uma fração muito grande da renda nacional.
Isso as autoridades não vão querer reconhecer.
Trato de todos esses aspectos num ensaio que acabo de escrever:
Como (Não) Crescer a 7%
Ele está sendo publicado, aguardem...
Paulo Roberto de Almeida

Crescer a 7% é perfeitamente possível
Entrevista do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, ao programa Bom Dia Ministro
Em Questão (Secom-PR, 25/06/2010).

A média histórica do Brasil de crescimento, por volta de 7%, é a única taxa que permite reduzir a distância entre nós e os países desenvolvidos. Se não reduzirmos essa distância, poderemos até fazer crescer e melhorar a situação social do País, mas continuaremos relativamente subdesenvolvidos. Essa é uma taxa perfeitamente possível.
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Não é ‘muito prudente’ crescer acima de 5,5% em 2011, diz Mantega
Reuters, 28.06.2010

Ministro defende ajuste após forte recuperação esperada para a economia neste ano

TORONTO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu patamar mais "prudente" de expansão da economia no ano que vem. Depois de um 2010 de forte recuperação, em que economistas estimam crescimento ao redor de 7%, ele recomenda pisar no freio para que o país não cresça mais que 5,5%.
(mais no link da data)

Corrupcao no futebol: dimensoes gigantescas

Quem foi que disse, ou pensou, que só políticos roubam?
OK, já sabíamos que o futebol, como qualquer indústria milionária que vive para "encantar" milhões de fãs around the world, se prestava a mutretas, patifarias e roubalheiras, asi no más.
Mas, não se sabia que era tão descarado e corrupto como relatado nesta entrevista com um jornalista investigativo (coisa que praticamente já não existe mais no Brasil).
Resta saber se um dia virá à tona os milhões que o Brasil, ou melhor, o governo, gastou para ter a Copa de 2014.


Uma entrevista explosiva. E verdadeira
Blog do Juca Kfouri, 27/06/2010

No Estado de S.Paulo deste domingo:

Ante o silêncio cúmplice dos governos e de quase toda a imprensa.
A ginga perfeita dos donos da bola
A Fifa controla o dinheiro, marca os adversários e dribla a Justiça
Flavia Tavares
O Estado de S. Paulo, 26 de junho de 2010

Enquanto o English Team sofria para passar às oitavas contra a Eslovênia, o escocês Andrew Jennings desfiava o sarcasmo adquirido ao longo da vida de repórter investigativo na Inglaterra, na BBC e em grandes jornais. Com a pontaria muito mais calibrada que a dos artilheiros desta Copa do Mundo, o jornalista vai relatando casos de corrupção que apurou para produzir seus três livros sobre o Comitê Olímpico Internacional (COI) e outro sobre a Federação Internacional de Futebol (Fifa) – mesmo sendo o único jornalista do mundo banido das coletivas da entidade desde 2003.
O jornalista inglês Andrew Jennings relata em livro casos de corrupção dentro da Fifa

Um dos escândalos relatados por ele em 2006, no livro Foul! The Secret World of Fifa (não traduzido no Brasil), teve um desfecho na sexta-feira. Altos dirigentes da organização máxima do futebol receberam propina, admitiu a Justiça suíça. Mas eles não serão punidos porque a lei do país, que é sede da Fifa, permitia o “bicho” na época.

Os figurões pagarão apenas os custos legais e suas identidades não serão reveladas. “É por isso que meu segundo livro sobre o tema será uma comparação da Fifa com o crime organizado”, conta. Ele optou por publicar a obra depois das eleições na entidade, em maio de 2011, embora duvide que alguém vá enfrentar o dono da bola, Joseph Blatter. “Ninguém ousa desafiar a Fifa porque eles controlam o dinheiro. E a imprensa cala”, dispara Jennings.

Em suas investigações sobre a Fifa, o que o senhor descobriu?
A Fifa é comandada por um pequeno grupo de homens – não há mulheres em altos postos da entidade e isso fala por si – que está lá há muitos anos. São homens em quem não devemos confiar e contra quem temos provas contundentes. Eles podem continuar no poder porque controlam o dinheiro. E tornam a vida dos dirigentes das confederações nacionais muito boa e fácil. Fico envergonhado porque ninguém se manifesta contra esse poder.
Como os dirigentes se manifestariam?
Zurique, sede da Fifa, é uma Pyongyang do futebol. O líder fala e os outros agradecem. Numa democracia é esperado que haja discordância, oposição. Na Fifa, não há. Eles têm um congresso a que, ironicamente, chamam de parlamento. São cerca de 600 delegados – acho que são 2 ou 3 por país representado, e são 208 países. Se você chegasse de Marte acharia que o mundo é perfeito, porque todos concordam. É vergonhoso. Nisso, a CBF é tão culpada quanto todas as outras confederações.

Que instrumentos a Fifa usa para manter esse poder?
A Fifa dá cerca de US$ 250 mil por ano para cada país investir em futebol. Na Europa, não precisamos desse dinheiro. A indústria do futebol fatura o suficiente para se alimentar. Mas é uma forma de a Fifa se manter. Esse dinheiro nunca é auditado. Na Suíça, a propina comercial não era ilegal até pouco tempo, apenas o suborno de oficiais do governo. O caso que eu conto no meu livro é justamente sobre um esquema de propinas pagas pela International Sport and Leisure (ISL), empresa que negociava os direitos televisivos e de marketing da Fifa. A história é cheia de detalhes, mas no final a ISL só foi responsabilizada pelo fato de gerenciar mal seus negócios enquanto devia para outras empresas.

Não houve punição?
Como eu disse, o pagamento de propina não era ilegal na Suíça. Portanto, não havia crime a ser punido. As acusações contra a Fifa foram retiradas e a entidade foi multada em 5,5 milhões de francos suíços (cerca de US$ 5 milhões) para custos legais.

Por que os governos não se envolvem ou a Justiça não faz algo?
Porque a sede da Fifa é na Suíça e a lei lá é muito permissiva. Para outros países, é inaceitável que esses homens se safem tão facilmente e que os altos dirigentes riam da nossa cara desse jeito. O que me deixa enojado é que os líderes dos países – o primeiro-ministro britânico, o presidente Lula e todos os outros – façam negócio com essas pessoas. Eles deveriam lhes negar vistos, deveriam dizer que não querem se relacionar com dirigentes tão corruptos. E tenho certeza de que, se os governantes se voltassem contra a corrupção da Fifa, teriam apoio maciço dos torcedores/eleitores.

Por que todos são tão complacentes?
Suponhamos que você seja uma torcedora fanática pelo seu time. Você vai à Copa do Mundo, mas como sempre há escassez de ingressos. Você então compra suas entradas de cambistas, mesmo sabendo que parte desse ágio vai voltar para o bolso da Fifa, já que ela é suspeita de liberar esses ingressos para os ambulantes. Você não pode provar, claro, mas você sabe. As pessoas não são estúpidas. Os governos menos ainda, eles podem investigar o que quiserem. Mas não investigam a Fifa porque os políticos simplesmente ignoram os torcedores. É o que já está acontecendo com a Copa de 2014. Qualquer brasileiro com mais de 10 anos sabe que a corrupção já está instalada. Por que ninguém faz nada?

Por quê?
É difícil saber. Se um país relevante enfrentasse a Fifa ela recuaria. Ou você acha ela excluiria o Brasil de uma Copa? Eles conseguem enganar países pequenos, esquecidos pelo mundo. Mas, se o Brasil dissesse não à corrupção, provavelmente a América Latina se uniria a vocês. E você acha que esses líderes latino-americanos nunca discutiram a possibilidade de um levante, de fazer o que os europeus já deveriam ter feito há tempos? Acho que lhes falta coragem.

O Brasil tentou fazer uma investigação, por meio de uma CPI.
Tentou e foi ao mesmo tempo uma vitória para o país e uma grande decepção, porque pararam de investigar no meio. O povo vai ter de pressionar os políticos a fazer algo. É realmente uma pena que o Brasil tenha chegado tão longe na investigação e tenha desistido no caminho. Havia provas para seguir em frente, para tirar a CBF das mãos do Ricardo Teixeira e, quem sabe, colocar auditores independentes lá dentro. A Justiça também poderia ser mais ativa. Por mais que eles tenham comprado alguns juízes, não compraram todos, certamente.

Sabendo de tudo isso o senhor ainda consegue curtir o futebol, se divertir com ele?
Sim, porque a corrupção não está tão infiltrada nos jogos, embora chegue a essa ponta também. Ela fica mais nos bastidores. Há exceções, como na Copa de 2002, em que a Espanha e a Itália foram roubadas grotescamente. Era importante para a Fifa que a Coreia do Sul passasse adiante. Não foi culpa dos jogadores, mas as razões políticas e econômicas se impuseram. Na Coreia, o beisebol é mais popular do que o futebol. Se eles fossem desclassificados, os estádios se esvaziariam. Neste ano, todos ficaram de olho nos jogos de times africanos. Blatter também precisa de um time do continente nas oitavas. A questão é que, quando assistimos às partidas, assistimos aos atletas, ao esporte, então, é possível confiar. É fácil punir um árbitro corrupto e a maioria não é corrompida.

Então, a corrupção não interfere tanto no esporte?
Cada centavo que os dirigentes tiram ilicitamente da Fifa ou das organizações nacionais é dinheiro que eles tiram do esporte e de investimentos. Portanto, estão desviando de nós, torcedores, e dos atletas que jogam no chão batido em países subdesenvolvidos. Eles tiram dos pobres.

É possível para os jogadores, técnicos e dirigentes se manterem distantes da corrupção no futebol?
Bom, o dinheiro normalmente é tirado do orçamento do marketing, não afeta jogadores e técnicos dos times nacionais. Uma coisa interessante é o comitê de auditoria interna da Fifa. Um dos membros é José Carlos Salim, que foi investigado muitas vezes no Brasil. Por que você acha que ele está lá? Para fingir que não vê.

