Paulo Roberto de Almeida
Br18, Estadão, 04.08.2019 | 13h42
Bolsonaro insinua que pode indicar filho a ministério
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, neste domingo, 4, a indicação do seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo embaixador em Washington, nos Estados Unidos. O presidente chamou as críticas de que a indicação seria nepotismo de “hipocrisia”, mas admitiu que o Senado pode barrar a indicação de Eduardo e voltou a insinuar que pode indicar o filho ao cargo de chanceler. “Sim, o Senado pode barrar, sim. Mas imagine que no dia seguinte eu demita o (ministro de Relações Exteriores) Ernesto Araújo e coloque meu filho. Ele não vai ser embaixador, ele vai comandar 200 embaixadores e agregados mundo afora. Alguém vai tirar meu filho de lá? Hipocrisia de vocês”, respondeu a jornalistas, ao deixar o Palácio do Alvorada para participar de um culto evangélico em Brasília, de acordo com o Broadcast Político.
Questionado se pretende mesmo nomear Eduardo ministro no caso de reprovação do seu nome para embaixador, Bolsonaro disse que não trabalha com essa hipótese. “Não vou fazer isso”. Bolsonaro criticou ainda a decisão do STF que proibiu o nepotismo na administração pública. “O STF decidiu sobre nepotismo e sobre tipificar homofobia como racismo. Acho que quem tem que decidir sobre essas coisas é o Poder Legislativo. Teve um parlamentar contra o nepotismo que foi pego na Lava Jato. Tem nada a ver parente”, completou. O presidente disse partir do princípio que a indicação de um filho eleito para um cargo não seria nepotismo. “Tem ministro com toda certeza que tem parente empregado, com DAS (função comissionada), e daí?”, questionou. “Que mania de que tudo que é parente de político não presta. Tenho um filho que está para ir para os EUA e foi elogiado pelo presidente norte-americano Donald Trump. Vocês massacraram meu filho: fritador de hambúrguer”, acrescentou.
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