sábado, 19 de agosto de 2017

Questionário sobre carreira diplomatica - Paulo Roberto de Almeida

Mais um daqueles questionários, com a peculiaridade que este nunca foi divulgado anteriormente.


Questionário sobre carreira diplomática

Paulo Roberto de Almeida
Respostas a questões colocada...


1) Qual sua formação acadêmica?
PRA: Doutor em Ciências Sociais, Mestre em Planejamento Econômico, Licenciado em Ciências Sociais; Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco.

2) Como a sua formação acadêmica o preparou para sua profissão?
PRA: As ciências sociais, em suas diferentes vertentes, possuem larga interface com o concurso e com a própria carreira diplomática: economia, ciência política, sociologia, antropologia, história, direito, estatística, geografia, todas essas matérias foram por mim estudadas nos diversos cursos de graduação e pós que tive a oportunidade de frequentar e de obter diplomas.

3) Como é seu dia-a-dia como diplomata?
PRA: Já respondi diversas vezes a este tipo de questão. Recomendo, em consequência, consultar este trabalho: http://diplomatizzando.blogspot.fr/2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html.

4) Quais suas atividades como diplomata?
PRA: Em grande medida respondidos nos diversos textos consolidados em meu site e blog.

5) Quais as frustações de seu trabalho?
PRA: Não muito diferentes das demais profissionais: problemas de hierarquia, de disciplina (aqui mais do que em outras profissões), de não aproveitamento burocrático dos trabalhos produzidos no contexto da profissão, ausência de instruções claras para tratar de determinadas questões em conferências internacionais, ou elaboração deficiente dessas mesmas instruções, quando não se coadunam com um perfeito embasamento técnico do tema em pauta; a carreira diplomática é, como toda grande burocracia, feita de muitos interstícios decisionais, e nem sempre o ambiente coletivo, na ausência de estudos exaustivos, favorece uma perfeita tomada de decisões adequada ao contexto brasileiro.

7) Quais suas expectativas em relações ao mercado de trabalho?
PRA: A carreira de diplomata é de Estado, portanto, depois de fazer o concurso de ingresso, tal questão não se coloca mais, pois passamos a estar a serviço do Estado, retirados do mercado. Este só vale para os chamados internacionalistas, que vivem nessa área, mas não possuem carreira de Estado, e sim devem se inserir no mercado com agentes privados ou entidades coletivas, em relações contratuais. O diplomata não possui um contrato de trabalho e sim um estatuto que rege sua profissão.

8) Quais são as características pessoais necessárias para o exercício da profissão?
PRA: Grande conhecimento das áreas afins, sobretudo direito, economia, história, línguas e, evidentemente, relações internacionais; flexibilidade para trabalhar nos mais diferentes ambientes; disponibilidade para ser um perfeito nômade; adaptabilidade a novos ambientes de trabalho e de vida.

9) O que você menos gosta no seu trabalho?
PRA: Talvez a disciplina e a hierarquia, mas reconheço que são dois requisitos necessários nesse tipo de entidade, fortemente embasada no cumprimento de instruções, dos deveres básicos de um serviço coletivo, no âmbito do Estado.

10) Quais as diferenças entre um internacionalista e um diplomata?
PRA: Um diplomata é um servidor público. Um internacionalista é todo aquele que trabalha nas áreas afins às relações internacionais, mas costuma-se reservar a designação para os graduados na área ou que se preparam para trabalhar nesse área fora do âmbito do Estado.

Paulo Roberto de Almeida
Paris, 10 de abril de 2012.

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