A corrupção no futebol começa nos clubes e se espalha ou vem de cima para baixo?
Sempre haverá um nível de roubalheira em todas os escalões. Para isso temos leis e, às vezes, conseguimos aplicá-las. Mas a pior corrupção está na liderança mundial. Quase todos os países assinam tratados internacionais anticorrupção, mas não fazem nada quanto aos desmandos da Fifa e do COI. E, quando algum governante tenta ir atrás de dirigentes de futebol corruptos, a Fifa ameaça suspender o país. Só que ela faz isso com os pequenos. Fizeram isso com Antígua! Suspenderam o país minúsculo que ousou processar o dirigente nacional. Ninguém falou nada. Eu escrevi sobre isso porque tenho fãs lá que me avisaram do caso.

O senhor se sente uma voz solitária na imprensa?
Não confio na cobertura esportiva das agências internacionais. Em outras áreas elas são ótimas. Não no esporte. É uma piada. Apresento documentários com denúncias graves sobre a Fifa na BBC, num programa de jornalismo investigativo chamado [ITALIC]Panorama[/ITALIC], e dias depois a BBC Sport faz um programa inteiro em que Joseph Blatter apresenta alegremente a nova sede da Fifa em Zurique.

O senhor acompanhou a briga do técnico Dunga com a imprensa brasileira?
Não vou comentar o episódio porque não acompanhei de perto. Posso dizer que a imprensa inglesa e a da maioria dos países é puxa-saco. E sem razão para isso. A desculpa é que os editores têm medo de perder o acesso às seleções e à Fifa. Bobagem. Ora, eu fui banido das coletivas da Fifa sete anos atrás e ainda consegui escrever um livro e fazer várias reportagens. A imprensa deve atribuir as responsabilidades às autoridades. Se não fizer isso, é relações públicas. Tenho milhares de documentos internos da Fifa que fontes me mandam e não param de chegar. Por que só eu faço isso?

A cobertura se concentra mais no evento esportivo em si e nas negociações de jogadores?
Exato, também porque a chefia das redações tende a se concentrar nos assuntos de política nacional, internacional e na economia e deixar o esporte em segundo plano.

O que o senhor espera da Copa no Brasil, em 2014?
Há algumas semanas, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deu um piti público cobrando o governo brasileiro para que acelerasse as construções para a Copa. Estranhei muito, porque não imagino que o governo brasileiro se recusaria a financiar uma Copa. Vocês são loucos por futebol, estão desenvolvendo sua economia, têm recursos e podem achar dinheiro para isso. Uma fonte havia me dito que Valcke e Ricardo Teixeira tinham tirado férias juntos, estavam de bem. Então, o que está por trás dessa gritaria? É pressão para o governo brasileiro colocar mais dinheiro público nas mãos da CBF. Mundialmente, as empreiteiras têm envolvimento com corrupção. Dá para sentir o cheiro daqui.

Três de seus livros são sobre as Olimpíadas. As falcatruas acontecem em qualquer esporte ou são predominantes no futebol?
Sou cuidadoso ao falar disso. Sei que a liderança da Fifa é muito corrupta – e venho publicando isso há mais de dez anos sem que eles tenham me processado nem uma vez sequer, o que diz muito. O COI era muito pior sob o comando de Juan Antonio Samaranch (morto em abril deste ano), que presidiu a entidade de 1980 a 2001. Ele era um fascista e o fascismo é, além de tudo, uma pirâmide de corrupção. Samaranch trabalhou ao lado do generalíssimo Franco. Essa cultura franquista e fascista se transformou em uma cultura gângster.

A corrupção no COI diminuiu com a saída de Samaranch?
Vou ilustrar com uma história. No meu site publiquei uma foto de Blatter cumprimentando um mafioso russo, em 2006, em um encontro com dirigentes do país. O russo foi quem fez o esquema em Salt Lake, na Olimpíada de Inverno de 2002, para que os conterrâneos ganhassem o ouro em patinação artística. Pois bem, Blatter, Havelange e muitos outros da Fifa são parte do comitê do COI. Essa é a dica de como a Rússia está agindo para sediar a Copa de 2018.

Foi assim que o Brasil conseguiu a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016?
Na votação em Copenhague, que deu a sede olímpica para o Rio de Janeiro, o nível de investigação jornalística foi ridículo, só víamos a praia de Copacabana com o povo feliz. Há um grupo no COI que já foi denunciado por receber propina no escândalo da ISL – e quem acompanha a entidade sabe quem eles são. Os dirigentes dos países só precisam pagar umas seis ou sete pessoas para conseguir o voto. Existe, com certeza, uma sobreposição entre os métodos da Fifa e do COI. Mas a cultura das duas entidades não é tão estrita quanto à de uma máfia, é mais como se fossem máfias associadas, apoiadas umas nas outras. Coca-Cola, redes de fast-food, Adidas, você acha que essas companhias não sabem o que está acontecendo? Eles não são estúpidos. A cara de pau é tamanha que Jacques Rogue, presidente do COI, disse em Turim, em 2006, que o COI e o McDonald’s compartilham os mesmos ideais. Será que ele não sabe quanto a obesidade infantil é um problema gravíssimo em vários países? Ou faz parte do jogo ceder a esses interesses?

Por Juca Kfouri às 22:35

Ricos e Arrogantes - Nuevo Herald

Com esse título, "Ricos e Arrogantes", foi publicada, anos atrás, uma entrevista minha nas Páginas Amarelas da revista Veja (neste link), o que me fez um pouquinho mais famoso, mas também despertou ciumes (de homens; colegas, quero dizer) e suscitou uma punição funcional tão injusta quanto ilegal, mas que guardo com certo orgulho intelectual (e algumas conclusões quanto às vaidades).
Eu me referia, obviamente, aos países desenvolvidos, incapazes de desmantelar seu arsenal protecionista contra a produção agrícola dos mais pibres (não necessariamente o Brasil, que não depende disso, mas certamente de países pobres, entre eles os africanos).
Os ricos e arrogantes desta vez são nossos velhos conhecidos: os milionários da América Latina, imensamente ricos e gananciosos, praticantes modestíssimos da benemerência e da filantropia.
Leiam na matéria abaixo...
Paulo Roberto de Almeida

Los ricos latinoamericanos
Andrés Oppenheimer
El Nuevo Herald (Miami), domingo, 06.27.2010

Un nuevo estudio según el cual los ricos de Latinoamérica se han hecho aún mas ricos a pesar de la crisis económica seguramente enfurecerá a varios líderes populistas. Pero lo que debería ser más preocupante del informe es que los ricos de la región planean donar menos para caridad que sus contrapartes de otros lugares del mundo.
Según el Informe sobre la Riqueza Mundial 2010, publicado por Capgemini y Merril Lynch, la suma de las fortunas de los ricos latinoamericanos --definidos como quienes tienen más de 1 millón de dólares en inversiones financieras, excluyendo sus casas y colecciones de arte-- creció en un 15 or ciento el año pasado, apenas por debajo del promedio mundial del 19 por ciento.
Sin embargo, si medimos las fortunas de los ricos latinoamericanos desde principios de la crisis económica mundial del 2007, sus inversiones financieras crecieron un 8 por ciento, más que en cualquier otra región del mundo.
Según me dijeron los autores del informe, eso ocurrió porque mientras los ricos estadounidenses y europeos perdieron mucho con el derrumbe de las bolsas de valores en el 2008, los latinoamericanos se beneficiaron por tener inversiones más seguras, y porque sus ingresos subieron gracias a las monedas fuertes de sus países.
"Los individuos latinoamericanos de alto nivel adquisitivo tuvieron un buen índice de crecimiento", me dijo Ileana Van der Linde, de Capgemini, una de las autoras del informe. "En los últimos dos años, sus fortunas en general crecieron más rápidamente que las de cualquier otra región del mundo".
No resulta sorprendente que el magnate mexicano de las telecomunicaciones, Carlos Slim, se convirtiera este año en el billonario más rico del ranking de la revista Fortune.
En lo que hace al número de ricos en Latinoamérica, creció de 400,000 en el 2007 a 500,000 el año pasado, según el informe Capgemini-Merrill Lynch.
¿Esto debería provocarnos indignación? Probablemente no, porque además de beneficiarse de sus inversiones más seguras y de las monedas fuertes de sus países, los ricos de la región invirtieron más que antes en sus países. El informe dice que aumentaron sus inversiones domésticas en un 2 por ciento el año pasado, hasta alcanzar el 47 por ciento.
Lo que debería resultar más preocupante es que los ricos de la región son, en promedio, menos generosos que sus contrapartes de otras partes del mundo. Una versión anterior del mismo informe, en el 2007, decía que los ricos latinoamericanos destinaban tan sólo un 3 por cientos de sus fortunas a la caridad, mientras que los ricos de Estados Unidos y de Asia donaban un 12 por ciento de su dinero.
Este año, el estudio anual de Capgemini-Merrill Lynch --que se basa en información proporcionada por bancos y empresas financieras-- no les preguntó a los ricos cuál era el porcentaje de sus fortunas que destinaban a donaciones. En cambio, les preguntaron cuánto dinero pensaban donar a entidades filantrópicas en el 2010. Una vez más, las cifras correspondientes a Latinoamérica resultaron desalentadoras.
En el mundo, el 55 por ciento de los ricos de Asia, el 41 por ciento de los de Europa, el 37 por ciento de los de Estados Unidos, el 35 por ciento de los del Medio Oriente y el 33 por ciento de Latinoamérica dijeron que planeaban donar más dinero en el 2010. El promedio mundial de donaciones previstas fue del 41 por ciento, me dijo Van der Linde.
Es cierto que los ricos latinoamericanos donan menos que sus contrapartes del resto del mundo porque muchos de sus países no ofrecen incentivos impositivos para deducir las donaciones de sus impuestos, como ocurre en Estados Unidos. Además, muchos ricos latinoamericanos donan dinero de manera anónima, porque temen ser secuestrados.
Y también hay un factor cultural, según me dicen dirigentes de instituciones filantrópicas. Mientras en Estados Unidos hacer donaciones es un símbolo de estatus, no ocurre lo mismo en Latinoamérica, afirman.
Mi opinión: Lo importante no es que los ricos latinoamericanos se hayan hecho más ricos, porque en general tienden a crear más empleo y a contribuir más a reducir la pobreza que los líderes populistas que los atacan, y que ahuyentan las inversiones.
Y aumentar los impuestos de los ricos puede ser complicado en algunos países de gran economía subterránea, en que la base tributaria se reduce a unos pocos empresarios acaudalados.
Pero sí creo que los ricos de la región podrían ser más generosos. ¿Acaso alguno de ellos ha prometido donar por lo menos la mitad de su patrimonio en vida o después de su muerte, como ya lo hicieron los billonarios estadounidenses Bill Gates y Warren Buffett, y exhortaron a hacer a sus pares este mes?
Yo no sé de ninguno. Es hora de empezar a pensar en maneras de incentivar a los ricos de la región a donar más, y a convertir la filantropía en un símbolo de estatus entre ellos.

