Meus cumprimentos ao editor Carlos Andreazza por ter tomado a iniciativa de publicar pela Record essa obra que dá início, praticamente, ao processo de preparação das comemorações do bicentenário da independência brasileira.
Paulo Roberto de Almeida
Record publicará livro vetado pelo Itamaraty devido a prefácio de desafeto de chanceler
Obra com texto de Rubens Ricupero foi escrita por um dos maiores historiadores da diplomacia brasileira
A editora Record vai publicar o livro que foi vetado pelo Itamaraty devido a seu prefácio, escrito por um desafeto do chanceler Ernesto Araújo. O livro será editado por Carlos Andreazza, editor-executivo da Record, e deve sair no começo de 2020.
O embaixador Synesio Sampaio Goes Filho, um dos maiores historiadores da diplomacia brasileira, havia sido incumbido pela Funag (Fundação Alexandre de Gusmão), braço cultural e pedagógico do ministério, de escrever a biografia de Alexandre de Gusmão, que batiza a fundação.
Gusmão, conhecido como “avô da diplomacia brasileira”, foi um diplomata com papel crucial nas negociações do Tratado de Madri (1750), que determinou os limites territoriais das colônias portuguesas e espanholas na América do Sul.
Em julho deste ano, quando entregou à diretoria da Funag os originais de “Alexandre de Gusmão (1695-1753): O Estadista que Desenhou o Mapa do Brasil”, Goes Filho foi informado de que o livro só seria publicado se ele retirasse o prefácio escrito por Rubens Ricupero, ex-embaixador em Washington e também historiador da diplomacia.
Ricupero já fez muitas críticas ao chanceler e aos rumos da política externa no governo Bolsonaro.
Goes Filho afirmou que houve censura e que estava procurando uma nova editora para publicar seu livro.
Ele também é autor de “Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas: um Ensaio sobre a Formação das Fronteiras do Brasil (2001)”, livro que é um dos mais vendidos da Funag e considerado leitura essencial para diplomatas.
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