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Abreu, Marcelo de Paiva (org.):
A Ordem do Progresso:
dois séculos de política econômica no Brasil
2.
ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014, ISBN 978-85-352-7859-0
íntegra da resenha
inserida em Academia.edu: https://www.academia.edu/34149727/A_Ordem_do_Progresso_Marcelo_P._Abreu_-_resenha_Gladson_Miranda
(...) CAPÍTULO 13 - AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO, 1980-1984
Dionísio Dias Carneiro e Eduardo Marco Modiano
Introdução
“A duplicação dos preços do petróleo e a
elevação das taxas de juros internacionais no início dos anos 1980 tornaram
mais custoso e mais prolongado o processo de ajuste da oferta doméstica
iniciado na segunda metade da década anterior”. O presente capítulo tem como
escopo a análise da transição no começo do governo de Figueiredo. (pg. 263-264)
1. Recessão sem Fundo: 1981
A política econômica nos anos de 1981 e
1982 foram dirigidas para a diminuição dos anseios de divisas estrangeiras por
meio do controle de absorção interna. (pg. 264)
A economia do Brasil estava sofrendo uma
depressão enorme, a qual fez com que o produto industrial reduzisse cerca de
10% no ano de 1981, inclusive, o PIB caiu pela primeira vez após a Segunda
Guerra. O capital estrangeiro vinha se tornando cada vez mais insuficiente e
isso gerava crescimento das reservas internacionais. (pg. 266)
2. Da Recessão ao Fundo: 1982
Neste ano as exportações brasileiras
foram 3 bilhões de dólares a menos do que no ano de 1981, a “recessão mundial,
acentuada pelo comportamento defensivo dos dirigentes das economias centrais e
pelo declínio da capacidade de importar de alguns dos novos consumidores de
manufaturas brasileiras, frustrara a tentativa de produzir um significativo
superávit comercial no segundo ano da nova política econômica”. (pg. 267)
Internamente a situação política ainda
estava bastante complexa, não diferente do restante do mundo. O balanço de
pagamento teve seu financiamento aprovado para que no ano seguinte iniciasse
uma intervenção emergencial contanto com o apoio mexicano. (pg. 268)
3. O Fundo da Recessão: 1983
Após muito lutar contra, o governo do
Brasil resolveu aceitar ajuda do FMI e resolveu apresentar sua primeira carta
de intenções. (pg. 270)
“As incertezas quanto aos efeitos
líquidos da negociação prolongada com o FMI acerca da medida apropriada para o
déficit público, aliado ao conhecimento geral de que a economia operava com
reservas cambiais negativas, estimularam a demanda de ativos denominados em
dólar durante o ano”. (pg. 273)
4. Com o Fundo sem Recessão: 1984
No ano de 1984 os Estados Unidos passaram
a se estabilizar economicamente, o que melhorou a economia brasileira externa,
ficando mais relaxada e favorecendo seu desempenho. (pg. 275)
“A estabilidade das taxas mensais até
agosto, em torno de 10% ao mês, reforçava o caráter inercial do processo
inflacionário brasileiro e sua relativa invariância ao nível de atividade. A
generalização do entendimento do caráter inercial da inflação suscitou o
aparecimento de sugestões de políticas visando a redução do nível de indexação
da economia brasileira”. (pg. 277)
A economia brasileira começou a ter novas
expectativas de crescimento e isso fez com que o padrão dos negócios com o FMI
fosse modificado. Entretanto, o Brasil fracassou em conseguir o apoio do FMI
com relação ao programa de estabilização. (pg. 279)
5. Conclusões
A dificuldade em entrar em acordo com o
FMI foi característica deste período. “Os desequilíbrios internos, e
notadamente as elevadas taxas de inflação, foram tratados em todo esse período
com excessiva tolerância ou complacência passiva”. As circunstâncias contrárias
ampliaram os custos de reforma e “contribuíram para aumentar os conflitos
internos e agravaram os efeitos inflacionários”. (pg. 280)
(continua...)
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