domingo, 27 de junho de 2010

"Eixo dos valentes" vai organizar competicao de "queda de braco"

Bem, é só uma sugestão. Outra sugestão seria daqueles concursos de crianças, para saber quem cospe mais longe. Ou corrida de sacos, ou qualquer coisa do gênero.
Só estou sugerindo coisas inocentes, pois tem gente que pode imaginar, aqui mesmo no Brasil, que o eixo dos "valentes" seja uma aliança dos fracotes da escola e que se destina a chamar para a briga os grandalhões habituais...
Tem gente que gosta de bravatas, como já falou alguém...
Paulo Roberto de Almeida

Chávez y El Asad crean “eje de los valientes” frente al imperialismo
El País, 27.06.2010

Caracas – Los presidentes de Venezuela, Hugo Chávez, y de Siria, Bachar el Asad, han constituido en Caracas un “eje” que han bautizado “de los valientes” -en contraposición al eje del mal de Bush, compuesto por Irak, Corea del Norte e Irán- y han definido como una “alianza estratégica” por un mundo nuevo frente al “imperialismo”. En sus intervenciones en un acto en el Palacio presidencial de Miraflores, ambos mandatarios han coincidido en expresar su voluntad de ampliar la cooperación entre sus dos países y trabajar para la consecución de la anunciada alianza entre Damasco y Caracas. “Se está configurando un mundo nuevo”, ha dicho Chávez, quien ha recordado las recientes visitas a su país de dirigentes como Vladímir Pútin y ha augurado un final anunciado del “imperialismo”, en alusión a EE UU.

“No debemos dar tregua” en el empeño de construir el “nuevo mapa” mundial, ha manifestado el presidente venezolano que ha alentado a trabajar para un “plan de integración” entre los dos países y dijo que quiere ir a Damasco antes de que finalice el año. “Aspiramos a una relación estratégica con ese continente (…) y comienza en Venezuela”, ha señalado por su parte el presidente sirio, quien ha iniciado hoy en Caracas su primera gira por América Latina. El Asad, que ha elogiado en varias ocasiones las posiciones de Chávez con respecto a diversas cuestiones internacionales, como la “causa palestina”, ha considerado que Venezuela y su presidente son “símbolos de la resistencia en contra de los vientos que vienen del Norte”.

“Algún día será puesto en su lugar”
“Debemos ser fuertes para que el mundo nos respete”, ha declarado el gobernante sirio y en ese sentido ha afirmado la necesitad de “no estar aislados” y la importancia de la cooperación entre su país y Venezuela. Asimismo ha señalado que el objetivo de su visita es pasar del diálogo, que se instaló con el primer viaje de Chávez a Damasco en 2006, y llegar “al nivel estratégico en estas relaciones”. “El reto es ampliar más esta cooperación en diversos ámbitos”, ha afirmado El Asad, que ha coincidido también con Chávez en las críticas y rechazo a las políticas de Israel y de EE UU, aunque ha subrayado que no busca enemistarse con nadie.

Chávez -que rompió relaciones con Israel después de que acusara de “holocausto” la ofensiva militar israelí en la franja de Gaza en el 2009- ha ido mucho más lejos, al calificar a Israel de “Estado genocida” y al acusarle de actuar como un “brazo asesino del Gobierno estadonidense”. “Algún día el Estado genocida de Israel será puesto en su lugar, el lugar que le corresponde”, ha añadido Chávez durante la visita. “Y ojalá nazca ahí un Estado democrático, con el que se pueda compartir ideas”, ha indicado. Además, el mandatario venezolano ha manifestado su apoyo a la lucha pacífica para que le sean devueltos a Siria los Altos del Golán, territorio ocupado por Israel en 1967 tras la Guerra de los Seis Días. “El territorio que algún día volverá al mano del pueblo sirio, porque pertenecen al pueblo sirio los Altos del Golán, y por supuesto queremos que sea pacíficamente porque no queremos más guerra”, ha dicho.

El Asad, que ha recibido de Chávez la orden del Libertador Simón Bolívar y una réplica de la espada del prócer independentista -él le ha obsequiado con una condecoración de la orden de los Omeyas-, ha invitado a la comunidad siria residente en Venezuela a participar en el nuevo impulso de cooperación. En el acto, retransmitido en cadena obligatoria de radio y televisión, ministros de ambos gobiernos han firmado cuatro acuerdos -dos memorando de entendimiento y dos actas de compromiso- en materia de cooperación científica y tecnológica, y agricultura y tierras. Además de comprometerse a la colaboración para establecer programas de investigación y formación, sirios y venezolanos han ratificado el proyecto de constitución de una empresa mixta para la producción y distribución en Venezuela de aceite de oliva de Siria.

Asimismo, han suscrito un memorándum para fortalecer la cooperación bilateral en materia de producción de algodón. El presidente venezolano también ha informado de la decisión de ambos ejecutivos de crear un fondo mixto de financiamiento con aportaciones de 50 millones de dólares por parte de cada uno de los países para impulsar proyectos bilaterales. El Asad, al que Chávez ha llamado “uno de los libertadores del pueblo nuevo”, llegó el viernes por la tarde a Venezuela, en su primera etapa de una gira que le llevará mañana a Cuba, antes de continuar en Brasil y Argentina. El presidente sirio inició su jornada de visita oficial ayer sábado por la tarde con una ofrenda floral ante la tumba de Bolívar, en el Panteón Nacional, en el centro de Caracas, antes de acudir al Palacio de Miraflores para su encuentro con Chávez, que le recibió con todos los honores. Ambos presidentes mantuvieron una reunión a solas de unas tres horas.

Protestos com misterio no G20: contra quem, exatamente, manifestam os manifestantes em Toronto?

Desde meados dos anos 1990 aproximadamente, manifestantes identificados a grupos e movimentos antiglobalização protestam contra toda e qualquer reunião internacional que ocorra em qualquer lugar: as reuniões mais visadas, obviamente, são as de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial), mas também entram no circuito as da OMC, da OCDE, e todo e qualquer summit internacional, especialmente as do antigo G7, as do G8 e agora também as do G20.
Supostamente, as manifestações são para protestar, pacificamente (dizem os organizadores), contra a globalização, contra as desigualdes e injustiças do capitalismo, contra o desemprego, a fome, a destruição ambiental e a poluição, enfim, contra todos e quaisquer dos problemas globais, locais, regionais, ambientais, econômicos, sem falar nas discriminações de raça, de gênero, de religião, etc., etc., etc. (bota etcetera nisso).
Não existe reunião sem manifestantes, que manifestam por causas aparentemente contraditórias, pois eles presumivelmente querem impedir delegados, ministros, chefes de Estado de se reunirem para discutir soluções para aqueles mesmos problemas contra os quais eles estão manifestando. Contraditório, não é mesmo?
Sempre e quando ocorrem essas manifestações, grupos violentos de anarquistas, nihilistas, ou qualquer outra corrente desse tipo irrompem os protestos pacíficos para causar depredações, degenerando por vezes em atos tão violentos a ponto de causar a morte de pessoais (dos dois lados), sem falar dos imensos prejuizos causados a propriedades públicas e particulares.
O direito de manifestação é assegurado em todas as democracias avançadas, e até em algumas menos avançadas também. Só as ditaduras -- e os países que praticam discriminação religiosa, sem qualquer protesto dos antiglobalizadores -- não permitem esse tipo de manifestação democratica.
Ainda que lamentando a violência desses eventos, o que me motiva a escrever esta pequena nota introdutória à matéria de agência abaixo transcrita é o seguinte:
se os manifestantes possuem razões legítimas para protestar e propostas racionais a apresentar, por que eles não as apresentam de forma legível, inteligente, democrática, ou seja, através dos canais de comunicação, submetendo-se ao escrutínio da razão, da lógica e da fundamentação dessas propostas?
Ou será que eles não têm nada de muito inteligente a propor?
Será que eu devo concluir que todos esses manifestantes são apenas idiotas inúteis?
Paulo Roberto de Almeida
(Beijing, 28.06.2010)

Polícia prende mais de 400 por manifestações violentas contra o G-20
Reuters, 27 de junho de 2010

Forças de segurança canadenses se dizem prontas para responder a protestos neste domingo

TORONTO - A Polícia de Toronto prendeu mais de 400 pessoas no centro da cidade canadense depois de manifestações contra a realização da cúpula do G-20 que foram tomadas pela violência no sábado, informaram as autoridades. Neste domingo, 27, último dia do encontro, o governo mantém-se em alerta para a possibilidade de novos distúrbios.

A porta-voz da Polícia, Michelle Murphy, disse que 412 pessoas foram presas na cidade depois do que descreveu como um protesto que "passou da calma ao caos" no sábado. Os detidos são acusado de causar danos ao patrimônio público e atacar oficiais da Polícia, entre outros delitos.

Os protestos de sábado começaram como uma marcha pacífica, mas rapidamente se tornaram violentos quando grupos de pessoas mascaradas se juntaram à multidão e passaram a quebrar vitrines de lojas e bancos e incendiara, ao menos dois veículos policiais. O Canadá havia gasto US$ 1 bilhão para reforçar a segurança durante a realização da cúpula.

A Polícia espera que qualquer protesto marcado para o domingo, último dia do encontro, seja pacífico, mas está disposta a responder qualquer ato de violência. "Se algo fugir ao controle, como no sábado, reagiremos de acordo com isso", disse a porta-voz.

