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Abreu, Marcelo de Paiva (org.):
A Ordem do Progresso:
dois séculos de política econômica no Brasil
2.
ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha
inserida em Academia.edu: https://www.academia.edu/34149727/A_Ordem_do_Progresso_Marcelo_P._Abreu_-_resenha_Gladson_Miranda
(...) CAPÍTULO 10 - ESTABILIZAÇÃO E REFORMA, 1964-1967
André
Lara Resende
1. Introdução
“O programa de estabilização implementado
entre 1964 e 1968 logrou reduzir a taxa de inflação anual de algo próximo de
100% no primeiro trimestre de 1964 para algo em torno de 20% em 1969.
Simultaneamente, o crescimento do produto, que em 1963 fora de apenas 0,6%,
recuperou-se após 1966, e já em 1968 atingia a taxa de 9,8%”. (pg.197)
2. Objetivos do PAEG
O Programa de Ação Econômica do Governo
(PAEG) foi instituído logo no início do regime militar iniciado no ano de 1964,
e tinha dentre seus objetivos basicamente a aceleração do desenvolvimento
econômico, contenção da inflação, abrandamento de desnível econômico,
possibilitar acesso a investimentos e empregos, e consertar a propensão a déficits.
(pg.197-198)
“Tratava-se, portanto, de um programa que
acentuava a importância da manutenção, ou da recuperação, das taxas de
crescimento da economia”. A inflação era um dos maiores problemas a ser
combatido. (pg.198-199)
3. A política salarial no PAEG
O plano estabelecia resultados bastante
otimistas no combate à inflação com objetivos para expansão monetária e com uma
política salarial precisa. Até o ano de 1930 o Brasil não possuía uma política
salarial determinada. (pg. 200)
Os efeitos desta política sobre o salário
mínimo foram importantes, uma vez que este sofreu diminuição de 4,5% em 1965 e
continuou a cair nos anos que seguiram. (pg. 201)
4. Condução das políticas monetária e fiscal
“Das três “normas básicas” do programa
desinflacionário do PAEG, a saber, contenção dos déficits governamentais,
política salarial e política de crédito às empresas, a primeira foi a mais
bem-sucedida”. (pg. 201)
As taxas de expansão monetária se
mantiveram em nível superior a taxa de aumento dos preços durante o ano de 1965.
Não obstante a baixa da inflação, pôde-se observar que a expansão monetária se
manteve em níveis altos, a saber, 83,5%. (pg. 202)
5. O impacto sobre a produção e os preços
As estatísticas demonstram que no ano de
1964 os preços subiram 90%, esse aumento é justificado por causa do crescimento
das “tarifas dos serviços públicos, à liberação dos aluguéis congelados e a
outros preços, num processo na época chamado de inflação corretiva”. (pg. 203)
Em 1965 a inflação começou a tender por
uma redução. “Os dados anuais evidenciam que a queda no ritmo de crescimento
industrial deu-se em 1963, a queda na tendência inflacionária em 1965 e a queda
nas taxas de expansão monetária em 1966”. (pg. 203)
A política monetária sofreu mudanças no
ano de 1966, a indústria demonstrou crescimento, por outro lado a agricultura
teve uma má performance, o prejuízo do Tesouro caiu como resultado do aumento
dos impostos e também com eliminação de despesas. (pg. 204)
6. Os custos da estabilização
O crescimento foi interrompido do ano de
1963 até 1967. “O caráter regressivo sobre a estrutura industrial da política
de 1966 fica mais uma vez evidenciado pelos dados do número de falências e
concordatas requeridas por ramos de atividade. Os setores mais atingidos foram
vestuário, alimentos e construção civil, nos quais o número de falências e
concordatas requeridas mais do que triplicou entre 1964 e 1966”. (pg. 205-206)
7. Além da ortodoxia simplista
Pode-se afirmar que a ortodoxia teve
início com o reconhecimento da situação inflacionária. “A partir deste
diagnóstico, a ortodoxia aponta a receita para o controle da inflação.
Políticas monetária e creditícia restritivas, de forma que “enxuguem” o excesso
de moeda no sistema e ponha fim ao estado generalizado de excesso de demanda.
Como a principal fonte da expansão monetária excessiva, segundo o diagnóstico
ortodoxo, é o déficit orçamentário do Tesouro, é necessário fazer também uma
política fiscal restritiva”. (pg. 207-208)
O PAEG não era inteiramente rígido, pois
apresentavas propósitos de manter taxas de desenvolvimento, ou seja, era
tolerado um mínimo de inflação. Mas havia ausência de compatibilidade entre “o
pressuposto da moeda estável na legislação e as altas taxas de inflação”. (pg.
209)
O referido programa demonstrou-se diverso
das atitudes econômicas anteriores, pois o cenário político era diferente e
pode-se intervir de forma mais enérgica. “As bem estruturadas e modernizantes
reformas fixaram as bases do período de rápido crescimento econômico que se
iniciou em 1968”. (pg. 211)
(continua...)
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