A Polícia admitiu que perdeu o controle da situação em alguns momentos e, por isso, teve de usar gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. "O que vimos no sábado é uma série de vândalos que queriam expressar pela violência sua diferença de opinião com a Polícia", disse Dimitri Soudas, porta-voz do premiê canadense, Stephen Harper.

Na manhã deste domingo, Toronto, a maior cidade do Canadá, estava mais calma. A cúpula do G-20 reúne as oito maiores economias do mundo e outros 12 países em desenvolvimento.

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Os canadenses estão chocados: a polícia nunca tinha usado gás lacrimogênio antes:

Police arrest more than 600 at Toronto summit
By ROB GILLIES
The Associated Press
Monday, June 28, 2010; 12:48 AM

TORONTO -- Police raided a university building and rounded up hundreds of protesters Sunday in an effort to quell further violence near the G-20 global economic summit site a day after black-clad youths rampaged through the city, smashing windows and torching police cars.

The violence shocked Canada, where civil unrest is almost unknown. Toronto police Sunday said they had never before used tear gas until Saturday's clashes with anti-Globalization activists.

Police said they have arrested more than 600 demonstrators, many of whom were hauled away in plastic handcuffs and taken to a temporary holding center constructed for the summit.

Police adopted a more aggressive strategy Sunday by going into the crowd to make arrests, compared to the previous day when they stood back as protesters torched four police cars and broke store windows.

No serious injuries were reported among police, protesters or bystanders, Toronto Police Constable Tony Vella said Sunday.

Thousands of police officers in riot gear formed cordons to prevent radical anti-globalization demonstrations from breaching the steel and concrete security fence surrounding the Group of 20 summit site.

Security was being provided by an estimated 19,000 law enforcement officers drawn from across Canada. Security costs for the G-20 in Toronto and the Group of Eight summit that ended Saturday in Huntsville, 140 miles (225 kilometers) away, were estimated at more than US$900 million.

Prime Minister Stephen Harper deplored the actions of a "few thugs" and suggested the violence justified the controversial cost. "I think it goes a long way to explaining why we have the kind of security costs around these summits that we do," he said.

The disorder and vandalism occurred just blocks from where U.S. President Barack Obama and other world leaders were meeting and staying.

On Sunday, protesters gathered at a park near the detention center - about 2 1/2 miles (four kilometers) east of where the leaders were meeting.

Plainclothes police jumped out of an unmarked van, grabbed a protester off the street and whisked him away in the vehicle. The protest was then quickly broken up by riot police, who set off a device that created a cloud of smoke that sent protesters running down the street. Vella said it was not tear gas.

Bridie Wyrock, 20, from Cleveland, Ohio, said she was arrested for public mischief for sitting on a street in the financial district. Wyrock, held for 19 hours before being released, said there weren't enough toilets and said some people resisted detention, but said police treated most people with respect.

"They put us in cages, blocked off on all three sides," Wyrock said. "It was cold and dirty."

An anti-poverty group called The Global Call to Action Against Poverty criticized the protesters who committed violence.

"A bunch of pimply faced teenagers trashing shops and burning cars does not help anyone," said Rajesh Latchman of GCAP South Africa. "These hooligans obscure the real issues."

Previous global summit protests have turned violent. In 1999, 50,000 protesters shut down World Trade Organization sessions in Seattle as police fired tear gas and rubber bullets. There were some 600 arrests and $3 million in property damage. One man died after clashes with police at a G-20 meeting held in London in April 2009.

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Associated Press Writers Ian Harrison and Charmaine Noronha contributed to this report.

Pobreza sem mistério - Editorial Estadao

Diagnósticos equivocados sobre causas de problemas sociais levam a políticas equivocadas para tentar corrigir os supostos problemas, e estas costumam levar a resultados no mínimo inadequados ou insuficientes.
O governo Lula -- e creio que vou receber protestos indignados neste mesmo post (a menos que esta minha colocação preventiva impeça alguns entusiastas da causa) -- é pródigo nos três fenômenos, e continua reincidindo nos equívocos, sobretudo na reforma agrária e em políticas de "emprego", que só produzem empregos para os companheiros da máfia sindical.
Na área social, dispensando-se a propaganda do governo, espera-se ainda diagnósticos mais corretos e sobretudo políticas mais focadas na eliminação da pobreza via mercados (emprego e renda no setor privado), não subsídios para o consumo dos mais pobres, por mais "justos" que estes possam ser.
Na educação, os EQUÍVOCOS são maiores ainda, e o governo fica criando universidades de fachada e descurando dos problemas reais nos ciclos precedentes, aliás agravando a situação desses ciclos criando "porcarias" obrigatórias.
Abaixo um editorial do Estadão, que toca rapidamente em alguns desses problemas.
Paulo Roberto de Almeida
(Beijing, 27 de junho de 2010)

POBREZA SEM MISTÉRIO
Editorial Estado de São Paulo, 27.06.2010

A economia brasileira criou 8,7 milhões de empregos formais entre 2003 e 2008, os programas de transferência de renda se ampliaram, milhões de famílias saíram da pobreza, a classe média cresceu e a indústria de bens de consumo prosperou. Mas 35,5% das famílias ainda se queixaram em 2008-2009 de insuficiência de comida, ocasional ou frequente, segundo a nova Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).Essa pesquisa, divulgada na quarta-feira pelo IBGE, dá uma boa ideia de como têm melhorado as condições de vida da maioria dos brasileiros. Mas também mostra a permanência de amplas desigualdades e de uma significativa parcela da população atolada no atraso e na pobreza.

Como pode faltar comida para mais de um terço das famílias, num país com uma agropecuária eficiente e competitiva e um custo de alimentação dos mais baixos do mundo? Esse paradoxo aparente é um dos aspectos mais notáveis da pesquisa. Nos últimos 30 anos o peso da alimentação nos orçamentos familiares diminuiu seguidamente. Na média, passou de 33,9% em 1974-75 para 20,8% em 2002-2003 e 19,8% em 2008-2009.

Essa mudança refletiu tanto a elevação dos ganhos das famílias quanto a queda do preço relativo dos alimentos, consequência normal da produtividade crescente da agropecuária e da indústria processadora de comida. O aumento de eficiência resultou da incorporação de tecnologias, criadas em boa parte pelos institutos nacionais de pesquisa, e das mudanças da política agrícola, com mais estímulos à competitividade e abandono dos controles de preços, tão inúteis quanto contraproducentes.

Ao chegar ao governo, em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mal assessorado, ainda repetia os chavões sobre a necessidade de aumentar a produção de alimentos. Mas não demorou muito a abandonar essa tolice. Se havia famílias com fome, não era por escassez de comida, mas de renda.

O problema não era produzir, mas ajudar as pessoas em pior situação a comprar o necessário para sobreviver com decência. Mesmo sua política de reforma agrária, um fracasso previsto desde o começo e confirmado amplamente pelos fatos, foi insuficiente para impedir o crescimento da agropecuária de verdade, apesar da permanente insegurança imposta aos produtores. A competência e a produtividade dessa agropecuária são reconhecidas internacionalmente pelos competidores do Brasil, embora menosprezadas por uma parte do governo federal.

Mas políticas de transferência de renda têm alcance limitado. Podem reduzir a miséria e permitir a melhora dos padrões de consumo de muitas famílias, mas não bastam, isoladamente, para criar capacidade de trabalho nem para ampliar as oportunidades de ocupação.

A média nacional das famílias com insuficiência ocasional ou frequente de comida é de 35,5%. No Nordeste, essa parcela equivale a 49,8%. No Norte, a 51,5%. As porcentagens são bem menores nas outras grandes áreas: no Sudeste, 29,4%; no Sul, 22,9%; e no Centro-Oeste, 32%.

De modo geral, essa distribuição corresponde à insuficiência de renda apontada pelas famílias em cada região e, naturalmente, há uma relação entre esses problemas e os níveis educacionais. A POF mostra tudo isso claramente.

Noutros tempos, boa parte da população menos educada se integrava na vida urbana por meio de empregos na construção. Investimentos em obras ainda podem produzir algum efeito desse tipo, mas em escala certamente menor. Também essa atividade requer, e cada vez mais, pessoal qualificado para funções tecnicamente mais complexas que as de 30 ou 40 anos atrás.

Há, no Brasil, um desajuste cada vez mais claro entre a qualidade do emprego oferecido e a da mão de obra disponível. Esse problema não se resolverá com a multiplicação de cursos universitários de utilidade muito duvidosa. É preciso cuidar muito mais seriamente da preparação nos níveis básicos e intermediários.

A presença de um quinto de 20% de analfabetos funcionais na população com idade igual ou superior a 15 anos explica boa parte dos impasses econômicos e sociais do País e dos aparentes paradoxos da POF 2008-2009.

sábado, 26 de junho de 2010

Formacao da Diplomacia Economica do Brasil - Google Books

Eu não sabia (mas quanto ingenuidade, ou distração) e, se não fosse por um desses bravos estudantes e candidatos à carreira diplomática, talvez ficasse ainda mais tempo sem saber, mas meu "livrão" de pesquisa historiográfica sobre a diplomacia econômica do Brasil no Império, publicado em 2001 e republicado em 2004, Formação da Diplomacia Econômica no Brasil, encontra-se parcialmente disponível no
Google Books:
http://books.google.com.br/books?id=ED32drNeK2cC&printsec=frontcover&lr=#v=onepage&q&f=false

Quem tiver paciência de ficar rodando página após página, me avise, por favor, de quantas páginas estão disponíveis (suponho que saltando vários pedaços, do contrário seria uma infração aos direitos autorais, meus e da Editora).

Vivendo e aprendendo...
Paulo Roberto de Almeida

Addendum: Segundo me informa um leitor atento, o acesso ao meu livro é de 133 páginas não contínuas.

Como torrar o meu, o seu, o nosso dinheiro (e não responder por isso)...

Tesouro tem custo de R$ 66 bi com aportes ao BNDES
Vera Saavedra Durão, do Rio
Valor Econômico, 25/06/2010

O custo fiscal dos dois empréstimos feitos pelo Tesouro ao BNDES pode chegar a R$ 66,6 bilhões. Um estudo feito pela área financeira do BNDES calcula em R$ 36,6 bilhões o custo que o Tesouro terá de bancar pelo primeiro empréstimo, de R$ 100 bilhões, feito em 2009. A pedido do Valor, os técnicos fizeram uma estimativa muito simplificada do custo do segundo empréstimo, de R$ 80 bilhões . A perda fiscal, nesse caso, ficaria em torno de R$ 30 bilhões. As perdas ocorrem porque o dinheiro emprestado ao BNDES a longo prazo tem a TJLP como indexador - 6% ao ano -, enquanto o custo de captação do Tesouro é referenciado na Selic, hoje em 10,25% ao ano.

O estudo mostra que a diferença entre as taxas dos R$ 100 bilhões repassados ao banco em 2009 corresponde a R$ 1 bilhão ao ano. A remuneração média do empréstimo ao BNDES é de TJLP mais 0,63% ao ano, correção que vai incidir sobre o principal da dívida, cuja carência é de cinco anos.

O economista Thiago Rabelo Pereira, chefe do Departamento de Renda Fixa do banco, é o autor do trabalho "O papel do BNDES na Alocação de Recursos: Avaliação do Custo Fiscal do Empréstimo de R$ 100 bilhões concedido pela União em 2009". Ele adverte que o valor exato dos juros sobre a capitalização do banco só poderá ser conhecido no fim do financiamento. E poderá ser bem menor do que a quantia estimada hoje.

"Caso a tendência da TJLP e da Selic seja de convergir no longo prazo, essa estimativa pode ser bastante reduzida". A projeção, explica, foi feita com base em curvas de juros futuros do mercado e da BM&F que embutem prêmios de risco. "Numa extrapolação linear muito simples, pode-se calcular que o custo do empréstimo de R$ 80 bilhões é de R$ 800 milhões ao ano". Como o prazo é de 40 anos, a conta vai a R$ 30 bilhões.


Leia a íntegra do estudo do BNDES

The Journal of Economic Perspectives: free online

Para pesquisadores econômicos em geral:

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A frase do seculo: George Bernard Shaw

A government which robs Peter to pay Paul, can always count on the support of Paul
George Bernard Shaw

Regimes democráticos por vezes conseguem se perverter, a ponto de se inviabilizarem. Isso ocorreu na Alemanha de Weimar, que aliás era um governo improvisado, caótico, numa nação que nunca tinha conhecido, de verdade, um sistema democrático. Isso ocorreu no Japão, um país feudal, que talvez nunca deixou de ser feudal.
Isso ocorreu na Itália, outro país caótico, muito fragmentado regionalmente, sem uma clara liderança política capaz de conduzir um processo de reforma e de modernização das instituições públicas, como aliás já se desperava Maquiavel mais de 400 anos antes.
Isso vem ocorrendo na América Latina, sociedades desiguais que produzem facilmente líderes populistas que prometem soluções milagre aos pobres e acabam contribuindo para a deterioração do funcionamento da democracia, quando não são eles mesmos a sabotá-la diretamente.
Talvez o Brasil não esteja imune ao fenômeno...

Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 27.06.2010)

Indicadores economicos: series historicas do Brasil

Quem quiser acompanhar a economia brasileira, desde 1990 até a atualidade, em 23 indicadores interativos e com cruzamento de dados, clique neste link, patrocinado pela revista Veja:

ECONOMIA BRASILEIRA
http://veja.abril.com.br/infograficos/infografico_economia.shtml

Brasil-Iran-EUA: um triangulo pouco amoroso

A coisa tem tudo para dar errado: ameaça degringolar num festival de acusações mútuas, possibilidade de retaliações cruzadas e deterioração geral das relações bilaterais.
Mal comparando, creio que foram mexer num vespeiro: algumas pessoas podem sair picadas. Não foi por falta de aviso...
Paulo Roberto de Almeida

Em recado a Brasil, texto de sanções dos EUA ao Irã inclui menção a etanol
Por Patrícia Campos Mello (corresponde em Washington)
Estado de São Paulo, 26.06.2010

A lei de sanções contra o Irã, aprovada pelo Congresso americano quinta-feira, inclui pela primeira vez restrições à venda de etanol a Teerã, em um claro recado para o governo brasileiro. Enterrada no meio do texto do projeto de lei de 41 páginas, que deve ser assinada pelo presidente Barack Obama nos próximos dias, há uma ordem explícita para que o governo americano monitore as exportações de etanol para o Irã.
Segundo o texto, o presidente americano fica obrigado a entregar um relatório para o Congresso 90 dias após a publicação da lei de sanções, sobre os investimentos no setor de energia do Irã, que incluam “uma estimativa do volume de recursos energéticos, incluindo etanol, que o Irã importou durante o período”, além de uma “lista de todos os projetos, investimentos e parcerias fora do Irã que envolvam entidades iranianas em parceria com entidades de outros países, incluindo identificação das entidades dos outros países.” Isso vai valer para qualquer negócio feito a partir de janeiro de 2006
Durante deliberações que levaram à provação do projeto de lei no Legislativo, o deputado democrata Eliot Engel, líder da Subcomissão de Hemisfério Ocidental da Câmara dos Representantes, deixou claro que o texto tinha endereço certo.
“Quero manifestar meu apoio à seção 110 da lei, que exige um relatório sobre exportações de energia para o Irã; Os EUA e o Brasil são os maiores produtores de etanol do mundo e fiquei feliz de ouvir dos produtores brasileiros que eles não têm planos de fornecer etanol para o Irã”, disse Engel. “É por isso que a lei é importante, precisamos continuar monitorando essa área, já que exportações de etanol podem enfraquecer as sanções contra o setor de energia do Irã.”
Segundo uma fonte do Congresso, o estabelecimento do relatório é o primeiro passo para uma emenda que pode incluir o etanol na lista dos produtos cuja venda para o Irã estará proibida.
Desta forma, se a Petrobras resolvesse revender etanol brasileiro para os iranianos, poderia ser alvo de retaliação de Washington. Procurada pelo Estado, a estatal brasileira, por intermédio de sua assessoria, assegurou não ter planos imediatos de negociar o produto com o Irã.

“Sem discriminar”
O governo americano já havia indicado claramente que se opõe ao possível interesse brasileiro de fornecer etanol para os iranianos. “Qualquer iniciativa que burle as sanções prejudica nosso objetivo, então não é uma boa ideia”, disse um alto funcionário da Casa Branca ao Estado.
Diferentemente do reforço das medidas unilaterais que os EUA pretendem impor ao Irã, nas sanções aprovadas pela ONU - apesar da oposição de Brasil e Turquia - não há restrição explícita ao setor energético ou ao etanol.
O Congresso americano havia aceitado o pedido do presidente Obama para adiar a votação de sua lei unilateral de sanções até que a ONU aprovasse sua iniciativa. Agora, Obama deve sancionar o projeto, transformando-o em lei.
Na época, o governo brasileiro afirmou foi explícito: “Não vamos discriminar ninguém na hora de exportar etanol. Vamos exportar etanol para qualquer país que queira, nossa prioridade é abrir mercados”, tinha declarado, no início do mês, uma fonte do governo.
A possibilidade de o Brasil suprir parte das necessidades de combustível do Irã com etanol foi levantada pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, em visita a Teerã, em abril.
Jorge afirmou que o Irã está interessado em comprar etanol brasileiro, por causa dos problemas que enfrenta para comprar gasolina diante dos bloqueios comerciais que sofre. Mas os empresários brasileiros afirmam não ter intenção de correr o risco de ser sancionados pelos EUA.
Assim como a assessoria da Petrobrás, Adhemar Altieri, porta-voz da Unica, entidade que representa os produtores de etanol, disse que não há projeto nem de curto nem de longo prazo para exportar etanol para o Irã.

Para entender
As sanções aprovadas na quinta-feira pelo Congresso americano são ações unilaterais, aplicadas apenas pelos EUA - diferentemente das medidas multilaterais adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU, no dia 9, que devem ser seguidas por todos os membros da organização. As punições contra nas Nações Unidas são mais brandas porque, para aprová-las, era preciso o apoio de chineses e russos, que têm interesses comerciais e são contra medidas muito duras contra Teerã. Um caso semelhante ocorreu com o regime do apartheid, na África do Sul. A ONU adotou suas primeiras sanções contra os segregacionistas nos anos 60. As medidas, porém, eram amenas e foram facilmente burladas pelo governo branco. O sistema de segregação racial só começou a ruir anos 80, depois que EUA e Grã-Bretanha adotaram duras sanções unilaterais contra a África do Sul.

Pausa para a Copa, ou melhor, para o futebol...

Não torço para NENHUMA seleção, nem mesmo para a seleção brasileira, a não ser que ela jogue bem, o que não é o caso até aqui (e duvido que venha a ser).

Eu torço apenas para o bom futebol, o futebol com arte, técnica, graça e lealdade, nessa ordem, ou em qualquer outra que se desejar.
Detesto o futebol engessado, as caneladas, os golpes baixos, as trapaças, as vuvuzelas, as patriotadas e outras bobagens associadas.

Os jogadores de seleção, hoje em dia, são perfeitos mercenários. Jogam por dinheiro, e nada mais. Impossível torcer por mercenários.

Fico com o futebol em estado puro, que está cada vez mais raro.
Fico com a seleção que exibir o melhor futebol, qualquer que seja o país...

Amaral de Sampaio: uma GRANDE cabeça do Itamaraty se vai

Conheci vários embaixadores no Itamaraty. Nenhum me deu tanto prazer intelectual, ao ler seus telegramas saborosíssimos, quanto o Sampaio, assim como seus artigos no Estadão. Poucos, pouquíssimos embaixadores do Itamaraty, e eu quero dizer menos de cinco, conseguiam escrever de forma tão brilhante quanto ele.
Minha homenagem a uma grande cabeça e um grande diplomata.
Paulo Roberto de Almeida

Morre em São Paulo o ex-embaixador Amaral de Sampaio
Roldão Arruda
O Estado de S.Paulo, 25 de junho de 2010

Morreu ontem, em São Paulo, aos 80 anos, o embaixador Antonio Amaral de Sampaio. Ele havia sido internado no Hospital Albert Einstein, com um quadro de pneumonia, e faleceu após sofrer parada cardíaca, segundo o boletim médico.

Formado em direito, geografia e história pela Universidade de São Paul0 (USP), Sampaio teve uma carreira bem-sucedida no Ministério das Relações Exteriores. Entre os anos 80 e 90 atuou como embaixador na Síria, Sérvia (ex-Iugoslávia) e África do Sul. Antes disso servira como primeiro secretário no Irã e em Genebra. Foi ainda conselheiro nas embaixadas do Brasil no México e em Portugal, onde recebeu a condecoração da Ordem do Infante Dom Henrique.

Em decorrência de sua atuação no Oriente Médio e do seu interesse pelos assuntos da região, o diplomata acabou chefiando o Departamento do Oriente Próximo, no Itamaraty. Ele se aposentou no ano 2000.

Sampaio também foi colaborador do jornal O Estado de S. Paulo. Na opinião do embaixador Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores, tratava-se de um analista acurado das relações internacionais, tanto nos artigos que escrevia quanto nos telegramas que enviava do exterior para o Itamaraty. "Na minha primeira gestão como ministro, ele ainda estava na ativa", lembrou Lafer. "Era um prazer ler os telegramas que enviava, nos quais combinava qualidade de análise e precisão de estilo."

Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington e atual presidente do conselho de comércio exterior da Fiesp, observou que, além da competência e das opiniões claras que sempre manifestava sobre temas que analisava, Sampaio era um homem afável e ótimo contador de histórias. "Foi muito querido pelos seus colegas", comentou.

O enterro foi realizado ontem, no final da tarde, no Cemitério do Araçá, no bairro do Sumaré.


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Too Small to Be Saved - a conta dos bancos falidos nos EUA

Isto é só este ano. Em 2009, algumas dezenas de bancos pequenos, locais ou regionais, faliram e foram incorporados pelo programa do Tesouro. American Banker faz a conta:

Government Seizes Two Banks in Southeast, One in N.M.
Year-to-date failures now total 86


Three more banks failed late Friday, at an estimated additional cost to the Federal Deposit Insurance Corp. of $285 million.
Regulators shuttered the $644 million-asset Peninsula Bank in Englewood, Fla., the $252 million-asset First National Bank in Savannah, Ga., and the $80 million-asset High Desert State Bank in Albuquerque, N.M.
The FDIC found takers for the deposits of all three institutions, which brought the year's failed-bank total so far to 86. Last year 140 banks failed, and the agency has said it expects this year's total to top that.

O capitalismo deveria ser assim: não conseguiu, falhou? Vá direto para a bancarrota, em lugar de ficar recebendo dinheiro para sobreviver. Uma taxa bancária, como a que foi recentemente introduzida por alguns governos, permite cobrir ao menos parte dos prejuizos, atingindo provavelmente 100% dos pequenos depositantes. Os grandes, bem, os grandes podem perder um pouco.
Quanto aos grandes bancos, too big to fail, eles também poderiam falir, e deveriam falir, dentro do mesmo espírito.

Crisis Economics (2): trechos do livro de Nouriel Roubini

‘Crisis Economics’
By NOURIEL ROUBINI and STEPHEN MIHM
The New York Times Review of Books, May 6, 2010

Excerpted from Crisis Economics: A Crash Course in the Future of Finance by Nouriel Roubini and Stephen Mihm. Reprinted by arrangement with The Penguin Press, a member of Penguin Group (USA), Inc. Copyright (c) May, 2010.

For the past half century, academic economists, Wall Street traders, and everyone in between have been led astray by fairy tales about the wonders of unregulated markets and the limitless benefits of financial innovation. The crisis dealt a body blow to that belief system, but nothing has replaced it.

That’s all too evident in the timid reform proposals currently being considered in the United States and other advanced economies. Even though they have suffered the worst financial crisis in generations, many countries have shown a remarkable reluctance to inaugurate the sort of wholesale reform necessary to bring the financial system to heel. Instead, people talk of tinkering with the financial system, as if what just happened was caused by a few bad mortgages.

Throughout most of 2009, Goldman Sachs chief executive Lloyd Blankfein repeatedly tried to quash calls for sweeping regulation of the financial system. In speeches and in testimony before Congress, he begged his listeners to keep financial innovation alive and “resist a response that is solely designed to protect us against the 100-year storm”.

That’s ridiculous. What we’ve experienced wasn’t some crazy once-in-a-century event. Since its founding, the United States has suffered from brutal banking crises and other financial disasters on a regular basis. Throughout the 19th and early 20th centuries, crippling panics and depressions hit the nation again and again. The crisis was less a function of sub-prime mortgages than of a sub-prime financial system. Thanks to everything from warped compensation structures to corrupt ratings agencies, the global financial system rotted from the inside out. The financial crisis merely ripped the sleek and shiny skin off what had become, over the years, a gangrenous mess.

The road to recovery will be a long one. For starters, traders and bankers must be compensated in a way that brings their interests in alignment with those of shareholders. That doesn’t necessarily mean less compensation, even if that’s desirable for other reasons; it merely means that employees of financial firms should be paid in ways that encourage them to look out for the long-term interests of the firms.

Securitization must be overhauled as well. Simplistic solutions, such as asking banks to retain some of the risk, won’t be enough; far more radical reforms will be necessary. Securitization must have far greater transparency and standardization, and the products of the securitization pipeline must be heavily regulated. Most important of all, the loans going into the securitization pipeline must be subject to far greater scrutiny. The mortgages and other loans must be of high quality, or if not, they must be very clearly identified as less than prime and therefore risky.

Some people believe that securitization should be abolished. That’s short-sighted: properly reformed, securitization can be a valuable tool that reduces, rather than exacerbates, systemic risk. But in order for it to work, it must operate in a far more transparent and standardized fashion than it does now.

Absent this shift, accurately pricing these securities, much less reviving the market for securitization, is next to impossible. What we need are reforms that deliver the peace of mind that the Food and Drug Administration (FDA) did when it was created.

Let’s begin with standardization. At the present time, there is little standardization in the way asset-backed securities are put together. The “deal structures” (the fine print) can vary greatly from offering to offering. Monthly reports on deals (“monthly service performance reports”) also vary greatly in level of detail provided. This information should be standardized and pooled in one place.

It could be done through private channels or, better, under the auspices of the federal government. For example, the Securities and Exchange Commission (SEC) could require anyone issuing asset-backed securities to disclose a range of standard information on everything from the assets or original loans to the amounts paid to the individuals or institutions that originated the security.

Precisely how this information is standardized doesn’t matter, so long as it is done: we must have some way to compare these different kinds of securities so they can be accurately priced. At the present time, we are stymied by a serious apples-and-oranges problem: the absence of standardization makes comparing them with any accuracy impossible. Put differently, the current system gives us no way to quantify risk; there’s far too much uncertainty.

Standardization, once achieved, would inevitably create more liquid and transparent markets for these securities. That’s well and good, but a few caveats also come to mind. First, bringing some transparency to plain-vanilla asset-backed securities is relatively easy; it’s more difficult to do so with preposterously complicated securities like Collateralized Debt Obligations (CDOs), much less chimerical creations like the CDO2 and the CDO3.

Think for a moment about what goes into a typical CDO. Start with a thousand different individual loans, be they commercial mortgages, residential mortgages, auto loans, credit card receivables, small business loans, student loans, or corporate loans. Package them together into an asset-backed security (ABS). Take that ABS and combine it with 99 other ABSs so that you have 100 of them. That’s your CDO. Now take that CDO and combine it with another 99 different CDOs, each of which has its own unique mix of ABSs and underlying assets. Do the math: in theory, the purchaser of this CDO is supposed to somehow get a handle on the health of 10m underlying loans. Is that going to happen? Of course not.

For that reason, securities like CDOs — which now go by the nickname of Chernobyl Death Obligations — must be heavily regulated if not banned.

In their present incarnation, they are too estranged from the assets that give them value and are next to impossible to standardize. Thanks in large part to their individual complexity, they don’t transfer risk so much as mask it under the cover of esoteric and ultimately misleading risk-management strategies.

In fact, the curious career of CDOs and other toxic securities brings to mind another, less celebrated acronym: GIGO, or “garbage in, garbage out”.

Or to use a sausage-making metaphor: if you put rat meat and trichinosis-laced pig parts into your sausage, then combine it with lots of other kinds of sausage (each filled with equally nasty stuff), you haven’t solved the problem; you still have some pretty sickening sausage.

The most important angle of securitization reform, then, is the quality of the ingredients. In the end, the problem with securitization is less that the ingredients were sliced and diced beyond recognition than that much of what went into these securities was never very good in the first place.

Put differently, the problem with originate-and-distribute lies less with the distribution than with the origination. What matters most is the creditworthiness of the loans issued in the first place.

Equally comprehensive reforms must be imposed on the kinds of deadly derivatives that blew up in the recent crisis. So-called over-the-counter derivatives — better described as under-the-table — must be hauled into the light of day, put on central clearing houses and exchanges and registered in databases; their use must be appropriately restricted. Moreover, the regulation of derivatives should be consolidated under a single regulator.

The ratings agencies must also be collared and forced to change their business model. That they now derive their revenue from the firms they rate has created a massive conflict of interests. Investors should be paying for ratings on debt, not the institutions that issue the debt. Nor should the rating agencies be permitted to sell “consulting” services on the side to issuers of debt; that creates another conflict of interests. Finally, the business of rating debt should be thrown open to far more competition. At the present time, a handful of firms have far too much power.

Even more radical reforms must be implemented as well. Certain institutions considered too big to fail must be broken up, including Goldman Sachs and Citigroup. But many other, less visible, firms deserve to be dismantled as well. Moreover, Congress should resurrect the Glass-Steagall banking legislation that it repealed a decade ago but also go further, updating it to reflect the far greater challenges posed not only by banks but by the shadow banking system.

These reforms are sensible, but even the most carefully conceived regulations can go awry. Financial firms habitually engage in arbitrage, moving their operations from a well-regulated domain to one outside government purview. The fragmented, decentralized state of regulation in the United States has exacerbated this problem. So has the fact that the profession of financial regulator has, until very recently, been considered a dead-end, poorly-paid job.

Most of these problems can be addressed. Regulations can be carefully crafted with an eye toward the future, closing loopholes before they open. That means resisting the understandable impulse to apply regulations only to a select class of firms — the too-big-too-fail institutions, for example — and instead imposing them across the board, in order to prevent financial intermediation from moving to smaller, less-regulated firms.

Likewise, regulation can and should be consolidated in the hands of fewer, more powerful regulators. And most important of all, regulators can be compensated in a manner befitting the key role they play in safeguarding our financial security.

Central banks arguably have the most power — and the most responsibility — to protect the financial system. In recent years, they have performed poorly. They have failed to enforce their own regulation, and worse, they have done nothing to prevent speculative manias from spinning out of control.

If anything, they have fed those bubbles, and then, as if to compensate, have done everything in their power to save the victims of the inevitable crash. That’s inexcusable. In the future, central banks must proactively use monetary policy and credit policy to rein in and tame speculative bubbles.

Central banks alone can’t handle the challenges facing the global economy. Large and destabilizing global current account imbalances threaten long-term economic stability, as does the risk of a rapidly depreciating dollar; addressing both problems requires a new commitment to international economic governance. The International Monetary Fund (IMF) must be strengthened and given the power to supply the makings of a new international reserve currency.

And how the IMF governs itself must be seriously reformed. For too long, a handful of smaller, ageing economies have dominated IMF governance. Emerging economies must be given their rightful place at the table, a move reinforced by the rising power and influence of the G20 group.

All of these reforms will help reduce the incidence of crises, but they will not drive them to extinction. As the economist Hyman Minsky once observed: “There is no possibility that we can ever set this right once and for all; instability, put to test by one set of reforms, will, after time, emerge in a new guise.” Crises cannot be abolished; like hurricanes, they can only be managed and mitigated.

Paradoxically, this unsettling truth should give us hope. In the depths of the Great Depression, politicians and policy-makers embraced reforms of the financial system that laid the foundation for nearly 80 years of stability and security. It inevitably unraveled, but 80 years is a long time — a lifetime.

As we contemplate the future of finance from the mire of our own recent Great Recession, we could do well to try to emulate that achievement. Nothing lasts forever, and crises will always return. But they need not loom so large; they need not overshadow our economic existence.

If we strengthen the levees that surround our financial system, we can weather crises in the coming years. Though the waters may rise, we will remain dry. But if we fail to prepare for the inevitable hurricanes — if we delude ourselves, thinking that our antiquated defenses will never be breached again — we face the prospect of many future floods.

Crisis Economics: o livro do momento - Nouriel Roubini

O livro do Mr Doom, em pessoa, o profeta do apocalipse financeiro...

Prophet-Making
By PAUL M. BARRETT
The New York Times Review of Books, June 17, 2010

CRISIS ECONOMICS
A Crash Course in the Future of Finance

By Nouriel Roubini and Stephen Mihm
353 pp. The Penguin Press. $27.95

In late March, the former Federal Reserve chairman Alan Greenspan told Al Hunt of Bloomberg Television that the financial crisis had been a “once in a century” shocker. “We all misjudged the risks involved,” Greenspan said. “Everybody missed it — academia, the Federal Reserve, all regulators.”

Well, not everyone. A number of prominent scholars warned long before the meltdown of 2008 that something awful was approaching. Greenspan and his successor, Ben Bernanke, chose to ignore the alarms.

One of the most articulate pessimists was Nouriel Roubini, nicknamed Dr. Doom by the news media. Roubini, a professor at the Stern School of Business at New York University, told an audience of fellow economists at the International Monetary Fund as early as Sept. 7, 2006, that the United States faced a cata­strophic housing bust, a crash in the market for mortgage-backed securities, the collapse of major investment banks and a deep recession. Most listeners seemed “skeptical, even dismissive,” Stephen Mihm reported in The New York Times Magazine. The moderator of the event joked, “I think perhaps we will need a stiff drink after that.”

Now Roubini is taking his victory lap. Writing with Mihm, an associate professor of history at the University of Georgia and the author of that admiring August 2008 Times Magazine profile, Roubini clearly relishes an I-told-you-so opportunity in his book “Crisis Economics: A Crash Course in the Future of Finance.” Why shouldn’t he? Readers hungry for more of the professor’s grim analysis will appreciate his erudition. Even people who aren’t finance buffs ought to read and heed his words.

To his credit, Roubini doesn’t merely recount how right he was. After a brisk recap of Wall Street’s scariest hours since the Great Depression, he turns to the question of the moment: how to prevent such debacles in the future?

That’s no graduate school exam question. As I write this, the United States Congress is trying to iron out kinks in a broad financial regulatory reform bill. Sadly, lawmakers have been debating halfway measures whose inadequacy becomes all the more striking in comparison with Roubini’s bracing agenda. His ideas aren’t all politically feasible, but that doesn’t make them any less sensible.

Roubini begins with an indisputable paradox. The government’s emergency rescue plan — the distasteful but necessary Wall Street bailouts and deficit-­enlarging stimulus spending — staved off global depression and brought about a dramatic stock market recovery. It also drained whatever fleeting political will existed to rein in Wall Street in a serious way. The surviving megabanks have brazenly paid out record bonuses, even though they owe their very survival to taxpayer largess.

Let’s start with those fingernails-on-the-blackboard bonuses. Roubini notes that the main problem isn’t their size, grating as that may be. The real trouble is that investment bank traders are paid huge bonuses for making reckless bets that yield short-term returns. They aren’t penalized when their gambling ultimately costs their employers money (or drives the firms out of business). This leads to a casino culture lacking common-sense caution. One potential remedy: put bonuses into a pool held in escrow for several years. If a trader’s record proves solid, he or she gets a payout. If not, the bonuses are nullified. Greater prudence would kick in, and, not coincidentally, overall compensation would shrink.

Only government could impose across-the-board pay reform. Since Wall Street would have collapsed without the ­taxpayer-financed rescue, Roubini says, Congress should have mandated a ­bonus-escrow system as a condition of the bailouts. Mesmerized by Wall Street campaign dollars and terrified of being branded “socialists,” lawmakers never seriously considered the idea. It didn’t help that President Obama surrounded himself with bank-friendly economic advisers like Lawrence Summers and Timothy ­Geithner.

The sorry performance of the three major private credit-rating agencies — Standard & Poor’s, Moody’s Investors Service and Fitch Ratings — played a critical role in the financial mess. Over and over, they stamped AAA ratings on the sausage-like securities made up of poisonous minced mortgages. Congress has debated imposing modest new requirements that the rating agencies make their operations more transparent. Roubini demands more drastic action. He would have government end the tradition of the sausage-making investment bankers paying the raters for their grades, a whopping conflict of interest if ever there was one. Roubini recommends that the agencies should be limited to accepting pay from investors in securities. Further, he urges a smart deregulatory move: removal of the agencies’ certification by the Securities and Exchange Commission as “nationally recognized statistical rating organizations.” This publicly blessed oligopoly, intended to maintain high standards, has only inhibited competition that would bring down the price of security-rating services.

Lawmakers have been debating provisions that would shed some additional light on the opaque market in derivatives. Those are the voluminous Wall Street deals that were supposed to dilute risk by spreading it but instead contributed to a risk epidemic. Heck, Roubini writes, let’s just identify the most dangerous ones and ban the suckers. He nominates credit default swaps, the quasi-insurance policies sold by American International Group, among others, which paid off when designated bonds went bad. Since we don’t allow people to insure their neighbors’ houses against fire, for fear of encouraging arson, why allow traders to bet on bonds blowing up? We shouldn’t.

Eliminating all bad loans will never happen. Since banks will always make mistakes, Roubini argues, they should be required to retain more capital and maintain higher levels of liquid assets (cash and securities that can be sold quickly). The legislation under consideration by Congress would authorize regulators to stiffen capital and liquidity rules. But the legislation would leave it to regulators to provide specific numbers. Roubini wouldn’t give the civil servants so much discretion.

Capital requirements are connected to Roubini’s most radical suggestion. He would force financial conglomerates to retain capital relative to all the risks posed by their various units. “This requirement would reduce leverage and, by extension, profits,” he writes. “Ideally, sending the message that bigger isn’t better would lead these firms to break themselves up.”

That’s right, break themselves up. Unfortunately, the implicit assumption that some banks have grown “too big to fail” has become explicit. Roubini maintains that we should pressure the biggest of them to contract, until they’re small enough that their demise wouldn’t bring down the rest of Wall Street.

With the federal safety net removed, an organization like Citigroup would act more prudently. Repeatedly rescued by the government since the Great Depression, Citigroup shouldn’t continue in its current unmanageable form, Roubini asserts. “Any bank that needs that much help doesn’t deserve to exist.” If Citigroup’s board of directors doesn’t share this view, the N.Y.U. economist advocates legislation that would authorize regulators “to break up banks and other financial institutions that are so large, leveraged and inter­connected that their collapse would pose a danger to the entire financial system.” The plutocrats might well perk up and do the job themselves.

Dr. Doom operates far beyond the horizon of what most experts consider plausible. Based on his track record, we would be wise to catch up to him.

Paul M. Barrett is an assistant managing editor at Bloomberg Businessweek.

Excerpt: ‘Crisis Economics’ (May 7, 2010)

Crescer ou nao crescer: nao se resume a isso o dilema

Alguns acham que o Brasil vai muito bem em termos de política econômica, e creditam ao atual governo todo o sucesso do crescimento econômico na fase presente. Exibem números e dizem que o Brasil é um sucesso.
A verdade é que, durante todo o período de crescimento da economia mundial, o Brasil se manteve sistematicamente abaixo das médias mundiais, fazendo inclusive três vezes menos do que os emergentes dinâmicos.
Agora, que a economia mundial está na recessão, se diz que estamos bem, apenas porque ficamos um pouco melhor na fotografia.
Se esquece de relembrar que isso é em grande medida o resultado da manutenção da política econômica anterior, sem NADA de novo.
Aliás, o que existe de novo é a manutenção, por CINCO ANOS, da mesma taxa de inflação, que é mais do que o dobro da mundial.
Aos olhos de qualquer economista sucesso, isso é um fracasso completo. E que não se credite isso ao Banco Central, que teria gostado de baixar a meta para uma medida mais razoável.
Ou seja, o governo ENCOMENDA inflação para corroer nosso poder de compra. Isso é simplesmente um roubo...
Vejam a matéria abaixo.
Paulo Roberto de Almeida

A meta de inflação que deu certo, segundo o ministro
Editorial Econômico
O Estado de S.Paulo, 25 de junho de 2010

O Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve, para 2012, a mesma meta de inflação de 2011, isto é, o centro da meta em 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.

A decisão era prevista, mas mostra a disposição do governo de manter uma meta elevada, evitando que o Banco Central tenha de praticar uma política monetária muito restritiva, que, aos olhos do governo, freia o crescimento econômico.

Entre os países com política monetária baseada em meta de inflação, a do Brasil é a mais alta. Além disso, a meta não muda desde 2005, dando a impressão de que, apesar do crescimento da economia desde então, não conseguimos reduzir a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o índice de referência para a meta.

Desde 2005, a inflação medida pelo IPCA ficou duas vezes abaixo da meta, uma vez praticamente igual e os outros anos, acima, sem ultrapassar a margem de tolerância superior. Daí a declaração do ministro da Fazenda de que o CMN escolheu "a meta que está dando certo".

Para um país que pretende se equiparar aos do Primeiro Mundo, é preciso notar que nossa inflação é praticamente o dobro da que neles ocorre. Mas o mais grave é que nos resignamos a uma inflação que se aproxima de 5% ao ano, sem um esforço sério para diminuí-la.

A cada ano, apesar de uma taxa cambial valorizada - que nos leva a comprar no exterior produtos mais baratos -, nosso poder aquisitivo real perde 5%. E esse é um bom pretexto para os sindicatos defenderem uma política de indexação dos salários, levando em conta não apenas a inflação passada, mas também a que é tida como meta futura.

Perdemos de vista o fato de que uma inflação oficialmente aceita serve de base para os reajustes dos serviços e que a concorrência não é intensa o bastante para compensar.

A escolha do governo se baseia no princípio de que um pouco de inflação é necessário para o crescimento econômico. Na realidade, o que mais teme o governo é a política monetária do Banco Central, que fixa uma taxa básica de juros que se traduz por uma alta do spread bancário e tem influência desastrosa sobre o custo da dívida interna, ao mesmo tempo que atrai investimentos estrangeiros de renda fixa. Em período de inflação baixa, nunca se pensou em reduzir a Selic para evitar esses inconvenientes, mas sempre se aceita que ela suba fortemente em períodos de pressão inflacionária.

Entre o Gulag e o exilio: dificil escolha

Tem uma seleção que está saindo da primeira fase da Copa com 0 pontos.
Bem, eles tiveram certo "sucesso" contra o Brasil, limitando o desgaste.
Mas, depois, foram 7 a 0 e agora 5 a 0.
Depois dessa, só sobrou o Gulag.
Acho que já recomendei o exílio, coletivo...
Vai ser complicado voltar...

"Herois" nacionais: Stalin desmantelado...

Onde vamos parar? Já não se respeitam nem os grandes nomes nacionais...

Remueven estatua de Stalin en su pueblo natal en Georgia
Margarita Antidze
Reuters América Latina, 25.06.2010

Una estatua del dictador soviético Josef Stalin aparece en esta imagen luego de ser removida de la plaza central de su ciudad natal de Gori, jun 25 2010.

GORI Georgia (Reuters) - Las autoridades de Georgia removieron el viernes por la madrugada una imponente estatua del dictador soviético Josef Stalin de la plaza central de su ciudad natal, retirando del espacio público el monumento del georgiano más famoso.
La estatua de bronce de 6 metros de altura será trasladada al patio de un museo dedicado a Stalin en su nativa Gori, y su lugar en la plaza principal lo ocupará un monumento a las víctimas de la guerra del 2008 en la que Georgia enfrentó a Rusia, informó un funcionario local.
En una operación no anunciada que comenzó después de la medianoche y concluyó antes del amanecer, trabajadores municipales y policías bajaron a la estatua de su pedestal de piedra en la pequeña ciudad, ubicada 80 kilómetros al oeste de la capital, Tiflis.
"Fue muy inesperado", dijo a Reuters Lado Bichashvili, un periodista de la televisora local Trialeti. "Creo que muchas personas estarán enojadas", agregó.
El periodista dijo que la policía trató de evitar que los periodistas filmaran el proceso, llegando en algunos casos a golpear a quienes lo intentaban.
"Este monumento será trasladado al patio del museo Stalin", dijo posteriormente Zviad Khmaladze, un líder del ayuntamiento, en comentarios televisados. "Un nuevo monumento dedicado a las víctimas de la agresión rusa será erigido en ese lugar", agregó.
Las señales visibles del culto a Stalin fueron removidas luego de su muerte en 1953 en toda Georgia y el resto de la Unión Soviética.
Pero el líder sigue siendo admirado por muchos en su ciudad natal, donde el monumento -uno de los pocos dedicados a Stalin que aún seguía en pie- fue levantado un año antes de su muerte.
"Personas de todo el mundo solían visitar Gori para ver ésta estatua y rendirle sus respetos a Stalin", dijo Nugzar Lamazov, quién vive en un pueblo cercano.
Para muchos responsable de millones de muertes en purgas políticas, campos de trabajos forzados y una colectivización agrícola forzada, Stalin es considerado un héroe por quienes dicen que la Unión Soviética no habría derrotado a la Alemania nazi o no se habría industrializado sin él.
Para muchos georgianos, incluido el presidente pro occidental Mikheil Saakashvili, el monumento era un símbolo de la todavía presente influencia de Moscú dos décadas después de que la pequeña nación obtuvo su independencia en 1991 tras el colapso soviético.
Gori fue la ciudad que más sufrió la guerra de cinco días contra Rusia en agosto del 2008. Las bombas impactaron la plaza principal cerca de la estatua y edificios aledaños.
La ciudad fue ocupada durante semanas por tropas rusas después del conflicto, que comenzó cuando Georgia buscó retomar el control de la provincia separatista de Osetia del Sur -apoyada por Moscú-, que está al norte de la ciudad.
Luego del conflicto, algunos funcionarios y georgianos prominentes pidieron la remoción del monumento, diciendo que su presencia en Gori era inmoral luego del bombardeo y la ocupación rusa.
Gori también alberga estatuas y bustos de menor tamaño de Stalin, así como un museo dedicado al dictador fallecido, que nació el 21 de diciembre de 1879.
Muchos partidarios ancianos se reúnen afuera del museo dos veces al año, en su cumpleaños y en el día de su fallecimiento.
Stalin, cuyo nombre real era Dzhugashvili, gobernó la Unión Soviética desde 1924 hasta su muerte.

Pausa para o futebol (miserável)

Não sei o que foi pior: as seleções de Portugal e do Brasil, no 0 a 0 com excessos de caneladas e golpes baixos, ou a Vuvuzela, que até andou discreta nesse jogo.
Acho que a vuvuzela ganha de 1 a 0...

Dividas soberanas: a posicao dos principais paises

"Soberana" é uma palavra muito bonita para um fenômeno que se baseia, na verdade, na irresponsabilidade dos governantes, ao pretender fazer mais do que o permitido por simples leis econômicas.
Antigamente, se recorria a métodos inflacionários, desvalorização da moeda ou outros expedientes de duvidosa racionalidade, mas que faziam sentido em sistemas mais ou menos insulados da economia nacional.
Com a globalização financeira, a integração dos mercados, ou a camisa de força da moeda única (como no caso europeu), esses expediente se tornaram mais difíceis ou impossíveis.
Os governos então recorrem ao financiamento externo, facilitado por enormes volumes de liquidez mundial e facilidade de transações financeiros inter-mercados. Muito fácil fazer syndicated loans -- com os bancos comerciais -- ou emissões de global bonus, com os intermediários financeiros.
A dívida vai se acumulando, com base em projeções superotimistas de melhorias futuras.
Quando ocorre uma crise, como agora, os capitais se retraem e os governos irresponsáveis ficam a descoberto.
Acho tudo isso muito bom, diga-se de passagem, pois vai educando as pessoas -- e, supõe-se também os legisladores -- para a necessidade de comportamentos responsáveis, como, aliás, cada um deve fazer com o seu orçamento pessoal...
Paulo Roberto de Almeida

Economia global
Gráfico mostra dívida mundial

Opinião e Notícia, 25/06/2010

O gráfico interativo mostra os níveis totais de dívida para diferentes países
(a partir da The Economist)

Apesar de as manchetes falarem bastante da dívida dos governos, essa questão é só uma parte do problema. O fato é que a dívida cresceu, seja de consumidores com os cartões de crédito, empresas pegando empréstimos, ou empresas financeiras utilizando dívidas para comprar ativos arriscados.

O gráfico interativo mostra os níveis totais de dívida para diferentes países. Ele se baseia em dados fornecidos pelo Instituto “McKinsey Global Institute”. Na teoria, não há nível máximo para dívidas em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), mas a Irlanda e a Islândia (que não estão no mapa) encontraram o limite na prática. Isso aconteceu quando a dívida dos dois países atingiu de 8 a 10 vezes o PIB.

Veja aqui o gráfico interativo
Dívida mundial (Fonte: Economist)

A dívida também está fragmentada por setor, como pode-se observar no gráfico. Os bancos da Inglaterra em relação à sua economia são enormes. Além disso, a dívida corporativa da Espanha também é bem alta.

Estas figuras irão preocupar os proprietários de títulos do governo desde que a crise de 2008 mostrou que os governos podem ser forçados a garantir a dívida do setor privado.

Pode-se observar também uma atualização da tabela divulgada pela Economist em fevereiro. Ela traz um ranking em termos de seu saldo orçamental primário e de dívida do PIB mais a relação entre o rendimento de sua dívida e o crescimento econômico. A Espanha agora ocupa o lugar da Grécia como o país na pior posição: